O que é dinâmica populacional

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Num mundo com mais de 7 mil milhões (biliões) de pessoas, a grande maioria vive no mundo dito em desenvolvimento, enquanto as percentagens de pobreza nos países ditos desenvolvidos continuam a aumentar. É crucial que se olhe para as dinâmicas económicas, sociais, culturais que ditam a actual distribuição não só das pessoas, mas também dos recursos.

Com o advento da globalização, as dinâmicas migratórias alteraram-se, mas a situação geral mantém-se, e a incidência dos problemas que dela advêm tende a ser desproporcionalmente maior com as populações que já se encontram em situações desvantajosas. A ligação entre dinâmicas populacionais e desenvolvimento tem várias componentes, todas elas interligadas. Quando dinâmicas de população acontecem com um pano de fundo de profundas desigualdades a influência a nível de desenvolvimento é profunda.

A questão que se coloca hoje não é relativa ao número de pessoas que existe mas sim às polarizações a nível de desigualdades que acompanham o processo. É nos ambientes marcados por maior vulnerabilidade, onde direitos e saúde sexual e reprodutiva são inexistentes ou escassos, que o impacto de crescimento populacional conta com mais sinais de perigo. É por preocupações como estas que as dinâmicas populacionais têm de estar entre as mais importantes considerações da agenda de desenvolvimento pós-2015: é fulcral que se tomem as evoluções das dinâmicas populacionais como fenómenos multifacetados, e como resultado de questões estruturais (como a desigualdade de género) que necessitam de ser abordadas.

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Chamamos por esse nome o estudo da variação na quantidade de indivíduos de uma determinada população. Para entender melhor, vamos entender que população é um conjunto de pessoas que residem em um determinado território, podendo este ser uma cidade, um estado, um país ou o planeta inteiro, podendo ser classificada ainda de acordo com a nacionalidade, religião, atividade econômica ou local de moradia.

O que é dinâmica populacional

Foto: Reprodução

É importante que não se confunda o conceito de população com o de nação. Uma população pode ter várias nações, assim como uma nação pode ter um ou mais países. Uma nação é um conjunto de pessoas que compartilham de uma história e, portanto, estão inseridas no mesmo panorama cultural.

Fatores que alteram o número de uma determinada população:

  • Taxa de natalidade, ou seja, o número de indivíduos nascidos em um intervalo de tempo;
  • Taxa de mortalidade, ou seja, número de indivíduos falecidos em um intervalo de tempo;
  • Taxa de imigração, que consiste no número de indivíduos que chegam a uma população;
  • Taxa de emigração, que remete ao número de indivíduos que saem de uma população;
  • Densidade populacional, por último, que nada mais é do que a relação entre o número de indivíduos que fazem parte de uma população e o espaço que é ocupado por eles.

O estudo da dinâmica populacional

É importante estudar a dinâmica das populações naturais, pois assim será possível entender o que acontece em uma determinada população, em um ecossistema em equilíbrio.

A curva de crescimento S é a que representa o crescimento populacional padrão e que e esperada para grande parte das populações existentes na natureza. Com crescimento lento inicial, a curva é marcada por um posterior rápido crescimento que é seguido por uma fase de estabilização. A partir de então, acontecem pequenas oscilações nessa população que chega a um equilíbrio.

Antigamente, acreditava-se, devido à dinâmica populacional, que iria acontecer uma explosão populacional e, por isso, existiam muitos alertas relacionados ao crescimento desordenado da população e a escassez inevitável dos alimentos e de recursos. No entanto, com o passar do tempo, a discussão passou a compreender um ponto de vista completamente diferente que remete à implosão populacional. Isso se deve ao fato de que as populações em diversas localidades do mundo estão caindo constantemente.

Aqui, podemos observar que a população tem, constantemente, aumentado. Isso se deve ao fato de que as questões médico-sanitárias tem melhorado muito e, além disso, devido ao movimento migratório que aconteceu nos anos 60 e 70 da população rural para a cidade. A qualidade de vida melhora, mas ainda assim há uma diminuição na taxa de fecundidade que, acredita-se, ser decorrente da grande participação da mulher no mercado de trabalho, junto a outros fatores. O número de jovens, portanto, tem diminuído devido à taxa de fecundidade baixa, mas o número de idosos tem aumentado devido às melhorias na qualidade de vida.

Com o crescimento da população mundial a partir do século XX, muitas pesquisas desenvolveram-se objetivando entender as causas, as consequências e a variabilidade dessa dinâmica ao longo do tempo.

Entre elas, destacam-se a Antropologia, a Geografia da População, a Economia, a História, as Ciências Biológicas (Medicina, Biologia, Genética), entre outras. O resultado foi um arcabouço de hipóteses e teorias que ainda são discutidas dentro e fora das universidades, principalmente ligadas a diversos órgãos governamentais.

No âmbito da Geografia da População, entende-se por dinâmica populacional os estudos da diversidade de pessoas, sujeitos ou indivíduos de uma determinada população. Seja numa perspectiva nacional ou internacional, levando em consideração a evolução da população mundial, as taxas demográficas, os modelos de crescimento demográfico, a estrutura e composição da demografia, a distribuição da população mundial, os movimentos migratórios, os efeitos da migração, as políticas e conferências para controle de uma população e pôr fim a diversidade da população mundial.

Registros históricos nos mostram que a população mundial cresceu de forma lenta até o século XIX, devido principalmente pela alta mortalidade decorrente da falta de recursos sanitários e acelerada por períodos de fome, guerras e epidemias. A título de exemplificação, durante a Idade Média, as guerras, epidemias e fome frearam o crescimento da população, a peste negra que assolou a Europa devastou-se mais de 40% da população. Estima-se que por volta de 1750, havia 800 milhões de habitantes no planeta, atualmente os números chegam a 7 bilhões.

Devido a revolução demográfica (melhorias das técnicas agrícolas e avanços da medicina), no início do século XX a população do planeta saltou para 1,7 bilhão de pessoas, uma mudança dita radical pelos estudiosos. Depois da Segunda Guerra Mundial, houve uma explosão demográfica, sendo que em 1960 havia 3 bilhões de pessoas.

Na virada para o século XXI o número duplicou para 6 bilhões. O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) estima que em 2050 a população mundial aproxime-se de 9,3 bilhões, isso porque houve uma diminuição a partir dos anos 2000.

Ao longo da história diversas fontes propiciaram informações para os estudos da dinâmica populacional, mesmo que antigamente as estimativas fossem pouco confiáveis, como os registros paroquiais.

Atualmente o censo e a contagem da população permitem conhecer dados demográficos, culturais e econômicos dos habitantes de um país. No Brasil, tem-se o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em escala mundial a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) são excelentes exemplos.

Essas instituições aliadas aos governos são capazes, em escala nacional e internacional, de saber o número de nascimento (Natalidade), a tendência de crescimento (Fecundidade), o número de mortes (Mortalidade), onde levam em consideração o desenvolvimento econômico, a estrutura social, os fatores biológicos, políticos de um Estado, uma nação, um país ou de uma região.

Além disso, pautam-se em estudos como o de Thomas Robert Malthus (1766-1834) que disse que população tende a crescer em progressão geométrica, enquanto que a produção de alimentos só aumenta em progressão aritmética, consagrando a corrente de pensamento chamada de malthusianismo, que hoje em dia é bem criticada.

Cabe-se lembrar que muitos demógrafos estabeleceram modelos que se referem aos processos de transição demográfica, como, o crescimento desigual da população mundial, o crescimento lento nos países desenvolvidos e rápidos nos em desenvolvimento.

Os governos podem planejar melhor suas políticas se conhecerem a idade da população, o desequilíbrio entre a população masculina e feminina, bem como saber da sua estrutura econômica (população ativa e população inativa). A desigualdade do povoamento, os fatores da distribuição da população, as causas e os efeitos das migrações.

Não menos importante, é necessário saber das diferenças culturais (religião e idiomas), socioeconômicas, traçando diversas discussões que permeiam vários campos do conhecimento científico.

Gean Alef Cardoso