Show é certa: o excesso de demanda provoca um aumento no preço que, no exemplo, passou de R$ 0,80 para R$ 1,05 o quilo. O novo cenário criado com esse aumento fica claro: a quantidade ofertada au- menta, e a demandada diminui, tornando a ficar iguais, alcançando o equilíbrio com 800 toneladas. Nesse mesmo mercado, poderíamos ter observado um deslocamento da oferta para a direita, como consequência de uma supersafra ou da importação de mi- lho. Os fatores que deslocam a oferta estão ligados à produção (supersafra, aumento da produtividade etc.) ou ao nível de abastecimento (importação, direcionamen- to à exportação etc.). Vejamos também um exemplo em que haja deslocamento da demanda. Em ge- ral, deslocamentos na demanda de um certo bem acontecem influenciados por alterações na renda, no número de consumidores, em suas preferências ou com o surgimento de um bem substituto. Já estudamos estas variáveis como fatores determinantes do nível de demanda dos bens ou serviços. 35 No gráfico a seguir, vemos um exemplo de diminuição da demanda. Ainda analisando o exemplo do mercado de milho (que influencia até no preço final do frango), vamos continuar com nossas simulações. Preço (R$) Quantidade (toneladas) 0,80 500 A B D1 D2 C 0,60 700 1.000 O Figura 7 – Deslocamento da demanda para a esquerda, provocando uma queda no preço do milho. Pense na hipótese de que um fenômeno qualquer provocou queda na ren- da dos consumidores (queda na receita dos fazendeiros devido ao aumento abusivo nos adubos, por exemplo), o que os levaria a comprar menos milho. Esse fenômeno causaria um deslocamento da demanda para a esquerda, de D1 para D2. Então, outra vez o mercado se desequilibraria. Ao preço de R$ 0,80, os produtores continuariam oferecendo 1.000 toneladas, mas ago- ra os consumidores querem comprar apenas 500 toneladas. Temos aqui um caso típico de excesso de oferta, medida no gráfico pelo seg- mento AC, ou equivalente a 500 toneladas (1.000 - 500). O excesso de ofer- ta vai ser corrigido com a redução do preço, porque ao preço de R$ 0,80 os consumidores só comprarão 500 toneladas. Caindo o preço, a quantidade demandada aumenta e a ofertada diminui, até que o excesso de oferta seja eliminado, ou seja, haja coincidência entre as quantidades demandada e ofer- tada. O novo equilíbrio do mercado ocorre ao preço de R$ 0,60, que corresponde à quantidade de equilíbrio de 700 toneladas. 1.6 Elasticidade da Demanda e da Oferta Sabemos que mudanças nos preços dos bens, ceteris paribus, provocam mu- danças nas quantidades procuradas. Vamos analisar o grau em que a quanti- dade demandada responde a uma variação nos preços. 36 A forma correta usada em Economia para analisar a sensibilidade da deman- da e variações nos preços é a elasticidade-preço da demanda. É a variação do percentual da quantidade procurada do bem “x”, dividida pela variação percentual no preço do bem “x”. Com relação à demanda, mede as reações do consumidor quando existe uma mudança no preço do bem em questão. As elasticidades mostram as inclinações das curvas de oferta e procura e, por- tanto, nos dizem muito sobre os efeitos que uma dada mudança na oferta ou procura terá sobre os preços. Fórmula Genérica de Elasticidade e = D % quantidade procurada / ofertada D % no preço ($) do bem ou serviço A elasticidade-preço da oferta é obtida pela variação percentual na quanti- dade ofertada de um bem, dividida pela variação percentual no preço desse bem. Nessa análise, obtém-se o comportamento dos empresários ante as va- riações dos preços dos bens que produzem. Muitas organizações, ao elabora- rem estratégias de preços, simulam várias alternativas e trabalham na iden- tificação tanto de possibilidades de produção, quanto nas prováveis respostas de seus clientes, quanto à modificação na estrutura de preços. ► 1.6.1 Categorias de Elasticidade Em valor absoluto, a elasticidade varia entre zero e infinito. Desse modo, a análise das elasticidades, tanto da procura quanto da oferta, pode evidenciar três categorias no que se refere à elasticidade-preço: • Procura ou Oferta Inelástica: a quantidade ofertada ou procurada varia proporcionalmente menos do que a variação do preço. Exemplo: provavelmente não dobraremos nossa compra de sal de cozinha se seu preço diminuir pela metade. Ou ainda, se o preço do pão subir 20%, dificilmente haverá queda de 20% no consumo do mesmo. A inelasticidade (reação em termos percentuais da quantidade inferior ao aumento no preço) é muito comum quando o produto é essencial. Imagine se o aumento for verificado no preço do gás de cozinha. A demanda vai diminuir, mas pouco. Isto ocorre porque o gás é essencial e há uma falta de substitutos para ele. Da mesma forma, a diminuição do seu preço não vai provocar estocagem e muito menos desperdício. • Procura ou Oferta de Elasticidade Unitária: é o caso especial em que as quantidades procuradas ou ofertadas respondem na proporção exata das variações de preços. • Procura e Oferta Elástica: variações nos preços provocam variações proporcionalmente maiores nas quantidades. Muitos bens de luxo sofrem uma diminuição dramática no volume de vendas quando seus preços aumentam. Do lado da oferta, a procura elástica normalmente afeta bens de fácil produção, de modo que uma pequena elevação de preços leva a uma produção muito maior. 37 ► 1.6.2 Relação entre Elasticidade, Gastos e Receita A elasticidade não apenas afeta a determinação de preços de mercado, como também tem um grande efeito na situação financeira de compradores e ven- dedores. Faz muita diferença para um comprador o fato da curva de oferta de uma determinada mercadoria ser elástica ou não, pois isso afetará a quantidade a ser gasta na mercadoria, caso seu preço mude. O mesmo acontece com um vendedor, caso a curva de procura por seu pro- duto seja elástica ou não, pois isso determinará o que acontece com seus ren- dimentos totais, se os preços mudarem. ► 1.6.3 Relações Entre Receita Total e Elasticidade A receita total, que as empresas produtoras de um dado bem recebem, é ob- viamente igual à quantidade vendida multiplicada pelo preço da mercadoria. Da mesma forma, a despesa total dos consumidores deste bem é igual à quan- tidade comprada multiplicada pelo seu preço. Como, a cada vez que alguém vende, alguém está comprando, a despesa dos consumidores na compra de um determinado bem é igual à receita total de seus produtores. Assim, tudo o que dissermos a respeito da receita das em- presas vale, com as devidas adaptações, para as despesas dos consumidores. Lembre-se: 1. Se a Receita Total aumenta quando o preço sobe, significa que o produto é inelástico (um produto essencial); e 2. Se a Receita Total diminui quando o preço sobe, significa que o produto é elástico (um produto não essencial). 1.7 Estruturas de Mercado Em microeconomia, analisa-se o mercado a partir do estudo da demanda de um consumidor individual, e a oferta de um empreendedor também ana- lisando individualmente. Mas precisamos salientar que o mercado de um determinado bem é constituído pela oferta que todos os agentes produtores desse bem realizam e por todos os consumidores potenciais, que estão dis- postos a adquirir esse bem. Desta forma, o preço de mercado (ou de equilíbrio) é estabelecido pelo equi- líbrio entre a oferta dos empresários e a demanda dos consumidores, como já foi visto. Para o empresariado, é importante saber quais as características principais do mercado em que se opera, facilitando as tomadas de decisão para melhor desempenhar seus objetivos mercadológicos. 38 Sob a ótica da importância da empresa no mercado em que opera e a caracte- rística do produto vendido ser homogênea ou heterogênea, causando maior ou menor interferência no sistema de preços, os mercados têm a seguinte classificação: ► 1.7.1 Concorrência Pura ou Perfeita Antes de tudo, é bom salientar que a concorrência perfeita é o tipo de estru- tra de mercado ideal, ou seja, ela
Índice A elasticidade-preço da oferta revela o quanto a quantidade ofertada de um bem ou serviço varia em relação às variações de seu preço. A elasticidade-preço da oferta revela o quanto a quantidade ofertada de um bem ou serviço varia em relação às variações de seu preço. Ao contrário do que ocorre no caso da elasticidade-preço da demanda, na elasticidade-preço da oferta há uma relação diretamente proporcional entre o preço de mercado e as quantidades de produto que os produtores estão dispostos a colocar no mercado. Portanto, as mudanças nas quantidades sempre irão na mesma direção que os preços. Isso é razoável, pois as empresas sentem um maior incentivo para colocar seus produtos no mercado, obtendo lucros maiores. Elasticidade cruzadaDeterminantes da elasticidade-preço da ofertaA elasticidade-preço da oferta depende inteiramente de uma série de fatores que a controlam. Estes são os seguintes:
Tipos de elasticidade-preço da ofertaTal como acontece com a elasticidade-preço da demanda, a elasticidade-preço da oferta leva em consideração o grau de elasticidade para classificar os tipos de elasticidades. Assim, nesse tipo de elasticidade, cinco tipos específicos de oferta podem ser distinguidos.
Fórmula para calcular a elasticidade-preço da ofertaÀ medida que surgem situações em que as empresas, face a determinadas variações de preço, modificam ligeiramente a quantidade produzida e colocada no mercado. Por sua vez, há situações em que as empresas, ao se depararem com certas variações no preço do bem, modificam fortemente as quantidades disponíveis para o mercado. A fórmula de determinação da elasticidade da oferta consiste em dividir a variação percentual da quantidade ofertada do produto pela variação percentual experimentada no preço do referido produto. A expressão matemática utilizada para realizar o cálculo é representada da seguinte forma: A parte superior da fórmula indica a variação absoluta verificada nas quantidades ofertadas do produto. Enquanto isso, a parte inferior da fórmula indica a mudança absoluta no preço. Sabendo que (o) revela a quantidade ofertada e (P) representa o preço do produto. Da mesma forma, delta O significa a mudança absoluta nas quantidades fornecidas, e (O) representa a oferta. Na parte inferior, o delta P representa a mudança absoluta no preço e (P) o preço Exemplo de como calcular a elasticidade-preço da ofertaPara conhecer o processo de cálculo da elasticidade-preço da oferta, suponha que o preço do peito de frango aumente de 5 euros para 5,50 enquanto as quantidades oferecidas pelo aumento nele verificado passam de 1.000 milhões de quilos para 1.200 milhões de quilos. Gráfico - exercício de elasticidade de oferta de preço Façamos agora o cálculo necessário para determinar, neste caso, qual é o coeficiente de elasticidade da oferta. Para isso vamos usar a fórmula levantada anteriormente, é a seguinte: Etapa número 1: Esta etapa visa determinar o topo da fórmula. Ou seja, a variação percentual das quantidades ofertadas.
leste 20% Em seguida, representa a variação percentual nas quantidades demandadas. Ou seja, determinamos a parte superior da fórmula. Etapa número 2: Esta etapa visa determinar a parte inferior da fórmula. Ou seja, a variação percentual do preço.
leste 10% Em seguida, representa a variação percentual do preço. Ou seja, determinamos a parte inferior da fórmula. Observe que, conforme observado nos detalhes da fórmula, o sinal negativo é convencionalmente dispensado. Etapa número 3: Nesta etapa final, os valores determinados nas etapas um e dois são substituídos na fórmula pela elasticidade da oferta: Portanto, a oferta desse produto é elástica, pois seu coeficiente de elasticidade é maior que um. Uma mudança no preço causou uma grande mudança na oferta. Elasticidade da renda na demandaDemanda perfeitamente elásticaElasticidade da demanda
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