A distribuição dos hospitais públicos de excelência não é nem um pouco homogênea, sendo que, de 43 locais, 29 estão concentrados na região sudeste. Não só isso, mas, desses 29 hospitais, 24 estão no estado de São Paulo, seguido por Minas Gerais, com apenas um hospital, e Rio de Janeiro, com dois postos de atendimento. Em segundo lugar, estão empatadas as regiões centro-oeste e nordeste, com apenas quatro hospitais certificados. Destes locais, os da região centro-oeste estão todos em Goiás, enquanto, no nordeste, dois estão no Ceará, um na Bahia e um na Paraíba. Lembrando que a certificação ONA não é obrigatória, mas uma decisão voluntária do hospital. De qualquer maneira, é uma forma de disseminar que, apesar das dificuldades do sistema público de saúde, ainda existem instituições de qualidade que merecem reconhecimento por seu trabalho. O serviço privado no BrasilOs hospitais privados podem ter naturezas diferentes, ou seja, ser com ou sem fins lucrativos. Isso significa que, no primeiro caso, é preciso o pagamento direto ou ser cliente de um plano de saúde para conseguir atendimento. Já o segundo é o que chamamos de hospital filantrópico, que também são instituições privadas, mas contratadas pelo sistema público para prestar atendimento ao SUS. Neste momento, enquanto os hospitais públicos crescem, observa-se um ligeiro encolhimento na rede privada, tanto em postos de atendimento quanto em número de leitos. No ano de 2018, os hospitais privados tiveram uma redução de 8,9%, enquanto o número de leitos caiu 10,6%. Ainda assim, essas instituições conseguem oferecer atendimento rápido, mais confortável e sem as temidas filas de espera. Mas isso envolve uma série de fatores, como melhor gestão e administração, além de um número de pacientes muito menor, visto que apenas 30% da população possui planos de saúde e poucos podem pagar por uma internação particular. Dos hospitais privados, 41,4% estão na região sudeste e, destes, 57,8% são locais com fins lucrativos. Os estados que apresentam o maior número de postos para atendimento são São Paulo e Minas Gerais.
Os convênios médicos prestam melhor serviço que o SUS? Quanto custa esse algo a mais? Afinal, SUS e convênios se complementam ou competem? Como melhorar o atendimento aos VIPPES? Em certos casos é melhor dar a informação completa direta da fonte em vez de uma sinopse. Há muita gente que ainda não conhece bem o que é o SUS – Sistema Único de Saúde no Brasil. Para entender o que realmente é o atendimento à saúde através do SUS, é imperioso conhecer como funciona. Assim, transcrevemos a informação do boletim “Entendendo o SUS”, editada pelo Ministério da Saúde e direcionada especialmente para os jornalistas. 10 Informações Básicas 1 Todos os estados e municípios devem ter conselhos de saúde compostos por representantes dos usuários do SUS, dos prestadores de serviços, dos gestores e dos profissionais de saúde. Os conselhos são fiscais da aplicação dos recursos públicos em saúde. 2 A União é o principal financiador da saúde pública no país. Historicamente, metade dos gastos é feita pelo governo federal, a outra metade fica por conta dos estados e municípios. A União formula políticas nacionais, mas a implementação é feita por seus parceiros (estados, municípios, ONGs e iniciativa privada). 3 4 5 6 7 8 9 10 Como se verifica e acontece na prática, o SUS fornece atendimento gratuito a milhões de pessoas de todas as idades e classes sociais. Conta com apoio federal, estadual e municipal, além de parceria com a iniciativa privada. Não consegue atender a totalidade da população e principalmente a de maior poder aquisitivo porque o seu sistema de atendimento prioriza realmente a população com menores recursos. A população das classes sócio-econômicas de maior renda utiliza atendimento particular em consultórios, clínicas médicas e hospitais particulares e contam com rede de empresas particulares que oferecem planos e seguro da saúde. Na verdade, considerando a quantidade de pacientes, os planos e seguro de saúde formam uma rede complementar à rede básica que é composta pelo SUS. Pesquisas sobre avaliação da qualidade de atendimento e de solução de problemas de saúde apresentam resultados favoráveis ao atendimento do SUS em relação ao sistema particular. São muitas as críticas aos convênios. Na prática, até mesmo pacientes conveniados em empresas particulares recorrem ao SUS para solução de casos mais complexos e que não são cobertos ou atendidos por elas. A maioria dos VIPPES em seu veloz e intenso crescimento de participação na sociedade brasileira terá que contar com o SUS para atender suas necessidades no campo da saúde. Torquato Morelli |