Por que a palpebra treme

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Doença, pressão no trabalho, problemas no relacionamento, falta de dinheiro. A lista de coisas com as quais podemos ficar estressados é grande e não para por aí. De acordo com o dicionário, estresse é um conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica, infecciosa e outras, capazes de perturbar sua homeostase (equilíbrio).

Quando o corpo humano é submetido a qualquer mudança, seja na esfera física ou não, o mesmo lança mão de ferramentas para reagir e se adaptar a essa nova realidade com alterações no corpo. A reação biológica do estresse, quando excessiva e constante, torna-se doença: desregula vários hormônios e substâncias no cérebro, causando uma série de sintomas e mal-estar.

A seguir, veja 10 sinais que seu corpo dá de que você está estressado:

1. Tremor das pálpebras

O tremor das pálpebras, cujo nome técnico é blefaroespasmo, pode ocorrer pela sensibilidade dos músculos que compõem as pálpebras às catecolaminas (adrenalina, noradrenalina) —hormônios que estarão elevados— e pela estimulação do sistema nervoso autônomo. Por serem músculos finos e delicados, são mais sensíveis às elevações dessas substâncias.

A contratura repetida e involuntária da pálpebra, em geral a de um olho só, pode ser um sinal de estresse, sobretudo quando associado a condições de fadiga, esforço visual excessivo no uso de celulares ou computador.

O tremor palpebral pode também estar associado a excesso de cafeína ou a outros problemas, como falta de nutrientes (baixos níveis de vitaminas do complexo B) e doenças dos olhos. Caso esses espasmos musculares sejam frequentes e demorados, é importante passar por uma avaliação com o oftalmologista.

Estresse acelera e prejudica o funcionamento intestinal Imagem: iStock

Os intestinos são conhecidos como o nosso segundo cérebro por produzirem várias substâncias, entre elas, alguns hormônios. O estresse, ao desregular hormônios como a adrenalina e o cortisol, e com a estimulação do sistema nervoso autônomo, acelera e prejudica o funcionamento intestinal, podendo causar dor abdominal, como cólicas, gases, episódios de diarreia ou constipação.

Um exemplo típico é quando uma pessoa tímida precisa falar em púbico. A exposição a essa situação estressante pode lhe causar cólicas abdominais e diarreia, podendo estar associado a náuseas e vômitos. Por vezes, até um susto forte pode provocar um episódio de diarreia.

3. Azia

Além da diarreia e do desarranjo digestivo, o estresse aumenta a produção de ácido clorídrico no estômago, irritando seu interior. Isso causa queimação, refluxo do ácido em direção à garganta, azia e desconforto.

Quando o estresse é crônico, isso pode evoluir para gastrite e até para um quadro bem mais grave de úlcera, sobretudo se o estresse coexiste com uma dieta de refrigerantes, fast-food, café e álcool em excesso, apimentados, frituras, doces e salgadinhos industrializados.

4. Dor de cabeça

Dores de cabeça constantes podem ser causadas pelo estresse, mas também por outros fatores. Hoje em dia o principal vilão é o celular, devido ao excesso de esforço visual, de passar horas em frente à tela, e pela má postura.

Ao ficarmos estressados, também podemos ter cãibras, espasmos e contraturas musculares involuntárias, principalmente na região do pescoço e na parte alta das costas. Nas grandes cidades, o ruído, a tensão nas ruas e a poluição podem potencializar as dores de cabeça ligadas ao estresse.

5. Taquicardia e falta de ar

Quando estamos tranquilos, nosso coração bate de forma lenta, ritmada e quase imperceptível. Se estamos estressados, o ritmo cardíaco é rápido e descompassado: o coração pula no peito. Tudo isso é causado pela liberação excessiva dos hormônios do estresse, como a adrenalina.

Já a falta de ar que sentimos num episódio de estresse é, em parte, determinada pela contração simultânea de músculos de inspiração e expiração, que acabam se anulando e não "puxam" o ar. Nesses casos, o paciente faz exames dos pulmões e eles vêm normais.

O controle do ritmo de inspirar e soprar o ar é capaz de deter rapidamente a taquicardia e o mal-estar do estresse. Tente respirar lenta e suavemente pelo nariz, levando o ar para dentro enquanto a barriga infla, e relaxando tudo, para o ar se esvair. Observe como o coração se acalma. É uma técnica simples e rápida da ioga que todos podem usar em situações de estresse. É o popular "respire fundo", só que com mais técnica.

Psoríase pode piorar com estresse Imagem: PositiveFocus/IStock

Podemos dizer que o estresse "tá na cara". Isso porque, ao prejudicar o funcionamento do sistema imune, as bactérias proliferam mais na pele. Os estressados e estressadas tocam mais o rosto, propagando essas bactérias, e piorando a acne. Além disso, os delicados vasos sanguíneos do rosto se alteram e dão a aparência cansada.

O estresse também pode causar alergia emocional, com coceiras, vermelhidões e formação de placas inchadas e incômodas na pele, a urticária. Há também condições mais graves da pele, como a psoríase, que pioram com o estresse.

No entanto, o elo entre alergia e estresse vai além da pele. Condições como asma brônquica, rinites e as chamadas doenças autoimunes podem ser desencadeadas ou piorar muito com o estresse.

7. Alterações na libido

A libido ou desejo sexual interliga substâncias químicas do cérebro e hormônios sexuais no sangue com imagens, memórias, cheiros, tons de voz, estimulações sensuais. Mas sabemos que ela diminui com o estresse.

Mais uma vez, as alterações neuro-hormonais globais iniciadas por adrenalina e cortisol desbalanceiam outros hormônios responsáveis pela libido e sexualidade, sendo os principais: testosterona, estrogênios, prolactina e oxitocina. Além disso, o estressado está "com outras coisas na cabeça".

8. Sudorese

Suar é um dos principais meios do organismo para controlar a temperatura do corpo. Em condições de estresse, temos uma resposta anormal dos vasos sanguíneos e das glândulas de suor da pele, ocasionando sudorese excessiva no rosto, mãos e peito.

Um médico experiente pode suspeitar de estresse já no primeiro aperto de mão com o paciente, se ele estiver com a mão suada, fria, pegajosa, e tremendo levemente.

9. Alterações de apetite

Muitas pessoas têm menos apetite e não cuidam tão bem da alimentação quando estão estressadas: comem pouco, podem sentir enjoo e "engulho" ao comer, e perder peso de modo indesejado.

Já outras descontam na comida, tentam reduzir a ansiedade e os sintomas de estresse comendo de forma rápida e seletiva, buscando alimentos "gratificantes", como fast-foods, chocolates, bolos e sorvetes.

Há casos de pessoas que precisam tratar o estresse associado a esse padrão alimentar para conseguir emagrecer.

10. Queda de cabelo

O estresse pode estar implicado na queda anormal de cabelos, na forma de "clareiras", a chamada alopécia aerata; ou na forma de queda difusa, o eflúvio. As alterações na microcirculação causadas pelo desbalanço da adrenalina e do cortisol no estresse são novamente as responsáveis.

Como os fios de cabelo se renovam lentamente, às vezes a queda de cabelos só é percebida semanas ou meses depois de um período estressante.

A boa notícia é que quando o estresse é a principal razão da queda, em geral ocorre a recuperação da "cabeleira". Por outro lado, na calvície determinada por tendência familiar e excesso de hormônios masculinos (calvície androgênica), a perda de cabelos tende a ser definitiva.

Fontes: Breno Serson, médico psiquiatra pela USP (Universidade de São Paulo) e Hospital das Clínicas, autor do livro "Transtornos de Ansiedade, Estresse e Depressões: Conhecer e Tratar (MG Editores)"; Roberto Melo Cardoso, clínico geral e presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica - Regional Ceará.

O blefaroespasmo é vulgarmente conhecido como o “tremor nos olhos” ou “tremor nas pálpebras”, que pode ser devido apenas ao cansaço ou stress ou, então, porque existe alguma patologia (doença) que origina esta sintomatologia. Na maioria dos casos, como veremos mais adiante, os “olhos tremem involuntariamente” apenas devido ao cansaço ou ao stress, contudo em caso de persistência da sintomatologia é importante efetuar consulta com o médico oftalmologista.

O blefaroespasmo é, muitas vezes, descrito pelos doentes como uma espécie de “tremeliques nos olhos”, “tremedeira nos olhos”, “olho tremendo ou a tremer”, “olho piscando ou a piscar”, “olho pulando ou a pular”, “pálpebra tremendo ou a tremer”, sempre de uma forma involuntária. Para além destas e, dada a sua frequência, muitas outras expressões são utilizadas pelos doentes.

Cientificamente o blefaroespasmo essencial ou benigno consiste na contração espasmódica e involuntária dos músculos das pálpebras, especificamente dos músculos orbiculares das pálpebras, podendo esta contracção ocorrer de forma unilateral (no olho direito ou no olho esquerdo) ou bilateral (nos dois olhos).

Na síndrome de blefaroespasmo apesar de os espasmos musculares involuntários serem identificados como queixas de tremores nos olhos, estes consistem em tremores das pálpebras (tremor palpebral) que podem ocorrer na pálpebra superior ou na inferior.

O blefaroespasmo é uma distonia muscular que é caracterizada por espasmos musculares involuntários (“tremores involuntários”) que resultam em movimentos e posturas anormais. Para além das pálpebras, os espasmos podem afetar outras partes do corpo como a cabeça, pescoço ou mão (distonias focais), ou afetar duas partes como o pescoço ou o braço (distonias segmentares), um dos lados do corpo (hemidistonia) ou o corpo inteiro (distonia generalizada).

O blefaroespasmo deve ser distinguido da mioquimia que consiste num ”tremor palpebral” que impede que a pessoa “pisque os olhos”.

Diagnóstico de blefaroespasmo

O diagnóstico deve ser realizado através de um minucioso exame oftalmológico, designadamente através do reflexo trigémino-palpebral e pelo reflexo ótico-palpebral, no sentido de despistar eventuais doenças associadas ao blefaroespasmo, como por exemplo, o derrame cerebral (hemorragia).

O diagnóstico de blefaroespasmo pode ser realizado na idade infantil, juvenil, nos adultos e nos idosos. O diagnóstico deve ser efetuado pelo médico oftalmologista, que em alguns casos, pode encaminhar o doente para outras especialidades médicas, como a Neurologia, por exemplo.

O blefaroespasmo ocular é um blefaroespasmo essencial que maioritariamente é benigno, mas em casos mais extremos pode ser diagnosticado como blefaroespasmo maligno. Pode, ainda, ocorrer um blefaroespasmo secundário que deriva de um outro problema de saúde.

O blefarospasmo pode ser leve, intenso, grave ou agudo. Quando o blefaroespamo é persistente poderá ser um indício de uma doença ocular ou neurológica.

Causas de blefaroespasmo

Na maioria dos casos de blefaroespasmo as causas estão associadas a condições de stress e ansiedade, nervosismo, cansaço físico, carência de vitaminas (especialmente de vitamina B), magnésio e de sais minerais, traumas emocionais e consumo excessivo de cafeína ou álcool.

As causas podem também estar relacionadas com um funcionamento anómalo dos núcleos basais que são estruturas cerebrais profundas, envolvidas no controlo dos movimentos oculares e palpebrais.

Podem, ainda, ser apontados como motivos o uso excessivo de computadores ou outros dispositivos eletrónicos, tais como: o telemóvel, tablet, vídeo jogos, televisão etc. O uso ininterrupto de lentes de contacto, uma condução prolongada e a leitura persistente podem também estar na origem do blefaroespasmo.

Na mulher, durante a gravidez ou gestação pode ocorrer blefaroespasmo como indicador da falta de vitamina B e magnésio, devendo neste caso haver um acompanhamento do médico obstetra e, se necessário, prescrição de medicamentos para colmatar essa carência.

No entanto, são muitos os casos de blefaroespasmos onde não existe uma causa definida. Nesta situação, designamo-lo por blefaroespasmo essencial idiopático.

Conheça, de seguida, os sinais e sintomas no blefaroespasmo.

Sintomas de blefaroespasmo

No blefaroespasmo os sintomas podem ser intermitentes, em remissão e de exacerbação (“olhos tremem muito”). O blefarospasmo pode manifestar-se durante muito tempo, ao longo de horas com alguns picos de manifestação ou manifestar-se o “tempo todo ou sem parar”), ou seja, pode persistir por dias (durante todo o dia ou ter momentos de remissão) e em alguns casos, durante semanas ou meses.

Maioritariamente, os sintomas são um incómodo persistente na parte de dentro do olho, no canto e na parte de baixo do olho, cansaço na área do olho, rejeição à poeira, “piscar” excessivo, contração lenta do olho, contração de músculos faciais, córnea seca, rejeição à luminosidade e sensibilidade à luz (fotofobia),“visão embaçada ou turva” e até mesmo dificuldades visuais que podem conduzir à cegueira.

Alguns sintomas como dores de cabeça, tonturas, lacrimejamento (“lágrimas em excesso”) podem, aliadas ao blefaroespasmo, ser um quadro clínico de algumas doenças oculares, tais como: blefarite, ceratite, glaucoma congénito, síndrome do olho seco e uveíte anterior ou enxaquecas (dores de cabeça) ou doenças neurológicas, entre outras.

Blefaroespasmo tem cura?

O blefaroespasmo pode ter diversas causas associadas. Nos casos de cansaço ou stress, o simples repouso permite resolver o problema. Nos outros casos, o prognóstico depende das causas subjacentes.

O blefaroespasmo essencial não tem cura. No entanto, podem ser realizados alguns procedimentos que nos permitam controlar os tremores das pálpebras.

Tratamento de blefaroespasmo

No blefaroespasmo, o tratamento deve ser efetuado de acordo com as causas subjacentes.

Nos casos de stress e cansaço, o doente deve procurar descansar, dormir o suficiente, combater o stress ou procurar momentos de relaxamento. Na maioria dos casos, estas atitudes permitem resolver o problema. O ato de mascar chicletes, bocejar, massajar as pálpebras pode aliviar ou fazer parar os sintomas, porém este alívio é momentâneo e não é a solução para a pálpebra deixar de tremer de uma forma definitiva.

O tratamento medicamentoso pode ser efetuado através da prescrição de suplementos de vitamina B e magnésio, entre outros medicamentos como os ansiolíticos.

Quando os tremores palpebrais persistem, recorre-se à injeção de toxina botulínica (botox) que deve ser feito em locais específicos das pálpebras. Este procedimento ajuda a diminuir a ação do músculo, evitando as contrações repetidas e pode ser utilizado várias vezes (de 5 em 5 meses) de forma a controlar o blefaroespasmo.

Em situações mais graves, como é o caso do blefaroespasmo maligno ou essencial pode ser recomendado pelo médico oftalmologista o recurso ao tratamento cirúrgico.

Cirurgia de blefaroespasmo

A cirurgia (ou operação) realizada no blefaroespasmo designa-se de miectomia e tem como primordiais objetivos a correção das alterações funcionais e eventualmente cosméticas associadas ao blefaroespasmo, neutralização e dessensibilização dos músculos de controlo da pálpebra e diminuir os intervalos da injeção de toxina botulínica.