O que que é apendicite

Maria Helena Varella Bruna é redatora e revisora, trabalha desde o início do Site Drauzio Varella, ainda nos anos 1990. Escreve sobre doenças e sintomas, além de atualizar os conteúdos do Portal conforme as constantes novidades do universo de ciência e saúde.

O que que é apendicite

A dor da apendicite ocorre do lado direito na parte baixa do abdômen. Fique atento, pois é necessário atendimento médico com urgência.

Apendicite é a inflamação do apêndice, um pequeno órgão linfático parecido com o dedo de uma luva, localizado no ceco, a primeira porção do intestino grosso. Na maioria dos casos, o problema ocorre por obstrução da luz dessa pequena saliência do ceco pela retenção de materiais diversos com restos fecais.

Veja também: Leia aqui entrevista completa sobre apendicite

O quadro inflamatório-infeccioso característico da apendicite é mais frequente entre 20 e 30 anos e  pode ser extremamente grave. Em caso de dor forte e localizada do lado direito na parte baixa do abdômen, procure ajuda imediatamente, pois apendicite pode evoluir em algumas horas e levar à morte se o paciente não for tratado a tempo.

Sintomas da apendicite

  • Falta de apetite é o principal sintoma da apendicite. No entanto, como aparece em qualquer quadro infeccioso, torna-se um sinal inespecífico;
  • O sintoma mais característico é a dor abdominal que se manifesta do lado direito e na parte baixa do abdômen, na altura do umbigo. É uma dor pontual, contínua e localizada, fraca no início, mas que vai aumentando de intensidade;
  • Colapso do aparelho digestivo, porque o intestino para de funcionar;
  • Febre;
  • Queda do estado geral;
  • Náuseas, vômitos e certa apatia.

Diagnóstico da apendicite

O diagnóstico é clínico, realizado com base na história do paciente e na palpação do abdômen. Como os sintomas das anexites (inflamação das tubas uterinas, útero e ovários) também provocam dor do lado direito do abdômen, é preciso estabelecer o diagnóstico diferencial. O ultrassom e a tomografia auxiliam bastante nessa distinção.

Estabelecer o diagnóstico de apendicite nem sempre é fácil. Por isso, havendo suspeita da infecção, o paciente deve ser encaminhado para cirurgia o mais depressa possível para evitar complicações graves, como a peritonite, que é a inflamação da mucosa que reveste toda a cavidade abdominal.

Tratamento da apendicite

O tratamento da apendicite é cirúrgico. A incisão é pequena e as cicatrizes quase imperceptíveis. A intervenção pode ser feita também por via laparoscópica com os mesmos resultados da cirurgia com campo aberto. Se a cirurgia não for realizada em tempo hábil, a apendicite pode por em risco a vida do paciente.

Só excepcionalmente o tratamento clínico é introduzido antes da cirurgia.

Recomendações em caso de suspeita de apendicite

  • Procure assistência médica imediatamente se sentir dor na parte baixa e do lado direito do abdômen. Pode ser uma crise de apendicite aguda;
  • Não se recuse a ficar internado no hospital enquanto o diagnóstico não for esclarecido. Você pode precisar de cirurgia de emergência.

Perguntas frequentes sobre apendicite

De que lado é a dor da apendicite?

Guarde bem: a dor da apendicite ocorre do lado DIREITO do abdômen, na altura do umbigo. Procure assistência, pois trata-se de uma emergência médica.

Crianças podem ter apendicite?

Sim. Não é uma condição frequente, mas é possível. Dependendo da idade da criança, a comunicação dos sintomas pode ser difícil. É necessário ficar atento para inchaço ou rigidez no abdômen, além dos outros sintomas, como febre e dor intermitente.

O que é apendicite supurada?

Este é um termo utilizado para definir os casos em que a inflamação causou o rompimento do órgão. Nesses casos, a dor é intensa e o risco de sepse (infecção generalizada) é alto. Daí a importância de procurar ajuda o quanto antes.

A apendicite aguda é uma inflamação do apêndice, um pequeno órgão situado na extremidade do cólon (intestino grosso), que se localiza no lado inferior direito do abdómen e que quando retirado, não provoca consequências ao nível do funcionamento dos restantes órgãos.

A apendicite aguda é a forma mais frequente da doença e causa uma inflamação dolorosa que requer tratamento imediato, de modo a evitar complicações graves dentro da cavidade abdominal. (Ver mais informação em “complicações da apendicite”).

Trata-se de uma doença que pode ocorrer em qualquer sexo e idade, contudo é mais frequente em pessoas entre os 10 e os 30 anos de idade.

Causas da apendicite aguda

A apendicite aguda ocorre quando existe uma obstrução do apêndice, que resulta na inflamação ou edema da área em questão.

As causas da apendicite não são totalmente conhecidas, contudo existem algumas hipóteses em relação à sua origem:

  • Acumulação de fezes endurecidas no lumen do apêndice (fecalitos);
  • Expansão de folículos linfoides (conjuntos de células com função de defesa existentes no apêndice);
  • Bactérias intestinais;
  • Lesões traumáticas ou tumores.

Sinais e sintomas da apendicite aguda

Geralmente, a apendicite apresenta-se acompanhada de vários sinais e sintomas característicos que ajudam no diagnóstico. Entre os vários sinais e sintomas, podemos destacar:

  • Dor no abdómen (ao fundo, do lado direito ou em torno do umbigo);
  • Perda de apetite;
  • Náuseas;
  • Vómitos;
  • Diarreia;
  • Flatulência ou cólicas severas;
  • Distensão abdominal;
  • Febre.

A dor no abdómen é um dos sintomas característicos da apendicite e pode afetar diferentes áreas, dependendo do caso em questão. Com alguma frequência, por exemplo, o apêndice inflamado pode causar dor na zona superior do abdómen.

Complicações da apendicite

A apendicite aguda é perigosa quando não tratada imediatamente devido às possíveis complicações graves que surgem após a progressão da doença:

  • Rotura do apêndice - a apendicite quando não tratada atempadamente pode provocar a rotura do apêndice, deixando derramar bactérias na cavidade abdominal. Isto pode levar a infeções graves (ex.: peritonite) podendo mesmo ser fatal (levar à morte).
  • Abcesso - pode formar-se pus no apêndice e por sua vez, levar ao surgimento de uma “bolsa” de infeção (abcesso). Este abcesso pode ser tratado através de drenagem e antibióticos (veja mais informação em “Tratamento da apendicite”).
  • Infeções bacterianas noutros órgãos - as bactérias de um abcesso ou do próprio apêndice inflamado, quando libertadas, podem viajar através da corrente sanguínea até outras partes do corpo, criando infeções noutros órgãos ou generalizadas (Sepsis).

Diagnóstico da apendicite

Para além da avaliação dos sinais e sintomas, o cirurgião (especialista em Cirurgia Geral) efetua o diagnóstico da apendicite do seguinte modo:

  • Análise da história clínica do doente;
  • Exame físico: permite examinar o abdómen para procurar sinais que indicam presença de inflamação;
  • Análises ao sangue: permite analisar a quantidade de glóbulos brancos (leucócitos) para confirmar a existência de infeção;
  • Análises à urina: no diagnóstico diferencial permite descartar alguma infeção no trato urinário;
  • Ecografia ou ultrassonografia abdominal – é um exame de diagnóstico por imagem que permite avaliar o abdómen. Saiba, aqui, o que é Eco abdominal;
  • Outros exames de Imagiologia como a Tomografia Computorizada (TC ou TAC) abdominal. Saiba, aqui, o que é TC abdominal.

A apendicite tem cura?

Como referido anteriormente, a apendicite pode provocar complicações graves quando não tratada imediatamente. No entanto, quando diagnosticada e tratada atempadamente, o prognóstico é bastante favorável.

Por norma, na apendicite aguda é realizada uma cirurgia para a remoção do apêndice (apendicectomia). Veja mais informação em “apendicectomia”.

Existem opções terapêuticas, normalmente complementares à cirurgia capazes de tratar eficazmente e de forma definitiva a apendicite.

Tratamento da apendicite

A apendicite aguda é, geralmente, considerada uma urgência que requer cirurgia quase imediata. Contudo existem algumas opções terapêuticas complementares que o médico especialista pode adotar antes e/ou depois da apendicectomia (cirurgia de remoção do apêndice):

  • Prescrição de medicamentos antibióticos e/ou analgésicos;
  • Injeção de fluidos intravenosos (IV);
  • Drenagem em casos de abcesso.

Existem casos em que a apendicite melhora apenas com antibióticos. No entanto, na maioria dos casos, é necessária a remoção do apêndice através de cirurgia.

Na presença dos sinais e sintomas referidos e perante a suspeita de apendicite, o doente deve ser observado imediatamente por um especialista em Cirurgia Geral e nunca se deve automedicar. É importante lembrar que fármacos para a dor, laxantes ou produtos naturais (“caseiros”), devem ser evitados, sob pena de piorar a inflamação no apêndice ou atrasar o diagnóstico, aumentando assim o risco de complicações graves com risco de morte.

Apendicectomia (cirurgia para remoção do apêndice)

A apendicectomia consiste na remoção cirúrgica do apêndice e pode ser realizada como cirurgia aberta com uma incisão abdominal.

É cada vez mais frequente ser feita através de pequenas incisões abdominais (por via laparoscópica). Durante uma apendicectomia laparoscópica, são inseridas ferramentas cirúrgicas especiais e uma câmara de vídeo no abdómen para remover o apêndice.

De forma geral, a cirurgia laparoscópica permite uma recuperação mais rápida e confortável, com cicatrizes menos evidentes. É particularmente importante em idosos e pessoas com obesidade (excesso de peso). A cirurgia aberta pode ser preferível em casos de rutura do apêndice ou existência de abcesso, de modo a permitir a limpeza da cavidade abdominal que é mais difícil por via laparoscópica.

Saiba, aqui, tudo sobre apendicectomia.