Autor: Massuel dos Reis Bernardi Show
Se olharmos para os povos mais antigos, a dança sempre esteve presente em ritos fúnebres, cortejos, celebrações religiosas, comemorações, etc. Assim foram surgindo cada uma a seu tempo e a seu modo as danças populares. Com o tempo, as populações foram crescendo, as culturas foram cada vez mais se misturando e as danças foram sofrendo alterações de acordo com o que cada povo ou cada integrante de cada povo deu àquela dança. Ao pensar nessa expansão, talvez a dança pudesse ser esquecida ou abandonada, mas na verdade o que se têm são danças completamente modificadas de acordo com essas influências. A discussão vai além das danças propriamente conhecidas como populares. Ao pensar que mesmo ela sendo considerada erudita ou clássica, ao ser transportada para determinado contexto ou época que não seja a primeira, já seria considerada popular, isto é, feita/executada/modificada por um povo. Como exemplo, o balé considerado clássico, feito num ambiente popular ou inserido em um contexto que não seja para onde que ele foi especificamente criado, já sofreu alterações. Independente de bom ou ruim, essas alterações não fazem dele “o balé clássico”, mas uma dança popular onde se vê a técnica do balé sendo utilizada majoritariamente. O FolcloreFolclore está diretamente relacionado com as culturas populares, pois é a tradição e usos populares, constituído pelos costumes e tradições transmitidos de geração em geração. Todos os povos possuem suas tradições, crenças e superstições, que se transmitem através das tradições, lendas, contos, provérbios, canções, danças, artesanato, jogos,religiosidade, brincadeiras infantis, mitos, idiomas e dialetos característicos, adivinhações, festas e outras atividades culturais que nasceram e se desenvolveram com o povo. A UNESCO declara que folclore é sinônimo de cultura popular e representa a identidade social de uma comunidade através de suas criações culturais, coletivas ou individuais, e é também uma parte essencial da cultura de cada nação. Deve-se lembrar que o folclore não é um conhecimento cristalizado, embora se enraíze em tradições que podem ter grande antiguidade, mas transforma-se no contato entre culturas distintas, nas migrações, e através dos meios de comunicação onde se inclui recentemente a internet. Parte do trabalho cultural da UNESCO é orientar as comunidades no sentido de bem administrar sua herança folclórica, sabendo que o progresso e as mudanças que ele provoca podem tanto enriquecer uma cultura como destruí-la para sempre. Características do Fato FolclóricoPara se determinar se um fato é folclórico, segundo a UNESCO, ele deve apresentar as seguintes características: tradicionalidade, dinamicidade, funcionalidade e aceitação coletiva. • Tradicionalidade, a partir de sua transmissão geracional, entendida como uma continuidade, onde os fatos novos se inserem sem ruptura com o passado, e se constroem sobre esse passado. • Dinamicidade, ou seja, sua feição mutável, ainda que baseada na tradição. • Funcionalidade, existindo uma razão para o fato acontecer e não constituindo um dado isolado, e sim inserido em um contexto dinâmico e vivo. • Aceitação coletiva: deve ser uma prática generalizada, implicando uma identificação coletiva com o fato, mesmo que ele derive das elites. Esse critério não leva em conta o anonimato que muitas vezes caracteriza o fato folclórico e que tem sido considerado um indicador de autenticidade, pois mesmo se houver autor, desde que o fato seja absorvido pela cultura popular, ainda deve ser considerado folclórico. Um exemplo disso é a literatura de cordel brasileira, geralmente com autoria definida, mas tida como elemento genuíno da cultura popular. Pode-se acrescentar a esses o critério da espontaneidade, já que o fato folclórico não nasce de decretos governamentais nem dentro de laboratórios científicos; é antes uma criação surgida organicamente dentro do contexto maior da cultura de uma certa comunidade. Mesmo assim, em muitos locais já estão sendo feitos esforços por parte de grupos e instituições oficiais no sentido de se recriar inteiramente, nos dias de hoje, fatos folclóricos já desaparecidos, o que deve ser encarado com reserva, dado o perigo de falsificação do fato folclórico. Também deve ser regional, ou seja, localizado, típico de uma dada comunidade ou cultura, ainda que similares possam ser encontrados em países distantes, quando serão analisados como derivação ou variante. Danças Populares no BrasilNo Brasil as danças são reflexo da multiplicidade. Tamanha são as influências que, aliadas à grandeza geográfica, originou uma imensa diversidade de povos e suas culturas. Assim, a difusão e mistura dessas culturas através do contato entre esses povos no decorrer do tempo, não só conseguimos classificar como danças populares brasileiras, mas danças populares brasileiras em cada região e estado. Um bom exemplo disso é que devido à colonização, grande incidência de migrações e por ser um ponto central visado no Brasil, a região sudeste concentra em seus estados e até mesmo coexistem e, algumas cidades, grande diversidade de culturas e danças.
Links RelacionadosA Dança do Carimbó Dança do Marambiré Dança do Vaqueiro de Marajó A Dança do Lundu Dança do Siriá Ciranda do Norte Xote Bragantino ReferênciasComissão Nacional do Folclore. Carta do Folclore Brasileiro. Capítulo I - Conceito. Salvador, 1995. UNESCO. Recomendação sobre a Salvaguarda do Folclore. Reunião de Praga, 1995. In Benjamin. http://pt.wikipedia.org/wiki/Folclore Ver TambémCompanhia Folclórica do Rio - UFRJ Balé Folclórico da Bahia Balé Folclórico de Teresina Balé Folclórico do Amazonas Este artigo ou secção não cita fontes confiáveis e independentes.Agosto de 2016) Este artigo carece de reciclagem de acordo com o livro de estilo.Agosto de 2010) Danças folclóricas são formas tradicionais de danças recreativas do povo. As danças sempre foram um importante componente cultural da humanidade e tem origens anônimas, passadas de geração para geração durante um longo período de tempo.
O folclore brasileiro é rico em danças que representam as tradições e a cultura de uma determinada região. Estão ligadas aos aspectos religiosos, festas, lendas, fatos históricos, acontecimentos do cotidiano e brincadeiras. As danças folclóricas brasileiras caracterizam-se pelas músicas animadas (com letras simples e populares) e figurinos e cenários representativos. Estas danças são realizadas, geralmente, em espaços públicos como praças, ruas e largos. As danças folclóricas podem ser classificadas coreograficamente, conforme o número de participantes, em: solistas, quando existe um só dançador, como no frevo; de par enlaçado, como a valsa; de par solto, como a chimarrita, podendo haver aquelas em que o par se enlaça e se separa conforme as marcações, ex.: ciranda, quadrilha. Algumas danças, como as primitivas, são de roda, pois nelas os participantes fazem roda, ficando o dançador ou o par no centro, como no caso do samba de roda ou batuque. Existem ainda as que, sendo de par, os pares giram em roda, no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, como o jongo. Existem também as de fileiras em que os dançarinos se colocam uns atrás dos outros em duas filas que se defrontam, como na dança de São Gonçalo. Samba de Roda Ver artigo principal: Samba de roda Estilo musical caracterizado por elementos da cultura afro-brasileira. Surgiu no estado da Bahia, no século XIX. É uma variante mais tradicional do samba. Os dançarinos dançam numa roda ao som de músicas acompanhadas por palmas e cantos. Chocalho, pandeiro, viola, atabaque e berimbau são os instrumentos musicais mais utilizados. Maracatu Ver artigo principal: Maracatu O maracatu é um ritmo musical com dança típico da região pernambucana. Reúne uma interessante mistura de elementos culturais afro-brasileiros,indígenas e europeus. Possui uma forte característica religiosa. Os dançarinos representam personagens (duques, duquesas, embaixadores, rei e rainha). O cortejo é acompanhado por uma banda com instrumentos de percussão (tambores, caixas, taróis e ganzás). Frevo Ver artigo principal: Frevo Este estilo pernambucano de carnaval é uma espécie de marchinha muito acelerada que, ao contrário de outras músicas de carnaval, não possui letra, sendo simplesmente tocada por uma banda que segue os blocos carnavalescos enquanto os dançarinos se divertem dançando. Os dançarinos de frevo são, geralmente, um pequeno guarda-chuva colorido como elemento coreográfico. Bumba meu boi Ver artigo principal: Bumba meu boi Esta dança folclórica, conhecida em outras regiões brasileiras como boi-bumbá, é típica do norte e do nordeste. O bumba meu boi possui uma origem diversificada, pois apresenta traços das culturas: espanhola, portuguesa, africana e indígena. Além disso, o bumba meu boi é uma dança na qual a representação teatral é um fator marcante, posto que a historia da vida e da morte do boi é declamada enquanto os personagens realizam suas danças. Jongo Ver artigo principal: Jongo Dança folclórica de origem africana, em alguns lugares conhecida pelo nome "caxambu". O jongo é uma dança da zona rural, acompanhada de instrumentos de percussão, e muitas vezes considerada uma variante do samba. Baião Ver artigo principal: Baião (música) Ritmo musical, com dança, típico da região nordeste do Brasil. Os instrumentos usados nas músicas de baião são: triângulo, viola, acordeom e flauta doce. A dança ocorre em pares (homem e mulher) com movimentos parecidos com o do forró(dança com corpos colados). O grande representante do baião foi Luiz Gonzaga. Catira Ver artigo principal: Catira Também conhecida como cateretê, é uma dança caracterizada pelos passos, batidas de pés e palmas dos dançarinos. Ligada à cultura caipira, é típica da região interior dos estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Os instrumento utilizado é a viola, tocada, geralmente, por um par de músicos. A catira ou cateretê é uma dança folclórica, presente em vários estados brasileiros. Há controvérsias em relação à sua origem, entretanto, acredita-se que a catira contém influência indígena, africana, espanhola e portuguesa. Ela apresenta muitos elementos ligados à cultura caipira, sendo caracterizada pelo figurino dos dançarinos que acompanham o som das violas. Quadrilha Ver artigo principal: Quadrilha (dança) É uma dança típica da época de festa junina. Há um animador que vai anunciando frases e marcando os momentos da dança. Os dançarinos (casais) usam vestidos com roupas típicas da cultura caipira (camisas e vestidos xadrezes, chapéu de palha) e fazem uma coreografia especial. A dança é bem animada, com muitos movimentos e coreografias. As músicas de festa junina mais conhecidas são: Capelinha de Melão, Pula Fogueira e Cai, Cai balão. |