Embora a maioria dos cristãos saiba que o Espírito Santo é uma pessoa, poucos têm um relacionamento diário com Ele. Se eu lhes perguntasse como vocês veem a Deus, a maioria diria como Pai, ou como o Criador e, até mesmo, como O Ser supremo e onipotente. Se a pergunta fosse sobre Jesus, seria mais fácil: O Filho de Deus que se entregou para nos salvar, que intercede diante do Pai por nós diariamente, aquele que entende as nossas lutas, pois em tudo foi tentado. Mas e quanto ao Espírito Santo? Você que me lê tem o costume de falar com o Espírito, adorar o Espírito, enfim, ter um relacionamento com Ele? O texto de Atos 2 nos fala: “E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão..”
Atos 1:8 diz: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” Dá para perceber? O Espírito Santo é aquele que nos motiva a testemunhar de Cristo, influenciando, inclusive, a nossa autoridade e intrepidez. É preciso que entendamos que o Espírito Santo fala mais do que qualquer outra pessoa na Terra como está em Apocalipse 2:17 diz: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer darei do maná escondido, e lhe darei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe”. Se Ele fala tanto, precisamos aprender ouvir a Sua voz. Para aprender a discernir a Sua voz devemos parar de falar. É necessário, também, esperar em silêncio até que Ele fale. Muitos, ainda que sinceramente, oram o tempo todo pedindo ou louvando, mas, nunca se aquietam. O Espírito Santo tem direções para os momentos de dúvida, consolo para os momentos de dor e gozo para os momentos de tristeza. Faça um teste hoje! Gaste um tempo da sua oração adorando o Espírito Santo e, em contemplação, permita que Ele lhe fale. Sua vida não será mais a mesma. 4: Como posso reconhecer e compreender o Espírito? “4: Como posso reconhecer e compreender o Espírito?”, Pregar Meu Evangelho: Guia para o Serviço Missionário, 2018, pp. 91–106 “4 Reconhecer o Espírito”, Pregar Meu Evangelho, pp. 91–106 4.
Pense nisto Por que preciso receber revelação pessoal? Quem é o Espírito Santo e como Ele age? Por que preciso orar com fé? Qual é o papel do Espírito no trabalho missionário? Como reconhecer os sussurros do Espírito? Joseph Smith disse: “Não pode haver salvação sem revelação; é inútil uma pessoa ministrar sem isso” (Discurso proferido entre 26 de junho e 4 de agosto de 1839–A, conforme relatado por Willard Richards, Biblioteca de História da Igreja, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Salt Lake City). Você terá sucesso em seu trabalho se aprender a receber revelação pessoal e segui-la. Joseph Smith também ensinou que a revelação é essencial para nosso trabalho diário: “Este é o princípio sob o qual o governo do céu é guiado: a revelação adaptada à situação em que são colocados os filhos do reino” (History, 1838–1856, volume D-1, 1º de agosto de 1842–1º de julho de 1843, Biblioteca de História da Igreja, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Salt Lake City). Deus ama você e todos os Seus filhos. Ele está ansioso por apoiá-lo em seus desafios práticos e específicos. Você recebeu a promessa de que teria inspiração para saber o que fazer e de que receberia a capacidade de fazê-lo (ver Doutrina e Convênios 43:15–16). O Senhor o ajudará à medida que você reconhecer e compreender o Espírito por meio do estudo diligente das escrituras. Ele o guiará até as pessoas que receberão a mensagem da Restauração. Ele lhe dará a capacidade de transmitir a mensagem e de testificar a respeito de Cristo e Seu evangelho. Ele derramará sobre você Suas bênçãos pelo dom do Espírito Santo. Ele lhe pede que permaneça digno desse dom e que peça, busque e bata (ver Doutrina e Convênios 4:7; Mateus 7:7–8). Vivemos na época profetizada pelos profetas do Livro de Mórmon, em que as pessoas “contenderão umas com as outras; e seus sacerdotes contenderão uns com os outros e ensinarão com o seu saber e negarão o Espírito Santo, o qual inspira o que dizer” (2 Néfi 28:4; ver também 3 Néfi 29:6; Mórmon 9:7–8). Ainda assim, muitas pessoas anseiam por coisas espirituais. Ao aprender a receber revelação pessoal, você ensinará com poder e autoridade (ver Alma 17:3), pois o Espírito Santo lhe dará poder para falar (ver 1 Néfi 10:22). Ao ajudar as pessoas a serem batizadas e confirmadas, você precisa buscar revelação pessoal e recebê-la por meio do Espírito Santo. Tenha fé que você receberá revelação pessoal para guiá-lo em seu trabalho diário. O Espírito Santo vai ajudá-lo em todos os aspectos de seu trabalho. Atividade: Estudo pessoal No testemunho final de Morôni, ele escreveu “algumas palavras a título de exortação” (Morôni 10:2). Leia Morôni 10 e escreva com suas próprias palavras aquilo que Morôni exorta o leitor do Livro de Mórmon a fazer (exortar significa encorajar firmemente ou pedir insistentemente que alguém faça algo). Uma pessoa é capaz de receber orientação espiritual antes de ser batizada e confirmada. Essa influência espiritual começa pela luz de Cristo, que é concedida “a todos os homens, para que eles possam distinguir o bem do mal” (Morôni 7:16, ver também versículos 14–19). A luz de Cristo é a “energia divina, poder ou influência que procede de Deus por meio de Cristo e dá vida e luz a todas as coisas. É a lei pela qual todas as coisas são governadas no céu e na Terra. Ela também ajuda as pessoas a entender a verdade do evangelho e serve para colocá-las no caminho do evangelho que leva à salvação. Não devemos confundir a luz de Cristo com o Espírito Santo. A luz de Cristo não é um personagem, mas uma influência proveniente de Deus, que nos prepara para receber o Espírito Santo. É uma influência para o bem na vida de todo ser humano. Uma manifestação da luz de Cristo é a consciência, que ajuda a pessoa a distinguir o bem do mal. Quanto mais aprendemos a respeito do evangelho, mais sensível se torna nossa consciência. Os que seguem a luz de Cristo são guiados ao evangelho de Jesus Cristo” (Guia para Estudo das Escrituras, “Luz, Luz de Cristo”; ver também Doutrina e Convênios 84:46–47). O presidente Boyd K. Packer disse: “É importante (…) que o missionário (…) saiba que o Espírito Santo pode trabalhar por meio da Luz de Cristo. O professor que ensina as verdades do evangelho não está plantando algo estranho nem novo nas pessoas, sejam elas adultos ou crianças. Em vez disso, o missionário ou professor está fazendo contato com o Espírito de Cristo que já Se encontra ali. O evangelho lhes soará familiar” (“The Light of Christ”, discurso proferido no Seminário para Novos Presidentes de Missão, 22 de junho de 2004, p. 2), Biblioteca de História da Igreja, Salt Lake City). A pessoa do Espírito Santo. O Espírito Santo é o terceiro membro da Trindade. Ele é um personagem de espírito e não tem um corpo de carne e ossos (ver Doutrina e Convênios 130:22). Conforme o Salvador prometeu a Seus seguidores, o Espírito Santo é o Consolador, que ensinaria todas as coisas e lhes faria lembrar todas as coisas que o Senhor lhes ensinara (ver João 14:26). O poder do Espírito Santo. O testemunho recebido antes do batismo, por aqueles que buscam a verdade sinceramente, vem por meio do poder do Espírito Santo. “O poder do Espírito Santo pode vir a uma pessoa antes do batismo e testificar que o evangelho é verdadeiro” (Guia para Estudo das Escrituras, “Espírito Santo”). Ele presta testemunho de Jesus Cristo, de Sua obra e do trabalho de Seus servos na Terra. O Espírito Santo presta testemunho da verdade. Pelo poder do Espírito Santo, todas as pessoas podem saber que o Livro de Mórmon é verdadeiro. “E pelo poder do Espírito Santo podeis saber a verdade de todas as coisas” (Morôni 10:5). O dom do Espírito Santo. Aqueles que recebem um testemunho antes de serem batizados e confirmados ainda não têm a promessa da companhia constante do Espírito Santo. Joseph Smith disse: “Há uma diferença entre o Espírito Santo e o dom do Espírito Santo. Cornélio recebeu o Espírito Santo antes de ser batizado, que foi o poder de Deus para convencê-lo da veracidade do evangelho, mas ele não poderia receber o dom do Espírito Santo até depois de ter sido batizado. Se ele não tivesse tomado esse sinal ou essa ordenança sobre si, o Espírito Santo que o convenceu da veracidade de Deus o teria deixado” (“Sabbath Scene in Navuoo”, Times and Seasons, 15 de abril de 1842, p. 752). “O dom do Espírito Santo é recebido depois que a pessoa se arrepende e se torna digna. (…) O Espírito Santo presta testemunho da verdade e deixa uma impressão tão profunda na alma a respeito da realidade de Deus, o Pai, e do Filho, Jesus Cristo, que nenhum poder ou autoridade da Terra é capaz de afastar a pessoa desse conhecimento.” “O direito de ter a companhia constante do Espírito Santo, enquanto a pessoa permanecer digna, é um dom que só pode ser recebido pela imposição de mãos de um portador do Sacerdócio de Melquisedeque, após o batismo autorizado na verdadeira Igreja de Jesus Cristo” (Guia para Estudo das Escrituras, “Espírito Santo”). Como membro da Igreja, você recebeu o dom do Espírito Santo pela autoridade do sacerdócio. Esse dom lhe dá o direito de ter a companhia constante do Espírito Santo enquanto você permanecer digno dela. Ore para ter a orientação do Espírito e siga corajosamente os sussurros que receber. O Santo Espírito da Promessa. O Espírito Santo também é chamado de Santo Espírito da Promessa (ver Doutrina e Convênios 88:3). Ser selado pelo Santo Espírito da Promessa significa que o Espírito Santo confirma que as ações, as ordenanças e os convênios realizados em retidão são aceitáveis a Deus. O Santo Espírito da Promessa testifica ao Pai que as ordenanças de salvação foram devidamente realizadas e que os convênios a elas associados foram cumpridos. Aqueles que são selados pelo Santo Espírito da Promessa recebem tudo o que o Pai possui (ver Doutrina e Convênios 76:51–60; Efésios 1:13–14). Todos os convênios e ordenanças precisam ser selados pelo Santo Espírito da Promessa para continuarem válidos depois desta vida (ver Doutrina e Convênios 132:7, 18–19, 26). A quebra dos convênios pode remover esse selamento. Dons do Espírito. Os dons do Espírito são bênçãos espirituais especiais que o Senhor concede às pessoas dignas, para seu próprio benefício e para que as usem de modo a abençoar outras pessoas. Por exemplo, os missionários que precisam aprender um novo idioma podem receber o dom de línguas para ajudá-los. Vários dons do Espírito estão descritos em Morôni 10:8–18; Doutrina e Convênios 46:11–33 e 1 Coríntios 12:1–12. Esses são apenas alguns exemplos dos muitos dons do Espírito. O Senhor pode abençoá-lo de outras maneiras, dependendo de sua fidelidade, de suas necessidades e das necessidades das pessoas a quem você está servindo. Você deve desejar os dons espirituais e buscá-los sinceramente (ver Doutrina e Convênios 46:8; 1 Coríntios 12:31; 14:1, 12). Esses dons são concedidos pela oração, pela fé e pelas obras, de acordo com a vontade de Deus (ver Doutrina e Convênios 63:9–12; 84:64–73). Atividade: Estudo pessoal ou com o companheiro Guia para Estudo das Escrituras, “Espírito Santo”, “Luz, Luz de Cristo” e “Espírito”. Escreva uma descrição da natureza e do papel do Espírito Santo. Leia Atos 4:23–33. De que maneiras Pedro e João buscaram dons espirituais? Como o Senhor atendeu suas orações? O que podemos aprender a respeito de nosso próprio trabalho com essa experiência? O poder do Espírito Santo é essencial para a conversão. Procure compreender a doutrina e também o processo da conversão. O presidente Boyd K. Packer explicou o papel fundamental do Espírito na conversão: “Quando acontece a conversão, ela vem por meio do poder do Espírito. Para termos sucesso no trabalho missionário, é preciso que aconteçam estas três coisas: Temos que compreender o que [a pessoa] precisa sentir para receber a conversão. Temos que compreender o que o missionário precisa sentir para ensinar com o poder de conversão do Espírito. E, depois disso, temos que compreender o que o membro precisa sentir para ter sucesso em sua participação no processo da conversão” (Conferência de presidentes de missão, 3 de abril de 1985). Quanto mais você compreender o que as pessoas que você ensina, os missionários e os membros sentem quando recebem o testemunho do Espírito, melhor você compreenderá seu próprio papel, que é:
O presidente M. Russell Ballard disse o seguinte sobre o poder do Espírito: “A verdadeira conversão acontece pelo poder do Espírito. Quando o Espírito toca o coração, ele sofre uma mudança. Quando o indivíduo (…) sente o Espírito trabalhando nele, ou quando vê uma evidência do amor e da misericórdia do Senhor em sua vida, ele é edificado e fortalecido espiritualmente, e sua fé Nele aumenta. Essas experiências com o Espírito são uma consequência natural da disposição mostrada pela pessoa de pôr a palavra à prova. É assim que chegamos a sentir que o evangelho é verdadeiro” (“Agora é o momento”, A Liahona, janeiro de 2001, p. 89). O Espírito Santo age no coração das pessoas para fazer com que aconteçam essas mudanças. À medida que as pessoas decidem cumprir compromissos, elas sentem o poder do Espírito Santo com mais força e desenvolvem fé para obedecer a Cristo. Por isso, você deve ajudar as pessoas com quem estiver trabalhando a aumentarem sua fé, convidando-as a se arrependerem e a assumirem e a cumprirem compromissos. Atividade: Estudo pessoal Estudo das escrituras O que as seguintes escrituras ensinam sobre o poder do Espírito em seu trabalho? O que você pode fazer para desfrutar o poder do Espírito em seu trabalho?
Por que é importante ensinar aquilo que você sabe e aquilo em que acredita?
Você só pode ensinar à maneira do Senhor pelo poder do Espírito, e você recebe o Espírito por meio da oração da fé. O Senhor disse: “E o Espírito ser-vos-á dado pela oração da fé; e se não receberdes o Espírito, não ensinareis” (Doutrina e Convênios 42:14). À medida que você orar pedindo ajuda para ensinar, o poder do Espírito Santo levará seus ensinamentos “ao coração dos filhos dos homens” (2 Néfi 33:1). O presidente Gordon B. Hinckley exemplificou esse princípio relatando uma experiência que teve em sua missão: “Sempre me lembrarei de dois jovens que serviram em minha missão. Um deles era um jovem muito talentoso. Era instruído. Era brilhante. Tinha uma mente ágil. Era um pouco arrogante. Havia outro missionário que era pintor de cartazes. Ele havia trabalhado em uma loja de cartazes e tinha muito pouca instrução, mas sabia de suas limitações e confiava no Senhor. Quando orava, você sabia que ele estava conversando com o Senhor. Não era uma coisa decorada, era realmente uma conversa com Deus, e aquele jovem realizava maravilhas, enquanto que o outro rapaz apenas fazia o que era exigido dele, sem muito empenho. O poder que havia em um deles e faltava no outro era muito evidente. Peçam ajuda ao Senhor. Ele fez o convite e responderá sua oração” (Teachings of Gordon B. Hinckley, 1997, p. 469). Esforce-se para orar sinceramente, com real intenção e com “toda a energia [de seu] coração” (Morôni 7:48). A oração eficaz exige um grande esforço (ver Morôni 10:3–4; Doutrina e Convênios 8:10; 9:7). Reflita seriamente a respeito de sua atitude e das palavras que usa. Pense no seguinte ao orar:
“Todas as manhãs (…), os missionários devem se ajoelhar e suplicar ao Senhor que lhes solte a língua e fale por meio deles para abençoar aqueles que eles vão ensinar. Se fizerem isso, uma nova luz entrará em sua vida. Haverá maior entusiasmo pelo trabalho. Eles saberão, de modo muito real, que são servos do Senhor falando em nome Dele. Encontrarão uma reação diferente nas pessoas a quem estiverem ensinando. Ao fazerem isso pelo Espírito, [as pessoas que eles ensinam] reagirão pela influência do mesmo Espírito.” Atividade: Estudo pessoal Pondere as seguintes declarações a respeito da oração sincera: “O problema com a maioria de nossas orações é que as fazemos como se estivéssemos pegando o telefone e fazendo um pedido para a mercearia: Fazemos o pedido e desligamos. Precisamos meditar, ponderar, pensar no que estamos orando e para quem estamos orando, e então falar com o Senhor como um homem fala com outro” (Teachings of Gordon B. Hinckley, 2016, p. 114). “Se a oração for somente um clamor esporádico em uma época de crise, então ela será totalmente egoísta, e pensaremos em Deus como um prestador de serviços técnicos ou uma empresa de manutenção que vai nos ajudar somente nas emergências. Devemos nos lembrar do Altíssimo dia e noite — sempre —, não só nos momentos em que outros tipos de ajuda falham e precisamos desesperadamente de ajuda” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Howard W. Hunter, 2015, p. 81). Usando a seguinte escala, faça uma avaliação pessoal de suas orações. Em seu diário de estudo, escreva a resposta para as seguintes perguntas: Onde você se encontra nesta escala? Onde você gostaria de estar nesta escala? O que você vai fazer para mudar? Estudo das escrituras Por que você precisa orar para ter o Espírito?
Pelo que você deve orar? O Espírito está sempre à disposição para guiá-lo e orientá-lo. No entanto, Ele fala mansamente por intermédio de seus sentimentos e pensamentos. Um dos grandes desafios que você e as pessoas com quem você está trabalhando terão é o de reconhecer os delicados e sutis sussurros do Espírito Santo. O presidente Boyd K. Packer ensinou: “As escrituras descrevem a voz do Espírito como não sendo ‘áspera nem forte’. Não é ‘uma voz de trovão nem uma voz de ruído tumultuoso’. Mas, sim, uma ‘voz mansa, de perfeita suavidade, semelhante a um sussurro’, que penetra ‘até o âmago da alma’ e faz o coração arder (3 Néfi 11:3; Helamã 5:30; Doutrina e Convênios 85:6–7). Lembrem-se de que Elias descobriu que a voz do Senhor não estava no vento, nem no terremoto, nem no fogo, mas era uma ‘voz mansa e delicada’ (1 Reis 19:12). O Espírito não procura chamar a atenção gritando ou nos sacudindo com mão pesada. Em vez disso, Ele sussurra. Ele nos afaga tão gentilmente que, se estivermos preocupados com alguma outra coisa, talvez não sintamos coisa alguma. (…) Algumas vezes, toca-nos com firmeza suficiente para prestarmos atenção. Mas, na maioria das vezes, se não prestarmos atenção ao delicado sentimento, o Espírito vai se retirar e esperar que O busquemos e O ouçamos e digamos, à nossa própria maneira, o mesmo que Samuel disse no passado: ‘Fala, Senhor, porque o teu servo ouve’ (1 Samuel 3:10)” (“A lâmpada do Senhor”, A Liahona, outubro de 1983, p. 27). Muitas vozes do mundo competem entre si para chamar nossa atenção e podem facilmente encobrir os sentimentos espirituais se não tomarmos cuidado. Atividade: Estudo pessoal ou com o companheiro Estude a seguinte tabela. Pense nas ocasiões em que teve sentimentos, pensamentos ou impressões como os descritos nas passagens a seguir. À medida que estudar e adquirir mais experiência, acrescente outras passagens à lista. Pense em como você pode usar esses princípios para ajudar outras pessoas a sentirem e a reconhecerem o Espírito.
Em resposta para a pergunta: “Como podemos reconhecer os sussurros do Espírito? O presidente Gordon B. Hinckley leu Morôni 7:13, 16–17 e, então, comentou: “Este é essencialmente o teste, depois de tudo dito e feito: Ele persuade a pessoa a fazer o bem, a se elevar, a erguer-se bem alto, a fazer a coisa certa, a ser gentil, a ser generosa? Então é o Espírito de Deus. (…) Se nos convida a fazer o bem, é de Deus. Se nos convida a fazer o mal, é do diabo. (…) E se você estiver fazendo a coisa certa e estiver vivendo da maneira correta, saberá em seu coração o que o Espírito está lhe dizendo. Você reconhece os sussurros do Espírito pelos frutos do Espírito — tudo que ilumina, que edifica, que é positivo, afirmativo e inspirador, que nos leva a ter melhores pensamentos, palavras e ações é do Espírito de Deus” (Teachings of Gordon B. Hinckley, pp. 260–261). Deus responde suas orações por meio de inspiração e revelação pessoais. Por meio do Espírito Santo, Ele vai guiá-lo em seu empenho de encontrar pessoas, ensinar o evangelho restaurado e fortalecer membros que estão retornando à Igreja e recém-conversos. Seu encargo é viver dignamente, orar fervorosamente e aprender a reconhecer e a seguir corajosamente a orientação do Espírito. Como servo do Senhor, você deve fazer o trabalho Dele, à maneira Dele e pelo poder Dele. Alguns missionários se sentem confiantes de que sabem como ter sucesso. Outros não têm essa confiança. Lembre-se, porém, de que você deve ter confiança e fé em Cristo, e não em si mesmo. Confie no Espírito em vez de confiar em seus próprios talentos e capacidades. Confie no Espírito para guiá-lo em todos os aspectos de seu trabalho. O profeta Joseph Smith ensinou que o Espírito é fundamental para se ensinar e pregar: “Ninguém pode pregar o evangelho sem o Espírito Santo” (History, 1838–1856, volume B-1, 1º de setembro de 1834–2 de novembro de 1838, p. 756, Biblioteca de História da Igreja, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Salt Lake City). “Uns poucos foram chamados e ordenados pelo Espírito de revelação e profecia, e começaram a pregar conforme o Espírito lhes deu a capacidade de falar, e embora fossem fracos, foram fortalecidos pelo poder de Deus” (Orson Pratt, A[n] Interesting Account of Several Remarkable Visions, Edinburgh: Ballantyne e Hughes, 1840, p. 24). “[Joseph Smith] continuou a dar instruções aos élderes sobre a pregação do evangelho e salientou a necessidade de se obter o Espírito para que possam pregar com o Espírito Santo enviado do céu” (History, 1838–1856, volume C-1, 2 de novembro de 1838–31 de julho de 1842, p. 969, Biblioteca de História da Igreja, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Salt Lake City). Durante as sessões de planejamento semanal e diário, você precisará fazer algumas perguntas básicas todos os dias — às vezes, muitas vezes ao dia (consulte o quadro “Estudo das escrituras” a seguir para ver os exemplos de perguntas). Busque inspiração para respondê-las de modo adequado para cada situação. As respostas então devem ser usadas em seus planos. Porém, você também deve estar disposto a seguir o Espírito e mudar o planejamento quando surgirem oportunidades imprevistas. Estude as seguintes escrituras e pondere como elas respondem essas importantes perguntas que você deve fazer a cada dia. Pondere o que essas passagens significam para seu trabalho de encontrar pessoas, fazer sessões de planejamento, realizar seu estudo pessoal e seu estudo com o companheiro. Pondere também seu significado ao ensinar as lições, ao convidar pessoas a assumirem compromissos e acompanhá-las, ao fortalecer membros novos e os que estão retornando à Igreja e ao trabalhar com os membros. Estudo das escrituras Para onde devo ir? O que devo fazer? O que devo dizer? Como adaptar as lições às necessidades das pessoas que ensino? Que escrituras devo usar? E como devo usá-las? Ao orar por inspiração, você também deve confirmar seus sentimentos. Compare, por exemplo, suas decisões com as escrituras e com os ensinamentos dos profetas vivos. Tenha certeza de que seus sentimentos são condizentes com a designação que você recebeu; por exemplo, você não receberá revelação para dizer ao bispo como ele deve desempenhar seu chamado. Debata suas decisões e conclusões com seu companheiro, com seu líder de distrito ou com o presidente da missão quando for adequado. O presidente Howard W. Hunter deu o seguinte conselho: “Quero deixar-lhes uma palavra de advertência. (…) Creio que, se não tomarmos cuidado (…), podemos começar a simular a verdadeira influência do Espírito do Senhor por meios indignos e manipuladores. Fico preocupado quando me parece que a emotividade e as lágrimas são vistas como equivalentes à presença do Espírito. Sem dúvida, o Espírito do Senhor pode fazer com que tenhamos emoções fortes, inclusive que derramemos lágrimas, mas as manifestações externas não devem ser confundidas com a presença do Espírito propriamente dita” (The Teachings of Howard W. Hunter, p. 184). O Espírito do Senhor sempre edifica. A revelação e as experiências espirituais são sagradas. Você deve mantê-las em sigilo e apenas falar sobre elas em situações adequadas. Como missionário, você pode ter mais ciência de experiências espirituais do que teve antes em sua vida. Resista à tentação de falar abertamente a respeito dessas experiências. O presidente Boyd K. Packer aconselhou: “Aprendi que não vivemos experiências espirituais fortes e marcantes com frequência. E, quando as temos, geralmente são para nossa própria edificação, instrução ou correção. A menos que tenhamos sido chamados pela devida autoridade para fazê-lo, elas não nos colocam em condição de aconselhar ou de corrigir as pessoas. Hoje creio que não é sensato falar continuamente de experiências espirituais incomuns. Elas devem ser preservadas com cuidado e compartilhadas somente quando o próprio Espírito nos instar a usá-las para abençoar os outros” (“A lâmpada do Senhor”, p. 31). “Se formos dignos, teremos o direito de receber revelações para nossa própria vida, os pais para seus filhos, e os membros da Igreja em seus chamados. Mas o direito de receber revelação para outras pessoas não se estende para além de nossa própria mordomia.” Estudo das escrituras É tão importante confiar no Espírito que o Senhor nos adverte com firmeza a não O negarmos nem O inibirmos. O que você pode aprender nas seguintes passagens das escrituras? Lembre-se disto
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