O que está acontecendo com a temperatura do planeta?

BBC News Brasil

As temperaturas mundiais estão subindo por causa da atividade humana, e as mudanças climáticas agora ameaçam todos os aspectos da vida humana.

Se a situação não for controlada, os humanos e a natureza passarão por um aquecimento catastrófico, com o agravamento das secas, maior aumento do nível do mar e extinção em massa de espécies.

Enfrentamos um grande desafio, mas existem soluções potenciais.

Clima é o conjunto de condições médias de temperatura e ambiente num lugar, ao longo de muitos anos. A mudança climática é uma mudança nessas condições médias.

A rápida mudança climática que estamos vendo agora é causada pelo uso humano de petróleo, gás e carvão para casas, fábricas e transporte.

Quando esses combustíveis fósseis queimam, eles liberam gases de efeito estufa - principalmente dióxido de carbono (CO2). Esses gases retêm o calor do Sol e fazem com que a temperatura do planeta aumente.

O planeta está agora cerca de 1,2°C mais quente do que no século 19 - e a quantidade de CO2 na atmosfera aumentou em 50%.

O ritmo de aumento da temperatura precisa diminuir se quisermos evitar as piores consequências das mudanças climáticas, dizem os cientistas. Eles afirmam que o aquecimento global precisa ser mantido em 1,5°C até o ano 2100.

No entanto, a menos que outras ações sejam tomadas, o planeta ainda pode aquecer mais de 2°C até o final deste século.

Se nada for feito, os cientistas acreditam que o aquecimento global pode ultrapassar os 4ºC, levando a ondas de calor devastadoras, milhões perdendo suas casas devido à elevação do nível do mar e perda irreversível de espécies vegetais e animais.

Eventos climáticos extremos já estão mais intensos, ameaçando vidas e meios de subsistência.

Com o aquecimento adicional, algumas regiões podem se tornar inabitáveis, à medida que as terras agrícolas se transformam em desertos. Em outras regiões, está acontecendo o contrário, com chuvas extremas causando inundações históricas - como visto recentemente na China, Alemanha, Bélgica e Holanda.

As pessoas nos países mais pobres sofrerão mais, pois não têm dinheiro para se adaptar às mudanças climáticas. Muitas cidades em países em desenvolvimento já têm que suportar climas muito quentes e isso só vai piorar.

Nossos oceanos e seus habitats também estão ameaçados. A Grande Barreira de Corais na Austrália, por exemplo, já perdeu metade de seus corais desde 1995 devido aos mares mais quentes causados ​​pela mudança climática.

Os incêndios florestais estão se tornando mais frequentes à medida que as mudanças climáticas aumentam a incidência de clima quente e seco.

E à medida que o solo congelado derrete em lugares como a Sibéria, gases de efeito estufa aprisionados por séculos serão liberados na atmosfera, agravando a mudança climática.

Em um mundo mais quente, os animais terão mais dificuldade para encontrar a comida e a água de que precisam para viver. Por exemplo, os ursos polares podem morrer à medida que o gelo de que dependem derrete, e os elefantes terão dificuldade em encontrar os 150-300 litros de água de que precisam por dia.

Cientistas acreditam que pelo menos 550 espécies podem desaparecer neste século, se medidas não forem adotadas.

As mudanças climáticas têm efeitos distintos em diferentes áreas do mundo. Alguns lugares aquecerão mais do que outros, alguns receberão mais chuvas e outros enfrentarão mais secas.

Se o aumento da temperatura não puder ser mantido dentro de 1,5°C:

* O Reino Unido e a Europa serão vulneráveis ​​a inundações causadas por chuvas extremas

* Os países do Oriente Médio passarão por ondas de calor extremas e as terras agrícolas podem se transformar em deserto

* Nações insulares na região do Pacífico podem desaparecer com a elevação do mar

* Muitas nações africanas podem sofrer secas e escassez de alimentos

* As condições de seca são prováveis ​​no oeste dos EUA, enquanto outras áreas verão tempestades mais intensas

* A Austrália provavelmente sofrerá extremos de calor e seca

Os países concordam que a mudança climática só pode ser enfrentada trabalhando juntos e, em um acordo histórico em Paris em 2015, eles se comprometeram a tentar manter o aquecimento global em 1,5°C.

O Reino Unido vai sediar uma cúpula para líderes mundiais, chamada COP26, em novembro, onde os países definirão seus planos de redução de carbono para 2030.

Muitos países se comprometeram a chegar à neutralidade de carbono até 2050. Isso significa reduzir as emissões de gases de efeito estufa tanto quanto possível e equilibrar as emissões restantes absorvendo uma quantidade equivalente da atmosfera, por meio de tecnologias de captura de carbono, por exemplo.

A maioria dos especialistas acredita que isso é possível, mas exigirá que governos, empresas e indivíduos façam grandes mudanças.

Grandes mudanças precisam vir de governos e empresas, mas os cientistas dizem que algumas pequenas mudanças no dia a dia podem limitar nosso impacto no clima:

* Pegue menos voos

* Não use carros ou opte por carro elétrico

* Compre produtos com eficiência energética, como máquinas de lavar, quando precisarem de substituição

* Mude de um sistema de aquecimento a gás para uma bomba de calor elétrica

* Use material que isole sua casa do frio e do calor, evitando com isso usar aquecimento e ar-condicionado

O relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, publicado nesta segunda-feira, 9, indica que o aquecimento global está se avançando mais rapidamente do que o esperado. O estudo ainda aponta que a atividade humana está alterando o clima do planeta de maneiras “sem precedentes” e que algumas das mudanças já se tornaram “irreversíveis”.

Segundo o IPCC, a temperatura média da Terra pode chegar a 1,5 ou 1,6 graus Celsius a mais dos que na era pré-industrial por volta de 2030. Isto ocorreria uma década antes do que o próprio painel previu há apenas três anos.

Os cientistas, porém, afirmam que uma catástrofe pode ser evitada se a humanidade agir rapidamente. Há esperança de que um corte drástico e imediato nas emissões de gases do efeito estuda possa estabilizar o aumento das temperaturas.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou o relatório como “um alerta vermelho para a humanidade”, observando que “o aquecimento global está afetando todas as regiões da Terra, com muitas mudanças se tornando irreversíveis”.

O documento, finalizado e aprovado por 234 autores e 195 governos, é a maior atualização do estado do conhecimento sobre ciência climática desde o lançamento de outro relatório em 2014. 

Degradação alarmante

O relatório destaca o desmatamento, o derretimento de geleiras e a diminuição da capacidade de florestas, solos e oceanos de absorver CO2 como fatores alarmantes. O IPCC ainda cita as ondas de calor sem precedentes, grandes inundações, furacões e secas mais graves e prolongadas como algumas das consequências diretas da mudança climática.

A taxa de aquecimento está se acelerando: as temperaturas globais de superfície aumentaram mais rapidamente desde 1970 do que em qualquer outro período de 50 anos durante pelo menos os últimos 2000 anos. 

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Segundo os cientistas, a dependência da sociedade de combustíveis fósseis é a razão pela qual o planeta já aqueceu 1,2 grau Celsius em relação aos níveis pré-industriais. Como consequência, o nível global dos oceanos aumentou cerca de 20 cm desde 1900 e a taxa de elevação praticamente triplicou na última década.

Os especialistas afirmam que as calotas de gelo que derretem na Antártida e na Groenlândia são agora o principal fator para a elevação, à frente do degelo dos glaciares.

Se as temperaturas globais aumentarem 2 graus, o nível dos oceanos aumentará cerca de meio metro ainda no século XXI. E continuará aumentando até quase dois metros até 2300, o dobro do que o IPCC previa em 2019.

O aquecimento também está acontecendo ainda mais rápido do que os cientistas pensavam anteriormente, o que tornaria inviáveis as metas estabelecidas pelo acordo climático de Paris. Assinado em 2015, o pacto prevê reduzir as emissões de gases de efeito estufa para limitar o aumento médio de temperatura global a 2 graus.

Fim das emissões

O relatório deixa claro que a única maneira de desacelerar e, eventualmente, reverter o aquecimento é reduzir as emissões de gases de efeito estufa a zero. Na suposição de que se faça absolutamente tudo que está no alcance da humanidade, a temperatura global, após ter subido 1,5 grau Celsius, será 1,4 grau superior à da era pré-industrial até 2100.

Os cientistas são claros quanto à necessidade de combater outros gases de efeito estufa além do CO2 no curto prazo. As emissões de metano – um poderoso gás de efeito estufa – são particularmente preocupantes.

Algumas mudanças, porém, são irreversíveis, mesmo nos cenários de emissões mais baixas. Os mantos de gelo, por exemplo, continuarão derretendo por centenas a milhares de anos, o que fará com que o nível do mar suba bem e permaneça mais alto por milênios.

Mudanças climáticas: os efeitos alarmantes sobre o mundo hoje, segundo novo relatório da ONU

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Crédito, Reuters

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Aquecimento causado por humanos causou danos irreparáveis ​​à Terra que podem piorar nas próximas décadas

O impacto adverso da humanidade sobre o clima é a "constatação de um fato", declaram cientistas da Organização das Nações Unidas (ONU) em um estudo histórico.

O relatório diz que as emissões contínuas de gases do efeito estufa podem romper um importante limite de temperatura em pouco mais de uma década.

Os autores também mostram que um aumento do nível do mar de cerca de dois metros até o final deste século "não pode ser descartado".

Mas há uma nova esperança de que reduções profundas nas emissões de gases de efeito estufa possam estabilizar o aumento das temperaturas.

Essa avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) está em um documento de 42 páginas conhecido como Sumário para os Formuladores de Políticas.

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É o primeiro de uma série de relatórios que serão publicados nos próximos meses. Também é a primeira grande revisão da ciência das mudanças climáticas desde 2013.

Seu lançamento ocorre menos de três meses antes de uma importante cúpula do clima em Glasgow, na Escócia: a COP-26.

"O Relatório do Grupo de Trabalho 1 do IPCC de hoje é um 'alerta vermelho' para a humanidade", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.

"Se unirmos forças agora, podemos evitar a catástrofe climática. Mas, como o relatório de hoje deixa claro, não há tempo para delongas e nem espaço para desculpas. Conto com os líderes do governo e todas as partes interessadas para garantir que a COP-26 seja um sucesso."

Em um tom forte e seguro, o documento do IPCC afirma "é inequívoco que a influência humana aqueceu a atmosfera, os oceanos e o solo".

De acordo com um dos autores do relatório, o professor Ed Hawkins, da University of Reading, no Reino Unido, os cientistas não podiam ser mais claros neste ponto.

"É uma constatação de um fato, não tem como ter mais certeza. É inequívoco e indiscutível que os humanos estão esquentando o planeta."

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Crédito, EPA

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O relatório aponta que incêndios florestais devem aumentar em muitas regiões; na foto, um incêndio no norte da Inglaterra, em 2018

"Usando termos esportivos, pode-se dizer que a atmosfera foi exposta ao doping, o que significa que começamos a observar extremos com mais frequência do que antes", disse Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial.

Os autores dizem que desde 1970, as temperaturas da superfície global aumentaram mais rápido do que em qualquer outro período de 50 anos nos últimos 2 mil anos.

Esse aquecimento "já está causando muitos extremos climáticos em todas as regiões do globo".

Quer sejam ondas de calor como as vistas recentemente na Grécia e no oeste da América do Norte, ou inundações como as da Alemanha e da China, "sua atribuição à influência humana se fortaleceu" na última década.

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Fatos-chave do relatório do IPCC

  • A temperatura da superfície global foi 1,09ºC mais alta na década entre 2011-2020 do que entre 1850-1900
  • Os últimos cinco anos foram os mais quentes já registrados desde 1850
  • A recente taxa de aumento do nível do mar quase triplicou em comparação com o período entre 1901-1971
  • A influência humana é "muito provavelmente" (90%) o principal impulsionador do derretimento global das geleiras desde a década de 1990 e da diminuição do gelo marinho do Ártico
  • É "praticamente certo" que extremos de calor, incluindo ondas de calor, tornaram-se mais frequentes e mais intensos desde a década de 1950, enquanto os eventos frios se tornaram menos frequentes e menos graves

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O novo relatório também deixa claro que o aquecimento que experimentamos até agora provocou mudanças irreversíveis em escalas de tempo de séculos a milênios em muitos de nossos sistemas de suporte planetários.

Os oceanos continuarão a aquecer e se tornar mais ácidos. As geleiras montanhosas e polares continuarão derretendo por décadas ou séculos.

"As consequências continuarão a piorar a cada pequeno aquecimento", diz Hawkins.

"E para muitas dessas consequências, não há como voltar atrás."

Quando se trata do aumento do nível do mar, os cientistas modelaram uma faixa provável para diferentes níveis de emissões.

Mas um aumento de cerca de dois metros até o final deste século não pode ser descartado. Nem mesmo um aumento de cinco metros até 2150.

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Crédito, FEATURECHINA

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Inundações recentes no centro da China causaram muitas mortes

Esses resultados, embora improváveis, ameaçariam com inundações muitos milhões a mais de pessoas nas áreas costeiras até 2100.

Um aspecto fundamental do relatório é a taxa esperada de aumento da temperatura e o que isso significa para a segurança da humanidade.

Quase todas as nações da Terra assinaram os objetivos do Acordo climático de Paris em 2015, inclusive o Brasil.

Este pacto visa a manter o aumento das temperaturas globais bem abaixo de 2°C neste século e buscar esforços para mantê-lo abaixo de 1,5 °C.

O novo relatório diz que em todos os cenários de emissões considerados pelos cientistas, ambas as metas serão descumpridas neste século a menos que grandes reduções de emissões de carbono ocorram.

Os autores acreditam que um aumento de 1,5ºC será alcançado até 2040 em todos os cenários. Se as emissões não forem reduzidas nos próximos anos, isso acontecerá ainda mais cedo.

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Crédito, ANDY RAIN

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Manifestantes pedem ação por parte dos políticos antes da cúpula do clima em novembro que acontecerá em Glasgow, na Escócia

Isso foi previsto no relatório especial do IPCC em 2018 e este novo estudo agora o confirma a previsão.

"Alcançaremos um grau e meio [de aumento] anualmente muito antes. Já atingimos durante dois meses no El Niño em 2016", disse o professor Malte Meinshausen, um dos autores do relatório do IPCC da Universidade de Melbourne, na Austrália.

"A melhor estimativa do novo relatório é que isso aconteça em meados de 2034, mas a incerteza é enorme e varia entre agora e nunca."

As consequências de superar 1,5 ° C num período de anos seriam indesejáveis. O mundo já experimentou um rápido aumento em eventos extremos por causa de um aumento de temperatura de 1,1° C desde os tempos pré-industriais.

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O que é o IPCC?

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas é um órgão da ONU criado em 1988 para avaliar a ciência em torno das mudanças climáticas.

O grupo fornece aos governos informações científicas que eles podem usar para desenvolver políticas sobre o aquecimento global.

O primeiro de seus relatórios de avaliação abrangentes sobre as mudanças climáticas foi lançado em 1992. O sexto desta série será dividido em quatro volumes. O novo relatório - de cientistas do Grupo de Trabalho 1 do IPCC - é o primeiro desses volumes a ser lançado.

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"Veremos ondas de calor ainda mais intensas e frequentes", disse outro dos autores do relatório do IPCC, Friederike Otto, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

"Também veremos um aumento nos eventos de fortes chuvas em escala global, além de mais tipos de secas em algumas regiões do mundo".

"O relatório mostra claramente que já estamos vivendo as consequências das mudanças climáticas em todos os lugares. Mas vamos experimentar mudanças adicionais e simultâneas que aumentam a cada nível maior de aquecimento", disse a professora Carolina Vera, vice-presidente do grupo de trabalho que produziu o documento.

Então, o que pode ser feito?

Embora este relatório seja mais claro e seguro sobre as desvantagens do aquecimento, os cientistas estão mais esperançosos de que, se pudermos cortar as emissões globais de gases do efeito estufa pela metade até 2030 e zerar as emissões líquidas em meados deste século, poderemos interromper e possivelmente reverter o aumento de temperaturas.

Zerar as emissões líquidas envolve a redução das emissões de gases de efeito estufa tanto quanto possível usando tecnologia limpa e, em seguida, enterrando quaisquer liberações restantes usando a captura e armazenamento de carbono, ou absorvendo-as com o plantio de árvores.

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O presidente da COP-26, Alok Sharma, em visita à Bolívia

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"A ideia anterior era que poderíamos obter temperaturas maiores mesmo após zerar as emissões líquidas", diz outro coautor, Piers Forster, da Universidade de Leeds, no Reino Unido.

"Mas agora esperamos que a natureza seja gentil conosco e se formos capazes de atingir o zero líquido, esperamos não obter nenhum aumento adicional de temperatura. Deveríamos eventualmente ser capazes de reverter parte desse aumento de temperatura e resfriá-la um pouco."

Embora as projeções futuras de aquecimento sejam mais claras do que nunca neste relatório e muitos impactos simplesmente não possam ser evitados, os autores alertam contra o fatalismo.

"Reduzir o aquecimento global realmente minimiza a probabilidade de atingirmos esses pontos de inflexão", diz Otto, da Universidade de Oxford. "Não estamos condenados."

Um ponto de inflexão ou uma limiar de controle se refere a quando parte do sistema climático da Terra sofre uma mudança abrupta em resposta a seu aquecimento contínuo.

Para os líderes políticos, o relatório é mais um em uma longa história de alertas. Com a aproximação da cúpula do clima COP-26 de novembro, ela ganha um peso maior.

Cinco impactos futuros

  • Em todos os cenários de emissões, as temperaturas chegarão, em 2040, 1,5° C acima dos níveis de 1850-1900
  • É provável que o Ártico esteja praticamente sem gelo em um setembro, pelo menos em uma ocasião antes de 2050 em todos os cenários avaliados
  • Alguns eventos extremos "sem precedentes no registro histórico" acontecerão com mais frequência com o aquecimento de 1,5° C
  • Eventos extremos relacionados ao nível do mar que ocorreram uma vez por século no passado recente devem ocorrer pelo menos anualmente em mais da metade dos locais onde há medição de marés até 2100
  • Provavelmente haverá aumentos de incêndios florestais em muitas regiões

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