Por que o nome quarta feira de cinzas

A Quarta-feira de Cinzas é conhecida como uma data presente no calendário litúrgico dos cristãos e que é estabelecida como marco balizador da Quaresma. Essa data encerra o Carnaval e marca o início da Quaresma, sendo observada por católicos, luteranos, anglicanos e outras denominações do cristianismo. Nesse dia realiza-se o ritual de imposição de cinzas.

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O que é a Quarta-feira de Cinzas?

A Quarta-feira de Cinzas é uma data presente no calendário litúrgico do cristianismo, ela marca o encerramento do Carnaval e, consequentemente, o início da Quaresma. Esta última marca o início do período de preparação e antecipação da Páscoa. A Quarta-feira de Cinzas é observada em diversas denominações cristãs, como o catolicismo, o anglicanismo, o luteranismo.

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A Quarta-feira de Cinzas marca o encerramento do Carnaval e o início da Quaresma.

É comum que missas celebrando a Quarta-feira de Cinzas ocorram, e um ritual muito tradicional, como veremos, acontece nesse dia. O encerramento do Carnaval com a Quarta-feira de Cinzas coloca fim no período de celebrações tidas como carnais, afinal, o Carnaval é comumente conhecido como a festa da carne.

Com o fim do Carnaval, inicia-se um período que tem uma característica diferente: a de conservação de uma vida religiosa, santa e devota. Esse é o momento da Quaresma, o tradicional período de 40 dias que antecede a Páscoa e que deve ser observado mediante a realização de penitências, tais quais o jejum e obras de caridade.

Missa de Quarta-feira de Cinzas

Durante a Quarta-feira de Cinzas, acontece a missa que é muito conhecida pelo ritual de imposição de cinzas. Esse ritual tem todo um simbolismo que faz sentido dentro daquilo que acreditam os cristãos.

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O ritual de imposição de cinzas é uma das tradições da Quarta-feira de Cinzas.[1]

A imposição de cinzas, dentro do que acreditam os cristãos, simboliza o caráter transitório dos seres humanos na Terra, pois o pó relembra o que se torna o corpo humano depois da morte. Sendo assim, acreditam os cristãos, a mortalidade do ser humano é encarada como um fator pelo qual ele deve buscar a graça de Deus. A participação dos fiéis nesse ritual denota exatamente essa devoção.

Sua origem é bastante nebulosa, mas acredita-se que tenha surgido baseado em tradições orientais que foram absorvidas pelo cristianismo durante a existência da Igreja primitiva. Especula-se que a prática se consolidou como um ritual da Quarta-feira de Cinzas em algum momento da Idade Média.

As cinzas usadas na imposição não são quaisquer cinzas, mas as que foram obtidas da queima dos ramos usados na missa de Domingo dos Ramos do ano anterior. Esse é o dia que marca o início da Semana Santa dentro da tradição cristã. Os ramos queimados, ainda, são abençoados com água benta, e as cinzas obtidas da queima recebem aromatizantes.

Somente o padre pode realizar a imposição de cinzas, e, durante o ritual, ele faz o desenho de uma cruz na testa do fiel. A Igreja pede aos fiéis que vão para a missa de Quarta-feira de Cinzas em jejum.

Crédito das imagens

[1] Zvonimir Atletic e Shutterstock

Foto: Divulgação

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Quarta-feira de Cinzas, pós-Carnaval e o ritmo ainda lento depois dos dias de folia. Mas você sabe a origem dessa celebração cristã?

O Carnaval antecede o início da Quaresma – os quarenta dias de purificação, segundo o calendário cristão, que vão da Quarta-feira de Cinzas até o domingo de Páscoa.

A Quarta-feira de Cinzas é inspirada em um antigo ritual judaico, que remete à fragilidade da vida humana, transitória e sujeita à morte. No rito, as pessoas jogavam as cinzas de ervas queimadas sobre a cabeça como símbolo de arrependimento perante Deus.

Atualmente, a Igreja Católica Apostólica Romana trata a Quarta-feira de Cinzas como um dia para a mortalidade ser lembrada. Missas são realizadas na data, e os participantes, abençoados com cinzas pelo padre que conduz a cerimônia. A testa dos celebrantes é marcada com o borralho e costuma ser deixada pelos cristãos até ao pôr do sol, antes de lavá-la. 

Sua celebração pode acontecer no começo de fevereiro até a segunda semana de março. O posicionamento no calendário varia a cada ano, a depender do dia em que a Páscoa é comemorada. 

No Catolicismo, é um dia de jejum e abstinência. E muitos fieis aproveitam os 40 dias, que sugere um momento de reflexão, para realizar um sacrifício. Chocolates, refrigerantes, bebidas alcoólicas e carne vermelha costumam ser os alimentos renunciados nesse período, que se estende até a Páscoa.

Para marcar o início do tempo de penitência católica, chamado de Quaresma, a Quarta-feira de Cinzas é o primeiro dia depois do Carnaval. Mas você sabe o que representa essa data? 

A Quarta-feira de Cinzas representa arrependimento dos pecados. As cinzas simbolizam uma passagem bíblica que afirma que "Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó e ao pó voltará" (Gênesis 3:19). Conforme a comunidade católica Canção Nova, a intenção é lembrar que, segundo a fé católica, a morada definitiva do ser humano é o céu, e a vida atual é apenas uma etapa onde a felicidade plena não pode ser construída.

Com o início da Quaresma, os cristãos devem passar por um período de 40 dias de jejum, relembrando a passagem de mesma duração de Jesus pelo deserto. Neste período, católicos se abstêm do consumo de carne vermelha e bebidas alcoólicas, principalmente. Os 40 dias de jejum devem durar até o Sábado de Aleluia, o dia anterior à Páscoa.

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O padre Clairton Alexandrino, pároco da Catedral de Fortaleza, explica que a Quarta-feira de Cinzas marca o início de um período de preparação para a Páscoa. "A Quaresma antecede a ressurreição de Cristo. Por isso, são 40 dias de jejum, de oração, de reflexão".

O padre também esclareceu o motivo do jejum. "A abstenção da comida serve para que a pessoa sinta na própria pele a fome, para se solidarizar com a partilha. A oração, nos coloca mais em contato com Deus", narrou.

Em Fortaleza, os horários das missas de Cinzas em todas as paróquias ainda estão sendo organizados pela Arquidiocese. Há a previsão de que a informação seja divulgada nesta sexta-feira, 21.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

A Quarta-feira de Cinzas foi instituída há muito tempo na Igreja, dia que marca o início da Quaresma, tempo de penitência e oração mais intensa. Para os antigos judeus, sentar-se sobre as cinzas já significava arrependimento dos pecados e volta para Deus. As cinzas bentas e colocadas sobre as nossas cabeças nos fazem lembrar que vamos morrer, que somos pó e ao pó da terra voltaremos (cf. Gn 3, 19), para que nosso corpo seja refeito por Deus de maneira gloriosa, para não mais perecer.

A intenção desse sacramental é nos levar ao arrependimento dos pecados, é fazer-nos lembrar que não podemos nos apegar a esta vida, achando que a felicidade plena possa ser construída aqui. É uma ilusão perigosa. A morada definitiva é o céu.

Não busque construir o Céu na Terra

A maioria das pessoas, mesmo os cristãos, passa a vida lutando para “construir o Céu na Terra”. É um grande engano! Jamais construiremos o Céu na Terra, jamais a felicidade será perfeita no lugar que o pecado transformou num vale de lágrimas. Devemos, sim, lutar para deixar a vida na Terra cada vez melhor, mas sem a ilusão de que ficaremos sempre aqui.

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Foto Ilustrativa: gabrielabertolini by Getty Images / cancaonova.com

Deus dispôs tudo de modo que nada fosse sem fim nesta vida. Qual seria o desígnio do Senhor nisso? A cada dia de nossa vida, temos de renovar uma série de procedimentos, como dormir, tomar banho, cuidar da nossa alimentação etc. Tudo é precário, nada é duradouro, tudo deve ser repetido todos os dias. A própria manutenção da vida depende do bater interminável do coração e do respirar contínuo dos pulmões. Todo o organismo repete, sem cessar, suas operações para a vida se manter. Tudo é transitório, nada é eterno. Toda criança se tornará um dia adulta e, depois, idosa. Toda flor que se abre logo estará murcha; todo dia que nasce logo se esvai; e assim tudo passa, tudo é transitório.

Com­pra-se uma camisa nova, e logo ela já está surrada; compra-se um carro novo, e logo ele estará bastante rodado e vencido por novos modelos, e assim por diante.

Estamos de passagem na Terra

A razão inexorável dessa precariedade das coisas também está nos planos de Deus. A marca da vida é a renovação. Tudo nasce, cresce, vive, amadurece e morre. A razão profunda dessa realidade tão transitória é a lição cotidiana que o Senhor nos quer dar de que esta vida é apenas uma passagem, um aperfeiçoamento, em busca de uma vida duradoura, eterna e perene.

Em cada flor que murcha e em cada homem que falece sinto Deus nos dizer: “Não se prendam a esta vida transitória. Preparem-se para aquela que é eterna, quando tudo será duradouro, e nada precisará ser renovado dia a dia.”

Isso nos mostra também que a vida está em nós, mas não é nossa. Quando vemos uma bela rosa murchar, é como se ela estivesse nos dizendo que a beleza está nela, mas não lhe pertence.

Ainda assim, mesmo com essa lição permanente que Deus nos dá, muitos de nós somos levados a viver como aquele homem rico da parábola narrada por Jesus. Ele abarrotou seus celeiros de víveres e disse à sua alma: “Descansa, come, bebe e regala-te” (Lc 12,19b); ao que o Senhor lhe disse: “Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma” (Lc 12,20).

Doar para os outros e para Deus

A efemeridade das coisas é a maneira mais prática e cons­tante encontrada por Deus para nos dizer, a cada momento, que aquilo que não passa, que não se esvai, que não morre, é aquilo de bom que fazemos para nós mesmos, principalmente para os outros. Os talentos multiplicados no dia a dia, a perfei­ção da alma buscada na longa caminhada de uma vida de me­ditação, de oração e piedade, essas são as coisas que não passam, que o vento do tempo não leva e que, finalmente, vão nos abrir as portas da vida eterna e definitiva, quando “Deus será tudo em todos” (cf. 1 Cor 15,28).

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Se a vida na Terra fosse incorruptível, muitos de nós jamais pensarí­amos em Deus e no Céu. Acontece que o Todo-poderoso tem para nós algo mais excelente, aquela vida que levou São Paulo a exclamar:

“Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Cor 2,9).

Não nos conformemos com essa vida

A corruptibilidade das coisas da vida deve nos convencer de que Deus quer para nós uma vida muito melhor do que esta – uma vida junto d’Ele. E, para tal, o Senhor não quer que nos acostumemos com esta [vida], mas que busquemos a outra com alegria, onde não have­rá mais sol, porque o próprio Deus será a luz, nem haverá mais choro nem lágrimas.

Aqueles que não creem na eternidade jamais se confor­marão com a precariedade desta vida terrena, pois sempre so­nharão com a construção do Céu nesta Terra. Para os que creem, a efemeridade tem sentido: a vida “não será tirada, mas transformada”; o “corpo corruptível se revestirá da incorrupti­bilidade” (cf 1Cor 15,54) em Jesus Cristo.

Santa Teresinha não se cansava de exclamar: “Tenho sede do Céu, dessa mansão bem-aventurada, onde se amará Jesus sem restrições. Mas para lá chegar é preciso sofrer e chorar. Pois bem! Quero sofrer tudo o que aprouver a meu Bem Amado, quero deixar que Ele faça de sua bolinha o que Ele quiser.”

São Paulo lembrou aos filipenses: “Nós somos cidadãos do Céu! É de lá que também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transformará nosso corpo miserável, para que seja conforme o seu corpo glorioso, em virtude do poder que tem de submeter a si toda a criatura” (Fl 3, 20-21).

A esperança do Céu e da Sua glória fazia o apóstolo dizer: “Os olhos não viram nem ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4) o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Cor 2,9).

Essa esperança lhe dava as forças necessárias para vencer as tribulações: “Tenho para mim que os sofrimentos da vida presente não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada” (Rom 8,18).

Esse é o sentido das cinzas.

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Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br e Twitter: @pfelipeaquino

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