Como é comemorada a Páscoa na religião Católica

Páscoa (do hebraico Pessach) significa passagem. É uma grande festa cristã para nós, é a maior e a mais importante festa. Reunimo-nos como povo de Deus para celebrarmos a Ressurreição de Jesus Cristo, Sua vitória sobre a morte e Sua passagem transformadora em nossa vida.

O Tempo Pascal compreende cinquenta dias a partir do domingo da Ressurreição até o domingo de Pentecostes, vividos e celebrados com grande júbilo, como se fosse um só e único dia festivo, como um grande domingo. A Páscoa é o centro do Ano Litúrgico e de toda a vida da Igreja. Celebrá-la é celebrar a obra da redenção humana e da glorificação de Deus que Cristo realizou quando, morrendo, destruiu a morte; e ressuscitando, renovou a nossa vida.

Foi com a intenção de celebrar a Páscoa de Cristo que, desde os primórdios do Cristianismo, os cristãos foram organizando esta bela festa. Mas a partir de muitas propagandas midiáticas e de muitos outros costumes da nossa sociedade, vemos, sem dúvidas, que essa bela intenção foi se perdendo. Para muitos a Páscoa virou sinônimo de um “feriadão” ao lado de muitos outros feriadões, com o único objetivo de quebrar a monotonia da vida; com intenções e modos que não expressam os reais valores e sentidos da grande festa que é a Páscoa.

Em muitas casas, a Páscoa é vivida de forma paganizada e estragada pelas bebidas e orgias desse mundo, sem um mínimo de senso religioso ou moral; ou como um mero folclore, um mero tempo para viajar, comer chocolates e descansar de suas fadigas. Assim, um tempo que nasceu para construir laços familiares e renovar a nossa sociedade com valores perenes, acaba não atingindo o seu objetivo.

As confraternizações, os alimentos específicos e muitos outros costumes são importantes e nos ajudam a celebrar a Páscoa, mas não podem nos desviar do seu principal e essencial sentido. Hoje, temos uma geração que não entende nada do verdadeiro sentido da Páscoa, mas devemos celebrá-la bem – nós que não nos fechamos às suas origens e sabemos que ela é mais do que um “feriadão”; é uma “grande semana” na qual vivenciamos os mistérios da vida de Cristo e os mistérios da nossa própria vida.

Todos nós cristãos devemos, hoje, nos comprometer em nos mantermos fiéis às nossas origens e celebrarmos o sentido original, belo e profundo da nossa maravilhosa festa, que é a celebração da Ressurreição do Senhor. Que nossas boas obras e nossas vozes, em cada canto das nossas cidades, possam levar a alegria do Ressuscitado; sobretudo aos pobres, doentes, distanciados e a todas as pessoas, pois são amadas pelo Pai.

Irradiemos ao nosso redor a esperança e a certeza da presença de Cristo Ressuscitado. Que se encha nosso olhar de luz, como os das mulheres que viram o sepulcro vazio e o Filho de Deus ressuscitado (Mt 28). Que possamos também nós, numa só fé, exclamar como elas “o Senhor Ressuscitou, aleluia”.

A Páscoa Cristã é uma das festividades mais importantes para o cristianismo, pois representa a ressurreição de Jesus Cristo, o filho de Deus.

A data é comemorada anualmente no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre no início da primavera (no Hemisfério Norte) e do outono (no Hemisfério Sul). A data é sempre entre os dias 22 de março e 25 de abril.

No cristianismo, diferentes religiões e denominações celebram a Páscoa de maneira diferente. Por exemplo, os evangélicos celebram de maneira diferente que os católicos. Enquanto os católicos são encorajados a não comer carne na Quaresma, os evangélicos não possuem essa restrição.

Além disso, os evangélicos, em geral, não costumam celebrar todos os dias da Semana Santa como os católicos, dando mais importância à Sexta Feira Santa e ao Domingo de Páscoa.

Durante os 40 dias que precedem a Semana Santa e a Páscoa - período conhecido como Quaresma - os católicos se dedicam à penitência para lembrar os 40 dias passados por Jesus no deserto e os sofrimentos que ele suportou na cruz.

A Semana Santa começa com o Domingo de Ramos, que lembra a entrada de Jesus em Jerusalém, ocasião em que as pessoas cobriam a estrada com folhas da palmeira, para comemorar a sua chegada.

A Sexta Feira Santa é o dia em que os cristãos celebram a morte de Jesus na cruz. E por fim, com a chegada do Domingo de Páscoa, os cristãos celebram a Ressurreição de Cristo e a sua primeira aparição entre os seus discípulos.

A Páscoa já era comemorada antes do surgimento do Cristianismo. Tratava-se da comemoração do povo judeu por terem sido libertados da escravidão no Egito, que durou cerca de 400 anos.

Segundo a Bíblia, supostamente Jesus teria participado de várias celebrações pascais. Quando tinha doze anos, foi levado pela primeira vez pelos seus pais, José e Maria, para comemorar a Páscoa, conforme narram algumas das histórias do Novo Testamento da Bíblia.

A mais famosa participação relatada na bíblia foi a "Última Ceia", onde Jesus e os seus discípulos fizeram a "comunhão do corpo e do sangue", simbolizados pelo pão e pelo vinho.

Ver também os Símbolos da Páscoa, Semana Santa e Dia de Pentecostes.

Páscoa judaica

A Páscoa instituída entre os judeus - Pessach - é comemorada pela conquista da liberdade dos hebreus, que viviam como escravos no Egito.

Essa libertação coincidiu com a primavera, que ocorria no mês hebraico (nissan) que corresponde, mais ou menos, aos últimos dias de março e meados de abril.

As comemorações fundiram-se com as tradições religiosas de seu povo. A Páscoa foi ampliada pelo cristianismo com um novo sentido.

Os judeus seguem a tradição descrita no livro do Êxodo: “E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao SENHOR; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo” (Êxodo 12.14).

Durante as festividades da Pessach / Pesach, é feito um jantar especial de comemoração chamado "Sêder de Pessach", que tem o objetivo de reunir toda a família. O Pessach judeu é comemorado durante sete dias.

Saiba mais sobre a Páscoa e Quaresma.

Como é comemorada a Páscoa na religião Católica

Neste domingo (16/04), diversas religiões ao redor do mundo comemoram uma das datas consideradas mais importantes entre os fiéis: a Páscoa.

Para o cristianismo, a data é a celebração da ressurreição de Jesus Cristo e representa a "passagem da morte para a vida, lembrando a libertação do povo do Egito rumo à terra prometida", afirmou José Roberto Prado, padre da diocese de Santo Amaro, em São Paulo.

Segundo ele, "a Páscoa é uma tradição tipicamente cristã-judaica e passa uma mensagem onde a paz e renovação são pontos principais".

"A comemoração é a mais importante dos cristãos e representa a vitória sobre a morte", disse.

Entre os símbolos litúrgicos adotados pelos católicos estão o coelho, que representa a fertilidade e esperança de uma nova vida, o círio pascal, uma vela que representa a luz de Cristo usada durante o tempo pascal, e a água, que é abençoada.

"Além disso, o cristianismo associa a imagem dos ovos de chocolate ou ovos de Páscoa, que são uma tradição milenar, porque costumava-se pintar um ovo oco de galinha de cores bem alegres, pois o ovo é um símbolo de nascimento", explicou Padro.

Durante o período pascal, os padres também usam cores de vestes específicas nas celebrações. No início da Quaresma, ou seja, na Quarta-Feira de Cinzas, que vai até o sábado que antecede ao Domingo de Ramos, eles utilizam a cor roxa, que significa penitência.

No Domingo de Ramos são usadas vestes vermelhas, simbolizando o martírio. "Somente no domingo de Páscoa, os párocos utilizam vestes brancas ou douradas expressando a alegria e vitória: o renascimento", ressaltou o padre católico.

Nas religiões Umbanda e Candomblé, "a comemoração da Páscoa é igual à da Igreja Católica, pois 99% da crença vem do catolicismo.

"Não temos cultos diferentes. Nós temos sincretismo católico", explicou o sacerdote Pai Salun, presidente da Federação de Umbanda e Candomblé do Estado de São Paulo (Fucesp).

"Na Sexta-Feira Santa, muitos terreiros não abriram. Hoje, na minha federação, fazemos uma caminhada para reverenciar Ogum que na Igreja Católica é o São Jorge. No Domingo, comemoramos a Páscoa e entregamos ovos", ressaltou.

Já a Páscoa judaica celebra a libertação do povo judeu da escravidão do Egito, remetendo a fatos ocorridos há mais de três mil anos. A data também é conhecida como "Festa da Libertação" ou "Pessach".

Na noite de celebração, as casas judaicas devem estar limpas e arrumadas. Além disso, qualquer tipo de alimento fermentado tem o seu consumo proibido. Um dia antes da Páscoa, a família deve jejuar em homenagem aos primogênitos que não foram atingidos pela última das pragas egípcias. Já para as testemunhas de Jeová, a data é importante, mas não há comemorações especiais. O budismo também não comemora a Páscoa.

A doutrina tem suas próprias festas e as mais celebradas são as que fazem referência ao nascimento de Buda.

Os muçulmanos também não festejam a Páscoa, já que as cerimônias mais importante do islamismo é o Ramadã: um mês de jejum, em que se celebra a primeira revelação feita por Deus a Maomé, e a peregrinação a Meca.

Apesar das raízes do Cristianismo e do Islamismo terem as mesmas origens, tendo como profetas Abraão, Noé e Moisés, os destinos históricos são diferentes. Para a crença islâmica, profeta é um ser sagrado com a missão de trazer a palavra de Deus, e por tal motivo, nunca poderia ser crucificado. Para eles, a Páscoa significa a renovação da fé.

Os espíritas, apesar de não comemorarem as datas celebradas por outras religiões e doutrinas, respeitam as manifestações religiosas de todas as igrejas cristãs.

Por sua vez, os evangélicos, como todos os cristãos tradicionais, dão grande importância para a Semana Santa e Páscoa. Durante a sexta-feira santa acontece um culto especial, chamado "Cantata", onde há apresentações de teatro, música e dança. Já no domingo de Páscoa há o culto da ressurreição. No entanto, "cada igreja tem o seu estatuto e sua forma de atuar, mas existe algo que é genérico. Nós não acreditamos no coelho da Páscoa e nem no chocolate", disse a pastora Kakau, da Igreja Renascer em Cristo.

"A Páscoa para nós é uma passagem quando Jesus Cristo se entrega como oferta. Ele veio como homem para nos redimir do pecado, ser nosso redentor, porque só ele tem o poder da vida e da morte", ressaltou ela.

Segundo Kakau, para os evangélicos, "a Páscoa significa a concretização desse plano. É Jesus Cristo passando da vida para a morte e da morte para ressureição", finalizou.

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