A matéria refere-se a desmontagem das estruturas do passado que pode ser entendida como

Em dezembro de 1998, um dos assuntos mais veiculados nos jornais era o que tratava da moeda única europeia.

Leia a notícia destacada a seguir.

“O nascimento do Euro, a moeda única a ser adotada por onze países europeus a partir de 1 de janeiro, é possivelmente a mais importante realização deste continente nos últimos dez anos que assistiu à derrubada do Muro de Berlim, à reunificação das Alemanha, à libertação dos países da Cortina de Ferro e ao fim da União Soviética. Enquanto todos esses eventos têm a ver com a desmontagem de estruturas do passado, o Euro é uma ousada aposta no futuro e uma prova da vitalidade da sociedade europeia. A “Euroland”, região abrangida por Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo e Portugal, tem um PIB (Produto Interno Bruto) equivalente a quase 80% do americano, 289 milhões de consumidores e responde por cerca de 20% do comércio internacional. Com este cacife, o Euro vai disputar com o dólar a condição de moeda hegemônica.”

(Gazeta Mercantil, 30/12/1998)

A matéria refere-se à “desmontagem das estruturas do passado” que pode ser entendida como

o fim da Guerra Fria, período de inquietação mundial que dividiu o mundo em dois blocos ideológicos opostos – o capitalismo norte-americano versus o socialismo soviético.

a entrada maciça dos países do Leste Europeu como integrantes da União Europeia, visando o controle sob fronteiras estratégicas.

a formação de diversos módulos de poder a partir do estabelecimento de inúmeros blocos econômicos tais como o MERCOSUL, União Europeia, Nafta.

a confrontação dos modelos socialistas e capitalista para deter o processo de unificação das duas Alemanhas.

a prosperidade das economias capitalistas e socialistas, com o consequente fim da Guerra Fria entre EUA e a URSS.

215

A matéria refere-se à "desmontagem das estruturas do passado" que pode ser entendida como:

a) o fim da Guerra Fria, período de inquietação mundial que dividiu o mundo em dois blocos ideológicos opostos.

b) a inserção de alguns países do Leste Europeu em organismos supranacionais, com o intuito de exercer o controle ideológico no mundo.

c) a crise do capitalismo, do liberalismo e da democracia levando à polarização ideológica da antiga URSS.

d) a confrontação dos modelos socialistas e capitalista para deter o processo de unificação das duas Alemanhas.

e) a prosperidade das economias capitalistas e socialistas, com o consequente fim da Guerra Fria entre EUA e a URSS.



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A matéria refere-se a desmontagem das estruturas do passado que pode ser entendida como
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A matéria refere-se a desmontagem das estruturas do passado que pode ser entendida como
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Page 2

1. História : Ensino médio 907

LEGENDA: Jovens no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, projetado por Oscar Niemeyer, no Rio de Janeiro. (Upperhall Ltd/Age Fotostock/ Easypix)

Diretora editorial Lidiane Vivaldini Olo

Gerente editorial Luiz Tonolli

Editor responsável Kelen L. Giordano Amaro

Editores Luciana Martinez, Ana Pelegrini, Helena Botelho Gomes

Editor assistente Adele Motta

Assessoria técnico-pedagógica Gabriel Farias Rodrigues, Giordana Cotrim

Gerente de produção editorial Ricardo de Gan Braga

Gerente de revisão Hélia de Jesus Gonsaga

Coordenador de revisão Camila Christi Gazzani

Revisores Cesar G. Sacramento, Maura Loria, Patrícia Cordeiro, Sueli Bossi

Produtor editorial Roseli Said

Supervisor de iconografia Sílvio Kligin


Page 3

Capítulo 15 - O Brasil contemporâneo, p. 257

Redemocratização: Conquista da sociedade brasileira, p. 258

Governo Sarney: A reconstrução das instituições democráticas, p. 260

Governo Collor: Promessa de modernização e decepção, p. 263

Governo Itamar: A busca de equilíbrio em meio à crise, p. 267

Governo Fernando Henrique: Um projeto liberal-reformista, p. 268

Governo Lula: Esperanças de inclusão social, p. 272

Governo Dilma: Desigualdade social, o grande desafio do país, p. 275

Democracia e cidadania: sociedade livre, justa e solidária, p. 277

Oficina de História, p. 278



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Page 4

Corrida armamentista e política de alianças

Esse clima de disputas e rivalidades deu origem à chamada paz armada. O que significava esse termo? Diante do risco de guerra, as principais potências da Europa iniciaram uma corrida armamentista para fortalecer seus exércitos e, ao mesmo tempo, evitar que uma debilidade militar precipitasse um ataque inimigo.

Os governos daquelas potências também firmaram tratados de aliança entre si, com o objetivo de somar forças para enfrentar os rivais. Depois de negociações e tratados, a Europa, em 1907, ficou dividida em dois grandes blocos:




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Page 5

17

Fim do conflito

Com o apoio financeiro e material dado pelo governo dos Estados Unidos a partir de 1917, os recursos da Entente e de seus aliados tornaram-se muito superiores aos da Tríplice Aliança. Esse apoio foi decisivo para a vitória da Entente.

No início de 1918, as forças lideradas pela Alemanha já estavam isoladas e sem condições de sustentar os combates. Em 11 de novembro daquele ano, o governo alemão assinou o armistício, com condições bastante desvantajosas. Aceitou, por exemplo, retirar suas tropas de todos os territórios ocupados durante a guerra, pagar indenizações e entregar aos adversários materiais como canhões e metralhadoras.




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Page 6

Prosperidade dos Estados Unidos

Desde as últimas décadas do século XIX, a produção industrial estadunidense vinha se expandindo e seu campo de atuação econômica se ampliava para diferentes partes do mundo. Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial na Europa, houve uma explosão do crescimento agrícola e industrial dos Estados Unidos.

Isso ocorreu porque, conservando-se o país, no início, em uma posição de neutralidade, seus produtores e empresários puderam abastecer as nações envolvidas no conflito, já que estas tinham sido obrigadas a redirecionar suas atividades econômicas.

Além disso, enquanto as potências europeias concentravam seus esforços na guerra, os industriais dos EUA aproveitavam para ocupar e suprir mercados da Ásia e da América Latina que deixaram de ser atendidos pelos produtores europeus.

Ao final do conflito, os bancos e o governo dos Estados Unidos possuíam aproximadamente a metade de todo o ouro que circulava nos mercados financeiros internacionais, tornando-se credores da Europa arrasada. E, assim, esse país se projetou como grande potência econômica mundial.

Em decorrência desse crescimento, os estadunidenses viveriam, durante quase toda a década de 1920, um período de euforia e prosperidade que ficou conhecido como "anos felizes". Tal "felicidade" seria interrompida, porém, pela Crise de 1929, que será estudada no capítulo 3.

LEGENDA: Propaganda de vitrola, aparelho de som, datada de 1922. A imagem é inspirada no clima de prosperidade do início do século XX nos Estados Unidos.

FONTE: SMITH COLLECTION/GADO/GETTY IMAGES



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Page 7

Economia e sociedade

No começo do século XX, a economia do Império Russo ainda era predominantemente rural e destacava-se por sua produção de trigo. Cerca de 80% da população morava no campo e era constituída, em sua maioria, por camponeses pobres que tinham vivido sob o regime formal de servidão até 1861.

Mesmo após a abolição jurídica da servidão, as condições de vida dos camponeses não melhoraram: faltavam técnicas modernas para o plantio e a produção agrícola era insuficiente para atender às necessidades da população.

A industrialização do Império Russo teve início somente no governo do czar Nicolau II (1894-1917). Um grupo de industriais - que apoiava a monarquia absolutista -, associado ao capital estrangeiro que entrou no país pelos incentivos do czar, deu início ao processo de industrialização. A industrialização do Império Russo foi, portanto, posterior à da maioria dos países da Europa Ocidental.

Os investimentos industriais concentraram-se em centros urbanos populosos, como Moscou, São Petersburgo, Odessa e Kiev. Nessas cidades, formou-se um operariado de aproximadamente 3 milhões de pessoas, que geralmente recebiam salários miseráveis e eram submetidas a jornadas de 12 horas diárias de trabalho.

Diante dessas condições, muitos grupos de trabalhadores russos foram reagindo e construindo projetos políticos. Esse processo resultou na criação de entidades operárias, inspiradas em ideias socialistas e revolucionárias.



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Page 8

Oposição bolchevique

Como vimos, Lenin fora perseguido e exilado, com outros líderes da oposição, antes da Primeira Guerra Mundial. Beneficiado pela medida que permitia a volta dos exilados ao país, Lenin regressou à Rússia em abril de 1917 e passou a liderar a oposição bolchevique ao governo provisório.

Além de ter organizado o Partido Bolchevique, em 1903, Lenin publicou em 1917 as Teses de Abril, nas quais pregava a formação de uma república dos sovietes (denominação dos comitês políticos dos trabalhadores) e defendia a nacionalização dos bancos e da propriedade privada. Um dos seus principais lemas era: "Todo o poder aos sovietes".




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Ditadura stalinista

A partir de dezembro de 1929, Stalin conseguiu concentrar todo o poder em suas mãos. Começava a ditadura e a glorificação infindável ao ditador.

Em busca de uma rápida industrialização do país, Stalin levou adiante, em seu governo, a nacionalização da economia (ou seja, o abandono do modelo econômico da NEP) e a execução dos planos quinquenais, em uma política econômica definida desde 1928.

Assim, por meio do planejamento econômico estatal, elaborado por técnicos do governo para períodos de cinco anos, a União Soviética:

- desenvolveu a indústria pesada, explorando reservas de carvão, ferro e petróleo, produzindo aço e ampliando a instalação da rede de energia elétrica;

- mecanizou a agricultura e promoveu uma imensa coletivização do campo (extinção forçada da propriedade privada da terra), que atingiu mais de 60% das atividades agropastoris;

- desenvolveu a educação pública, por meio do ensino obrigatório e gratuito, ampliando o número de alunos, erradicando o analfabetismo, construindo muitas escolas e universidades.

LEGENDA: Charge com a frase: "Destrua o inimigo do povo Trotsky!", criada em 1937. Faz parte do acervo da Biblioteca Estatal Russa, em Moscou.

FONTE: FINE ART IMAGES/HERITAGE IMAGES/GETTY IMAGES




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37

CAPÍTULO 3 - Abalo capitalista e regimes totalitários

Uma crise econômica profunda atingiu diversos países do mundo durante a década de 1930. Os centros econômicos capitalistas foram abalados. Nesse mesmo período desenvolveram-se regimes políticos autoritários e ditatoriais em vários países, cujos exemplos mais típicos foram o fascismo e o nazismo.

Como se deu a ascensão desses regimes políticos totalitários?

LEGENDA: O grito. Têmpera sobre madeira de Edvard Munch. Obra produzida em 1893.

FONTE: ALBUM/FOTOARENA/GALERIA NACIONAL, OSLO, NORUEGA

Treinando o olhar

1. Observe esta obra do pintor norueguês Edvard Munch. Que sensações ela desperta em você?

2. Em sua opinião, que relações podemos estabelecer entre esta imagem e o título deste capítulo?



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Page 11

Intervenção do Estado

As ideias presentes no New Deal rompiam com os princípios tradicionais do liberalismo econômico, que tinham marcado a administração dos presidentes estadunidenses durante a prosperidade dos "anos felizes". O New Deal era um programa misto, que procurava conciliar as leis de mercado e o respeito pela iniciativa privada com a intervenção do Estado em vários setores da economia.

Entre as principais medidas adotadas por este programa estavam o controle dos preços de produtos agrícolas e industriais pelo governo, a concessão de empréstimos aos fazendeiros arruinados para que pagassem suas dívidas e reordenassem a produção, a realização de diversas obras públicas com o objetivo de criar postos de trabalho, a criação de um salário-desemprego para aliviar a situação de miséria dos desempregados, a limitação dos preços e da produção às exigências do mercado e a fixação de salários mínimos e limitação das jornadas de trabalho.




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Page 12

Interpretar fonte - Valores fascistas

Leia o trecho a seguir retirado de um texto em que Mussolini expõe alguns princípios do fascismo.

O fascismo não acredita na possibilidade nem na utilidade de uma paz permanente. Somente a guerra exige, ao máximo, as energias humanas e imprime um sinal de nobreza aos povos. Para os fascistas, a vida é um combate incessante.

O essencial do fascismo é sua concepção de Estado. Tudo no Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado.

Se o liberalismo significa indivíduo, o fascismo significa Estado. Para nós, fascistas, o indivíduo está subordinado às necessidades do Estado. O fascismo luta para que o Estado seja forte, organizado e tenha, ao mesmo tempo, uma grande base popular.

O fascismo não é apenas fundador de instituições. É também educador. Pretende reconstruir o homem, seu caráter, sua fé. Para atingir esse objetivo, o fascismo conta com autoridade e disciplina capazes de penetrar no espírito das pessoas e aí reinar completamente.

MUSSOLINI, Benito. Fascismo: novo estilo de vida. In: Le Monde Actuel. Paris: P.U.F., 1963.

Com base no texto, segundo os princípios e valores fascistas, como deve ser a relação:



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Page 13

Interpretar fonte - Educação nazista

Observe a ilustração do professor e oficial nazista Julius Streicher (1885-1946).

LEGENDA: Na representação de 1938, alunos alemães divertem-se ao expulsar da escola um grupo de crianças judias e seu professor, caricaturados.

FONTE: JULIUS STREICHER. C.1938/COLEÇÃO PARTICULAR

1. Descreva como foram representados na imagem os judeus e os não judeus.

2. Identifique quais princípios da doutrina nazista estão sendo transmitidos aos jovens. Justifique.

Fim do complemento.

49

Difusão do totalitarismo

Doutrinas totalitárias de inspiração nazifascista surgiram em diversas partes do mundo. Foi o caso da Espanha, de Portugal e mesmo do Brasil.

Espanha: ditadura de Franco

Na Espanha, o general Francisco Franco (1892-1975), apoiado por grupos representantes das mais tradicionais instituições da sociedade espanhola - o latifúndio, a Igreja Católica e o exército -, reuniu forças para lutar contra a República espanhola, instalada desde 1931.

Em consequência, uma sangrenta guerra civil explodiu em 1936, com o país sendo dividido em dois grupos antagônicos: republicanos, liberais e socialistas, de um lado, e monarquistas, fascistas e tradicionalistas, de outro, liderados por Franco. O conflito terminou em 1939, com a vitória das tropas de Franco (chamadas de franquistas), que haviam recebido apoio militar dos governos de Mussolini e Hitler.

Franco impôs, então, uma ditadura, sustentada por uma organização política denominada Falange, que existia desde 1933. Os falangistas passaram a exercer controle autoritário sobre diversos setores da vida social: educação, sindicalismo, meios de comunicação e órgãos de segurança.

Esse regime totalitário - apesar das mudanças ocorridas ao longo dos anos - seria mantido até a morte de Franco, quando então a monarquia parlamentar na Espanha foi restaurada, com eleições democráticas, disputadas por diversos partidos políticos.

LEGENDA: Cena do filme El largo invierno, que retrata a história de uma família de classe média que vive na Espanha durante o governo de Franco. (Direção de Jaime Camino, França/Espanha, 1992, 135 min.)

FONTE: TIBIDABO FILMS/ALBUM/FOTOARENA




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Page 14

46

Doutrina nazista

Antes de se tornar chanceler, enquanto estava detido, Hitler escreveu o livro Mein Kampf (Minha luta), que se tornou a obra fundamental do nazismo. Nesse livro, foram expostas as bases da doutrina nazista - um conjunto de ideias autoritárias e pseudocientíficas. Algumas dessas ideias autoritárias eram as seguintes:

- Superioridade da raça ariana - teoria de que o povo alemão descenderia, supostamente, de uma "raça superior" (os arianos) e, por isso, teria o direito de dominar as "raças consideradas inferiores" (judeus, eslavos etc.).

- Antissemitismo - ideia de que os judeus (ou semitas) fazem parte de uma "raça inferior" e, por isso, poderiam corromper e destruir a suposta "pureza" alemã. Propunha que relações sexuais e casamentos entre judeus e alemães deveriam ser proibidos, e os judeus, aniquilados.

- Total fortalecimento do Estado - ideia de que o indivíduo deve submeter-se totalmente à autoridade soberana do Estado, personificado na figura do Führer (chefe supremo).

- Expansionismo - tese segundo a qual o povo alemão teria o direito de conquistar seu espaço vital, ou seja, expandir militarmente seu território para, inclusive, reunir as comunidades alemãs que se encontravam em outros países e sustentar seu crescimento.

Quanto à educação, Hitler pregou, no Mein Kampf: "O povo alemão, hoje destruído, morrendo, entregue, sem defesa, aos pontapés do resto do mundo, tem absoluta necessidade da força que a confiança em si proporciona. Todo o sistema educacional deve ter como objetivo dar às crianças de nosso povo a certeza de que são absolutamente superiores aos outros povos".

LEGENDA: Fotografia de juventude hitlerista durante comício na Alemanha por volta de 1934.

FONTE: UNIVERSAL HISTORY ARCHIVE/UIG/GETTY IMAGES

47

Boxe complementar:



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Page 15

a) Em sua opinião, o que o autor do texto quis dizer com a seguinte frase: "O fato preciso está esquecido, a representação continua"?

b) É possível citar outros exemplos em que a "representação" predomina sobre a lembrança do "fato preciso"? Discuta com seus colegas.

c) Em sua opinião, é possível separar o "fato" de sua "representação" ou os dois se misturam? Comente.

2. Leia o texto escrito em 1930 por Sigmund Freud, médico que desenvolveu a teoria psicanalítica.

Os homens não são criaturas gentis que desejam ser amadas e que, no máximo, podem defender-se quando atacadas; pelo contrário, são criaturas entre cujos dotes instintivos deve-se levar em conta uma poderosa quota de agressividade. Em resultado disso, o seu próximo é, para eles, não apenas um ajudante potencial ou um objeto sexual, mas também alguém que os tenta a satisfazer sobre ele a sua agressividade, a explorar sua capacidade de trabalho sem compensação, utilizá-lo sexualmente sem o seu consentimento, apoderar-se de suas posses, humilhá-lo, causar-lhe sofrimento, torturá-lo e matá-lo. Homo homini lupus (O homem é o lobo do homem). Quem, em face de toda sua experiência da vida e da história, terá coragem de discutir essa asserção?

FREUD, S. O mal-estar na civilização. In: Os pensadores. São Paulo: Abril, 1978. p. 167.

a) Considerando que o texto foi concebido no período pós-Primeira Guerra Mundial e na época de ascensão dos regimes totalitários, que resposta você daria à afirmativa (asserção) final de Freud?

b) Converse com os colegas: Você concorda com a concepção de ser humano esboçada no texto? Justifique sua resposta.




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Page 16

50

Portugal: ditadura de Salazar

Em Portugal, António de Oliveira Salazar assumiu, em 1932, a presidência do Conselho de Ministros, cargo equivalente ao de primeiro-ministro.

Concentrou, então, todos os poderes, conduzindo a vida política do país como chefe de governo até 1968, quando se afastou por problemas de saúde.

A ditadura implantada por Salazar teve como base jurídica a Constituição de 1933, com a qual teve

início o período da história portuguesa conhecido como Estado Novo. O ditador acabou com a atividade dos diversos partidos políticos portugueses existentes, instituindo um partido único: a União Nacional. O movimento dos trabalhadores passou a ser, então, severamente controlado pelo Estado.

A democratização política de Portugal desenvolveu-se somente com a Revolução de Abril de 1974, ocorrida quatro anos após a morte de Salazar (1970). A Revolução de Abril também ficou conhecida como Revolução dos Cravos.



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Page 17

Em destaque - Ódio racial

O jornal inglês The Times publicou, em 1933, uma notícia sobre a humilhação sofrida por uma jovem alemã, fruto do antissemitismo nazista.2

Segundo o texto, no dia 13 de agosto daquele ano, quem estivesse no centro da cidade de Nuremberg poderia ter assistido à cena de uma jovem alemã, cabeça raspada, sendo arrastada pelas ruas por soldados nazistas, que a obrigavam a carregar um cartaz com a seguinte frase: "Entreguei-me a um judeu". A jovem é descrita pelo jornal como magra, frágil e, apesar das condições em que se encontrava, bonita.

Os soldados nazistas a escoltavam pelas principais ruas da cidade, de restaurante em restaurante, e eram seguidos por uma multidão de aproximadamente 2 mil pessoas. Nesse trajeto, a jovem teria perdido os sentidos várias vezes, mas foi reanimada e erguida pelos soldados para que todos os transeuntes pudessem vê-la e insultá-la de várias maneiras.

- O texto descreve uma situação de violência contra uma jovem no contexto do nazismo. Em sua opinião, as sociedades atuais conseguiram acabar com situações de preconceito e ódio racial como a descrita no texto? Debata.

Fim do complemento.



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Page 18

52

Diálogo interdisciplinar

Atenção professor: Diálogo interdisciplinar com Arte. Fim da observação.

3. Estas imagens retratam cenas alusivas ao nazismo, fascismo e stalinismo.

LEGENDA: Multidão saudando Hitler. Nuremberg, na Alemanha, em 1937.

FONTE: CORBIS/FOTOARENA

LEGENDA: Manifestação de apoio a Mussolini. Milão, na Itália, por volta de 1930.

FONTE: ULLSTEIN BILD - IMAGNO/EASYPIX

LEGENDA: Cartaz de propaganda política com o título "Sob a liderança do grande Stalin", de B. Beresovski, 1951.

FONTE: PARIS PIERCE/ALAMY/FOTOARENA/COLEÇÃO PARTICULAR




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Page 19

Brasil: integralismo e Estado Novo

No Brasil, a ideologia nazifascista foi assimilada pela Ação Integralista Brasileira, fundada por Plínio Salgado em 1932. Com o apoio dos integralistas, Getúlio Vargas implantaria a ditadura do Estado Novo em 1937, como veremos no capítulo 8.

Boxe complementar:

Interpretar fonte - Destruição de Guernica: ensaio militar nazista

Durante o processo de aproximação entre Hitler e Mussolini, forças militares da Alemanha e da Itália foram enviadas à Espanha para lutar a favor das tropas do general Francisco Franco, na Guerra Civil.

Conforme vimos anteriormente, Franco conduzia suas forças contra a república espanhola, eleita pela maioria dos espanhóis e composta, em grande parte, de grupos políticos de orientação socialista.

Combater na Espanha foi uma boa oportunidade para o governo nazista testar suas armas. Exemplo disso foi o massacre que a aviação alemã protagonizou contra os habitantes - a maioria camponeses - da pequena cidade de Guernica, situada no norte da Espanha, em abril de 1937. Em poucas horas de ataque, os bombardeios mataram quase um quarto da população local. O massacre foi uma demonstração de força - direcionada aos republicanos, aos socialistas e ao mundo -, do poderio militar alemão.

Esse episódio violento ficou celebrizado no quadro Guernica, do pintor e escultor espanhol Pablo Picasso (1881-1973), que expressa os horrores desse massacre. Conta-se que, em uma exposição em Paris, um representante do nazismo teria perguntado a Picasso se Guernica era sua obra. O artista teria respondido: "Não, é obra de vocês!".

LEGENDA: Guernica. Óleo sobre tela de Pablo Picasso (1937). Representação do bombardeio alemão sobre a pequena cidade de Guernica durante a Guerra Civil Espanhola. Cerca de 7 mil pessoas foram mortas. Essa obra pertence ao acervo do Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madri, Espanha.

FONTE: PABLO PICASSO. GUERNICA. 1937




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Page 20

Implantação da ditadura nazista

Ao se tornar chanceler, Hitler empenhou-se em consolidar o poder alcançado pelo Partido Nazista.

Para isso, utilizou como principais recursos as técnicas da propaganda de massa e a violência opressiva ou explícita contra os adversários do regime.

A propaganda nazista foi conduzida por Joseph Goebbels, titular do Ministério da Educação do Povo e da Propaganda, que exercia controle sobre as instituições educacionais e os meios de comunicação.

Goebbels empregava métodos desonestos e sensacionalistas para divulgar a doutrina nazista. Seus adversários afirmavam que ele seguia o lema: "Uma mentira dita cem vezes torna-se verdade".

O uso da violência contra os adversários políticos do nazismo ficava a cargo principalmente da Gestapo (Polícia Secreta do Estado), que tinha poderes para prender e executar os suspeitos de deslealdade contra o governo nazista.

Assim, impondo a ideologia nazista e esmagando as oposições, em dezembro de 1933, o Partido Nazista tornou-se o único partido do Estado alemão. Com a morte de Hindenburg, em agosto de 1934, o chanceler Hitler assumiu também a presidência do país, tornando-se, então, o chefe supremo (Führer) da Alemanha.

Boxe complementar:

Investigando

- Pensando na velocidade com que as informações se propagam pela internet, debata com os colegas os significados atuais do lema: "Uma mentira dita cem vezes torna-se verdade".

Fim do complemento.




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Page 21

Ascensão de Hitler

Adolf Hitler (1889-1945) nasceu em Braunau, na Áustria, e residiu em Viena de 1909 a 1913, onde procurou ingressar na Academia de Belas Artes. Não conseguindo atingir seu objetivo, mudou-se para Munique e, em 1914, alistou-se como voluntário no Exército alemão. Ferido em combate na Primeira Guerra Mundial, foi condecorado com a medalha Cruz de Ferro.

Ao final da guerra, Hitler retornou a Munique e passou a trabalhar em um departamento de imprensa e propaganda das Forças Armadas alemãs. Em setembro de 1919, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores Alemães, rebatizado em 1920 como Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. Em julho de 1921, Hitler tornou-se chefe absoluto desse partido, também conhecido como Partido Nazi.

Em novembro de 1923, os nazistas promoveram, sem sucesso, um golpe militar (putsch) para derrubar o governo alemão. O putsch ocorreu em Munique e contou com a participação do general alemão Ludendorff. Hitler foi detido e condenado a cinco anos de prisão, mas conseguiu ser anistiado em menos de um ano.

Em 1925, Von Hindenburg elegeu-se chefe de Estado da Alemanha. Nos anos em que governou, não conseguiu realizar a estabilização política desejada nem superar as dificuldades econômicas do país, herdadas da Primeira Guerra Mundial: perdas territoriais, dívidas de guerra, indústria abalada, altos índices de desemprego etc. Os nazistas aproveitaram-se dessa situação para fazer duras críticas à ineficiência do governo, o que lhes rendeu a maior bancada do Parlamento (38% dos deputados) nas eleições de julho de 1932.

A tumultuada situação política e social no final desse ano favoreceu a ascensão de Hitler ao poder. Com a aprovação do presidente Hindenburg, que havia sido reeleito, ele foi nomeado chanceler, em 30 de janeiro de 1933. Era o início do período da história alemã que ficou conhecido como Terceiro Reich, denominação adotada pelo próprio Hitler.



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Page 22

1. De que forma é representado o acontecimento que inspirou a obra?

2. Que impressões a imagem causa em você?

Fim do complemento.

51

Oficina de História

Vivenciar e refletir

1. Leia o texto:

[...] em 1937, a legião dos alemães nazistas posta à disposição do general Franco bombardeou a pequena cidade basca de Guernica, destruindo-a completamente. [...] Quando do cinquentenário desse fato, em 1987, fui ver em Guernica como se celebrava esta lembrança e como as pessoas representavam este episódio. [...] (Ao voltar) a Paris, acatei a sugestão de um de meus colegas de falar sobre esse assunto a alguns alunos [...]. Durante minha exposição perguntei: "Para vocês, o que é Guernica?". Eles me responderam rápida e brevemente: "Guernica é um quadro!". Efetivamente, a representação de Guernica - no espírito de muita gente que não tem mais o cuidado de saber exatamente de onde isto surgiu - é um quadro de Picasso. [...] Guernica tornou-se a representação de um fato preciso. O fato preciso está esquecido, a representação continua. [...] É evidente que há a representação, mas não se pode esquecer do fato.

D'ALESSIO, Marcia Mansor. Reflexões sobre o saber histórico: Pierre Vilar, Michel Vovelle, Madeleine Rebérioux. São Paulo: Unesp, 1998. p. 29-30.




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Page 23

Governo de Hitler

Durante seu governo, Hitler manteve rígido controle sobre diversos setores da sociedade alemã. Além da censura política e do controle sobre a educação, buscou impor os padrões e as ideias nazistas às artes plásticas, à música, à literatura, ao cinema e até mesmo à pesquisa científica.

O sistema educacional organizado pelo governo nazista, embora tivesse semelhanças com o do fascismo italiano, foi mais intensamente marcado pelo militarismo, pelo racismo e pelo antissemitismo.

Controlados duramente pelo governo, os professores alemães eram obrigados a aprender e ensinar os princípios nazistas (destacando-se a crença na "superioridade da raça ariana"), a inscrever-se na Liga Nazista dos Docentes e a prestar juramento de fidelidade ao Führer.

A doutrina nazista também era difundida por meio de diversas associações educativas, como a Juventude Hitlerista, que organizava entre os jovens alemães diversas competições esportivas, reuniões políticas e exercícios de preparação para a guerra.3

2. Cf. The Times. Londres, 28 ago. 1933.

3. Cf. CAMBI, Franco. op.cit. p. 579.

48

Além desse trabalho com a juventude, o governo nazista propagava sua ideologia entre a população em geral por meio dos discursos de Hitler para as multidões, das publicações do partido e dos grandes espetáculos criados para influenciar a opinião pública. Dentre estes, destacam-se desfiles militares e um conjunto de ritos pomposos, adotados para transmitir a ideia de ordem, disciplina e organização.

No plano econômico, Hitler dedicou-se à reabilitação do país, estimulando a agricultura e o crescimento da produção industrial, principalmente na área de armamentos.

No plano externo, desrespeitando as proibições do Tratado de Versalhes, o governo nazista militarizou rapidamente o país e, em 1938, iniciou sua política de expansão pela Europa. Com base na tese do espaço vital, sua primeira investida foi contra a Áustria, que conquistou sem luta militar em 1938. A política expansionista alemã desencadearia, um ano depois, a Segunda Guerra Mundial.

Boxe complementar:




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Page 24

b) Como é retratada a vida dos judeus no gueto?

c) Como a amnésia do barbeiro judeu pode ser um fator de humor no filme?

d) Em sua opinião, como a célebre cena de Hynkel brincando com um globo terrestre pode se relacionar ao totalitarismo?

e) É possível afirmar que, no filme, é retratada uma resistência dos judeus ao antissemitismo do governo? Justifique.

f) Quem é o governante real representado por Benzino Napaloni? Como Charles Chaplin, diretor e ator do filme, satiriza o seu poder totalitário no encontro com Hynkel, na Tomânia?

g) Em sua opinião, qual é a ironia contida no fato de o barbeiro judeu ser confundido com Hynkel?



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a) Descreva os elementos comuns que você percebe nas três cenas.

b) Em grupo, comparem o fascismo (Itália), o nazismo (Alemanha) e o stalinismo (URSS). Destaquem semelhanças e diferenças entre esses regimes políticos. Depois, elaborem um texto sobre o assunto.

Atenção professor: Diálogo interdisciplinar com Geografia, Sociologia e Filosofia. Fim da observação.

4. A "superioridade racial" e a consequente eliminação de grupos étnicos são ideias que se manifestaram apenas no nazismo? Pesquise o significado da palavra genocídio. Haveria outros conflitos que guardam semelhança com processos de violência que podem ser chamados de genocídio? Justifique sua resposta.

Atenção professor: Diálogo interdisciplinar com Arte. Fim da observação.

5. Sob a orientação do professor, assista ao filme O Grande Ditador (Estados Unidos, 1940), com direção e atuação de Charles Chaplin, e discuta com os colegas as questões a seguir.

a) O filme inicia-se com os seguintes dizeres: "Esta história decorre entre duas guerras mundiais, período em que a demência se desprendeu, a liberdade se estranhou e a humanidade foi atormentada". Em seguida, é introduzida uma sátira ao totalitarismo por meio do ditador Hynkel, personagem principal, na Tomânia. Em sua opinião, quem seria a inspiração real para o personagem do ditador Hynkel? E qual país real seria aquele cujo nome no filme é Tomânia? Apresente cenas nas quais se torna possível a averiguação dessas semelhanças.



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h) Leia um trecho do discurso final do barbeiro judeu quando ele se encontra no lugar do ditador Hynkel. Levando em conta que esse filme é de 1940, escreva um texto relacionando a crítica que o filme faz ao totalitarismo com o período histórico no qual ele foi realizado. Utilize este trecho de discurso como um dos pontos centrais de sua redação:

Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. [...] O caminho da vida pode ser o da liberdade e o da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio [...]. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina que produz abundância tem-nos deixado em penúria. [...] Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais que de inteligência, de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido. [...] Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! Vós, o povo, tendes o poder, o poder de criar máquinas, de criar felicidade! [...] Portanto, em nome da democracia, usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo. [...] Lutemos para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência.



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