O que são fósseis como os cientistas podem afirmar que um determinado organismo sofreu evolução

 Quem nunca ouviu falar de que somos descendentes de macacos? Você concorda? Isso muito tem haver com o assunto abordado aqui: a Evolução dos Seres Vivos. Nos últimos tempos, muitas pesquisas comparam moléculas de DNA de diferentes espécies e revelaram o grau de semelhança de seus genes, o que mostra o parentesco evolutivo. Isso não quer dizer descendência direta, mas sim uma origem em comum em algum tempo no passado.

Vamos começar com uma aula gratuita da professora Juliana Evelyn Santos, coordenadora pedagógica do Curso Enem Gratuito. Ela é Bióloga, e vai ajudar você aprender sobre a Evolução das Espécies para o Enem, o Encceja e os Vestibulares. Confira aqui:

https://youtu.be/ONrcDXpBZ7g

Charles Darwin foi acusado de defender a tese que pregava que todas as espécies existentes teriam surgido a partir de seres que o antecederam. Naquela época, essa teoria foi rejeitada, mas era a única mais fundamentada.

Nos últimos anos, estudos com restos fossilizados de oito dentes de um macaco, levaram os cientistas a crer que a origem do homem é mais antiga, colocando esta teoria de que somos descendentes de macacos por água abaixo.

Antes que a teoria da evolução de Charles Darwin  se tornasse reconhecida pelo meio científico, outros pesquisadores criaram teorias para tentar explicar a evolução dos seres vivos.

Um deles foi Jean–Baptiste Pierre Antoine de Monet, conhecido como Chevalier de Lamarck, ou Jean-Baptiste Lamarck. Ele foi um naturalista francês que também  estudou medicina, física e meteorologia,. Lamarck criou uma teoria que hoje chamamos de “lamarckismo”. O nome do livro é “Philosophie Zoologigue” (1809).

Fique atento, essas duas teorias são muito importantes para a prova de Biologia Enem.

O LAMARCKISMO – Essa teoria é também conhecida como lei do “uso e desuso”, que se fundamenta em duas leis básicas:

1- Os órgãos, quando muito utilizados, se hipertrofiam e, quando não usados, se atrofiam (uso e desuso);

2- Os órgãos, membros e outras características que fossem usadas acabariam se desenvolvendo e passando de geração para geração. Ocorrendo a transmissão hereditária das características adquiridas.

Um exemplo clássico da lei do “uso e do desuso” é o crescimento do pescoço da girafa. Segundo Lamarck, devido ao esforço da girafa para comer as folhas das arvores mais altas o pescoço do mesmo acabou crescendo.

O que são fósseis como os cientistas podem afirmar que um determinado organismo sofreu evolução

Lamarck instituiu que as influências do meio ambiente são responsáveis por alterações nos organismos e estas são herdadas por seus descendentes. De acordo com Lamarck, o pescoço da girafa cresceu, pois esse animal costumava esticá-lo constantemente para alcançar o alimento e, em consequência disso, seus filhos tinham o pescoço mais comprido.

A primeira lei de Lamarck, lei do uso e do desuso, é válida. Por exemplo, os atletas que treinam diariamente desenvolvem os seus músculos através do uso. O problema surge na segunda lei, visto que as características adquiridas por um individuo nunca é passada à próxima geração.

Mais tarde, a publicação do livro a “A origem das espécies”, de Darwin, abordava muitas observações de suas viagens ao redor do mundo. O livro abalou o fundamento principal da teoria de Lamarck afirmando que a evolução das espécies se daria pela Seleção Natural e não pelo uso e desuso.

Ele percebeu que em uma população existem sempre indivíduos mais aptos e menos aptos, que a disponibilidade de alimento no meio leva à competição para sobreviver, ou seja, à seleção natural. Para a prova de Biologia Enem, você deve saber que, segundo Darwin, dentre as girafas de antigamente com pescoços pequenos, teriam nascido, aleatoriamente, alguns indivíduos com pescoço mais longo, o que faria com que conseguissem alcançar a comida na copa das árvores.

Já as girafas que nasceram com pescoço pequeno não conseguiriam alcançar a comida, então morreriam ou teriam desvantagem na hora de reproduzir. Assim, apenas as girafas de pescoço longo conseguiriam deixar descendentes com suas características e estes para as próximas gerações.

Mas assim como na teoria de Lamarck, a tese de Darwin também tinha falhas. Embora a teoria da seleção natural de Darwin esteja correta, os cientistas logo se perguntaram qual era a causa da variação das espécies? E naquele tempo pouco se sabia sobre a genética para resolver esta questão.

Quando conciliaram as ideias de seleção natural com os da Genética, surgiu o neodarwinismo, que respondeu a pergunta acima salientando a causa da variação genética das populações por dois fatores fundamentais: as mutações (mudanças no material genético) e a recombinação genética (intercâmbio de genes entre os cromossomos na formação das células sexuais).

Durante a prova de Biologia Enem, não esqueça:

-As variações das espécies dependem da mutação, que é um processo que ocorre ao acaso.

– A luta pela vida se dá entre os indivíduos e o meio e resulta na seleção natural dos mais aptos.

Hoje, existem evidências da evolução como os fósseis, que por comparação entre espécies proporcionam uma grande quantidade de informações a respeito dos mecanismos da evolução.

Veja essa super videoaula, de Biologia Enem, abaixo sobre essas evidências:

Agora vamos resolver uns exercícios para testar os conhecimentos?!

EXERCÍCIOS DE BIOLOGIA ENEM

1. (UFBA) “O grande livro de Charles Darwin – A origem das espécies – foi o documento mais importante do século XIX. Ele mudou permanentemente a visão do lugar que ocupamos na natureza ao mostrar que todas as formas de vida que hoje habitam a superfície da Terra são resultado dos mesmos processos (…).”(MADDOX, p. 223). A mudança de visão referida no texto teve como fundamento, à época de Darwin, evidências concretas e interpretações que incluem:

a) a descoberta de fósseis de animais e vegetais, que evidenciavam a constância das espécies ao longo do tempo. b) as variações e as semelhanças observadas entre os tentilhões das ilhas Galápagos, sugerindo a existência de um ancestral comum. c) as contribuições dos estudos da hereditariedade, que dissociavam o comportamento dos genes da transmissão dos caracteres. d) a independência dos mecanismos evolutivos em relação aos fatores bióticos e abióticos do meio ambiente.

e) a ocorrência de alterações na molécula da hereditariedade como mecanismo de origem de novas espécies.

Desde a Antiguidade a Biologia Evolutiva intriga pesquisadores e a população em geral. O termo evolução tem origem latina e deriva da palavra “evolutio”, que significa desenrolar. A evolução refere-se, portanto, à mudança.

Na Antiguidade, uma ideia era bastante difundida a respeito da origem das espécies: o fixismo. De acordo com essa linha de raciocínio, todos os seres vivos que hoje existem já existiam no passado e teriam sido criados por Deus. Sendo assim, de acordo com esse pensamento, as espécias não sofriam modificações ao longo do tempo e, consequentemente, não ocorria evolução.

Com os avanços dos estudos dos fósseis e das rochas sedimentares, ficou cada vez mais claro que as espécies de hoje não eram as mesmas que existiram há milhões de anos, bem como que muitos seres diferentes existiram no passado e extinguiram-se. Assim sendo, no século XVIII, iniciou-se a disseminação por vários naturalistas, incluindo-se Buffon, da ideia de que os seres sofriam modificações no decorrer do tempo. Entretanto, nenhum desses pesquisadores tentou explicar esse mecanismo evolutivo.

A primeira teoria evolucionista apresentada foi a de Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829). No seu trabalho Philosophye Zoologique (1806), Lamarck tentou explicar, no sentido da complexidade, como as espécies evoluíam. Esse estudioso lançou mão de dois princípios básicos: a lei do uso e desuso e a lei da herança dos caracteres adquiridos.

Segundo a lei do uso e desuso de Lamarck, as espécies apresentavam modificações em seus corpos como consequência do uso frequente de determinado órgão ou da falta de uso de uma estrutura. Ao usar bastante um órgão, por exemplo, ele tornar-se-ia mais forte e mais desenvolvido. Já os órgãos poucos utilizados caminhavam em direção à atrofia. Ainda segundo a teoria proposta por Lamarck, todas as características adquiridas durante a vida de um ser vivo eram transmitidas para seus descendentes.

Para explicar sua ideia, Lamarck utilizou um exemplo bastante conhecido: o pescoço da girafa. Segundo esse cientista, existiam girafas de pescoço curto inicialmente, mas elas, a fim de conseguirem alcançar alimentos em grandes alturas, começaram a esticar-se. Ao forçar o esticamento de forma intencional do pescoço, essa estrutura começou a apresentar-se cada vez maior. Essa característica foi então passada aos descendentes.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Lamarck, no entanto, estava equivocado em certos pontos de sua teoria, uma vez que o uso e o desuso não provocam modificações que podem ser passadas aos descendentes e as modificações adquiridas durante a vida não podem ser transmitidas. Apesar dos erros, Lamarck levantou um ponto bastante importante para a evolução: o meio influencia a evolução das espécies.

Depois de Lamarck, foi a teoria proposta por Charles Darwin (1809-1882) que tentou explicar como a evolução de fato acontecia. Segundo Darwin, a evolução não acontecia em direção à complexidade, mas sim em razão de uma luta constante por sobrevivência, pois apenas os mais aptos sobreviviam e passavam suas características aos descendentes. Darwin nomeou esse processo de seleção natural e considerou-o o principal mecanismo da evolução.

Outro ponto importante da teoria de Darwin é a ancestralidade comum, que afirma que todos os organismos compartilham um ancestral comum, sendo, portanto, produtos de uma história de descendência.

Como Darwin não tinha as bases da Genética e não sabia como as características eram passadas aos descendentes, sua teoria não conseguiu explicar certos pontos importantes da hereditariedade. Entretanto, a partir de 1940, Ronald Fisher, John Haldane, Sewall Wrigth, Theodosius Dobzhansky, Ernst Mayr, Julian Huxley, George Simpson e G. Ledyard Stebbins publicaram trabalhos em que a teoria de Darwin era reinterpretada por intermédio dos conhecimentos mais modernos de Genética e outras áreas da Biologia. Essa reinterpretação ficou conhecida como teoria sintética da evolução ou teoria neodarwinista.

De acordo com a teoria sintética da evolução, a evolução ocorre por intermédio de alguns fatores principais, tais como mutação, recombinação gênica, deriva genética, migração e seleção natural.

Apesar de uma grande quantidade de conhecimento já ter sido incorporada à Biologia Evolutiva, muito ainda deve ser explorado e estudado. Nesta seção você ficará sabendo a respeito de todas as teorias evolutivas existentes, além de ficar informado a respeito das novidades nesse campo.

Bons estudos!

“Nada em biologia faz sentido a não ser sob a luz da evolução”

Theodosius Dobzhansky


Por Ma. Vanessa dos Santos