O que foi o Quilombo dos Palmares

Você já ouviu falar em Quilombo dos Palmares? Quem estuda para o vestibular deve estar habituado com esse nome. Afinal, ele é um tema muito presente nas provas por contar a História colonial do Brasil e apresentar fatos importantes sobre como ocorreu a escravidão brasileira e a relação construída entre diferentes populações.

É por isso que existem diversas aulas de História e Sociologia para falar sobre o Quilombo dos Palmares e relacioná-lo com outros aspectos históricos, como o Movimento Negro e a escravização. Para aprofundar seus conhecimentos em um tópico tão importante, preparamos este conteúdo com as principais informações sobre o Quilombo.

Aproveite para anotar todas os dados importantes e revisar o conteúdo com calma para mandar bem nas provas. Boa leitura!

O que foi o Quilombo dos Palmares?

O Quilombo dos Palmares foi o maior quilombo existente na América Latina. Construído na era colonial, no final dos anos 1500, Palmares se tornou um grande refúgio para os escravos que fugiam dos engenhos nas capitanias da Bahia e Pernambuco. Ao longo da sua existência, registrou-se mais de 20 mil habitantes quilombolas.

Em função de sua grande importância na resistência dos escravos, o quilombo foi alvo de muitas expedições e violência no nordeste do país. Isso pode ser observado pela grande movimentação que o território causou mesmo depois da sua destruição: muitos escravos inspiraram-se na resistência dos Palmares e iniciaram o movimento negro no Brasil.

Quilombo dos Palmares: resumo

Quando estudamos para o vestibular, voltamos a nossa atenção para resumos que auxiliem nosso foco e trazem aspectos importantes dos principais acontecimentos históricos no Brasil e, é claro, no restante do mundo. Por isso, separamos neste tópico uma série de assuntos relevantes para você compreender o que foi o Quilombo dos Palmares e sua relevância na nossa História.

Inicialmente, é fundamental conhecer o que significa a palavra “quilombo”. De etimologia bantu, ela representa os acampamentos de guerreiros da mata. Com a apropriação desse conceito, registros históricos apontam que houve uma transformação do seu significado: quilombo representa qualquer habitação de negros que fugiram da escravidão.

Assim, Quilombo dos Palmares é conhecido como uma grande habitação que demonstrou forte resistência contra o sistema escravocrata. Por apresentar uma longa territorialidade, ele se tornou um dos mais conhecidos e falados na América Latina, sobretudo após a guerra contra os holandeses — que facilitou a fuga e resistência da população negra.

Com a consolidação territorial, os quilombolas precisaram lutar por suas terras e existência, garantindo a defesa da região contra portugueses e holandeses que atracavam nos portos do nordeste. Indo mais além, a região era sustentada por meio de caça, pesca e coleta de frutas.

Onde ficava o Quilombo dos Palmares?

Muitos estudantes questionam-se sobre a localização do Quilombo dos Palmares. Como comentamos, ele fazia parte do que hoje chamamos de nordeste brasileiro, na Serra da Barriga. Essa região do estado de Alagoas é muito conhecida por ser coberta de palmeiras, caracterizando o nome do quilombo.

Nesse sentido, a sobrevivência da população era garantida por meio da agricultura. Com uma alta produção de mandioca, batata, feijão, milho e melaço, os quilombolas conseguiam encontrar o equilíbrio entre a coleta e a troca de itens para manutenção da alimentação. Além disso, sua economia era potencializada por meio da produção artesanal de cestas, cerâmica, tecido e metalurgia.

No entanto, é importante ter em mente que a economia do quilombo também era pautada por meio de uma ligação potente entre os quilombolas e os pequenos colombos e aldeias das regiões próximas dos assentamentos. Essa relação positiva permitiu o desenvolvimento do escambo e garantiu a sobrevivência econômica dos povos que ali residiam.

Vida do Quilombo dos Palmares

Para compreender como era a vida no Quilombo dos Palmares, é preciso fazer uma retomada histórica e relembrar das grandes invasões que aconteceram no nordeste brasileiro. Como você já deve imaginar, a existência dos quilombos era atravessada pela segurança, já que existiam diversas ameaças contra a sua população.

Além da invasão portuguesa, os resquícios da guerra contra a Holanda alteraram os modos de vida da população dos Palmares. Para garantir sua proteção, o quilombo foi construído em um espaço que oferecesse vantagens territoriais para as famílias: uma serra com matas densas ao seu redor.

Ao longo do seu desenvolvimento, Palmares se tornou uma grande referência de resistência contra o sistema escravocrata, fazendo com que muitas famílias de diferentes etnias buscassem refúgio na região. Com isso, a vida no local se tornou múltipla e diversa, contando com a presença de diversos assentamentos como:

  • Aqualtunes;
  • Andalaquituche;
  • Subupira;
  • Cerca Real do Macaco, sendo o mais populoso e importante centro político do quilombo.

Vale lembrar que a capital de Palmares apresentava uma grande segurança, construída ao redor de muralhas de madeiras que também serviam como forma de proteção para os próprios moradores. No lado exterior, existiam diversas armadilhas para evitar a entrada de invasores portugueses.

Zumbi dos Palmares

Não há como negar a força política que o Quilombo dos Palmares apresentou para a resistência dos escravos. Com a prosperidade da região, muitos colonizadores viam o território como uma forma de conquistar escravos e retomar a produção açucareira do nordeste, sobretudo após a expulsão dos holandeses.

Alinhados a essa perspectiva, os colonizadores também compreendiam que Palmares representava uma emoção que os escravos não poderiam ter: esperança. Um lugar em que fosse possível viver de forma livre e assegurar a continuidade da sua cultura. Esse jogo de forças políticas trouxe à tona uma figura essencial para a história brasileira: Zumbi dos Palmares.

Zumbi foi um dos grandes líderes do território, tanto que a sua morte representou o fim do Quilombo dos Palmares. Nascido em 1655, ele foi capturado quando jovem e oferecido ao Padre Antônio Melo para que aprendesse latim e português e se tornasse mão de obra na paróquia. Em 1670, Zumbi consegue fugir e retornar ao quilombo para montar ações de resistência.

Entre suas estratégias de guerrilha, Zumbi planejava assaltos aos engenhos para libertar os escravos e confiscar as armas dos colonizadores. Os equipamentos conquistados garantiam o acúmulo de munições e suprimentos necessários para realizar novos ataques e aprimorar a segurança dos assentamentos.

Depois de muitas vitórias, Zumbi é encurralado em 1695 e não sobrevive ao ataque, marcando o fim do seu comando militar e, por consequência, a desintegração do Quilombo dos Palmares. Sua morte é homenageada como o Dia da Consciência Negra, evidenciando nos dias de hoje a importância da resistência e do Movimento Negro.

O Quilombo dos Palmares foi um território essencial para a construção da História brasileira, não é verdade? Com figuras conhecidas mundialmente e expedições que marcaram a consolidação do movimento negro, o espaço permitiu a resistência e a existência dos escravos no período colonial.

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Quilombo dos Palmares é como ficou conhecido o maior quilombo que existiu na história da colonização do Brasil pelos portugueses. Foi também o maior quilombo de toda a América Latina e, no seu auge, concentrou a população de cerca de 20 mil pessoas. Resistiu às investidas holandesas e portuguesas durante todo o século XVII e acabou sendo destruído em 1694. Tornou-se um símbolo da luta e da resistência dos escravos.

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Surgimento do Quilombo dos Palmares

O Quilombo dos Palmares desenvolveu-se na região da capitania de Pernambuco, mais precisamente na região onde atualmente está localizado o estado de Alagoas. O quilombo foi formado inicialmente por algumas dezenas de escravos fugidos de engenhos de Pernambuco que se estabeleceram na Serra da Barriga, na zona da mata em Alagoas.

O primeiro registro que se tem do Quilombo de Palmares remonta ao ano de 1597, mas existem alguns historiadores que falam que o quilombo pode ter surgido antes. Palmares transformou-se no maior quilombo da história da escravidão no Brasil e chegou a contar no seu auge com cerca de 20 mil habitantes.

O nome do Quilombo dos Palmares faz referência à grande quantidade de palmeiras que existia na região da Serra da Barriga, onde o quilombo foi instalado. As palmeiras foram muito importantes para os quilombolas de Palmares, porque lhes fornecia alimento (o palmito) e era útil para fabricar o telhado dos casebres, por exemplo.

Como era a vida no Quilombo dos Palmares?

Primeiramente, é importante destacar que o local de construção do Quilombo dos Palmares, assim como o de muitos outros quilombos, seguiu uma estratégia pensada na proteção dos que se abrigavam lá. O quilombo foi construído em uma região de serra, além de ser uma região vazia. Esses fatores contribuíram para segurança de Palmares.

O Quilombo dos Palmares era formado por uma junção de mocambos. Mocambo era um pequeno acampamento de escravos fugidos e a junção deles formava um quilombo. Alguns dos mocambos que formavam o Quilombo dos Palmares eram os seguintes:

  • Acotirene

  • Dambrabanga

  • Zumbi

  • Aqualtune

  • Andalaquituche

  • Subupira

  • Cerca Real do Macaco

  • Osenga

  • Quiloange

  • Quissama

Entre os mocambos citados, o mais importante era o de Cerca Real do Macaco, que era o centro político de Palmares, reunia cerca de 6 mil habitantes – o restante dos habitantes de Palmares espalhava-se pelos outros mocambos. A segurança do quilombo era algo essencial, afinal, eles eram constantemente ameaçados pelos colonizadores.

O mocambo Cerca Real do Macaco possuía três cercas de madeira que eram constantemente monitoradas. Os arredores do quilombo eram repletos de armadilhas e o caminho correto para chegar à entrada do mocambo era de conhecimento somente dos próprios moradores de Palmares.

Os moradores de Palmares chamavam o quilombo de Angola Janga que significa “pequena Angola”. Palmares foi construído inteiramente por escravos africanos e foi designado para ser um pequeno Estado africano encravado na América. A respeito de Palmares, as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling afirmavam que

"Palmares […] abrigou uma vida comunitária politicamente organizada: administração pública, leis próprias, forma de governo, estrutura militar e princípios religiosos e culturais que fundamentavam e fortaleciam a identidade coletiva".|1|

O quilombo manteve contato frequente com vilas que existiam na região. Isso foi uma característica comum a diferentes quilombos ao longo da história brasileira. Muitos quilombos produziam itens para sua subsistência e utilizavam do excedente para realizar comércio com populações vizinhas. A existência de Palmares também incentivava muitos escravos a fugir, e a ameaça da existência de um grande quilombo representava uma ameaça para os colonizadores.

Da primeira menção de Palmares (1597) até a sua destruição (1694), passaram-se praticamente 100 anos, período no qual o quilombo resistiu aos ataques de portugueses e holandeses. Os dois grandes líderes desse quilombo foram Ganga Zumba, morto em condições misteriosas, no fim da década de 1670, e Zumbi, que liderou a resistência final e foi morto em uma emboscada, em 1695.

Destruição de Quilombo

O Quilombo dos Palmares registrou um crescimento notável durante o período da invasão holandesa no Nordeste (1630-1654). Esse período de crise na gestão colonial de Pernambuco favoreceu a fuga de escravos e enfraqueceu a busca pelos escravos fugidos. O crescimento do quilombo, no entanto, reforçou o desejo dos colonizadores por destruí-lo.

A história de Palmares ficou marcada pela resistência e, por todo o século XVII, os quilombolas lá instalados precisaram lutar para sobreviver. A primeira expedição contra Palmares foi organizada pelos portugueses em 1602, e expedições do tipo também foram realizadas pelos holandeses, mas essas expedições foram derrotadas.

Depois que os holandeses foram expulsos, em 1654, os portugueses realizaram uma série de outras expedições nas seguintes datas: 1654-55, 1655, 1661, 1663, 1672, 1675, 1677, 1679, 1680, 1683 e 1692-1694. Muitas vezes, foram organizadas mais de uma expedição por ano. Todas essas expedições, com exceção da última, foram derrotadas.

Em 1678, o líder do quilombo, Ganga Zumba foi a Recife e recebeu uma proposta de rendição. Os portugueses solicitaram a deposição de armas dos quilombolas e ofereceram a alforria para os habitantes nascidos em Palmares. Além disso, os habitantes de Palmares deveriam se retirar da Serra da Barriga, estabelecer-se em uma região determinada pelos portugueses e não poderiam aceitar o ingresso de novos escravos fugidos.

Essa proposta de paz dividiu o quilombo e, então, misteriosamente, Ganga Zumba foi encontrado morto. Os historiadores acreditam que ele tenha sido morto por conta das dissidências que surgiram, pois havia um grupo em Palmares – do qual Zumbi fazia parte – que não aceitava realizar um acordo de paz com os portugueses.

Depois da morte de Ganga Zumba, Zumbi assumiu a liderança de Palmares, rejeitou o acordo e colocou em prática uma política de resistência e luta contra os portugueses. Palmares resistiu até a expedição de 1692-1694, quando, então, foi destruído e seus líderes perseguidos e mortos. Zumbi fugiu da destruição do quilombo, em 1694, mas foi emboscado e morto, em 20 de novembro de 1695.

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A expedição que destruiu Palmares foi liderada pelo bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, que esteve à frente de inúmeras batalhas contra os quilombolas, entre 1692 e 1694. A expedição de Domingos era formada por milhares de homens, além de contar com canhões que tiveram papel importante na destruição do quilombo.

|1| SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: Uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 101.