Presidentes mais populares do mundo

A revista Time divulgou a lista das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2021 na semana passada e deixou o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), de fora.

A lista é dividida em seis categorias: ícones, pioneiros, titãs, artistas, líderes e inovadores. No grupo dos mais influentes líderes, que inclui políticos do mundo inteiro, estão figuras como os presidentes dos EUA, Joe Biden, da China, Xi Jinping, do Irã, Ebrahim Raisi, e de El Salvador, Nayib Bukele, os primeiros-ministros de Israel, Naftali Bennett, da Índia, Narendra Modi, e da Itália, Mario Draghi, e o novo vice-premiê do Afeganistão, Abdul Ghani Baradar, cofundador do Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países).

O apanhado traz apenas um nome brasileiro: a empresária Luiza Trajano, do Magazine Luiza, foi nomeada para a categoria Titãs.

Gente, estou super honrada por estar na lista da @TIME com as 100 personalidades mais influentes do mundo! Isso só aumenta minha responsabilidade e meu comprometimento com o propósito de mobilizar a sociedade civil pra fazer a diferença pelo nosso país! #TIME100 pic.twitter.com/odksAbosnB

— Luiza Helena Trajano (@luizatrajano) September 16, 2021

Bolsonaro e a lista dos mais influentes

Em 2019, Jair Bolsonaro foi o único brasileiro presente na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo da revista Time. A publicação afirmava que o presidente recém-eleito representava "uma ruptura brusca com uma década de corrupção de alto nível e a melhor chance do Brasil em uma geração de promulgar reformas econômicas que podem domar o aumento da dívida".

A revista dizia ainda que Bolsonaro "é um garoto-propaganda da masculinidade tóxica, um homofóbico ultraconservador com a intenção de travar uma guerra cultural e talvez reverter o progresso do Brasil no combate às mudanças climáticas".

Em 2020, o Brasil teve dois representantes na lista dos 100 mais influentes: Jair Bolsonaro e influenciador digital Felipe Neto. O texto que apresenta o presidente destaca que, apesar do elevado número de vidas perdidas para o novo coronavírus, a "pior recessão em 40 anos" e os muitos incêndios que devastaram a floresta amazônica, Bolsonaro seguia com popularidade alta.

"Apesar de uma tempestade de denúncias de corrupção e um dos maiores índices de mortes por causa da covid-19 no mundo, o agitador de direita continua popular entre uma grande parte dos brasileiros. O índice de aprovação de Bolsonaro se deve em parte aos pagamentos mensais do auxílio emergencial feitos aos mais pobres do país durante a pandemia. Mas também reflete os seguidores fervorosos, quase cultuadores, que ele comanda. Para sua base, ele simplesmente não pode errar", lê-se na publicação.

Embora não esteja na edição deste ano, Bolsonaro apenas o quarto brasileiro a ser eleito na categoria de líder ao longo dos mais de 20 anos da lista da revista. Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT), esteve na lista em 2004 e 2010, e Dilma Rousseff (PT) nos anos 2011 e 2012. O então juiz Sergio Moro esteve na edição de 2016.

Queda de popularidade

Renan Bernardes, doutorando em Comunicação e Interculturalidade pela Universidade de Valência, na Espanha, afirma que a ausência de Bolsonaro na revista Time deste ano ocorreu por uma série de fatores: negacionismo, fraco desempenho econômico, falta de habilidade política, enfraquecimento da moeda brasileira. Esses e outros elementos fizeram com que o presidente perdesse o seu capital político, sobretudo o capital político internacional.

"Depois da não reeleição do [ex-presidente norte-americano Donald] Trump, o mundo deu uma respirada, porque os EUA ainda pautam muito a política internacional, dessa ideia de extrema direita emergindo como uma alternativa [...]. E essa respirada deixa o Bolsonaro no contrapé do cenário internacional", disse o professor em entrevista à agência de notícias Sputnik Brasil.

Na semana passada, durante a abertura da sessão do Conselho de Direitos Humanos, a alta comissária para direitos humanos das Nações Unidas, Michelle Bachelet, chamou a atenção para as ameaças às populações indígenas e aos ativistas no Brasil, e descreveu um cenário de "séria preocupação".

O professor recorda que ano passado Bachelet fez críticas semelhantes e, na ocasião, Bolsonaro ofendeu o pai da ex-presidente do Chile, general de brigada da Força Aérea chilena que se opôs ao golpe de Augusto Pinochet e foi torturado e morto.

"Bolsonaro parece uma criança mimada ocupando um cargo muito importante porque é o tipo de respostinha e lacração [...]. Isso também tira capital político, esse estado de caos não é benéfico para a longevidade política de uma nação e do líder dessa nação [...]. Não combina com o líder político de uma nação gigante, que já foi a sexta economia do mundo", comenta.

Renan Bernardes ainda relaciona a não presença de Bolsonaro entre os mais influentes com a queda de popularidade do presidente. Bernardes recorda que o Instituto Datafolha apontou que a reprovação do presidente está em tendência de alta, e chegou a 53% na semana passada, o pior índice desde que Bolsonaro assumiu a presidência.

"A Time quando faz suas listas ela não entra no mérito do julgamento moral dessa influência [...], tanto que um talibã está na lista [...]. Eu diria que nesse caso a ausência dele, diferentemente dos últimos dois anos, está relacionada com a queda de popularidade [...]. Essa ausência nessa lista é sintomática, demonstra que ele está perdendo força ao longo do tempo, seja por rompimento de alianças que fez, seja por um desgaste na pandemia. É o retrato de se apequenar cada vez mais", avalia o especialista.

O professor afirma que nas últimas manifestações o presidente tem dobrado a aposta, forçando as pautas de fechando do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional e de intervenção militar, e considera que esse extremismo vai afastar o cidadão médio, que queria apenas tirar o PT do poder.

"O grupo dele [Bolsonaro] quando vai algumas pautas que o cidadão médio olha e diz: 'Aí não', ele acaba por esvaziar um pouco, e essa perda de popularidade, na minha opinião, está atrelada a esse extremismo que vem ganhando as ruas".

Dessa forma, Bernardes não vê o presidente tendo mais votos em 2022 do que 2018 e recorda que os grandes vencedores da última eleição presidencial foram os "não votos": branco, nulo e abstenção. "Ele nunca foi maioria. [Teve] um quarto da população e um terço da população votando, por aí".(com agência Sputnik Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é o terceiro chefe de estado mais popular nas redes sociais, apontou o Índice de Popularidade Digital (IPD), desenvolvido pela consultoria Quaest. O brasileiro só fica atrás do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A análise foi elaborada com os dados fornecidos pelo Instagram, Twitter e Facebook de dezoito líderes mundiais, calculando um nível mensal e médio entre janeiro de 2019 a janeiro de 2020. A escala do IPD varia de 0 como popularidade mínima a 100; sendo a máxima.

Em primeiro lugar na lista está Narendra Modi, com índice médio de 63.25; Donald Trump em segundo, com 62.27 e Jair Bolsonaro em terceiro com 52.75. Em seguida aparecem o mandatário da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, com 44.65 e a ex-presidente argentina Cristina Kirchner com 32.48.

O estudo leva em conta quarenta fatores, que podem ser resumidos em cinco grupos: a quantidade de perfis ativos nas redes; o número de seguidores; o engajamento gerado com as postagens; os compartilhamentos e a valência, isto é, a proporção de reações positivas às negativas. O algoritmo leva em consideração a população do país, mas faz cálculos per capita nas métricas qualitativas.

Alguns políticos não aparecem na lista por não possuírem contas nas redes, como é o caso do chinês Xi Jinping, líder do país mais populoso do mundo.

Confira a lista completa:

1. Narendra Modi – 63.25

2.Donald Trump – 62.27

3. Jair Bolsonaro – 52.75

4. Recep Tayyip Erdogan – 44.65

5. Cristina Kirchner – 32.48

6. Luis Lacalle Pou – 27.2

7. Alberto Fernández – 19.67

8. Matteo Salvini – 19.35

9. Evo Morales – 18.75

10. Emmanuel Macron – 18.37

11. Nicolás Maduro – 18.2

12. Iván Duque – 18.14

13. Benjamin Netanyahu – 17.85

14. Justin Trudeau – 17.52

15. Sebastián Piñera – 17.26

16. Rody Duterte – 16.58

17. Boris Johnson – 15.81

18. Orbán Viktor – 15.61

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São Paulo — A revista americana Time divulgou, nesta quinta-feira (20), a sua tradicional lista das "100 pessoas mais influentes do mundo". Os esforços da primeira-ministra britânica, Theresa May, no processo do Brexit a colocaram no primeiro lugar do ranking, na categoria líderes.

Outras personalidades como Ivanka Trump (filha de Donald Trump), Simone Biles (consagrada ginasta americana), RuPaul (apresentador de um reality show sobre drag queen) e o papa Francisco também aparecem na 14ª edição da lista, que é dividida em cinco categorias (pioneiros, líderes, titãs, artistas e ícones).

Dos brasileiros, dois foram citados: o jogador de futebol Neymar e a cientista Celina Turchi, uma das responsáveis pela descoberta da relação entre a microcefalia e o vírus zika.

Veja quem são os 10 líderes mais influentes eleitos pela Time:

1. Theresa May

- (Dan Kitwood/Getty Images)

Peça-chave no processo de separação do Reino Unido da União Europeia (UE), a primeira-ministra britânica foi eleita a líder mais influente do mundo. Na última semana, a sucessora de David Cameron surpreendeu ao solicitar a antecipação das eleições no país, numa tentativa para reforçar a sua posição nas negociações do Brexit.

2. Narendra Modi

- (Pool/Getty Images)

Para a Time, o primeiro-ministro da Índia é um mestre na arte da sedução política. Essa é a primeira vez que o líder aparece em segundo lugar no ranking. Apesar de sua busca pela supremacia indiana ainda estar longe de ser realizada, os feitos do líder em administrar a maior democracia do mundo são reconhecidos pela publicação.

3. Chuck Schumer

- (Alex Wong/Getty Images)

A grande surpresa da lista da Time foi a escolha do senador dos Estados Unidos como a terceira figura mais influente do mundo. À frente até de Donald Trump, o político é considerado como o mais preparado no momento para lidar com os desafios que o senado americano enfrentará nos próximos anos para manter os valores dos democratas em curso.

4. Donald Trump

- (Carlos Barria/Reuters)

A façanha de Donald Trump em sair vitorioso da acirrada corrida eleitoral de 2016 nos Estados Unidos foi determinante para colocá-lo na lista da Time. Segundo a publicação, ao se tornar o 45º presidente americano, ele reescreveu completamente as regras políticas e redefiniu o curso do país.

5. Elizabeth Warren

- (Scott Eisen/Getty Images)

O posicionamento da senadora americana em defender interesses da classe média e dos marginalizados foi o que determinou a sua colocação no ranking. A revista publicação cita a vez que o senador Mitch McConnell tentou interromper a senadora, que lia uma carta da viúva de Martin Luter King como um exemplo de sua postura firme. Seus esforços para criar uma agência de defesa ao consumidor americano, depois da crise de 2008, também é considerado um dos principais feitios da política. 

6. Julian Assange

O fundador do WikiLeaks é um ativista importante de acordo com a publicação. Para a Time, apesar dos vazamentos de documentos secretos pelo site, Julian Assange não representa o movimento daqueles que querem divulgar segredos de estado, mas é uma das pessoas que mais promovem esse tipo de ação.

7. James Comey

- (Mark Wilson/Getty Images)

O atual diretor do FBI faz parte do ranking por conta de sua integridade no trabalho. Sua postura a frente do departamento federal de investigação dos EUA é considerada uma das mais corretas e imparciais pela revista, que cita a decisão do diretor em abrir uma investigação contra Hillary Clinton às vésperas da mais acirrada corrida eleitoral americana, como um exemplo disso.

8. Kim Jong-Un

O líder da Coreia do Norte é a segunda figura com mais aparições na lista da Times. Essa foi a 7ª vez que o ditador entra na categoria de líderes, perdendo apenas para o presidente chinês, Xi Jinping. A publicação destaca os implacáveis testes nucleares em 2016 e os lançamentos de mísseis autorizados por Kim Jong Un.

9. Reince Priebus

O atual chefe da Casa Branca americana está na lista dos líderes mais influentes por seu trabalho ao lado do presidente Donald Trump. Sua atuação em intermediar a relação do presidente americano com o partido republicano é um dos principais destaques para a escolha da revista.

10. Xi Jinping

- (Lintao Zhang/Getty Images)

O presidente da China é classificado pela revista como "fascinante, inteligente e um iconoclasta para quebrar os moldes". Para a "Time", sua determinação em adotar um novo papel para a China no cenário mundial é sua principal qualidade.

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