Cerco de jericó o que é

O que é Cerco de Jericó? Inspirado na passagem bíblica que narra a liderança de Josué, que após 7 dias de oração, com o poder divino, desmoronaram-se as muralhas de Jericó. O Cerco busca levar às pessoas um encontro com Deus para derrubar as muralhas que atrapalham a sua vida.

Quando acontece o Cerco de Jericó?

O VII Cerco de Jericó iniciou neste domingo (18), na missa das 08h30 na Igreja Matriz São Paulo Apóstolo com a entrada da Arca da Aliança e se estende até dia 24 de fevereiro, quando se encerra com a missa das 19h, com a queda da muralha.

Como em Jericó as muralhas vão cair?

Em "As Muralhas Vão Cair ", o padre recorre a queda das muralhas de Jericó como ponto de partida a fim de mostrar que a coragem e, principalmente, a fé daquele povo fez diferença para derrubaram aquelas muralhas, assim como nós podemos fazer diante dos obstáculos do dia a dia por meio de orações edificantes.

Qual a História do Cerco de Jericó?

Na Bíblia, no Antigo Testamento, no livro de Josué 5:13-6:27, é relatado que após os israelitas atravessarem o rio Jordão, cercaram a cidade por 7 dias, e as muralhas desmoronaram com o poder divino e então a cidade foi invadida e totalmente destruída, sob a liderança de Josué.

Para que serve a oração do Cerco de Jericó?

O Cerco de Jericó é uma campanha de sete dias e sete noites de oração diante de Jesus presente no Santíssimo Sacramento. ... Esta é uma oração, cheia de salmos e outras orações fortíssimas para derrubar barreiras, muralhas e medos que atrapalham nossas vidas./span>

Qual o objetivo do cerco de Jericó?

Conforme o pároco, Antoninho Rossi, o objetivo da intensa programação é derrubar as muralhas da vida, “enfim, os diversos conflitos que enfrentamos no dia a dia”. O Cerco de Jericó - Derrubando as muralhas pelo poder da Oração – neste ano acontecerá com o tema “Espírito do Senhor está sobre mim” (Lc 4,18)./span>

Porque Jericó precisava ser destruída?

Além de ajudar os israelitas, a atitude de abrigar os espiões indicava que ela estava disposta a ajudar os deuses pagãos que o povo de Jericó servia. ... No contexto cristão, a queda das muralhas de Jericó após sete dias de peleja e do grito do povo, é uma referência de incentivo à persistência e união do povo.

O que significa cerco na Bíblia?

Significado de Cerco substantivo masculino Ação de cercar, de circundar por meio de cerca.

Quem era o povo de Jericó?

Segundo o Antigo Testamento da Bíblia, Jericó, na antiga Cannaã, era uma cidade habitada por população de costumes, cultura e religião diferentes do povo de Moisés. Mas o povo de Deus, na época, acreditava que ela era a Terra Prometida, por ser uma espécie de oásis no meio do deserto.

O que significa a palavra Jericó?

Significado de Jericó substantivo masculino Jardinzinho, quintal.

Qual era o tamanho da muralha de Jericó?

O comprimento das muralhas é 4018 m, a sua altura média é 12 m e a espessura média 8,5 m. As muralhas contêm 34 torres de vigia e 12 portas de entrada./span>

Quem foram os dois espiãs de Jericó?

Josué anuncia que Salmon e Iru são os dois espiões escolhidos. Apavorada, Raabe implora para os deuses de Canaã ajudarem Nobá. O povo vibra à espera do sacrifício do menino. Desesperada e de mãos atadas, Raabe ora ao Deus de Israel./span>

Quem era o marido de Raabe?

Josué

Quantos filhos Raabe teve?

Boaz

Quem eram os amorreus e cananeus?

Os filhos de Noé foram Sem, Cam (ou Cão) e Jafé, e os filhos de Cam foram Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã. Canaã teve dois filhos, Sidom e Hete, e foi o ancestral dos jebuseus, amorreus, girgaseus, heveus, arqueus, sineus, arvadeus, zemareus e hamateus; e depois se espalharam as famílias dos cananeus.

Quem eram os cananeus na Bíblia Sagrada?

Há cerca de 4.

Qual é a origem dos cananeus?

Análises de DNA revelam que a população da cidade era composta por imigrantes provenientes da distante Cordilheira do Cáucaso. ELES SÃO MAIS conhecidos como o povo que viveu “em uma terra que jorra leite e mel” até serem vencidos pelos antigos israelitas e desaparecerem da história./span>

Porque os cananeus foram amaldiçoados por Deus?

Canaã foi amaldiçoado por Noé porque Cam, seu pai, viu Noé nu, após Noé ter se embriagado e debochou dele. De acordo com a maldição, Canaã seria servo de Sem e de Jafé, irmãos de Cam.

O que a Bíblia fala sobre os cananeus?

Cananeus ou canaanitas (em hebraico: כנענים, transl. Kna'anim, hebraico tiberiano Kənaʻănîm), segundo a Bíblia, teriam sido uma das sete divisões étnicas ou "nações" expulsas pelos israelitas após o Êxodo (outras destas nações foram os hititas, girgaseus, amoritas, perisitas, hivitas e os jebusitas (Deuteronômio, 7:1).

Quem são os cananeus hoje?

Já se sabia que, há milhares de anos, os cananeus viveram em uma parte do mundo que, hoje, corresponde a Israel, Palestina, Líbano, Síria e Jordânia./span>

Quem era o povo que habitava em Canaã?

Nessa fase, quatro eram os povos que habitavam Canaã: os cananeus, os israeli- tas, os moabitas e os amonitas. Como inva- sores, somente os israelitas.

O que significa a palavra Canaã?

Segundo a Bíblia, Canaã era a terra prometida por Deus ao seu povo, desde o chamado de Abrão (ou Abraão), que habitava a cidade caldeia de Ur, no sul da Mesopotâmia. ... Canaã passou então a ser por eles denominada terra de Israel.

Como era a cultura dos cananeus?

Nesse território em boa parte desértico, que mais tarde seria prometido por Deus aos israelitas, eles construíram uma civilização relativamente sofisticada. Dominavam a metalurgia. Eram bons ceramistas. Mantinham relações comerciais com o Egito e a Mesopotâmia./span>

Quem é que chega à terra prometida?

Segundo o relato bíblico Deus castigou a rebeldia do povo e determinou que, dos israelitas de vinte anos para cima, somente Calebe e Josué teriam permissão de entrar na terra prometida.

Quantas pessoas entraram na Terra Prometida com Josué?

Os 12 Espiões. Moisés enviou dali 12 homens sendo um deles Josué para espiar a Terra Prometida, depois de quarenta dias caminhando e observando a Terra Prometida, os doze espiões retornam ao arraial do povo de Israel e diante de toda congregação liderada por Moisés e Arão, relatam o que viram e ouviram e provaram.

Onde fica a terra prometida nos dias de hoje?

A terra prometida era descrita em termos de extensão territorial como indo do Rio do Egito ao Rio Eufrates,o que hoje compreenderia os territórios do Estado de Israel, Palestina, Cisjordânia, Jordânia Ocidental, sul da Síria e sul do Líbano.

Qual é o nome do sucessor de Moisés?

Josué

Qual foi a ordem de Moisés?

A enumeração rabínica, 613 mandamentos O conteúdo da Torá são os cinco livros de Moisés, mas o termo Torá é aplicado igualmente ao Antigo Testamento e Novo Testamento como um todo. ... Os "Dez Mandamentos" são a síntese da Torá. Os Dez Mandamentos escritos em hebraico têm a sua origem Divina.

Quem foi Jesus filho de jozadaque?

Josué, filho de Josedec [Em Hebraico יהושע Yahushua] serviu como Sumo Sacerdote 515-490 aC na lista comum de sumos sacerdotes de Israel. ... Josué, filho de Jozadaque, 515-490 aC, depois de sua morte, o diabo e o arcanjo tinham disputado o seu corpo, na alegoria de Zacarias 3.

O que Josué no final de sua vida manda o povo escolher?

14). O povo deve escolher a quem vai servir: ―se aos deuses que os pais teriam servido do outro lado do Rio, ou aos deuses dos amorreus em cujo país habitais‖. Quanto a Josué e sua casa, eles servirão a Iahweh (v.

Introdução

Em certa ocasião, um grupo me pediu para organizar um “Cerco de Jericó” (CdJ). Perguntei o que é era. Disseram que se tratava de um encontro de adoração com missa e que geralmente, após a missa, se realizava uma procissão com o Santíssimo ao redor do povo, com cantos, súplicas e clamores: cada dia acrescentando-se uma volta, até completar sete. Como no relato bíblico da queda das muralhas de Jericó, hoje, no CdJ, vão “caindo” todas as muralhas que atrapalham a vida humana: carência, depressão, encostos, bruxarias, despachos, falta de dinheiro, brigas em família etc. Então, pedi que fizessem uma pesquisa bíblica para esclarecer melhor o fato… Passado um tempo, o grupo veio me dizer que “tinha desistido” de realizar o encontro porque a pesquisa não lhes dera uma resposta convincente; parecia que o tal cerco de Jericó “não tinha acontecido como descrito na Bíblia”. Eu, já ciente disso, decidi então escrever este artigo, a modo de contribuição.

  1. O que é o Cerco de Jericó?

Um pouco de história

Sobre o Cerco de Jericó, CdJ, não se tem história muito documentada. Parece que começou na Polônia, como preparação para a visita do papa João Paulo II a Cracóvia. Em 8 de maio de 1979, decidiram organizar práticas piedosas; uma delas foi chamada de Cerco de Jericó.

Diz-se que uma piedosa mulher polonesa teve a inspiração de organizar um momento forte de oração mariana em preparação para a visita papal. A preparação contou com o reforço de um congresso sobre o rosário, em Jazna Gora. Foram sete dias e seis noites de rosários consecutivos diante do Santíssimo Sacramento.

Em que consiste o Cerco de Jericó?

O CdJ é uma oração de “arrebanhamento comunitário (e extracomunitário)” baseada na saga de Josué na conquista de Jericó. Consiste em uma semana “incessante de batalha espiritual”, com a intensificação de orações em grupo: terços e pregações da Palavra. O coração é a missa diária, acompanhada, em seguida, da procissão com o Santíssimo Sacramento. Em ocasiões, acrescentam-se práticas como a confissão, jejum e muitas imprecações.

A exemplo do relato bíblico, os articuladores do CdJ direcionam o pensamento para “cercar os inimigos” com orações e louvores, esperando Deus atuar em favor do grupo. É preciso perseverar e persistir durante os sete dias.

Espera-se “derrubar as muralhas” com a força da oração, com a ciência de que o Espírito Santo é capaz de derrubar, destruir e aniquilar as “forças malignas”. O terço de Nossa Senhora e os clamores diante do Santíssimo vão “quebrando” os alicerces das nossas muralhas. Acredita-se que “muitas curas e libertações acontecem”: portas que estavam fechadas se abrem, crises conjugais e econômicas superadas, doenças e tantos outros problemas solucionados. Mas o mais importante é o poder de Deus se derramando sobre o povo.

  1. O que sabemos da Jericó bíblica?

Jericó, em hebraico yerihô (cidade da lua), em grego ierichõ, é quase a cidade mais antiga do mundo, situada na depressão do rio Jordão, 23 quilômetros a nordeste de Jerusalém. O nome deriva provavelmente de um deus pagão: yrh = deus-lua, traduzido como Jericó pelos membros do clã dos binu-yamina (1800 a.C.).

O lugar é um grande oásis irrigado por três fontes: a principal, a fonte de Eliseu dos peregrinos (2 Reis 2,19-22); a segunda, alguns quilômetros a noroeste; a terceira, um pouco ao sul. Jericó era ao mesmo tempo um lugar agrícola, comercial e estratégico; daí a notável importância em diversos momentos da história bíblica e cultural da região.

  1. Como se estruturou o relato bíblico da “queda das muralhas”?

A ciência bíblica diz que a formação dos livros da Bíblia resulta da complexa convergência de três elementos conhecidos dos biblistas. Comentaremos todos e aplicaremos ao tema das muralhas.

1º elemento. Na pesquisa dos acontecimentos “históricos” da multissecular história do povo bíblico, entram conjunturalmente vários aspectos. O que se entende por “história bíblica”? Deve-se entender por experiências pessoais: (personagens, patriarcas, profetas, Jesus, os apóstolos) e coletivas (vida do povo, formas de viver, de se exprimir, batalhas, lutas, doenças, acontecimentos, nações, estados), nas quais se inclui também a cultura (patrimônio jurídico: leis, conjunto de instituições civis e religiosas, monarquias, impérios, governadores, escribas, sacerdotes do templo, fariseus; tradições, lendas, parábolas, narrações míticas etc). Isto é, uma história feita de homens, com tudo o que isso implica de bom e de ruim, de correto e de impreciso.

Apliquemos isso ao texto de Josué 6,1-19: o fato narrado no texto deu-se por volta de 1200 a.C., quando os israelitas chegaram à Palestina, a terra prometida. Jericó foi a primeira cidade inimiga com a qual se defrontaram: cidade muito bem organizada, com um rei, com serviços de inteligência (Josué 2,2) e um exército bem apetrechado; os israelitas, pelo contrário, um bando desorganizado de tribos e clãs que vinha fugindo da escravidão do Egito.

A respeito “das muralhas”, sabe-se que as múltiplas pesquisas arqueológicas não observam restos de muralhas caídas nesse tempo. A pesquisa mais expressiva, organizada entre 1952-1959 pela arqueóloga Kathleen Kenyon, nada deixou sem averiguação. Graças a essa aprimorada investigação, foi possível traçar quase toda a história e a fisionomia da(s) cidade(s) mais antiga(s) do mundo. Foram descobertas muralhas de defesa, construídas cerca de 8000 a.C. (2 m de largura, uma torre de 9 m de altura e 8 m de diâmetro). Outras interessantes descobertas estabeleceram que, na verdade, existiram “muitas Jericós”, no mínimo 17. Pois aquela região de Jericó foi tomada, saqueada, queimada, destruída e abandonada em inúmeras ocasiões. Foi finalmente destruída em 1550 a.C. para nunca mais voltar a reerguer-se.

Então, quando o grupo de Josué chegou à região, aproximadamente no ano de 1200 a.C., havia 350 anos que Jericó “já não existia”. Provavelmente moraram ali pequenos grupos seminômades, empobrecidos, com uma precária organização social e política, e grupos chegados do Egito (o grupo de Josué), acreditando no todo-poderoso Javé, ter-se-iam infiltrado aos poucos na vida desses povoados e, com pouco esforço, os teriam vencido e subjugado.

2º elemento. É a interpretação teológica e sapiencial dos fatos ou a mensagem religiosa/espiritual dos eventos para o bem do povo que culmina normalmente numa “história” que se concretiza, no decorrer do tempo, numa forma concreta de literatura: livros.

O que de fato aconteceu, podemos lê-lo no relato bíblico de Josué 6,1-19. O mais importante é que a conquista de Jericó foi um acontecimento militar essencial para afirmar o sentido social e religioso de todo o povo de Israel, já que abriu as portas para a conquista da Palestina. O relato bíblico é uma construção literária montada por motivos religiosos e teológicos (processo muito complexo) para deixar bem manifesto que “as promessas de Javé não falham”: a terra prometida seria posse do povo eleito.

Aplicando ao texto: a exegese bíblica diz que a história de Josué foi codificada de modo amplo ao longo de muitos séculos: do século X ao I a.C. A redação definitiva da conquista de Jericó corresponde aos escritos pós-exílicos dos séculos VI e V a.C.

3º elemento. A literatura bíblica surge das “histórias” acolhidas como mensagem de amor e amizade que Deus quis comunicar aos homens e mulheres de todos os tempos. Essa literatura plasmada em gêneros literários permite individuar as linhas teológicas dessa história até chegarmos a uma correta percepção da “mensagem” de Deus. É claro que a mensagem permanece o escopo final de uma caminhada que exige tempo, boa vontade e fadiga (BISSOLI, 2002, p. 18-19).

Teologicamente, sabe-se que muitos anos depois (no mínimo 700/800) esses relatos da entrada na terra prometida foram escritos. Ao chegar e achar tudo derrubado, veio à tona a pergunta: quem derrubou as muralhas e entregou para nós a cidade? A resposta da teologia diz: tudo isso foi obra de Javé, que abriu o caminho e facilitou a entrada na terra que ele mesmo prometeu; acontecimento jubilosamente festejado liturgicamente com orações e rezas acompanhadas de trombetas e gritarias.

Finalmente, o relato ficou imortalizado no capítulo 6º de Josué, inspirando-se provavelmente na procissão que todos os anos o povo realizava desde o santuário vizinho de Guilgal até as ruínas, para comemorar a “inesquecível” conquista.

  1. O que diz a Igreja sobre a finalidade da adoração eucarística fora da missa

A devoção da adoração eucarística fora da missa desenvolveu-se entre os séculos IX e XIII, como resultado do gravíssimo empobrecimento na compreensão da dimensão plena e integral da celebração eucarística. Por vários motivos, a Igreja abandonou os processos de iniciação à vida cristã para adultos e deu início ao batismo de crianças (paidobautismo) de forma massiva, o que originou um agudo empobrecimento bíblico e teológico da população e resultou na deturpação do mistério eucarístico como um “todo dinâmico celebrativo”. Assim, a eucaristia “polarizou-se” em “isolada devoção”, fora do contexto da celebração do mistério pascal. A sensibilidade do povo devotou-se à exagerada acentuação da “presença real” de Cristo na hóstia consagrada, valorizada “em si mesmo”, desligada do contexto celebrativo, fazendo com que de fato resultasse uma “visão coisificante/rígida” da realidade sacramental.

O que aconteceu? Ao longo dos séculos, a exposição do Santíssimo Sacramento foi se separando totalmente do acontecimento celebrativo, sobrepondo-se, por vezes, às mesmas celebrações. Por exemplo, durante a missa, ficava o Santíssimo exposto acima do sacrário. Pela grave ausência de uma correta iniciação ao mistério eucarístico, o povo já não entendia a liturgia em língua latina e ficava ainda mais afastado da comunhão sacramental. O povo não mais compreendia o sentido da celebração eucarística e ficava apenas com uma superficial (quando não supersticiosa) devoção “à presença real de Cristo na eucaristia”.

A adoração eucarística se dirige a Cristo, realmente presente na espécie eucarística do pão conservada no sacrário após a celebração. De que forma Cristo está presente nesse dom? Os símbolos de sua presença manifestam que ele aparece diante de nós de uma maneira especial; presente sob as espécies eucarísticas como “encarnação de seu louvor eucarístico”; bênção (beraká) que se concentra, por assim dizer, em sua pessoa, verdadeiro “acontecimento de salvação”: no pão e no vinho eucaristizados, Cristo está presente como “louvor eucarístico”, personificação dele, anamnese vivente da obra salvífica. Ele continua, como “presença oblativa”, como dom para nós, como permanente convite a consumi-lo, isto é, a participarmos extasiados e agradecidos em seu louvor, em seu sacrifício, em seu caráter de servo de Javé. A sua presença espera uma resposta de acolhida; resposta de fé em Cristo.

  1. a) Comunhão como atitude fundamental. Quando o cristão se coloca na presença do pão eucaristizado, faz isso “aproximando-se” dele para acolher o “Dom” que o convida a participar no sacrifício de louvor. Assim, a primeira atitude será de comunhão; comunhão que, na celebração eucarística, é cume da vida cristã, pois o sacrifício de Cristo não pode ficar isolado, sem ligação com a vida cotidiana do cristão. Todo o direcionamento do cristão que participa da eucaristia (e da adoração) abrange todos os aspectos da comunhão: louvor, adoração, participação no sacrifício, súplica. A comunhão é – e o reiteramos – a atitude fundamental da oração eucarística, entendida como “real participação no memorial da paixão, morte e ressurreição do Senhor”.
  2. b) Caráter eclesial da adoração eucarística. Graças à celebração eucarística, os cristãos se unem e participam do mesmo memorial da ceia, recebendo o pão eucarístico, comungando do mesmo Corpo e Sangue de Cristo e constituindo juntos seu Corpo místico que é a Igreja. Assim, a presença eucarística de Cristo não é presença estática, é “presença em ação”, dinâmica, para plasmar a vida da Igreja toda. Pois não tem sentido de modo algum considerar a presença em si mesma, separada do ato, por meio do qual a Igreja, pela comunhão no sacrifício sacramental, une a própria oferenda à de Cristo, cujo poder de apresentação ao Pai recebeu. Por isso, a intenção da Igreja, ao conservar a eucaristia após a missa, responde ao desejo de “prolongar”, “completar”, de algum modo, o sacrifício de Cristo em alguns de seus membros (CDC, cânon 938 §1 e 2).

Omitir a consciência de eclesialidade na adoração eucarística fora da missa é, na verdade, “caminhar contra a vontade da mesma Igreja”. Cristo está presente na eucaristia para selar e constituir entre Deus, seu Pai, e os homens uma aliança eternamente nova e vital. Pois a eucaristia é o sacramento da amizade/aliança entre Deus e os homens, e da amizade que os une como sacramento da fraternidade. É preciso amadurecer nos adoradores a consciência de que Cristo está presente sobretudo para a edificação da Igreja, seu Corpo místico.

Infelizmente, partindo de um grave desconhecimento do sentido mistagógico da celebração eucarística, pensa-se erroneamente que a falta de insistência na adoração fará com que esmoreça o sentido da presença de Cristo no pão eucaristizado; com isso, volta-se “quase desesperadamente à insistência da adoração”, incorrendo-se nos exageros da época medieval e esquecendo-se dos preciosos princípios conciliares sobre a eucaristia.

Com efeito, não obstante se saiba que a missa não é a hora oportuna para a adoração do Santíssimo, age-se completamente “fora de lugar” quando se coloca a hóstia num ostensório e se percorre o interior da Igreja (e até sete vezes, como no CdJ), não raro acompanhado de uma balbúrdia que impede penetrar o sentido do mistério, fazendo com que o povo continue tão vazio como entrou, ou pior (cf. TABORDA, 2013, p. 3-8).

Por outra parte, se perguntamos à ciência litúrgica sobre a importância da adoração eucarística do ponto de vista da “densidade sacramental do mistério pascal”, ela nos dirá que a adoração “não aparece como primeira categoria”. Pois, sobre a ordem de importância das ações litúrgicas segundo a densidade do mistério pascal celebrado, diz: primeiro a celebração eucarística, como a maior e privilegiada densidade sacramental que nos conduz ao mistério pascal, depois os sacramentos e a Liturgia das Horas; a seguir, a celebração da Palavra, as bênçãos sacramentais, as exéquias e consagrações; depois vem a adoração ao Santíssimo Sacramento.

Conclusão

Evangelizar não se reduz a vender um produto religioso que agrada ao cliente e lhe dá satisfação espiritual, mas, numa sociedade desfocada do sentido cristão da vida, sem capacidade para uma profunda vida de oração e adoração, os oportunistas transformaram a religião em lucrativo mercado, e os fiéis em consumidores de seus produtos. Alimentam nos fiéis o medo, a insegurança, a obsessão fanática por devoções; grupos que negligenciam as normas da Igreja, promovendo “espetaculares” momentos de adoração ao Santíssimo Sacramento desconectados do mistério pascal da eucaristia; novenas e devoções desligadas do compromisso comunitário, cultos televisivos marcados pelo espetáculo, shows narcisistas; venda do sagrado e promoção de emoções descontroladas; gritaria em vez de silêncio, práticas quase mágicas em vez da sobriedade evangélica; obsessão por milagres e fatos extraordinários, em vez do serviço discreto, silencioso e permanente aos pobres e a todos.

Procura exacerbada do aspecto curativo e subjetivo da religião, esquecendo o principal – a dimensão profética a serviço da vida e da justiça – para constituir-se em caminho de subjetiva alienação. Deus não pode ser transformado em “objeto de desejos pessoais”, assim como a religião não pode reduzir-se a “prosperidade material”, saúde física e realização afetiva. Já conhecemos a ação dos “mercadores da boa-fé”, das “igrejas-pedágio”, do mercado do religioso (o segundo produto mais rentável do capitalismo). Buscas sinceras por respostas a perguntas legítimas sendo instrumentalizadas por expertos do mercado religioso, deformando gravemente a visão de vida cristã. Sem dúvida, atrás dessas iniciativas existem, não poucas vezes, manifestações até patológicas.

Percebe-se que a desleixada atitude diante do imponente mistério eucarístico exposto à adoração não responde a uma saudável e construtiva oração contemplativa. Pessoas desejosas de entrar na intimidade com o Senhor ficam desiludidas e enganadas, cultivando uma visão depauperada do mistério eucarístico da Igreja.

Na verdade, estão em jogo duas concepções diametralmente opostas de ser humano. Ou queremos aquele “deus” que o nosso egoísmo projeta, que vive de ter, poder e aparecer, ou optamos por Jesus, que revela a face do amor: partilha, serviço, humildade. Um Deus “diferente”, no estilo de Jesus. Pois poderemos ser salvos se nos tornarmos discípulos de Jesus, que é dom de si até a morte de si.

O cristianismo não nasceu de forma fanática, pois teria deturpado a beleza da fé original, tornada doença e desvio patológico, levando as pessoas a viver uma religião de vernizes, de superficialidade; transformando os fiéis em funcionários obedientes e sem raciocínio, distantes dos pobres e das causas do reino de Deus, acreditando enfim numa caricatura de Deus, esvaziada de uma autêntica vivência religiosa. A vida cristã não é uma busca epidérmica e apressada de satisfação… não é um “oculta-vazio’ ou um alívio emocional para sociedades à beira de um ataque de nervos. É uma fascinante aventura que nos radica na verdade nua do homem e na verdade de Deus.

Os promotores de uma caridade sem ação social transformadora, ingênua, anticristã, humilhante e ofensiva aos pobres apostam em saídas milagreiras, na beleza insípida das celebrações, em assembleias festivas sem contemplação, abusos sacramentais e melado devocionismo. Os símbolos cristãos não são atos de magia e não nos distanciam do concreto, do cotidiano da vida; ao contrário, eles apenas querem antecipar, no rito, a eternidade na precariedade do presente.

Até aqui, minhas palavras. Agora o discernimento. Deixemos de lado o que nada tem a ver com a beleza do cristianismo para sermos livres com a liberdade dos discípulos de Jesus, cultivadores de uma fé amorosa, bondosa, misericordiosa, inteligente e nobre, bela e profunda.

Bibliografia

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Guillermo D. Micheletti

Presbítero argentino da Diocese de Santo André. Pároco da Igreja Jesus Bom Pastor. Membro fundador da Sociedade Brasileira de Catequetas (SBCat) e SCALA. Autor de vários livros de catequese e liturgia. E-mail: [email protected]