O que se entende por balança comercial

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Formalmente conhecida como Balança Comercial, a união das contas importação e exportação de determinado país é um importante indicador econômico e diz muito sobre a situação da região analisada, assim como o PIB, por exemplo.

O que se entende por balança comercial

Subtraindo o volume de Importações do total de exportações de ativos, obtemos o saldo da balança comercial. Se o resultado for positivo, a situação é conhecida como superávit, o contrário é chamado de déficit.

A razão entre o valor de exportações e de importações nos dá uma taxa conhecida como “taxa de cobertura”. Ela, por sua vez, mostra o quanto das importações são pagas pelas exportações do país.

É importantíssimo entender termos como esse. Um investidor precisa saber compreender o mercado quando procura as melhores rentabilidades. A Balança Comercial é apenas um dos indicadores que fazem parte do dia-a-dia de um investidor consciente.


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O que se entende por balança comercial

Balança Comercial é um termo econômico que define a diferença entre as exportações e importações de um país. Abrange todos os produtos, bens e serviços, vendidos e comprados.

A balança comercial reflete a situação econômica de um país. Quando o volume de exportações é maior que importação, dizemos que a balança é positiva. Igualmente podemo usar a expressão superávit comercial.

Se ocorrer o contrário, importamos mais que exportamos, quer dizer que a balança é negativa. Este resultado negativo é denominado déficit comercial.

É importante notar que a balança comercial não considera o volume de produtos que entra ou sai de um país, mas o dinheiro que resulta da transação.

O que se entende por balança comercial
O que se entende por balança comercial

Mercantilismo

A ideia de que a riqueza de uma nação dependia da balança comercial favorável surge no século XV, quando as trocas comerciais entre os Estados aumentam.

Nesta época, os feudos passavam por um processo de transição onde o poder estava cada mais se centralizando-se na mão do rei. A este fenômeno denominamos Estados Nacionais ou Estado Moderno.

Por sua vez, as práticas econômicas dessa época foram chamadas de Mercantilismo.

Atualmente, o conceito de ter ou não a balança comercial favorável é relativo e depende do ciclo econômico pelo qual passa um país. Se um país está num ciclo de expansão econômica, o déficit comercial pode ser bom, pois ajudará a manter os preços internos baixos.

Por outra parte, o superávit nos momentos de recessão é positivo, pois ajudam a criar novos empregos, atrai moeda estrangeira e aumenta a produção.

Características

A balança comercial dos países desenvolvidos se caracteriza pela compra de matéria-prima e venda de bens industrializados.

Por deterem mais conhecimento tecnológico e científico, os países desenvolvidos, quase sempre, têm a balança comercial positiva (superávit).

O contrário acontece com os países em desenvolvimento, que exportam a matéria-prima, mas precisam importar os bens manufaturados, que são mais caros.

No processo de venda da matéria-prima e sua transformação num bem de consumo industrial, ocorre o chamado aumento de valor agregado.

Ou seja, o produto primário é transformado pela indústria, que exige mais mão de obra e estrutura. Por isso, o bem industrializado tem mais valor e matéria-prima volta mais cara a quem a vendeu.

Isso não quer dizer que países em desenvolvimento não consigam ter superávit na sua balança comercial.

Valor Agregado

Valor agregado é o valor acrescentado a um bem ou serviço ao ser modificado durante a sequência produtiva.

Vejamos com o exemplo do aço.

O Brasil possui jazidas de minério de ferro e siderurgias que são capazes de formar o aço.

No entanto, se queremos uma chapa de aço para determinados tipos de máquinas, teríamos que vendê-lo a outro país, onde seria transformado.

Mais tarde, o Brasil importaria esta chapa de aço, cuja matéria-prima é brasileira, e o compraria mais caro por conta do valor agregado que lhe foi acrescido.

Vários fatores vão influenciar o saldo da balança comercial. Entre eles podemos citar:

  • O nível de renda da economia nacional: se o país tem condições de produzir e entregar estes produtos para o mercado.
  • O nível de renda da economia mundial: se o mundo passa por um bom momento econômico, as importações crescem e o país que vende certos produtos também.
  • A taxa de câmbio: quando a moeda nacional vale mais ou igual à moeda estrangeira, os produtos importados tendem a chegar mais baratos no mercado internacional.
  • Protecionismo: a quantidade de taxas que um país colocar em certos produtos pode encarecê-lo fazendo que não seja atrativo vendê-lo para um determinado mercado.

Balança Comercial Brasileira

A balança comercial brasileira se mantém superavitária, ou seja: o país está exportando mais produtos do que importando. Em 2017, as exportações brasileiras cresceram 18,5%.

Os maiores compradores do Brasil são respectivamente: China, Estados Unidos, Argentina e Alemanha.

Se consideramos o mercado mundial, em 2014, o Brasil era responsável por 1,3% das exportações do globo.

Os principais produtos exportados pelo Brasil são:

Produto

Participação no total de exportações

Petróleo Bruto 17,3%
Minério de ferro 12,1%
Soja e derivados 9,4%
Máquinas 7,4%
Carnes 6,0%

Por sua vez, o Brasil importa de outros países:

Produto Participação no total de importações
Combustíveis 18,5%
Equipamentos industriais 14,9%
Equipamentos eletrônicos 11,7%

O Brasil compra principalmente dos mesmos países para os quais vende: China, Estados Unidos, Argentina e Alemanha. O país ocupa o 20º lugar dentre as nações que mais importam no mundo.

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A balança comercial mede a relação entre as importações e exportações de um país, e faz parte da balança de pagamentos (soma total das transações econômicas entre um país e seus parceiros comerciais pelo mundo). Quando o valor das exportações é superior ao de importações, diz-se que o país tem um superávit e torna-se credor do estrangeiro, tendo uma balança comercial “favorável”. Já quando o valor das importações supera o de exportações, diz-se que o país tem um déficit em sua balança comercial e estaria em dívida com o estrangeiro, tendo uma balança comercial “desfavorável”.

O que se entende por balança comercial
O que se entende por balança comercial

Ilustração: Alex Mit / Shutterstock.com

Quando uma empresa brasileira vende seus produtos no exterior, o comprador estrangeiro paga em Dólar, a moeda internacional de troca. Como por lei a única moeda corrente no Brasil é o Real, a empresa brasileira que recebeu o pagamento do comprador estrangeiro precisará trocar seus dólares por reais. Quem compra esses dólares da empresa são os bancos, através de suas corretoras. Os bancos venderão esses dólares para os importadores, que usarão esta moeda internacional de troca para comprar produtos estrangeiros. Em resumo, as exportações permitem as importações.

Para o economista Leandro Roque, apesar de as exportações serem muito importantes, não faz sentido ter obsessão com as exportações e ser contra as importações. As exportações de soja, laranja e aço brasileiros são benéficas porque trazem dólares que permitem que os consumidores do país possam adquirir televisores, notebooks, smartphones, carros e diversos outros produtos. E, quanto maior a exportação de soja, café e outros produtos, menor será a oferta destes no mercado interno, o que eleva os preços para os brasileiros os comprarem.

Portanto, quando a balança comercial apresenta um superávit recorde no país, significa que os consumidores brasileiros foram privados de uma maior oferta de bens, tanto aqueles produzidos nacionalmente e que foram exportados, como os produzidos no exterior e que não puderam ser importados por restrições governamentais. “O padrão de vida de um país é determinado pela abundância de bens e serviços. Quanto maior a quantidade de bens e serviços ofertados, e quanto maior a diversidade dessa oferta, maior será o padrão de vida da população”, explica o economista Donald Boudreaux.

Entretanto, os governos insistem no objetivo de uma balança comercial “favorável”. Isso acontece, dentre outros fatores, especialmente quando o Banco Central adota a política de manter mais dólares guardados, porque o governo usa dólares para compor suas reservas internacionais e intervir no mercado de câmbio caso haja uma crise. Quando ocorre uma crise financeira internacional, os investidores internacionais tendem a fugir para ativos considerados seguros, que historicamente são o Dólar, os títulos do Tesouro Americano e o ouro: eles vendem a moeda na qual estão investidos para fazerem isso. Quanto maior forem as reservas internacionais, mais seguro os investidores estarão de poderem restituir reais por dólares quando necessário.

E as importações significam a saída de dólares do país. Assim, os interesses do Banco Central se combinam com o dos exportadores, e o incentivo para uma balança comercial superavitária vem tanto através de políticas governamentais que atrapalham as importações, como através de subsídios para as empresas que exportam.

Resumidamente, porém, o que mantém a economia mais saudável é uma política monetária não inflacionista por parte do Banco Central, assim como o respeito à propriedade privada e a liberdade para empreender, o que permite a acumulação de capital dos cidadãos locais, mantém a moeda nacional valorizada e atrai investimentos estrangeiros, que acaba trazendo mais dólares para o país sem restringir a oferta de bens via importações.

Uma moeda valorizada é importante porque em longo prazo, o que determina o câmbio é o poder de compra das moedas, quanto cada uma delas esta sendo inflacionada por seus bancos centrais. Além disso, as exportações promovem crescimento econômico se em troca a população do país exportador receber bens, serviços e ativos que melhorem sua qualidade de vida e sua capacidade de produção. Portanto, o país não precisa fazer esforços para ter uma balança comercial superavitária.

REFERÊNCIAS:

BOUDREAUX, Donald. Exportar muito e importar pouco não gera crescimento e é o caminho para a pobreza. Disponível em: <https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2827>. Acesso em 30 de março de 2019.

Econlib. Balance of Trade and Balance of Payments. Disponível em: <https://www.econlib.org/library/Topics/HighSchool/BalanceofTradeandBalanceofPayments.html>. Acesso em 30 de março de 2019.

Instituto Mises Brasil. Por que ainda há histeria em relação a déficits na balança comercial?. Disponível em: <https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2477>. Acesso em 30 de março de 2019.

ROQUE, Leandro. Falando claramente sobre balança comercial, investimento estrangeiro e câmbio. Disponível em: <https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1087>. Acesso em 30 de março de 2019.

SANDRONI, Paulo (org). Novíssimo Dicionário de Economia. São Paulo: Editora Best Seller, 1ª edição, 1999, 40-41p.