A importancia das brincadeiras populares no desenvolvimento infantil

Brincar ajuda as crianças a crescerem fortes e saudáveis.
As brincadeiras antigas exigiam mais movimento, interação, coragem e imaginação.
Quando as crianças correm e pulam, estão fortalecendo seus músculos. Elas queimam energia e isso as deixa cansadas e famintas, proporcionando uma boa alimentação e um sono tranquilo, que são fundamentais para gerar força, agilidade, resistência, equilíbrio e criatividade.

Então, por que as brincadeiras antigas estão sendo esquecidas?

Há várias explicações, como a correria do dia-a-dia, falta de tempo, acumulo de compromissos, atratividade de jogos eletrônicos, personagens e modismo, quantidade de canais, filmes e desenhos infantis e insegurança de brincar na rua.
Esses motivos até podem ser procedentes e interessantes, mas é preciso lembrar que muitas vezes se está deixando de lado uma grande e essencial fase para os pequenos.
Ao brincar com jogos que estimulem sua imaginação e exijam mais do corpo, é possível que eles tenham grandes avanços no desenvolvimento. Jogos como peteca, elástico, esconde-esconde, amarelinha e ovo-choco, por exemplo, permitem que as crianças criem noção de espaço, coordenação motora e equilíbrio, além de ensinar noções importantes sobre seguir regras, interpretar e até mesmo cantar e contar, tornando o aprendizado interdisciplinar.

Os pais devem ser os maiores defensores da aprendizagem dos filhos. E reservar um tempo para brincar com eles nesses tipos de jogos é uma atitude simples e que pode refletir eternamente em habilidades cognitivas, linguagens física, social e emocional.
Lembre-se de suas próprias experiências positivas e certifique-se de que seus filhos criem essas mesmas memórias. A infância é uma fase muito importante na vida de qualquer pessoa. Tudo o que aprendemos e vivemos nela é perpetuado e servirá como valores para a idade adulta.
Os pais devem fazer parte da vida dos filhos observando o desenvolvimento integral da criança e estimulando através de vivências concretas e trocas humanas. Depende de nós prepará-los para viverem bem socialmente, emocionalmente e fisicamente em uma sociedade tão acelerada e competitiva.

26 de September de 2019 Pediatria

Brincar é umas das principais expressões do comportamento da criança e um dos aspectos mais importantes para o seu desenvolvimento, porque envolve aspectos físicos, emocionais e intelectuais.

Quando brinca, a criança interage com o seu ambiente material e emocional, constrói conhecimento, socializa-se, adota e gera cultura e estabelece a sua maneira própria de ser e estar no mundo.

“A criança precisa brincar, ter prazer e alegria para crescer; ela precisa do jogo como forma de equilíbrio entre ela e o mundo. É por meio do lúdico que ela se desenvolve”, afirma a pediatra do Hospital Santa Lúcia, Nathália Sarkis.

Saiba mais sobre o assunto na entrevista que ela nos concedeu.

1 – De que forma as brincadeiras livres e estruturadas contribuem para o desenvolvimento geral das crianças?

As brincadeiras e os jogos têm papéis fundamentais no desenvolvimento psicomotor e no processo de aprendizado e de domínio social da criança, pois exercitam os processos mentais e o desenvolvimento da linguagem e hábitos sociais. Brincando e jogando, a criança experimenta, inventa, descobre, aprende e confere habilidades. O jogo desempenha uma função impulsionadora do processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança. Todavia, há uma distinção entre os objetivos e função da brincadeira livre (espontânea) e o jogo estruturado.

Na brincadeira espontânea, o objetivo e o brinquedo são escolhidos naturalmente pela criança; há uma razão própria que a faz exercer de maneira significativa sua inteligência e sua necessidade de investigação. Agindo sobre o objeto escolhido para a brincadeira, a criança, desde pequena, estrutura seu espaço, seu tempo e desenvolve a noção de casualidade, chegando à representação e, finalmente, à lógica.

No jogo estruturado, a criança se engaja em um determinado ambiente onde as matérias, instruções e ajudas implícitas e explícitas são feitas para ajudarem-na a alcançar seu objetivo, ou seja, ela é induzida à forma “certa” de brincar e de chegar ao destino desejado da brincadeira.

2 – Como a brincadeira influencia o aprendizado formal?

As brincadeiras e os jogos criam um ambiente especial para a aprendizagem porque geram interesse e prazer, favorecem a concentração, a atenção, a afetividade, o engajamento, a imaginação e as habilidades psicomotoras. Quando o jogo tem uma intenção, quando ele é significativo para a aprendizagem, faz com que a criança aprenda a pensar, estimula sua inteligência.

3 – De que forma ela ajuda o desenvolvimento das relações com familiares e outras pessoas?

As brincadeiras e os jogos são práticas sociais que ajudam a criança a desenvolver habilidades socioemocionais que serão utilizadas durante toda a vida. Brincadeiras e jogos propiciam autoconhecimento, entendimento de sua individualidade dentro do grupo em que está inserida, resiliência e respeito mútuo.

Ademais, criam oportunidades para compartilhar, criar novas formas de linguagem, viver papéis sociais diferentes, trabalhar a autonomia e tomar decisões, aprender sobre a importância de pedir e dar ajuda, seguir regras, aprender a ganhar e a perder e a expressar seus sentimentos.

4 – Há diferença no estímulo ao desenvolvimento entre as brincadeiras solitárias e as coletivas?

Sim. As brincadeiras solitárias permitem que a criança explore o mundo e descubra coisas como forma, textura (áspero, liso, escorregadio), consistência (duro, macio), cor e gosto. Assim, tudo é explorado, sentido, cheirado, experimentado. É um processo individualizado, solitário, não exige a presença de outras crianças.

Já as brincadeiras coletivas requerem a participação de duas ou mais pessoas e suas regras podem ser criadas ou modificadas pelos participantes, por isso exigem que a criança participe da dinâmica do grupo, da organização e das estratégias. As brincadeiras coletivas encorajam a autonomia intelectual, a habilidade social, o pensamento crítico saudável e o comportamento cooperativo das crianças.

5 – Como lidar com a presença cada vez maior dos jogos eletrônicos como a principal brincadeira das crianças? Quais os seus benefícios? Há prejuízos?

Os jogos eletrônicos podem ser bons aliados no desenvolvimento cognitivo e motor das crianças, no processamento de ideias, na tomada de decisões. Todavia, precisam ser utilizados com limites, regras e horários pré-estabelecidos em um combinado consensual, visto que crianças que ficam muito tempo envolvidas em jogos eletrônicos podem apresentar sedentarismo, lesões, escapismo social e comprometimento no desempenho escolar, debilitando sua saúde física e psicológica ao longo do seu desenvolvimento.

6 – Qual deve ser o papel dos pais e responsáveis no sentido de estimular, orientar e participar das brincadeiras das crianças?

Os pais devem estar presentes e estimular as brincadeiras das crianças, orientar brincadeiras ao ar livre, com comandos e ações, estimular os jogos de tabuleiros e, sempre que possível, evitar telas e aparelhos eletrônicos.

A importancia das brincadeiras populares no desenvolvimento infantil
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A importancia das brincadeiras populares no desenvolvimento infantil

A brincadeira em grupo favorece princípios como cooperação, liderança e competição.

O momento da brincadeira é uma oportunidade de desenvolvimento para a criança. Através do brincar ela aprende, experimenta o mundo, possibilidades, relações sociais, elabora sua autonomia de ação, organiza emoções. Ás vezes os pais não tem conhecimento do valor da brincadeira para o seu filho. A idéia muitas vezes divulgada é a de que o brincar seja somente um entretenimento, como se não tivesse outras utilidades mais importantes. Através do jogo, a criança compreende o mundo à sua volta, aprende regras, testa habilidades físicas, como correr, pular, aprende a ganhar e perder. O brincar desenvolve também a aprendizagem da linguagem e a habilidade motora. A brincadeira em grupo favorece alguns princípios como o compartilhar, a cooperação, a liderança, a competição, a obediência às regras. O jogo é uma forma da criança se expressar, já que é uma circunstância favorável para manifestar seus sentimentos e desprazeres. Assim, o brinquedo passa a ser a linguagem da criança. Muitas vezes os pais não permitem que o filho passe por todas as etapas do seu desenvolvimento, e eles fazem isso quando tolhem as brincadeiras, exigem organização, por acharem que estão contribuindo para a maturidade da criança, quanto à aquisição de alguns comportamentos, como por exemplo, o de limpeza. A imposição de tarefas exaustivas, as incompatibilidades de horários da família são outros fatores que podem impedir as brincadeiras livres.

É de suma importância que a família tenha consciência das marcas que a sua postura de não disponibilizar flexibilidade para as brincadeiras pode deixar na criança. Além disto, vale lembrar também que é um direito garantido pela Constituição.

Por Patrícia Lopes
Equipe Brasil Escola