Sentir o corpo tremer por dentro o que pode ser

Doutor, sinto meu corpo todo tremendo mas só treme se eu forçar , por exemplo meus dedos quando vou fechar eles eles começam a tremer .. nas duas mãos , e quando vou dormir sinto às vezes que tem algo que me impede .. pode ser mioclonia ? É muito sério ? Ou tem tratamento , grande abraço !

Precisa fazer um diagnóstico correto , Pode ser falta de Magnésio. por exemplo.

Caro internauta, é fundamental que você passe em consulta com um neurologista com experiencia em tremores e distúrbios do movimento, pois é importante que seja caracterizado os detalhes do seu tremor, ver se não tem outros sintomas associados (mesmo que não tenha queixado) e realizar os exames necessários. Somente assim será possível saber o que te acomete e o que pode ser feito para te ajudar. Atenciosamente

Willian Rezende

  • Olá! Minha perna mexe a noite toda mais nao vejo Meu esposo que diz ! O que pode ser ?
  • Minha filha tem nove anos, há uns 4 meses que ela tem tremores (pernas, braços, ombros e recentemente até a barriga) tanto no começo quanto no final do sono, como proceder?
  • Olá, Já faz algumas semanas que venho sofrendo com uma leve dor no ouvido esquerdo, juntamente com um tipo de pressão, e de lá pra cá vem se intensificando de maneira que eu sinta de vez quando um leve choque no mesmo, por isso gostaria de saber do que si trata
  • Olá, às vezes durante meu sono eu fico parcialmente consciente e sinto um “choque” pelo meu corpo todo e na cabeça. O que pode ser isso? É uma sensação bem ruim, como se eu estivesse levando um choque mesmo e caso eu me concentre nessa dor/sensação ela se intensifica ou diminuiu, depende do dia. Que…
  • Meu filho têm 8 anos,ele reclama muito de trêmula pelo corpo antes de dormir. A noite toda ele range os dentes e boceja tbm muito durante o sono. Qual especialista devo procurar?
  • Faz um mes que estou tendo um tremor dentro do ouvido direito, muito parecido com o aquele tremor invonluntario que ocorre nas palpebras que quase todo mundo já experimentou. Não tem zumbido, nem som algum, apenas um tremor interno. Este tremor ficou continuo, não passa ha 2 dias. O q poderia ser?
  • Gostaria de saber se o neozine causa mioclonia noturna?
  • A mioclonia noturna devido aos efeitos colateral de antidepressivos (Prozac) tem cura, já que não tomo nenhum remédio há nove anos e não desapareceu. Existe algum caso na literatura médica em que elas sumiram com o tempo?
  • Tenho mioclonia noturna faz nove anos devido ao uso de cloridrato de fluoxetina já tentei diversos tratamentos medicamentos ( keppra, Depakote, Rivotril) sem resultados satisfatórios. Gostaria de saber se existe a possibilidade das mioclonias noturnas desaparecerem com o tempo?
  • Uma criança de 8anos com mioclonia do sono muito frequente deve ser tratada? Pode ter algum risco no seu desenvolvimento? Isso é um distubio do sono e que tipo de tratamento existe?

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O tremor é um movimento involuntário, oscilatório e rítmico que costuma surgir em diferentes situações, podendo ser fisiológico, com uma reação ao frio, psicológico, como em situações de estresse e ansiedade, ou patológico, quando está associado a algumas enfermidades, como a Doença de Parkinson, o diabetes, o AVC, o hipertireoidismo, entre outros casos.

“Esse tipo de sintoma precisa ser investigado, principalmente quando passa a ocorrer com frequência, prejudicando a saúde e a qualidade de vida do paciente. Dependendo da análise clínica, podemos entender a gravidade do tremor e tratá-lo”, esclarece o neurocirurgião Marcelo Valadares, da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e do Hospital Albert Einstein.

Ainda de acordo com o médico, existem tipos diferentes de tremores que podem acometer as pessoas em estado de repouso ou em movimento, sendo que a maioria envolve mãos, braços e, menos frequentemente, cabeça, face, tronco, pernas e cordas vocais. Para entender melhor quando o tremor é um sinal de alerta de algo mais complexo, o médico esclarece abaixo a origem deles. 

Reação ao frio - Está na lista dos tremores mais comuns e acontece porque a queda na temperatura faz com que os músculos se contraiam rapidamente. É uma forma que o corpo encontra para manter-se aquecido: com uma contração involuntária que garante a produção de calor. Para contornar a situação, basta proteger-se do frio. Em casos graves, pode ocorrer uma situação crítica, chamada de hipotermia (quando a temperatura do organismo cai para menos de 35°C). Além dos tremores, outros sintomas estão associados, como a redução no batimento cardíaco, comprometimento da função renal, entre outras consequências, que podem levar até mesmo à morte.

Estresse, medo ou ansiedade - O organismo encara esses momentos de tensão e se prepara para uma reação de ataque. Uma série de hormônios estimulantes são liberados para manter a pessoa em alerta, como a adrenalina. Tais substâncias também levam à contração muscular involuntária que causa tremores, espasmos ou dores. Uma forma de controlar o estresse é recorrer a atividades que ajudam a manter a calma e a concentração, como meditação, yoga, exercícios físicos, entre outras tarefas prazerosas.

Doença neurodegenerativa - Um dos principais sintomas da Doenças de Parkinson é o tremor, notado quando o paciente está em repouso. Neste caso, costuma acometer primeiramente as mãos e, normalmente, começa de um lado do corpo, afetando depois o outro. Grande parte desses tremores podem ser controlados com medicações. Porém, quando o tratamento com remédios não é eficaz, existem outras formas seguras de controle. Chamada de DBS (do inglês, deep brain stimulation), a estimulação profunda do cérebro consiste na implantação de um dispositivo médico cirurgicamente, semelhante a um marca-passo cardíaco, que leva ao controle desse tipo de movimento involuntário.

Tremor essencial - Confundido erroneamente com o Parkinson, o tremor essencial afeta 1 em cada 20 pessoas com mais de 40 anos, e uma em cada 5 com mais de 65 anos. Embora não seja um risco à saúde, a doença pode ser debilitante, impedindo que o paciente realize atividades básicas do dia a dia, como comer ou amarrar os sapatos, por exemplo. Muitas pessoas reclamam do incômodo causado pela constante observação por parte de outras, que sempre questionam por que o paciente está tremendo em situações normais do dia a dia, como o trabalho. As causas do tremor essencial ainda são desconhecidas, mas a desordem pode aparecer na juventude, agravando-se com a idade. A estimulação cerebral profunda costuma ser indicada para esses casos também.

Medicamentos e outras substâncias - As medicações que interferem no sistema nervoso podem ter os tremores como efeito colateral, como alguns antidepressivos e ansiolíticos. Os broncodiladores, para controle da asma, também levam a tremores. A situação pode ser contornada com a substituição das terapias, sempre com indicação médica. Quem sofre de alcoolismo também costuma apresentar tremores em crises de abstinência. Em casos de overdose de determinadas drogas ilícitas e intoxicações, o tremor também pode ocorrer, como em situações de uso de cocaína e crack.

Outras doenças - O tremor também pode ser indício de doenças, como, por exemplo, o hipertireoidismo, quando há excesso de hormônio da glândula tireoide no organismo, diabetes (queda na glicemia), esclerose múltipla, doenças hepáticas e consequência de AVC (Acidente Vascular Cerebral). Na dúvida, o ideal é procurar ajuda médica o quanto antes possível para que seja feito o diagnóstico e indicado o tratamento.

* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie. 

por Gustavo Perucci 18/08/2015 10:16

“Demorou um pouco até entender que o fato mais importante era este: perder o controle me apavora. O nervosismo daquela noite havia sido só a última gota em uma caixa enorme que eu estava enchendo há muitos anos e que, de repente, transbordou. Foi preciso passar pelo que passei para entender melhor os pequenos monstrinhos que habitam em mim”
(Trecho do relato da jornalista Daniella Cronemberger no livro 'Paúra – Um mergulho na síndrome')


Sentir o corpo tremer por dentro o que pode ser
Uma das imagens do ensaio fotográfico de José Maria Palmieri feito para o livro, que traz relatos de pessoas que superaram o transtorno (foto: Reprodução )

Você está tranquilo em casa e, de uma hora para outra, começa a sentir taquicardia, acompanhada de dor no peito, faltar de ar e tremor. Qual seria sua primeira reação? Ir a um pronto-socorro? Ligar para seu cardiologista? Sim, o recomendado é, realmente, diante de tais sintomas, procurar atendimento médico o mais rápido possível. Mas, em muitos casos, depois de realizados os exames, a pessoa não tem nenhum problema físico constatado. Isso é o que ocorre com 90% dos pacientes que sofrem de transtorno do pânico, que se manifesta por ataques intensos de ansiedade, acompanhados de sintomas físicos.Para o psiquiatra e chefe do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais Humberto Correa, num primeiro momento, o ataque de pânico se assemelha a uma doença orgânica. “A pessoa pensa que está enfartando. Com frequência, o primeiro contato médico que essa pessoa tem é com um serviço de atendimento de urgência. Esses profissionais têm que ser capazes de identificar a doença e encaminhar para um especialista”, observa.Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 3% a 4% da população mundial tem trastorno do pânico. Assim como a depressão, costuma ser mais frequente em mulheres que em homens. “Ainda não se sabe a razão desse quadro, mas, em termos estatísticos, alguns transtornos de ansiedade são mais vistos em mulheres”, explica Humberto Correa. Segundo o psiquiatra, mesmo que o transtorno possa se manifestar em qualquer idade, o normal é que ele ocorra em indivíduos adultos, geralmente, na terceira década de vida. Os ataques duram, geralmente, de cinco a 20 minutos.“O ataque de pânico, normalmente, ocorre sem nenhum fator desencadeante. A pessoa pode estar tranquila, dormindo, inclusive. A principal característica é de uma ansiedade maciça. São dois tipo de sintomas: os psíquicos e os físicos. Os psíquicos são uma sensação de morte iminente, de que algo grave esteja ocorrendo ou está por ocorrer. Os físicos são ligados muito à esfera cardíaca e respiratória. E isso, possivelmente, vai desaparecer da mesma forma que apareceu”, completa o psiquiatra.Humberto Correa alerta que metade dos pacientes diagnosticados com transtorno do pânico desenvolvem o quadro de agorafobia, que é o medo de que determinadas situações e lugares deflagrem um ataque. Ele explica que, quanto mais tempo se leva para iniciar o tratamento, maior a chance da evolução da doença para a agorafobia. “O que ocorre é que a pessoa tem um, dois ataques e começa a ficar com medo de sair sozinha, de passar mal e não ter ninguém por perto para ajudar. Quanto mais ataques de pânico sem tratamento, mais o quadro vai se agravando.”

TROCA DE EXPERIÊNCIAS

O tratamento farmacológico, segundo o médico, resolve muito bem o transtorno de pânico. Já no quadro de agorafobia, os medicamentos não são tão eficazes e é necessário a terapia. “Ainda existe muito preconceito relacionado à doença mental. Temos que reconhecer que melhorou muito em relação ao que era no passado, mas ainda existe um estigma”, completa.

Sentir o corpo tremer por dentro o que pode ser

Com o objetivo de trazer uma visão menos clínica sobre a síndrome e diminuir o preconceito em relação à doença, as jornalistas brasilienses Daniella Cronemberger e Lara Haje se uniram ao fotógrafo José Maria Palmieri e à artista plástica Daniela Ktenas para produzirem o livro Paúra – Um mergulho na síndrome do pânico. A publicação traz relatos de 12 pessoas sobre suas experiências com o transtorno, incluindo os quatro autores. “Os quatro passaram pelo pânico e todos transformaram essa experiência em texto, fotografias e bordados. A Lara e eu ficamos responsáveis pelos textos, o José, pelo ensaio fotográfico que vem no fim do livro e a Ktenas, pelas ilustrações”, explica Daniella.A jornalista conta que, num primeiro momento, descartou a ideia do livro, pois considerou fora de questão escrever sobre um assunto tão pessoal, expondo sua intimidade. Para ela, a própria terapia a ajudou a mudar de opinião. “É complicado falar de seus problemas, ainda mais num momento em que as pessoas estão tão preocupadas em construir uma imagem perfeita de si mesmas nas redes sociais. É difícil admitir isso. Mas, no momento que se naturaliza a questão, o retorno é muito positivo. Hoje, acho um desperdício não se falar de coisas delicadas.”O processo de coletar depoimentos, conversar com as pessoas e escrever os textos ajudaram a jornalista a se entender melhor. E ela espera que o livro ajude outras pessoas da mesma maneira. Hoje, ela fala sobre o pânico com a certeza de que está falando de algo “absolutamente natural”.“É um assunto que ainda é tratado como um tabu. Quem sofre de pânico tem medo de ser visto como desequilibrado, maluco. Num momento difícil, seja ele qual for, o compartilhamento de experiências parecidas é muito importante. Você deixa de se sentir tão sozinha, como se fosse a única pessoa que está passando por aquilo, e aprende muito com o processo do outro. Escutar uma vivência semelhante ajuda a acelerar o processo de autoconhecimento”, completa.

FIQUE ATENTO


O transtorno do pânico se caracteriza por ataques de ansiedade frequentes e recorrentes. Os principais sintomas são:» Falta de ar ou sensação de asfixia» Vertigem, sentimentos de instabilidade ou sensação de desmaio» Palpitações ou ritmo cardíaco acelerado (taquicardia)» Tremor ou abalos» Sudorese» Sufocamento» Náusea ou desconforto abdominal» Despersonalização ou desrealização» Anestesia ou formigamento (parestesias)» Ondas de calor ou frio» Dor ou desconforto no peito» Medo de morrer» Medo de enlouquecer ou cometer ato descontrolado

Fonte: Alexandre Martins Valença, doutor em psiquiatria pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de janeiro

Sentir o corpo tremer por dentro o que pode ser



Livro:
Paúra – um mergulho na síndrome do pânico
De: Daniella Cronemberger, Lara Haje, José Maria Palmieri e Daniela Ktenas
Preço: R$ 48, 180 páginas
O livro será vendido a partir desta quarta-feira (19/08) no site https://pauralivro.iluria.com/