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Populismo é basicamente um “modo” de exercer o poder. Ou seja, dá-se uma importância ao povo, às classes menos favorecidas, cuida-se delas e, assim, conquista-se sua confiança o que permite que se exerça um autoritarismo consentido, uma dominação que não é percebida por quem é dominado. Historicamente o populismo está ligado a fenômenos políticos da América Latina e se identifica com a industrialização e urbanização. No caso específico do Brasil este processo se inicia nos anos vinte e trinta o que coloca o populismo em foco exatamente neste período. Dentre as características do populismo está o fato de que o contato do líder com as massas acontece diretamente. Isto é, o líder não precisa de ninguém que intermedie seu contato com o povo, mas vai, pessoalmente, de encontro a ele, torna-se “amigo pessoal” dos pobres, preocupando-se com sua situação individual. Através dessa proximidade, cria laços que permitirão a ele ser eleito sob os aplausos da grande massa popular que a ele confia, posto que se trata, não de um político qualquer, mas de um amigo. Portanto, o populismo tem como foco as classes média e baixa. O populismo não é um governo de esquerda apesar de se voltar para as classes média e baixa. Tampouco é um governo de direita. A direita o considera uma forma demagógica de comportamento político. O populismo não dá espaço para a atuação política da classe burguesa uma vez que suas determinações políticas são atribuídas ao líder. O líder populista está acima de todas as classes, é representante único e total dos anseios do povo que o elegeu. Para a esquerda o populismo representa uma venda que é colocada nos olhos das massas distanciando-as da possibilidade de perceber o papel exercido sobre ele pelo Estado. No Brasil, Getúlio Vargas é o exemplo maior do populismo. Apesar de toda a repressão exercida por Vargas conseguiu ser democraticamente eleito pelo povo o que mostra sua popularidade diante das grandes massas. Seu “interesse” pelos pobres, o que o levou a ser apelidado de “pai dos pobres”, dá uma dimensão do populismo assumido por Getúlio Vargas. A manipulação das massas é compreensível na medida em que a industrialização fez migrar para as grandes cidades um grande contingente de trabalhadores das zonas rurais como também de outros países. Estas massas vindas de diferentes lugares tinham dificuldades de organizar-se e, assim, preferiam confiar seus anseios àquele que se dizia um amigo, o líder populista. Ouça este artigo:
Ficou famoso na história do Brasil com o nome de República populista o período que separa as duas ditaduras que se estabeleceram no país durante todo o século XX. Este capítulo da história nacional, equivalente a quase 20 anos, indo de 1945 a 1964, produziu 10 presidentes entre eleitos legitimamente e interinos, sendo neste momento que se inicia verdadeiramente a industrialização do Brasil, abandonando de vez a velha estrutura agrária. A denominação de populista é resultado da visão de que o momento político foi dominado por personalidades geralmente classificadas como tal, ou seja, líderes que tinham por hábito buscar a simpatia e confiança da população, para então utilizar esta massa como instrumento político de manobra. Esta visão do período entre ditaduras não é unânime, tampouco o termo empregado para se destacar o período, pois outras forças além dos políticos populistas tiveram amplo espaço e poder, e até mesmo os comunistas durante algum tempo marcaram presença no cenário político da época. O fato é que os principais líderes do período fazem até hoje parte do imaginário político e popular brasileiro, despertando carisma e repúdia com a mesma intensidade de um clube de futebol. Entre tais personalidades podemos citar Jânio Quadros, Adhemar de Barros, Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, que no auge de suas carreiras moviam multidões apaixonadas pelas suas propostas de um Brasil grande e desenvolvido. Ao mesmo tempo que as ideias e projetos destes políticos carismáticos iam contagiando a população, o fantasma da inflação começava a fazer estragos na economia brasileira, uma consequência natural dos altos investimentos e apostas que se faziam na infraestrutura do país. Seu poder destruidor iria causar cada vez mais incerteza, ao mesmo tempo em que ia destruindo empregos, causando aumentos de preços constantes e desestruturando a ainda recém-implantada indústria brasileira. Em meio aos tumultos como o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, a dificuldade de Juscelino em tomar posse após eleito, em 1956, a presidência de pouco mais de sete meses apenas de Jânio Quadros, acabram por colocar a dita república populista num impasse. As forças conservadoras aos poucos iam se cansando de tais propostas, além do que, o populismo no Brasil ia cada vez mais à esquerda, recorrendo com mais intensidade às massas para obter apoio em momentos de dificuldade. Numa época em que a Guerra Fria estava ainda influenciando bastante as políticas dos países periféricos, a aproximação do populismo com as forças de esquerda serviu para mostrar à oposição que tal modelo político havia se exaurido, e que o que se seguiria era um regime de esquerda semelhante ao recém instalado em Cuba. Procurando evitar tal ameaça comunista, e com apoio externo norte-americano, militares de direita, com apoio de boa parte da classe média e da igreja católica à época, resolve por um fim naquilo que viam como uma "bagunça", implantando então, o segundo período ditatorial no Brasil no século XX, agora uma ditadura militar de direita. Foram presidentes durante o período da República populista: Bibliografia:
Populismo é uma prática política cujo líder toma para si o cargo de salvar o país e o povo. O populismo se reveste de promessas dirigidas a setores vulneráveis da população, ao mesmo tempo em que trata a elite como inimigo. Esta estratégia remonta ao Império Romano e reapareceu em vários países no século XX. Atualmente, o termo “populismo” é usado pejorativamente para ofender adversários políticos. Significado de PopulismoO termo é derivado do latim e significa “povo” (populus) e associado ao sufixo de origem grega “ismo”. Origem do PopulismoO populismo tem sua origem no Império Romano, especialmente nos reinados de Tibério Graco, Caio Mário, Júlio César e César Augusto. Era conhecida sob a denominação de “Pão e Circo” (panem et circenses). O povo romano era cooptado para apoiar esses imperadores através de espetáculos circenses e da distribuição de comida. Da mesma forma, o populismo faz parte da demagogia, na medida em que estabelece um vínculo emocional com o “povo”, tratado como categoria abstrata. O resultado é sempre o autoritarismo consentido e uma dominação imperceptível por quem é dominado. Características do PopulismoPolíticaO populismo critica o liberalismo político e seus representantes colocam-se por em cima dos partidos políticos. Por isso, é primordial o contato direto entre as massas urbanas e o líder, pois se evita toda intermediação de partidos ou corporações nesse processo. A fim de criar uma identidade e ilusão de participação políticas são organizadas concentrações populares e festas para incluir grupos sociais historicamente marginalizados da cena política. O povo é apresentado como uma entidade bondosa, justa e guardiã dos valores da nação. Quem não se enquadra nesta descrição é chamado de anti-povo. EconomiaO populismo realiza políticas nacionalistas de substituição de importações, estatização de atividades econômicas estratégicas, imposição de restrições ao capital estrangeiro e concessão de direitos sociais. O resultado é um endividamento público brutal, pois estas políticas desestimulam o setor produtivo. CooptaçãoVários recursos são utilizados pelo líder para obter apoio popular. Esses artifícios vão desde a linguagem simples e popular, propaganda pessoal massiva e simplificação de problemas complexos através de recursos retóricos como a falácia e demagogia. Desta maneira, o populismo prepara o terreno para a concretização de medidas autoritárias que desrespeitam os partidos políticos e instituições democráticas. Por isso, além do autoritarismo e assistencialismo, os governos populistas controlam os meios de comunicação para que sejam instrumento de divulgação das ações governamentais. Estratégias populistasO político populista lança mão de efeitos retóricos e de propostas irrealistas para beneficiar os setores mais populares. Por outro lado, busca limitar o poder das elites políticas tradicionais, consideradas rivais. Enquanto filosofia política, afirma os direitos e o poder dos desfavorecidos em detrimento dos privilégios da elite. Assim, apesar das melhorias na qualidade de vida das populações envolvidas, o populismo não deve ser confundido a democracia plena. Esta preserva os direitos do cidadão e mantêm sua liberdade, o que não acontece em regimes populistas. Igualmente, o líder e o povo tornam-se dependentes um do outro através da troca de favores. Isso gera práticas como o Clientelismo onde as pessoas são vistas como seres úteis apenas para as eleições e não cidadãos de pleno direito. Populismo no BrasilO principal líder populista no Brasil foi o presidente Getúlio Vargas. Durante seu governo, especialmente na época do Estado Novo, foram utilizadas técnicas de captação populista: discurso nacionalista, engrandecimento da figura do líder e participação do povo para festas cívicas. Enquanto isso, não havia eleições presidenciais, os meios de comunicação eram censurados e a polícia política vigiava os inimigos internos e externos. Seguiram-se os governos de JK e Jânio Quadros, considerados populistas na medida que seus líderes se apresentavam como aqueles que tinham a solução para os problemas do país. Populismo HojeHugo Chávez, ex-presidente da Venezuela, discursa para a multidãoOs governos populistas voltaram à cena política no século XXI após o esgotamento do modelo neoliberal. Na América Latina, observamos líderes como Hugo Chávez, na Venezuela e Cristina Kirchner, na Argentina. Por sua vez, na Europa, o populismo está ligado aos partidos de direita como o italiano "Liga Norte", encabeçado por Matteo Salvini. Na França, a "Frente Nacional", da deputada Marine Le-Pen, cresce a cada eleição. Também o governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, e de Recep Tayyip Erdoğan, na Turquia, são considerados populistas. Principais Regimes e Líderes PopulistasCom representantes tanto na esquerda quanto na direita, o populismo moderno é um fenômeno típico dos anos de 1920, especialmente após a crise de 1929. Na América Latina, ele surgiu a partir de 1930, quando crescem a industrialização e a urbanização. Em consequência, se registra o enfraquecimento das estruturas políticas oligárquicas e agrárias. No Brasil, surgiu com o advento da Revolução de 1930, a qual derrubou a República Velha oligárquica e estabeleceu Getúlio Vargas no poder. Por fim, os movimentos populistas ganharam força nas democracias do primeiro mundo a partir dos anos de 1980, sobretudo no Canadá, Itália, Nova Zelândia e países escandinavos. Líderes populistasPor fim, os líderes mais proeminentes do populismo foram:
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