Por que a água dos rios é denominada água doce

Hidrografia é a ciência que estuda as águas existentes no planeta e suas propriedades físicas e químicas, como movimento, cor, temperatura, transparência, volume etc. Conhecer a hidrografia de uma região significa estudar o ciclo da água que provém da atmosfera ou do subsolo.

Ao entrar em contato com a superfície, a água pode escolher três caminhos: escorrer, infiltrar-se no solo ou evaporar. O volume global de água no planeta é de aproximadamente 1,418 milhão de km3 e abrange oceanos, mares, rios, lagos, geleiras, água no subsolo, lagoas e água na atmosfera.

A maior parte dessas águas está concentrada nos oceanos e mares, que ocupam 71% da área do globo. A soma de suas águas resulta em um volume de 1,380 milhão de km3, correspondentes a 97,3% de toda a água da Terra.

As águas continentais representam 2,7% das águas do planeta. A água doce congelada (geleiras e calotas polares) corresponde a 77,2% das águas continentais; a água doce armazenada no subsolo - os lençóis freáticos e poços - corresponde a 22,4%; a água dos lagos e lagoas, 0,35%; a água da atmosfera, 0,04%, e a água dos rios, 0,01%.

Oceanos

Correspondem a uma vasta extensão de água salgada que cobre quase três quartos da superfície da Terra. Cada uma das divisões maiores do oceano constitui-se em áreas geográficas isoladas em regiões diferentes, sendo divididas pelos continentes e grandes arquipélagos em cinco grandes oceanos.

Oceano Pacífico: é o maior da Terra, com 180 milhões de km2. Atlântico: é o segundo maior em superfície, com 82,4 milhões de km2. Índico: é o terceiro maior em extensão, com 74 milhões de km2. Glacial Ártico: com 13 milhões de km2, formado por mar e geleiras ao redor do Círculo Polar Ártico, seu descongelamento tem sido apressado pelo efeito estufa.

O Oceano Glacial Antártico constitui um prolongamento dos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico. Por essa razão, muitos cientistas, oceanógrafos e geógrafos não reconhecem a existência do Oceano Antártico, considerando-o apenas uma junção de partes dos outros oceanos. É o único que rodeia o globo completamente, com superfície de 20,3 milhões de km2.

Cada um desses oceanos engloba diversos mares ou porções menores mais ou menos delimitadas por ilhas e por recortes do litoral.

Existem razões para se pensar que, por muito tempo, houve um único oceano principal (Pantalassa) e um único e gigantesco bloco de terras emersas (o supercontinente Pangéia), que reunia América, África, Europa, Ásia e Oceania. Sua fragmentação iniciou-se na era Mesozóica, há cerca de 180 milhões de anos, dando origem aos atuais oceanos e continentes.

Os oceanos são importante fonte de recursos para o homem. Contêm grandes reservas minerais, servem como fonte abundante de alimentos e são responsáveis pela interação entre terra, atmosfera e água, que molda o clima mundial. Principal fonte e repositório das águas pluviais, os oceanos ajudam a moderar as temperaturas do planeta. Também contribuem para a limpeza do ar - organismos como as algas absorvem dióxido de carbono e liberam oxigênio na atmosfera.

Mares

Partes de oceanos que são cercadas por ilhas ou terras são chamadas de "mar". Oceanos, apesar de poderem ser referidos como mares, são áreas extensas de água salgada, desobstruídos por continente, enquanto mar pode ser qualquer corpo de água salgada e geralmente se refere a um corpo de água salgada rodeado por terra.

Os mares se diferem dos oceanos quanto à dimensão e localização geográfica. Enquanto os oceanos cobrem grandes extensões e envolvem todas as massas continentais, os mares são considerados como parte dos oceanos, ocupando áreas mais reduzidas e com menores profundidades.

Um mar é uma extensão de água salgada conectada com um oceano. Além de apresentarem menores profundidades que os oceanos, os mares apresentam também uma maior variação de salinidade, temperatura e transparência das águas. Os cinco maiores mares são: Mar da China do Sul, Mar do Caribe, Mar Mediterrâneo, Mar Bering e Golfo do México.

Rios

As águas resultantes das precipitações atmosféricas, dos degelos e aquelas que brotam na forma de fontes contribuem para a formação dos rios. Um rio é um curso de água natural, mais ou menos caudaloso, que deságua em outro rio, no mar ou em um lago.

Os rios são considerados o mais efetivo agente modificador da paisagem, dada a sua capacidade de erosão, transporte e deposição. Servem de canais naturais de drenagem a uma bacia hidrográfica, ou seja, uma massa de água interior que corre, na maior parte da sua extensão, à superfície terrestre. Mas os rios também podem correr no subsolo em uma parte do seu curso.

No sentido geral, esses cursos naturais de água doce possuem canais definidos e fluxo permanente, também chamado de perene, cujas águas correm durante todo o ano. Os rios também podem ter fluxo sazonal (ou temporário), cujo regime d'água é intermitente - o leito fica seco em algumas épocas do ano.

Existem vários termos para designar rios e podemos citar: arroio, braço, canal, córrego, desaguadouro, igarapé, regato, riacho, ribeira, ribeirão, paraná, vazante etc. São importantes para a atividade humana, como vias de transporte e fontes de energia hidroelétrica e de água potável. Também fornecem recursos alimentares através da pesca e de água para irrigação.

Lagos

São massas de águas confinadas, mais ou menos tranqüilas e profundas. Os lagos têm em geral origem natural e estão situados em depressões de rochas impermeáveis, produzidas por causas diversas e sem conexão com o mar. Essas águas podem ser provenientes da chuva, de uma nascente local, de cursos de água, como rios e geleiras, que deságüem nessa depressão.

Geralmente a água dos lagos é doce, mas existem importantes lagos salgados. Geologicamente, a maior parte dos lagos da Terra é recente e, quanto a sua origem, os lagos podem ser formados por:

- Influências tectônicas: águas acumuladas nas deformações da crosta terrestre; resultam na formação de lagos grandes e profundos.

- Atividades vulcânicas: águas que ocupam antigas crateras ou barragens efetuadas pelo escoamento de lavas de vulcões extintos.

- Influência fluvial: ao longo de cursos de água onde os rios apresentam meandros, é comum o aparecimento de lagos.

- Atividades glaciárias: tem sua origem relacionada com a ação das geleiras continentais e de montanhas.

- Influência litorânea: associada ao surgimento de cordões arenosos que vão fechando reentrâncias que acabam por separar e enclausurar massas de água salgada (residuais) do mar aberto.

- Atividades mistas: resultante da combinação de diversos fatores capazes de represar certa quantidade de água.

Lagoas

Depressões de formas variadas, normalmente circulares, de profundidade pequena. As lagoas podem ser definidas como massas de água superficial de pequena extensão e profundidade, cercadas por terra.

Existem, no entanto, lagoas maiores que muitos lagos. Como exemplo, podemos citar a lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, com cerca de 270 km de comprimento por 50 km de largura média.

Lagunas

Do latim lacuna, cisterna, pântano. Caracterizam-se como um ambiente de águas paradas, separadas do mar por uma barreira. Recebem ao mesmo tempo águas doces dos rios e águas salgadas quando ocorre a ingressão das marés. Todas as lagunas têm uma ou mais entradas, ou seja, uma conexão com o mar.

As águas de uma laguna podem variar entre doce, salobra (água de salinidade inferior à da água do mar) e salgada. Isso irá depender do tamanho das entradas e da quantidade de água doce trazida pelos rios. Raras espécies de animais ou vegetais, que suportam as alterações constantes das águas de uma laguna, vivem nesses locais.

Lagos, rios e mares constituem os biomas aquáticos. Esses biomas podem ser de água doce ou salgada. Além disso, as águas paradas, como dos lagos e lagoas, são conhecidas como águas lênticas. Já as correntes, como no caso dos rios, são denominadas águas lóticas. Vamos conhecer melhor esses biomas aquáticos.

Ambientes lênticos

Os lagos são mais profundos e têm maior área que as lagoas. Vários fatores podem levar à formação dessas águas paradas. Uma lagoa pode se formar quando um canal se enche de água, ou em áreas de antigos cursos d'água, ou ainda, um canal de água pode sair à superfície em uma região de terreno que possua uma depressão. Uma geleira também pode derreter-se e criar uma depressão. Finalmente, o homem pode criar uma região com água parada.

Normalmente os lagos e lagoas apresentam três regiões distintas:

  • uma região junto à margem, onde há grande incidência de luz e chegada de nutrientes da orla. Boa para alimentação e reprodução (zona litoral);

  • a região correspondente à parte central do lago, a "água aberta" onde chega a luz (zona limnética);

  • a zona profunda, que se localiza abaixo da zona limnética, onde a luz não chega.

As drenagens das áreas circundantes da lagoa trazem matérias orgânicas e nutrientes dissolvidos, permitindo o desenvolvimento de vários grupos de indivíduos produtores como pequenas algas suspensas (fitoplâncton), plantas, algumas algas aderidas às plantas e, no fundo, algas conhecidas como bênticas.

Os lagos e lagoas ainda são ocupados por vários tipos de consumidores como anfíbios adultos e suas larvas, crustáceos, larvas de peixes e insetos, pequenas criaturas herbívoras. Também são encontradas bactérias que não utilizam o oxigênio para realizar seu metabolismo (bactérias anaeróbicas), já que na zona profunda a luz é pouco disponível.

Pássaros, cágados e grandes predadores vão e vêm dos lagos e lagoas. O nível da água cai e se eleva naturalmente dentro de alguns limites ajudando a manter a diversidade do ecossistema aquático e prevenindo da concentração excessiva de nutrientes.

Ambientes lóticos

Os cursos d'água (rios e correntezas), desde a nascente até a foz, apresentam-se de formas muito diferentes. Na região inicial as águas são mais velozes e os leitos pouco profundos. No curso final as águas são mais lentas e os leitos menos profundos.

Na parte inicial há grande concentração de algas responsáveis pela fotossíntese e que absorvem os nutrientes provenientes de resíduos como pedaços de madeira, folhas, restos de seres vivos, etc. vindos da terra. As algas são consumidas por microrganismos. Muitos insetos de água doce passam a maior parte de suas vidas como larvas, na água. Alguns peixes que vivem nos rios reproduzem-se no mar (salmonete e enguias). Outros peixes saem do mar para reproduzir-se nos rios (salmão).

Existem muitos tipos de cursos de água:

  • cursos de pântanos, de águas negras, que drenam terras úmidas que recebem principalmente águas de chuva e que em geral têm águas brandas;
  • cursos montanhosos, com águas turbulentas as quais conseguem formar sedimentos finos. Quando as águas alcançam as terras baixas, sua velocidade diminui e os sedimentos se depositam, inundando regiões e possibilitando o crescimento de plantas de terras úmidas;
  • rios que drenam áreas de solo argiloso, que tendem a ser turvos e que contribuem com a fertilidade do solo local;
  • rios de mananciais, os quais recebem grandes quantidades de águas limpas que se infiltram na terra, podendo constituir cursos subterrâneos. Essas águas são claras e permitem a passagem de luz facilitando a realização da fotossíntese;
  • rios de maré, que correm para o mar e sofrem os efeitos das marés nas regiões mais baixas. Fluem lentamente quando a maré é alta e rapidamente quando a maré é baixa.

Ambientes marinhos

Podem ser divididos em:

Plataforma continental

Costões rochosos

Mar aberto

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A plataforma continental não é tão profunda quanto a zona oceânica. Desde a praia, o declive formado na plataforma continental é de até 200 m. Aqui aparecem muitos tipos de animais que vivem sobre e no fundo arenoso. Nessas regiões, milhares de plantas aquáticas microscópicas, o fitoplâncton, flutuam na água e realizam o processo fotossintético com grande intensidade.Aí aparecem significativas correntes que são, em parte, originadas pelos rios. Uma considerável quantidade de alimento está disponível nas plataformas continentais, permitindo que nela existam peixes, caranguejos, lagostas, mariscos e muitos outros seres vivos.É nessa região que, ao longo da costa (onde as temperaturas ficam acima de 20o C, as ondas e correntes são fortes), se desenvolvem os . Os recifes são formados por uma grande diversidade de plantas e animais que "constroem" uma formação calcária com seus esqueletos. Nos recifes, a fotossíntese é intensa. Há muita diversidade, ou seja, muitos tipos de indivíduos, porém pequenas populações de cada espécie.Vários mariscos, esponjas e algas podem ser encontrados aí. Muitos animais utilizam o coral como fonte de alimento, como o peixe papagaio. Outros pequenos peixes, os pepinos do mar, grandes carnívoros como as moreias, barracudas e pequenos tubarões vivem em suas margens.Também ao longo das costas, agora rochosas, onde as águas são frias e o as ondas são favoráveis, aparecem os campos de algas marinhas, onde a produção fotossintética também é grande. Nessas regiões aparecem muitos animais como peixes, lontras marinhas, moluscos (madrepérolas) e ouriços do mar.Os costões rochosos localizam-se na zona entre-marés, onde o mar bate em superfícies duras, como rochas. Indivíduos que sobrevivem algum tempo fora da água e algum tempo dentro da água se fixam de alguma forma nessas formações. Esses seres vivos conseguem se utilizar de nutrientes arrastados pela maré. Alguns peixes predadores aparecem, quando a maré está alta.Conhecemos como zona oceânica, ou mar aberto, as massas de água salgadas que rodeiam os continentes a partir da região onde o fundo do mar cai drasticamente. Nas águas profundas, a quantidade de nutrientes varia de um local para o outro, sendo que a luz alcança no máximo 100m de profundidade. A salinidade é relativamente uniforme.As correntes marítimas dirigidas pelos ventos que incidem na água são muito fortes. Em profundidades maiores existe uma contracorrente com águas do fundo, fazendo um intercâmbio de nutrientes nas diferentes regiões oceânicas.

A vida na área oceânica é dispersa e diversa. O fitoplâncton e os milhares de minúsculos animais que também flutuam na água (zooplâncton) formam o plâncton, que se move junto com as correntes que falamos anteriormente. Muitos animais maiores, incluindo peixes e (como cetáceos), também se movem desde a superfície até o fundo em seu ciclo diário.

  • plataforma continental (recifes de coral e campos de águas marinhas);

  • costões rochosos;

  • zona oceânica.

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