Por que criança faz xixi na cama

Qualquer mãe ou pai com criança pequena sabe que o xixi na cama no período de desfralde é algo corriqueiro no dia a dia. É algo natural que faz parte do processo da criança pequena conseguir controlar a urina. Mas ainda assim, muitos pais, principalmente de primeira viagem, têm aquela dúvida: até que idade fazer xixi na cama é normal? Será que meu filho tem Enurese Noturna?

A tendência, com o desenvolvimento do pequeno, é que esses incidentes ocorram cada vez menos até que não aconteçam mais. Em alguns casos, no entanto, as crianças continuam fazendo xixi na cama com certa frequência ou mesmo voltam a fazer quando já tinham passado por esta etapa.

Por isso, vamos esclarecer até que idade o xixi na cama é normal e quando é necessário investigar a causa. Para finalizar vamos explicar o tratamento de fisioterapia pélvica com biofeedback e eletroterapia para Enurese Noturna 

Fazer xixi na cama é normal?

Trocar lençóis molhados e colocar o colchão pra secar no sol repetidas vezes faz parte da adaptação da criança até ser capaz de controlar sua bexiga durante o sono. Afinal, é nesses primeiros anos de vida que o sistema nervoso se desenvolve e a produção dos hormônios antidiuréticos (que controlam vontade de urinar) aumenta.

Tipicamente a criança consegue controle completo da urina até os 5 anos de idade. Até essa idade é normal que ela faça xixi na cama. Após completar 5 anos, é preciso atenção dos pais. O esperado é que a frequência desses casos diminua progressivamente até parar. Se seu filho já passou dessa idade, mas continua fazendo xixi na cama várias vezes na semana, pode ser sinal de enurese noturna.

Enurese noturna: o que é e o que fazer para lidar?

Enurese noturna é uma forma de incontinência urinária, na qual a criança perde urina involuntariamente durante a noite. Este distúrbio passa a ser diagnosticado justamente em crianças a cima dos 5 anos, que já não deveriam ter este problema.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a enurese noturna ocorre em cerca de 15% das crianças em torno dos 5 anos, em 7% de crianças até 10 anos e 3% daquelas com até 12 anos. Além disso, este problema ocorre 3 vezes mais em meninos do que em meninas.

Causas da enurese noturna

A enurese noturna pode ser classificada de duas formas: a primária, na qual a criança nunca teve o controle da bexiga (a frequência do xixi na cama não reduziu), e a secundária, na qual ela tinha controlado, mas voltou a fazer xixi na cama regularmente. Identificar o tipo é fundamental para investigar o motivo.

A causa pode estar em um problema de desenvolvimento dos sistemas urinário ou nervoso ou então ter origem psicológica. Os fatores mais comuns incluem:

  • baixa produção da vasopressina (hormônio antidiurético);
  • retardo na maturação neurológica;
  • hereditariedade (se os pais tiveram o mesmo problema na infância);
  • deficiência congênita; bexiga Neurogênica, bexiga Hiperativa
  • conflito emocional (chegada de um irmão, separação dos pais, estresse na escola, medo do escuro, etc.);
  • diabetes.

Qual o tratamento da Enurese Noturna?

As formas de tratamento da Enurese Noturna dependem da sua origem, por isso a importância de consultar um urologista para avaliação inicial. Em geral, terapias e Fisioterapia Pélvica para controlar a urina são os métodos mais comuns.

Fisioterapia Pélvica no tratamento de Enurese Noturna 

A Fisioterapia Pélvica tem papel muito importante no tratamento de enurese noturna e o seu principal objetivo é treinar o controle da musculatura do assoalho pélvico, responsável por controlar a urina. Os principais Aparelhos necessários para o tratamento da Enurese Noturna são o Biofeedback e a Eletroterapia

Papel do Biofeedback no tratamento da enurese infantil

O primeiro passo da fisioterapia pélvica no tratamento de enurese noturna é ajudar a criança a identificar como contrair e relaxar a musculatura que controla a saída de urina e para esse objetivo o aparelho mais importante é o Biofeedback.  Este aparelho consegue captar a contração e transformar em gráficos na tela do computador, assim a criança pode acompanhar na tela quando ela consegue contrair de forma correta.

Biofeedback Eletromiográfico (EMG) não Invasivo no Tratamento Infantil

O Biofeedback EMG é o indicado para enurese noturna porque é o único que possibilita o tratamento não invasivo. Além disso alguns aparelhos mais modernos possibilitam o tratamento lúdico através de jogos (gameterapia) onde a criança controla o personagem do jogo com a contração da musculatura do assoalho pélvico.

Eletroterapia no Tratamento de Enurese Noturna

A eletroterapia também é muito importante para o tratamento da perda de urina em crianças principalmente naquelas onde a enurese está associada à um mal funcionamento da bexiga (bexiga neurogênica, bexiga hiperativa…) Nesses casos a eletroestimulação superficial e indolor  na região sacral é indicada para inibir as contrações inadequadas da bexiga.      

Vale lembrar para os pais que é importante não culpar ou brigar com a criança quando ela urina de noite. Na maioria dos casos ela já está constrangida de fazer xixi na cama e o medo de fazer de novo só piorará o caso. Em vez disso, tranquilize quando acontecer e elogie quando conseguir se segurar.

Espero ter ajudado na busca de informações sobre o tema. Fico à disposição para esclarecer qualquer dúvida em relação ao tratamento e ajudar no que for preciso. 

A enurese noturna, popularmente chamada de xixi na cama, é a perda involuntária de urina durante o sono. Muito comum em crianças por não terem o controle total do sistema urinário mas também em adultos, é conhecida como incontinência urinária. 

Quais as causas do xixi na cama?

Existem muitas causas para o  xixi na cama. Alguns estudos revelam que o xixi na cama durante a noite é muito comum entre meninos de até 15 anos, mas pode acontecer com meninas de até 12 anos, sendo mais frequente no período diurno. As causas estão relacionadas a:

  • ingestão de grande quantidade de líquido à noite; 
  • hereditariedade; 
  • fator emocional e social (por exemplo, implicância de irmãos e castigos aplicados pelos pais); 
  • alguns transtornos psiquiátricos – déficit de atenção e hiperatividade (TDAH e transtorno opositivo-desafiador);
  • causas neurológicas; 
  • hiperatividade vesical noturna;
  • baixa quantidade de hormônio antidiurético (produzido à noite).

Causas comuns em adultos:

  • problemas no parto; 
  • problemas na próstata;
  • Alzheimer;
  • perda da força no esfíncter (músculo que controla o fechamento do ânus e também da uretra); 
  • ronco e apneia; 
  • durante o sono, sonhar que faz xixi. 

Quais os sintomas do xixi na cama?

O xixi na cama é o próprio sintoma. 

Quais os tratamentos para xixi na cama?

O tratamento é recomendado pelo pediatra, no caso das crianças, ou por um especialista em urologia, para os adultos. A avaliação do médico é importante para descartar doenças relacionadas a esse sintoma. Para as crianças, o xixi na cama, na maior parte dos casos, desaparece naturalmente com o seu crescimento.  

A Rede D’Or possui hospitais espalhados por 6 estados brasileiros. Todas as instituições possuem selos de qualidade nacionais e internacionais, como o que é oferecido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), que são uma garantia de excelência no atendimento hospitalar.

Ao todo, são mais de 80 mil médicos das mais diversas especialidades, disponíveis para auxiliar no tratamento e no diagnóstico de condições diversas.

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No Dia Mundial da Enurese, celebrado este ano no dia 25 de maio, Sociedade Brasileira de Urologia aborda tema que afeta 15% das crianças até cinco anos e pode ter piorado durante a pandemia

MAIO 2021 – Fazer xixi na cama é uma condição conhecida como enurese noturna e afeta cerca de 15% das crianças até os cinco anos. Aproveitando o Dia Mundial da Enurese (“World Bedwetting Day”), celebrado no próximo dia 25, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) orienta pais e cuidadores sobre o tratamento adequado para as crianças que ainda deixam escapar urina durante a noite. A entidade promoverá em suas redes sociais ações voltadas ao esclarecimento de famílias sobre esse problema.

Uma das causas mais conhecidas da enurese noturna é a hereditariedade: se um dos pais teve o problema, a probabilidade de a criança apresentar a condição é de 40%; se forem os dois, o risco sobe para 77%. Outros fatores de risco são metabólicos e alimentares.

Muitos pais se preocupam com os escapes de urina de seus filhos, porém, até os cinco anos de idade, fazer xixi na cama pode ser considerado algo natural dessa fase. “Se não houver associação com infecção urinária, os pais devem entender que se trata de um processo de amadurecimento neurológico que pode variar de criança a criança, umas ficando secas mais rapidamente que outras”, explica o diretor do Departamento de Uropediatria da SBU, Dr. Francisco Dénes.

Ele alerta que a punição por ter molhado a cama é um método ineficaz e que pode agravar ainda mais a situação. “É evidente que as crianças enuréticas não são responsáveis pela sua situação, razão pela qual não podem nem devem ser punidas pelas noites molhadas. Por outro lado, o reforço positivo pelas noites secas poderá ajudar no processo”, explica.

Se a criança tem mais de cinco anos e apresentar perdas persistentes de urina durante o dia, as famílias devem encaminhá-la ao uropediatra para averiguar a possível associação com outras doenças do aparelho urinário, o alerta também vale se houver alterações importantes do hábito intestinal, seja por perdas de fezes, seja por prisão de ventre, pois isso pode ser um fator de risco para a enurese noturna que precisa igualmente ser avaliado e corrigido.

A pandemia também é fator de risco para a enurese?

Uma revisão publicada na revista da Sociedade Brasileira de Pediatria* demonstrou que as crianças foram afetadas direta ou indiretamente pela pandemia. Foram observadas modificações de humor, sintomas de estresse pós-traumático, depressão ou ansiedade, destacando-se ainda as crianças em luto pelos familiares.

Para o Dr. Francisco Dénes, embora não existam ainda dados na literatura que indiquem essa correlação com a enurese noturna, os pais devem estar atentos para esse sinal nos filhos. “Com certeza, a pandemia de Covid-19 aumentou significativamente o nível de estresse em muitas famílias, com consequente repercussão direta ou indireta no nível de ansiedade de algumas crianças mais sensíveis”, pondera.

Dicas para os pais

– Nunca brigue com seu filho após um episódio; – Trabalhe a autoestima das crianças através de ações afirmativas (se a criança acordou e a cama está seca, ela deve ser elogiada e acarinhada); – Incentive a micção de três em três horas, mesmo sem sentir necessidade; – Diminua a ingestão de líquidos após as 18 horas; – Evite dar alimentos com cafeína e chocolate; – Estimule o hábito de urinar antes de ir para a cama;

– Evite refeições pesadas à noite.

Ações da SBU

A SBU promoverá em seu perfil no Instagram (@portaldaurologia) e do Facebook (Portal da Urologia), posts e vídeo para abordar o assunto. No dia 24 de maio, às 19h, ocorre a live “Meu filho faz xixi na cama é normal?”, com o Dr. Patric Tavares (RS) e o Dr. Adriano Almeida Calado (PE).

*//residenciapediatrica.com.br/detalhes/643/as%20implicacoes%20da%20pandemia%20da%20covid-19%20na%20saude%20mental%20e%20no%20comportamento%20das%20criancas

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