Por que sai ar da vagina

O gases vaginais são gases que saem da vagina durante uma relação sexual. A vagina é um órgão em forma de tubo, dotado de fibras musculares, que fazem com que ela se contraia e relaxe. A depender da posição do casal, pode haver uma entrada maior de ar, o que faz com que na penetração se ouça um barulho parecido com o de ar comprimido. Isto não depende de idade ou de ter ou não filhos.

As mulheres cuja musculatura do assoalho pélvico está mais enfraquecida, seja pela quantidade de partos normais, pelo número de vezes que esteve grávida ou pela obesidade, apresentam um risco maior de entrada/saída de ar da vagina e, portanto, de sofrerem com gases vaginais (1).

Gases vaginais: 3 principais causas

As causas mais comuns para os gases vaginais são os seguintes

1. Assoalho pélvico e os gases vaginais

Por que sai ar da vagina

A funções do assoalho pélvico são exercidas por meio da contração e relaxamento muscular. Quando contraem, os músculos fecham a uretra, vagina e ânus e evitam o escape de urina e fezes e auxiliam durante o ato sexual, quando relaxam, permitem a eliminação da urina, fezes e gases (1).

O assoalho pélvico feminino é constituído pelos tecidos conjuntivo, ósseo e muscular, que atuam em conjunto para promover e manter a função fisiológica normal de reto, vagina, uretra e bexiga .

As disfunções do assoalho pélvico afetam aproximadamente um terço da população feminina adulta ao longo da vida . Destas, as mais frequentes são incontinência urinária (IU) em 16% das mulheres, incontinência fecal (IF) em 9% e o prolapso genital (PG) em 3%. Muitas vezes estas alterações estão associadas, e sua prevalência aumenta com a idade, paridade e obesidade (2).

2. Relação sexual e os gases vaginais

Por que sai ar da vagina
Casal a ter relações sexuais

A entrada do canal vaginal é controla por um agrupamento muscular conhecido como musculatura do assoalho pélvico. Quando esta musculatura ao contrair-se fecha a entrada vaginal; ela é a responsável pela pressão sentida durante a relação sexual.

Quando o canal vaginal está relaxado, as paredes encostam umas nas outras, e o seu interior, oco, fica fechado. Este fechamento garante que, no dia-a-dia, nenhum ar entre ou saia do canal vaginal. Durante a relação sexual, a vagina precisa abrir para acomodar o pénis. Quando isto acontece, a musculatura do assoalho pélvico, localizada na entrada vagina, recobre o pénis. Ao recobrir o pénis, todo o espaço estará preenchido, impedindo que o ar entre ou saia da vagina, mesmo quando esta estiver aberta, durante a relação sexual.

Mas pode acontecer que as paredes vaginais desencostem do pénis, formando uma pequena abertura que permite a entrada de ar, mesmo que por um breve segundo. Este ar vai ficar armazenado, preso dentro da vagina durante a relação.

Sempre que o contacto entre o pénis e as paredes vaginais for desfeito, mais ar vai se acumulando no fundo vaginal. Em dado momento, todo o ar armazenado acaba saindo, de uma só vez e a fazer barulho, exatamente como acontece com um gás anal (2).

3. Fístula vaginal e os gases vaginais

Por que sai ar da vagina

Uma fistula rectovaginal é uma comunicação ou trajeto anómalo entre o recto e a vagina. Algumas mulheres podem ser assintomáticas, mas a maioria tem queixas de perda involuntária de gases e/ou fezes através da vagina.

A maioria das fistulas rectovaginais são provocadas pela lesão do parto. O traumatismo relacionado com os partos vaginais instrumentados (forcéps e ventosas) bem como as lacerações perineais de 3º e 4º grau aumentam o risco de desenvolvimento de fistulas rectovaginais. As fistulas rectovaginais podem também desenvolver-se após irradiação da pélvis, nos cacos de tratamento para o cancro, ou em mulheres com doença inflamatória do intestino

Nem todas as fistulas necessitam de intervenção cirúrgica. Frequentemente, as fistulas rectovaginais associadas com a doença inflamatória do intestino encerram espontaneamente com o tratamento médico.

Se diagnosticadas logo após evento traumático, o encerramento direto pode ser considerado, embora na maioria das vezes as reparações das fistulas rectovaginais sejam adiadas de forma a permitir a resolução do tecido inflamatório em redor do trajeto fistuloso.

A abordagem cirúrgica das fistulas rectovaginais pode envolver quer uma reparação transvaginal, pela vagina, quer uma reparação transanal, pelo ânus. Após a cirurgia da fistula rectovaginal as mulheres devem vigiar os seus hábitos intestinais com o objectivo de terem diariamente fezes formadas, mas moles. É importante evitar obstipação e diarreia uma vez que pode provocar disrupção da reparação e aumentar o risco de infeção da ferida (3).

Gases vaginais: tratamento e avaliação médica

Na maioria dos casos, os gases vaginais não são considerados doença. Caso ocorram durante o ato sexual, o casal deve ter bom humor e saber levar a situação com naturalidade.

Se o barulho for frequente e causar desconforto, a mulher deve procurar o médico ginecologista, para que este possa avaliar, através do exame clínico e da história da doente, se é necessária alguma intervenção.

Podem  ser prescritos medicamentos, principalmente se houver perda de urina associada. Em alguns casos, quando ocorre também o prolapso de órgãos como o útero ou nas fístulas vaginais, faz-se necessária a intervenção cirúrgica.

Existe uma técnica, que pode ser feita por qualquer mulher, a qualquer altura e em qualquer lugar: o treinamento dos músculos do assoalho pélvico. A contração repetitiva e voluntária, serve para melhorar o tónus muscular e é feita por elevação e fecho conjunto dos orifícios anal, vaginal e uretra.

Pode ser feito pela própria mulher, sempre que desejar, ou sob a supervisão de um fisioterapeuta. O objetivo é fortalecer a musculatura do assoalho pélvico e aprender a controlar esses músculos. Isso garante um maior contato do pénis com a parede do canal vaginal, diminuindo o espaço para não haver entrada de ar. Estes exercícios também ajudam a melhorar a relação sexual para a mulher, podem prevenir a incontinência urinária e a queda dos órgãos pélvicos, como o prolapso utetino (2).

Falando de Sexo18/12/2018 | 19h08Atualizada em 18/12/2018 | 19h08

Às vezes, quando estou fazendo sexo, a minha vagina faz um barulho estranho e eu morro de vergonha. Por que isto ocorre? 

O pum vaginal, como é popularmente chamado, é uma reação normal do organismo para expelir o ar da vagina. É algo comum, que não deveria causar vergonha ou constrangimento. Não passa de ar e, portanto, não produz cheiro. Suor excessivo, cócegas e cãibras são alguns dos fatores que podem causar incômodo na hora do sexo, mas o que mais preocupa as mulheres é o pum vaginal. 

O som que sai da vagina na hora da transa nada mais é do que um fenômeno físico e natural. Ele ocorre quando o ar que fica acumulado na região íntima é expelido no momento em que existe uma abertura, pressão ou introdução do pênis. 

Como evitar

Há algumas dicas para diminuir estes gases vaginais: 

1) Mude a posição.

2) Faça exercícios de pompoarismo (essenciais para que as paredes e os músculos vaginais se fortaleçam).

3) Peça ao seu parceiro para que não faça movimentos rápidos ou bruscos durante a relação.

Como esta questão é algo completamente natural, é necessário que você comente com o seu par o porquê deste evento estar acontecendo durante a transa. Isto vai fazer você se sentir mais confortável e melhorar a sua autoestima. Com isto, você aproveitará mais o momento sexual sem constrangimento.

Flatos vaginais são a saída de ar pela vagina, cujo som é semelhante ao de um “pum”, sem odor, mas é constrangedor!  

Se a vagina tem um bom tônus muscular, o pênis entra e sai “apertadinho”, sem espaço para que alguma quantidade de ar entre junto. Mas, com o avançar da idade, com a menopausa e com a flacidez dessa musculatura íntima, se “sobrar espaço”, o ar entra durante a penetração e sai fazendo esse barulho indesejável que deixa a mulher e seu parceiro um pouco desconfortáveis.  

“Algumas posições favorecem essa entrada de ar, por isso, uma dica é preferir posições em que o flato vaginal não acontece. Mas, além de evitados, os flatos podem ser tratados com a melhora do tônus e da função dessa musculatura, o que é possível com exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico”, esclarece Gisele Arruda, fisioterapeuta pélvica. 

A fisioterapeuta, Gisele Arruda (@fisiogiselearruda), trouxe quatro dicas valiosas de como realizar os exercícios que fortalecem o assoalho pélvico:  

1.    Deitada ou em pé, faça um movimento de apertar e soltar vagina e ânus, como se segurasse o xixi e um pum. Lembre-se: contraia apenas a região íntima, sem prender a barriga, sem fechar as pernas ou mesmo sem levantar o bumbum.  

2.    Após lavar bem as mãos, introduza seu dedo polegar no canal vaginal. Faça um movimento de abraçar seu dedo com a musculatura íntima.  

3.    Sinta se toda a vagina fecha em torno do seu dedo, como se sua vagina fizesse um biquinho (como lábios que se posicionam para um beijo). Você deve sentir um movimento que vem do ânus, da direita e da esquerda (ao mesmo tempo) em direção ao seu dedo.  

4.    Ainda com o dedo dentro da vagina, faça uma pressão com seu dedo em direção ao ânus e tente contrair a vagina vencendo a pressão do seu dedo. 

Cada uma dessas contrações pode ser repetida, todos os dias, entre 10 e 30 vezes. É importante apenas que se certifique de estar fazendo correto e respeite seu limite. O importante é realizar bem o movimento e não em grande quantidade.   

Caso você não consiga sentir esse movimento ou sinta que faz ao contrário (empurrando para fora), procure ajuda de um fisioterapeuta pélvico.

A solução do problema você já encontrou e o constrangimento será opção!