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O Sujeito é um dos termos essenciais da oração, o qual concorda em número e pessoa com o Verbo.
Quando estudamos sobre a sintaxe dos períodos simples, aprendemos que os termos essenciais são os elementos que mantêm a estrutura básica das orações, que são o Sujeito e o Predicado. Enquanto o sujeito concorda em número e pessoa com o verbo, o predicado realiza uma afirmação sobre o sujeito.
Esses termos são considerados essenciais porque trazem as informações necessárias à construção de enunciados sintatica e semanticamente lógicos, como: o que aconteceu, como aconteceu e quem realizou ou recebeu a ação. Veja o exemplo a seguir:
Lara, André e João Vitor vão passear na praia pela manhã.
- Sujeito: Lara, André e João Vitor
- Predicado: vão passear na praia pela manhã.
Como você pôde observar, o Sujeito da oração é composto “Lara, André e João Vitor” (eles – terceira pessoa do plural), pois é o termo que realiza a ação “passear” e concorda com a locução verbal “vão passear” .
Grande parte das orações é formada por sujeito e predicado, pode acontecer de uma oração não apresentar Sujeito, mas com toda certeza terá um Predicado. Isto significa que, à exceção do sujeito e do vocativo, tudo aquilo que constitui as orações faz parte do predicado.
Tipos de sujeitos
A classificação dos tipos de Sujeitos está relacionada ao núcleo de um sintagma. Dessa forma, nas orações, é possível ocorrer: sujeitos simples ou compostos, determinados ou indeterminados. O núcleo é o termo central de um Sintagma Nominal ou Verbal. Veja o exemplo:
Os gigantes Jequitibás são árvores protegidas por lei.
- Sujeito: Os gigantes Jequitibás
- Predicado: são árvores protegidas por lei
- Núcleo do sintagma nominal: Jequitibás
Sujeito simples ou Sujeito composto
O Sujeito simples apresenta apenas um núcleo, enquanto o Sujeito composto apresenta mais de um.
Exemplos de orações com Sujeito Simples:
- Joana foi buscar café na mercearia do Walter.
- Os professores entregaram os diários antes do prazo estabelecido.
- Várias araras cruzam o céu de Alto Paraíso diariamente.
Exemplos de orações com Sujeito Composto:
- Os professores e os alunos foram ao ginásio da escola para a assistiram ao desfile de 7 de setembro.]
- Pedro Paulo e Raíssa organizaram uma festa de despedida para seus cunhados.
- Várias araras e tucanos cruzam o céu de Alto Paraíso diariamente.
Sujeito oculto ou elíptico
O Sujeito nem sempre aparece de forma explícita nas orações. Quando isso acontece, sua identificação é possível a partir da análise do contexto ou das flexões verbais de número e pessoa ou por sua presença em outra oração do mesmo período ou de um período antecedente.
Exemplos de sujeito oculto:
- Gostaram muito da sua feijoada. (sujeito eles/elas oculto/elíptico no verbo gostar)
- Convidei todos da lista.
- O amor é chama da vida, enaltece virtudes, promove felicidade.
* Na primeira oração “O amor é chama da vida”, o sujeito “o amor” aparece sendo retomado e oculto/elíptico nos verbos enaltecer e promover nas orações seguintes.)
Sujeito determinado
É aquele que aparece explícito na oração e pode ser identificado pela flexão de número-pessoa do verbo ou pelo contexto do enunciado, ou seja, quando o sujeito está presente em outra oração do mesmo período ou do período antecedente.
Exemplos:
- João Vitor quebrou o vidro da janela com a bola.
- Alguns cheques seus voltaram.
É importante esclarecer que quando os Sujeitos são constituídos por pronomes indefinidos não é possível identificar o referente pronominal específico, entretanto, aparecem explícitos na oração sintaticamente e, portanto, são considerados como determinados. Observe os exemplos:
- Alguém pegou a minha caneta.
- Ninguém invade um local sem antes tê-lo conhecido.
Sujeito indeterminado
O sujeito indeterminado ocorre quando não é possível localizar na oração um referente explícito para a flexão verbal. Na Língua Portuguesa, os sujeitos indeterminados podem ser caracterizados por duas estruturas sintáticas:
Verbo Transitivo Direto flexionado na terceira pessoa do plural.
Exemplos:
- Apagaram vários incêndios.
- Eliminaram os focos.
Verbo Transitivo Indireto, Verbo Intransitivo ou Verbo de Ligação flexionado na terceira pessoa do singular + Pronome “se” (índice de indeterminação do Sujeito).
Exemplos:
- Alugam-se casas.
- Dorme-se muito bem neste hotel.
- Precisa-se de diarista que durma no local.
Oração sem Sujeito
Existem orações construídas por verbos impessoais, os quais não se referem a uma pessoa do discurso e, por isso, não admitem um sujeito (sujeito inexistente).
Tipos de Oração sem Sujeito
A inexistência de um Sujeito na oração ocorre nos seguintes contextos:
1. Quando há Verbos que indicam fenômenos da natureza.
Exemplos:
- Choveu demais ontem à noite.
- No litoral anoitece mais cedo.
- Relampeou demais no sul do Brasil essa semana.
2. Quando os Verbos ser, estar, fazer, haver estão relacionados aos fenômenos da natureza ou a expressões que indicam tempo.
Exemplos:
- Agora é tarde.
- Há somente cinco meses.
- Faz seis meses desde então.
3. Quando o Verbo “haver” é usado no sentido de “existir”.
Exemplos:
- Há muitas pessoas que só pensam em si mesmas.
- Havia tempo que não comia isso.
- Houve muitos problemas com o software.
Referência:
ABURRE, Maria Luiza M. Gramática: texto: análise e construção de sentido. Volume único. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 382 a 389.
O sujeito é o ser, a pessoa, o animal, a coisa, a situação, etc. sobre a qual se faz uma declaração; é o termo referente. Ex.: «O Carlos chegou cedo.» «A saudade está sempre presente.»
O sujeito pode ser expresso por:
a) um substantivo Ex.: «Os morangos estão maduros.» b) um pronome pessoal, demonstrativo, relativo, interrogativo ou indefinido. Ex.: «Ela comprou o jornal.» «Isto é muito importante.» «Gosto das pessoas que sabem escutar os outros.» «Quem está a bater à porta?»
«Ninguém me perguntou nada.»
c) um numeral
Ex.: «O segundo é o melhor.»
d) uma palavra ou expressão substantivada Ex.: «O poder corrompe, dizem.»
«Têm de ser analisados os prós e os contras.»
e) uma oração infinitiva ou uma integrante (ou completiva) Ex.: «É bom termos o carinho dos outros.» «Vale a pena investir na educação.»
«Era importante que todos participassem.»
O sujeito pode estar determinado (ser identificado) ou ser indeterminado. Nos exemplos acima apresentados, o sujeito está identificado e expresso. Por vezes, sabemos qual é o sujeito, mas ele não está materialmente expresso na oração: é o chamado sujeito subentendido ou oculto. É um sujeito determinado, mas não expresso. Subentendemo-lo pela desinência da forma verbal e pelo contexto. Ex.: «Fiquei estupefacto!» (subentende-se como sujeito "eu").
«Passámos a tarde nas livrarias.» (subentende-se como sujeito "nós").
Há outras frases em que não é possível determinar o sujeito. Diz-se, então, que o sujeito é indeterminado.
Ex.: «Dizem que a nossa selecção está em forma.» (não se pode determinar quem é o sujeito de «dizem»: alguém diz, não se sabe quem).
Finalmente, há orações que não têm sujeito:
a) com verbos referentes a fenómenos ou situações da natureza: chover, nevar, trovejar, amanhecer, anoitecer, etc.
Ex.: «Ontem choveu muito.» (oração sem sujeito.)
b) com o verbo haver na acepção de «existir», combinado ou não com outro verbo. Ex.: «Hoje não há aulas.» (oração sem sujeito.) «Ontem houve uma serenata na minha rua.» (oração sem sujeito.)
«Devia haver mais cuidado com a exposição aos raios solares.» (oração sem sujeito.)
Como você já deve saber, o sujeito é um termo essencial da oração e é definido como o ser sobre o qual se faz uma declaração. No entanto, existem algumas características que fazem com que ele receba diferentes classificações, tais como: sujeito simples, sujeito composto, sujeito oculto (determinado) e sujeito indeterminado. Vamos analisar cada um deles neste texto:
-
Sujeito simples: é aquele que possui apenas um núcleo, ou seja, quando o verbo se refere a uma só palavra:
Exemplos:
Pedro viajou. (o verbo refere-se a um substantivo)
Nós aprendemos o alfabeto. (o verbo refere-se a um pronome)
Os três construíram o projeto. (o verbo refere-se a um numeral)
O humilde aprende mais. (o verbo refere-se a uma palavra substantivada)
É provável que ele viaje hoje. (o verbo refere-se a uma oração)
-
Sujeito composto: é aquele que possui mais de um núcleo.
Exemplos:
Pai e filho viajam juntos todos os anos. (o verbo refere-se a mais de um substantivo)
Viajamos ele e eu para Cancún. (o verbo refere-se a mais de um pronome)
Aprendem mais os humildes e os esforçados. (o verbo refere-se a mais de uma palavra substantivada)
Chegaram seis ou sete clientes. (o verbo refere-se a mais de um numeral)
Era melhor esquecer o carro novo e viajar para Cancún. (o verbo refere-se a mais de uma oração)
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Sujeito oculto ou sujeito elíptico: é aquele que não está explícito na oração, mas pode ser determinado pela flexão número-pessoa do verbo, ou por sua presença em alguma oração antecedente.
Exemplos:
Gosto de viajar todos os anos. (sujeito oculto “eu”, determinado pela desinência verbal)
Chamava-se Maria, tinha 16 anos e trabalha no hospital municipal. (sujeito oculto “Maria”, determinado pela presença do sujeito em oração antecedente)
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Sujeito indeterminado: é aquele no qual não é possível identificar um referente explícito na oração (ou no contexto do enunciado) para a flexão verbal. Pode ser construído por:
a) Verbo transitivo direto na 3ª pessoa do plural:
Anunciaram a morte do prefeito.
b) Verbo transitivo indireto, verbo intransitivo ou verbo de ligação flexionado na 3ª pessoa do singular + pronome “se”:
Não se fala da morte do prefeito no jornal local.
Agora, observe as orações seguintes e tente identificar o sujeito delas:
Chove muito nessa cidade.
Há muitos animais no zoológico de Brasília.
Como você pôde perceber, não é possível determinar o sujeito delas, não é mesmo? Isso se deve ao fato de serem orações sem sujeito. Os casos em que esse fenômeno gramatical ocorre são:
Aproveite para conferir nossa videoaula sobre o assunto: