A educaçao popular em saude configura-se como um processo

  1. 1. Educação Popular em Saúde
  2. 2. UM BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE TRADICIONAL NO BRASIL
  3. 3. República velha A educação em saúde tradicional, inicialmente chamada de Educação Sanitária, surge no Brasil a partir da necessidade do Estado brasileiro de controlar as epidemias de doenças infecto-contagiosas que ameaçavam a economia agroexportadora do país durante a República Velha, no começo do século XX. Nesse período a população brasileira era atingida por doenças como a varíola, febre amarela, tuberculose e sífilis, que estavam relacionadas às péssimas condições sanitárias e socio-econômicas em que o povo vivia. Este modelo, chamado de Campanhista, foi concebido dentro de uma visão militar em que os fins justificavam os meios, e no qual o uso da força e da autoridade eram considerados os instrumentos preferenciais de ação. Assim, eram realizadas as campanhas sanitárias compostas por vacina obrigatória, vistoria nas casas, internações forçadas, interdição, despejos e informações sobre higiene e a forma de contágio das doenças através de uma abordagem biologista e mecanicista.
  4. 4. Uma das situações mais marcantes desta época foi a Revolta da Vacina que ocorreu de 10 a 16 de novembro de 1904 na cidade do Rio de Janeiro. O motivo que desencadeou esta revolta foi a campanha de vacinação obrigatória, imposta pelo governo federal, contra a varíola. Uma das imagens mais representativas desta campanha, foi a charge ilustrada no fundo deste slide.
  5. 5. Era Vargas Superada a República Velha, com o início da Era Vargas, começa em 1930 a criação de Centros de Saúde para difundir ainda mais as noções de higiene individual e prevenção de doença infecto- parasitária. Porém, a saúde da população continuava a declinar, começando a haver nesse período uma valorização da assistência médica individual em detrimento da saúde pública. Assim, as ações educativas em saúde nesse período, ficaram restritas aos programas e serviços destinados à população de baixa renda.
  6. 6. Ditadura Militar Com a Revolução de 1964, em que o governo militar ascendeu ao poder, inicia-se no país um período de repressão e a saúde da população piora ainda mais, fato este evidenciado pelo recrudescimento de doenças como a tuberculose, malária e doença de Chagas e pelos altos índices de mortalidade, morbidade e acidentes de trabalho.
  7. 7. Até então... ... o método de educação empregado era a mera transmissão de conhecimentos sem reflexão crítica, conhecido como educação bancária. A visão dos professores era que a mente do educando era como um banco no qual o educador depositava conhecimentos para serem arquivados (decorados) sem serem questionados a respeito do seu teor. Assim, o conteúdo desse tipo de educação é dissociado da realidade do educando servindo apenas para manter a dominação sobre a massa.
  8. 8. Diante desses fatos, os profissionais de saúde, insatisfeitos com essa situação, começaram no início da década de 70, experiências de educação em saúde voltadas para a dinâmica e realidade das classes populares. A essas experiências muitas vezes realizadas em parcerias com outros segmentos sociais, deu- se o nome de Movimento Popular em Saúde ou Educação Popular em Saúde.
  9. 9. Educação Popular em Saúde A Educação Popular em Saúde configura-se como um processo de formação e capacitação que se dá dentro de uma perspectiva política de classe e que toma parte ou se vincula à ação organizada do povo para alcançar o objetivo de construir uma sociedade nova de acordo com seus interesses. Ela é caracterizada como a teoria a partir da prática e não a teoria sobre a prática como ocorre na educação em saúde tradicional. Seguindo a ideologia freireana, o objetivo da educação popular em saúde não é formar sujeitos polidos, que bebam água fervida, mas ajudar as classes mais humildes na conquista de sua autonomia e de seus direitos. Para tanto, a Educação Popular em Saúde é pautada no diálogo e na troca de saberes entre o educador e educando, em que o saber popular é valorizado e o alvo do Movimento Popular em Saúde está nas discussões sobre temas vivenciados pela comunidade que levem a mobilização social para uma vida melhor.
  10. 10. Método Dialógico ou Radical Com a consolidação da Reforma Sanitária, culminando com a criação do Sistema Único de Saúde-SUS, em 1988, com a proposta de um novo modelo de atenção em saúde voltado para a prevenção e a integralidade no atendimento, a educação popular em saúde passou a ser mais difundida. Neste cenário também propiciou o surgimento de outro modelo de educação em saúde denominado por alguns especialistas da área como dialógico ou radical.
  11. 11. Método dialógico ou Radical Esse modelo de educação em saúde é assim denominado por caracterizar-se pelo diálogo bi-direcional entre as duas partes envolvidas no processo educativo, profissional de saúde e comunidade. É radical por que rompe com as práticas educativas tradicionais como, por exemplo, as palestras e os grupos de patologias. Outras características importantes desse modelo são a valorização do saber popular, o estímulo e respeito à autonomia do indivíduo no cuidado de sua própria saúde e o incentivo à sua participação ativa no controle social do sistema de saúde do qual é usuário. Por essas características percebe-se que esse modelo se enquadra às demandas do atual sistema de saúde, o SUS, uma vez que essas características coincidem com as diretrizes desse sistema, como o controle social e a autonomia.
  12. 12. Continuando o aprendizado... Após esta leitura, clique no link abaixo, assista o vídeo sobre a Estratégia Saúde da Família e perceba como a frase “Outras características importantes deste modelo (dialógico) é a valorização do saber popular, o estímulo e respeito à autonomia do indivíduo no cuidado de sua própria saúde e o incentivo à sua participação ativa no controle social do sistema de saúde do qual é usuário” está viva! https://www.youtube.com/watch?v=EvAbGkvf3Yw
  13. 13. • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Caderno de educação popular e saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2007 Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_educacao_popula r_saude_p1.pdf • Maciel MED. Educação em saúde: conceitos e propósitos. Cogitare Enferm 2009 Out/Dez; 14(4):773-6. Disponível em: http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/cogitare/article/view/16399/108 78 Referências Bibliográficas

A educaçao popular em saude configura-se como um processo

esse cenário do SUS todos os conceitos abaixo, exceto:  1. Gestão de trabalho na saúde 2. Aperfeiçoamento de trabalho na saúde 3. Especialização de trabalho na saúde 4. Capacitação do profissional de saúde, exclusivamente de maneira técnica Resposta correta 5. Capacitação do profissional de saúde 7. Pergunta 7 “A partir de 2003, passa a fazer parte da estrutura do Ministério da Saúde, uma área técnica que torna os princípios teóricos, políticos e metodológicos acumulados e ainda a construção no campo da Educação Popular em Saúde, como orientadores de suas ações e de seu projeto político. A institucionalização, ou seja, a definição de um espaço formalizado tem como pressuposto a participação de sujeitos sociais, ativos, criativos, transformadores e como missão o apoio ao desenvolvimento de práticas que fortaleçam a constituição desses sujeitos. Este processo encontra-se estritamente vinculado ao movimento de reflexão crítica, ressignificação e (re)descoberta de outras práticas de educação que aconteciam no âmbito dos serviços e dos movimentos populares”. Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Caderno de educação popular e saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2007. A partir disso correto afirmar que: 1. Esse processo possui origem nas ações políticas realizadas sob o Sanitarismo Campanhista. 2. Esse processo possui origem, exclusivamente, nas ações políticas anteriores ao movimento sanitarista. 3. Esse processo ocorre independente das diretrizes e planejamento estratégico do SUS. 4. Esse processo de construção é protagonizado por múltiplos atores da sociedade civil: movimentos sociais, profissionais que atuam nos serviços de saúde, professores e pesquisadores de universidades, educadores populares e agentes populares de saúde. Resposta correta 5. Esse processo de construção é protagonizado apenas por profissionais capacitados que atuam nos serviços de saúde do SUS. 8. Pergunta 8 . “O primeiro (1967-1974), caracterizado por incentivo à formação profissional especialmente de nível superior; estratégia de expansão dos empregos privados a partir do financiamento público; incremento da contratação de médicos e atendentes de enfermagem, reforçando a bipolaridade ‘médico/atendentes’; e incentivo à hospitalização/especialização. O segundo momento (1975-1986) se caracteriza, na primeira fase (1975-1984), pelo surgimento de dispositivos institucionais para reverter o quadro existente. Já na segunda fase (1984-1986), pela sua implementação com resultados, ou seja, aumento da participação do setor público na oferta de serviços ambulatoriais e hospitalares; aumento da formação do pessoal técnico e sua incorporação nas equipes de saúde; e aumento do pessoal que atua na rede ambulatorial. O terceiro momento (de 1987 em diante) é caracterizado pelas mudanças estruturais rumo à Reforma Sanitária, marcadas especialmente pelo processo de descentralização da assistência e, consequentemente, dos recursos humanos que integram os serviços. Inicia-se aí o processo que culminaria na reversão do quadro de pessoal, ora concentrado na esfera federal ora na municipal”. Fonte: MACHADO, M. H. Trabalhadores da saúde e sua trajetória na Reforma Sanitária. In: LIMA, N. T. et al. Saúde e democracia: histórias e perspectivas do SUS. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, pp. 257-281, 2005.  Sobre este cenário descrito no trecho acima, podemos afirmar que:  1. O SUS não integra dimensão referente à política de Recursos Humanos, nem do contexto de Reforma Sanitária no Brasil. 2. Apesar de importante, o contexto histórico da reforma sanitária no Brasil não teve influência na política de Recursos Humanos do país, principalmente no SUS. 3. Apesar de importante, o contexto histórico da reforma sanitária no Brasil não teve influência na política de Recursos Humanos do país. 4. A política de Recursos Humanos passa a girar em torno da proposta da Reforma do setor privado de saúde, sob a dimensão da gestão e da dimensão financeira. 5. A política de Recursos Humanos passa a girar em torno da proposta da Reforma Sanitária, não apenas sob a dimensão da gestão, mas também da dimensão financeira. Resposta correta 9. Pergunta 9  “A complexidade do cuidado hospitalar, por sua vez, se intensifica e tem expressão singular nas despesas cada vez maiores com as internações. Configura-se um modelo ainda concentrado no hospital, mas que se transforma, voltando-se, cada vez mais, para casos agudos, com maior intensidade tecnológica e naturalmente com elevado peso nas despesas em saúde”. Fonte: GADELHA, C. A. G. (Coord.) A dinâmica do sistema produtivo da saúde: inovação e complexo econômico-industrial. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2012, p. 65. A partir desse contexto, é possível dizer que a relação das inovações tecnológicas com os serviços de saúde: 1. Demanda e origem da demanda, respectivamente. Resposta correta 2. Origem da demanda e demanda, respectivamente. 3. Oferta e demanda, exclusivamente. 4. Demanda e oferta, exclusivamente. 5. Demanda e oferta original, exclusivamente. 10. Pergunta 10 “A participação comunitária é estimulada como a forma dos grupos mais pobres aproveitarem os próprios recursos para superar a sua ‘marginalidade’ e integrarem-se ao processo de desenvolvimento econômico”. Fonte: STOTZ, E. N. A educação popular nos movimentos sociais da saúde: uma análise de experiências nas décadas de 1970 e 1980. Trabalho, educação e saúde, v. 3, n. 1, p. 9-30, 2005. Com relação à participação e a educação popular em saúde é possível afirmar que: 1. Não existe relação intrínseca entre à participação e a educação popular em saúde, já que são dimensões independentes. 2. A problemática da manutenção da saúde pública, implica numa adoção de uma perspectiva de transformação da realidade do indivíduo e da comunidade, relacionada à participação e a educação popular em saúde. Resposta correta 3. A problemática da manutenção da saúde pública, implica numa adoção de uma perspectiva de transformação de origem exclusiva do sistema de governo. 4. Não existe relação entre processo de desenvolvimento econômico, social e político, nem sob as perspectivas da dimensão à participação e a educação popular em saúde, já que são fatores independentes entre si. 5. O SUS incentiva o trabalho individual e descentralizado dos participantes da comunidade no que diz respeito à participação e a educação popular em saúde, pois o trabalho do indivíduo sozinho é mais eficiente do que em comunidade.

A educaçao popular em saude configura-se como um processo
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