Como o movimento de rotação está relacionado às mudanças climáticas da terra ao longo de um ano

27 abril 2021

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A inclinação do planeta depende em grande parte da forma como sua massa é distribuída

Enchentes e secas, chuvas torrenciais, incêndios infernais, temperaturas extremas, extinção de espécies.

Boa parte dos efeitos das mudanças climáticas provocadas pela ação do homem são visíveis nos quatro cantos do planeta. Alguns, contudo, não são tão óbvios.

Nos últimos 30 anos, o eixo do planeta — a linha imaginária em torno da qual a Terra gira em seu movimento sobre si mesma — teve um deslocamento acelerado. Desde 1980, a posição dos polos (que são os pontos onde o eixo de rotação da Terra cruzam a superfície) mudou cerca de quatro metros no sentido leste, diz o trabalho.

A avaliação da chamada deriva polar, o termo que denomina esse o movimento dos pólos, indica que o fluxo mudou completamente de direção em 1995 e, entre aquele ano e 2020, a velocidade do movimento dos pólos aumentou cerca de 17 vezes em comparação com o observado entre 1981 e 1995.

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Mudança climática tem provocado derretimento acelerado de gelo nos pólos

As causas

O deslocamento do eixo da Terra, segundo especialistas, é normal.

Mudanças na distribuição da massa do planeta fazem com que o eixo se mova e, por consequência, com que os pólos se movam.

Esse movimento geralmente acontece de forma natural, seja por mudanças na atmosfera, nos oceanos ou na parte sólida da Terra.

O que a pesquisa indica, contudo, é que a ação humana é um dos motores da aceleração observada desde 1990.

Para entender o porquê é preciso revisitar alguns conceitos de física que aprendemos no ensino médio.

A rotação de qualquer objeto é afetada pela forma como sua massa é distribuída.

A distribuição do peso da Terra, por sua vez, está sempre mudando, à medida que as entranhas derretidas do planeta se agitam e sua superfície se transforma.

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Os polos do planeta têm se deslocado em resposta a diversos fatores

Mas a água, que constitui quase três quartos do planeta, também tem um "peso" fundamental nesse processo.

Assim, os pesquisadores decidiram fazer observações sobre as massas de água, medições da perda de gelo e do volume de lençóis freáticos bombeados para uso humano para verificar seu impacto no deslocamento do eixo.

Planeta água

A pesquisa descobriu que a água é um fator chave: a perda de água das regiões polares - o gelo que derreteu e escoou para os oceanos - seria "o principal motor da rápida deriva polar após a década de 1990".

O derretimento do gelo glacial é uma consequência direta da mudança climática provocada pelo homem.

Estima-se que mais de um terço das geleiras remanescentes no mundo derreterão em menos de um século, antes de 2100. Quanto aos bancos de gelo marinho, 95% dos mais antigos e espessos que se encontravam no Ártico já desapareceram.

Os cientistas estimam que, se as emissões de gases poluentes continuarem a aumentar sem controle, o Ártico poderá ficar sem gelo durante os verões a partir de 2040.

Água para uso humano

O estudo aponta ainda como, em menor grau, a ação de bombear água para agricultura ou consumo humano também teve impacto na deriva polar.

Isso porque a água dos lençóis freáticos antes armazenada no subterrâneo tende a fluir para o mar, redistribuindo seu peso no planeta.

Especialistas estimam que, nos últimos 50 anos, os humanos extraíram 18 trilhões de toneladas de água de reservatórios subterrâneos profundos, o que nunca foi reposto.

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Água retirada dos lençóis freáticos na maioria das vezes vai parar no mar

"As descobertas oferecem uma pista para estudar o movimento polar impulsionado pelo clima no passado", disse Suxia Liu, hidróloga da Academia Chinesa de Ciências e principal autora do estudo, em um comunicado.

A ciência já tinha vinculado o derretimento das geleiras aos movimentos observados nos pólos entre 2005 e 2012 com dados coletados pela missão Grace (acrônimo para Gravity Recovery and Climate Experiment), que lançou um satélite ao espaço em 2002.

Esta é a primeira pesquisa, contudo, a demonstrar o impacto das mudanças climáticas no eixo de rotação da Terra na década anterior ao lançamento desse sistema de monitoramento.

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Translação é um dos movimentos realizados pela Terra, assim como o movimento de rotação e precessão. Diz respeito ao caminho percorrido pelo planeta ao redor do Sol, caminho esse que realiza uma órbita elíptica (volta levemente oval). A duração desse movimento e a trajetória percorrida resultam em fenômenos astronômicos vivenciados por nós ao longo do ano. Quer saber como esse movimento é realizado e quais são as suas consequências? Vamos lá!

Leia também: Curiosidades astronômicas

Características do movimento de translação

Como o movimento de rotação está relacionado às mudanças climáticas da terra ao longo de um ano
Movimento de translação.

O caminho percorrido pela Terra ao redor do Sol possui duas características básicas:

→ Velocidade

A velocidade média em que a Terra realiza o movimento de translação é de aproximadamente 107.000 km/h. Apesar de ser uma velocidade elevada, ela não é sentida aqui na Terra. Só poderíamos ter essa percepção se observássemos um ponto exterior ao planeta que estivesse em uma velocidade diferente ou até mesmo parado. A velocidade da Terra no movimento de translação altera-se à medida que o planeta encontra-se mais próximo ou distante do Sol. A aproximação e o afastamento da Terra são denominados, respectivamente, de periélio e afélio.

Periélio

Afélio

No periélio, a Terra encontra-se mais próxima do Sol, mantendo-se a aproximadamente 147 milhões de quilômetros. A velocidade nesse ponto da órbita é maior.

No afélio, a Terra encontra-se mais afastada do Sol, mantendo-se a aproximadamente 152 milhões de quilômetros. A velocidade nesse ponto da órbita é menor.

→ Duração

O movimento de translação dura 365 dias, 5 horas e 48 minutos, tempo esse que foi convencionado no ano civil, cuja duração é de 365 dias. A cada quatro anos, tendo em vista o tempo exato do movimento, o ano possui 366 dias, sendo chamado de ano bissexto.

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A translação é o movimento que a Terra realiza em torno do Sol, ao longo de aproximadamente 365 dias.

Qual a relação entre o movimento de translação e as estações do ano?

Basicamente, as estações do ano resultam do movimento de translação. Para entender como isso acontece, devemos analisar algumas características do Planeta Terra, como o seu eixo de inclinação. Em alguns momentos do ano, a Terra encontra-se mais inclinada para um hemisfério. Essa inclinação máxima faz com que ocorra maior iluminação em um dos hemisférios e menor incidência de raios solares em outro.

Esse acontecimento faz com que os hemisférios apresentem características diferentes ao longo do ano com relação aos fenômenos climáticos e ao comportamento da vegetação e dos demais seres vivos, o que resulta naquilo que conhecemos como estações do ano.

O momento em que a Terra está em sua inclinação máxima ao norte ou ao sul marca a ocorrência do fenômeno astronômico conhecido como solstício. Esse fenômeno marca o início do verão ou do inverno. Se os raios solares estão incidindo com maior intensidade ao norte, ocorre o verão no Hemisfério Norte; já no Hemisfério Sul, o inverno, e vice-versa.

O solstício ocorre em dois momentos do ano: em junho e em dezembro. Sua principal característica é que os dias tornam-se mais longos que as noites no verão; já no inverno, as noites são mais longas que os dias.

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As estações do ano são resultantes do movimento realizado pela Terra ao redor do Sol.

Mas há também um momento em que a Terra situa-se perpendicularmente à Linha do Equador, ou seja, não se encontra inclinada. Esse acontecimento marca a ocorrência do fenômeno astronômico conhecido como equinócio.

O equinócio dá início à primavera e ao outono. Como a Terra não está inclinada com relação ao Sol, ambos os hemisférios recebem a mesma quantidade de energia solar. Enquanto em um dos hemisférios inicia-se a primavera; no outro, inicia-se o outono. Esse fenômeno ocorre duas vezes ao ano, em março e em setembro. A duração dos dias e das noites nas duas estações é a mesma. Para saber mais sobre o assunto, leia: Solstício e Equinócio.

Veja também: Por que a Lua não cai na Terra?

Rotação terrestre

Enquanto a Terra movimenta-se ao redor do Sol, ela também está realizando outros movimentos, como a rotação. O movimento de rotação é o que a Terra realiza em torno de si mesma, ou seja, do seu próprio eixo. Esse movimento é responsável pela existência do dia e da noite, visto que, ao girar ao redor de si mesma, a Terra garante intensa iluminação a algumas regiões, enquanto outras ficam em total escuridão.

O movimento de rotação tem duração de 23 horas, 56 minutos e 14 segundos. A velocidade média em que a Terra gira é de 1.669 quilômetros por hora, e esse movimento ocorre no sentido anti-horário, ou seja, de oeste para leste.

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O movimento de rotação é realizado concomitantemente ao movimento de translação.

Em razão dessa iluminação desigual em um período de 24 horas, foi necessário criar o sistema de fusos horários. À medida que a Terra gira, alguns pontos do planeta ficam adiantados ou atrasados em relação ao horário no Brasil. Até mesmo regiões no próprio país apresentam horários diferentes. Para saber mais sobre assunto, leia: Fusos horários.

Outros movimentos terrestres

A Terra realiza diversos movimentos de forma simultânea. Muitos passam imperceptíveis para nós, assim como suas consequências, por isso são pouco conhecidos. Os principais movimentos realizados além dos já citados são:

  1. Precessão dos equinócios: aquele em que a Terra desloca-se circularmente em torno do seu eixo, mas no sentido horário.

  2. Nutação: aquele em que há uma pequena oscilação no eixo de rotação da Terra. Essa movimentação ocorre a cada 18,6 anos graças à força gravitacional exercida pela Lua sobre a Terra.

  3. Deslocamento do periélio: refere-se à variação da órbita da Terra em torno do Sol, movimento esse que ocorre a cada 21 mil anos, ciclicamente.