Qual a importância da educação permanente é continuada para os profissionais de enfermagem

Rótulo Capacitação, Enfermagem, Educação, Continuada, Protocolos, Lesões

A Educação Continuada (EC) é entendida como um conjunto de experiências subsequentes a formação, que viabilizem a atualização de conhecimentos. A Educação Permanente (EP) permite a incorporação do aprender e do ensinar ao cotidiano das organizações e ao trabalho, com caráter contínuo e dinâmico, cujo foco principal é a transformação do processo de trabalho. Na Enfermagem a participação dos Enfermeiros na EC e EP é de essencial importância, pois são esses os profissionais que mantém contato direto e permanente com a equipe de Enfermagem e demais profissionais de saúde, o que possibilita perceber a realidade e avaliar as necessidades da introdução de processos educativos voltados para os profissionais da equipe de saúde. O cuidado com feridas é uma atividade do cotidiano do Enfermeiro e demais profissionais de Enfermagem. A Enfermagem sempre esteve inserida no processo de cuidar de pessoas com feridas, desde sua constituição profissional, especialmente responsável pela execução do curativo, com o emprego das práticas baseadas em evidências científicas é possível integrar as melhores evidências de pesquisa à habilidade clínica do profissional, proporcionando uma melhor assistência ao paciente. O presente estudo teve por objetivo analisar do processo de educação continuada e permanente dos profissionais da Enfermagem acerca das práticas baseadas em evidências científicas para o cuidado dos indivíduos com feridas. Tratou-se de um estudo com abordagem qualitativa, do tipo convergente assistencial. O cenário investigativo do estudo foram 15 Unidades Básicas de Saúde (UBS), do perímetro urbano do Município de Uruguaiana, localizado na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Os sujeitos da pesquisa foram os Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem atuantes nas referidas UBS, totalizando aproximadamente, 50 profissionais. Para a coleta de dados foi utilizada a técnica da entrevista semiestruturada. Apartir da análise parcial dos dados pode se afirmar que foi possível entender como ocorreu/ocorre o processo de aperfeiçoamento de Enfermeiros a partir da elaboração, implantação e implementação do Protocolo Assistencial para Indivíduos Portadores de Feridas. Através dos aperfeiçoamentos realizados avaliou-se a efetividade da utilização do protocolo pelos profissionais de Enfermagem, com o destaque aos profissionais que participaram da construção desta ferramenta, estes demonstraram maior conhecimento sobre a utilização adequada do instrumento em relação aos demais. O trabalho possibilitou conhecer os déficits de conhecimento da equipe de Enfermagem na implantação do protocolo, em relação aos fatores que prejudicam a cicatrização, a maioria dos profissionais entrevistados acredita que apenas o curativo é suficiente e eficiente, além de demonstrarem falta de conhecimento sobre as coberturas farmacológicas mais indicadas para cada tipo de lesão. Ainda, foi possível identificar estratégias que possam ser utilizadas para viabilizar a EC e EP dos profissionais de Enfermagem que atuam nas unidades, como a realização de capacitações mais frequentes, para que possam ser esclarecidas dúvidas sobre a utilização adequada do protocolo, reforçando assim a importância e os benefícios associados ao emprego adequado desta ferramenta assistencial para indivíduos com feridas, que visa ampliar a qualidade da atenção a essa população.

A pandemia chegou de forma rápida e inesperada, exigindo dos profissionais de enfermagem célere adaptação à aprendizagem. O aprendizado se deu rapidamente por necessidade de atendimento de milhares de pessoas, que acionaram o serviço de saúde com diversas complicações de uma doença até então desconhecida no cotidiano dos profissionais. O esforço em se capacitar para atingir melhores ações de cuidado é uma realidade. No entanto, junto com a pandemia de Covid-19 veio a modificação da lógica de ensino. O conhecimento passou a ser construído envolvendo a tecnologia e esse processo modificou a relação de aprendizagem dos profissionais.  Com a chegada do novo coronavírus, algumas questões se tornaram relevantes fazendo a necessidade de realizar, mais do que nunca, uma educação permanente e continuada aos trabalhadores de saúde. isso aconteceu principalmente por fatores como: o despreparo da graduação e pós-graduação no Brasil, características do vírus e seus efeitos desconhecidos inicialmente, condições de virulência, transmissibilidade e tratamento ainda em estudo, necessidade no domínio de técnicas e equipamentos, conhecimento sobre a mortalidade e preparação emocional ao lidar com usuários do serviço e família, abrupto número de atendimento e complicações diversas causadas pela doença, entre outras coisas.

Qual a importância da educação permanente é continuada para os profissionais de enfermagem

A necessidade de educação para os profissionais de saúde na pandemia

Assim foi gerada a necessidade urgente de uma educação permanente e continuada dos profissionais de saúde, principalmente da equipe de enfermagem, que é aquela que permanece 24 horas ao lado do enfermo. O rápido aprendizado se deu, inclusive, para proteger a si e aos seus familiares. No entanto, ainda assim o número de mortalidade entre os profissionais de saúde é altíssimo e os profissionais de enfermagem são os que mais sofreram com essa terrível pandemia. A complexidade do cuidado provoca a urgente necessidade de educação permanente e continuada dos profissionais de enfermagem que tratariam os casos da doença.

Mas afinal, o que é educação permanente? E o que é educação continuada? Bom, é importante ressaltar Freire e Faundez (2017) que revelam que: “a educação é um processo universal, mas são muitas as concepções e as práticas, diferentes e até antagônicas, que a materializam. Por isso, é preciso qualificá-la, isto é, dizer de que educação estamos falando”. A educação permanente é aquela que valoriza as situações existentes no trabalho e em seus processos, realizando a problematização dos processos, dentro do contexto de trabalho, constituindo um novo saber entre os profissionais nas instituições. Por outro lado, a educação continuada é aquela que se refere à continuidade da formação inicial, com foco no aperfeiçoamento profissional, mas que não necessariamente atende às necessidade no local de trabalho ou modifica o saber em relação ao trabalho. (FERNANDES, 2016)

Características da educação permanente em saúde

    • É considerada uma prática de ensino-aprendizagem;
    • É considerada um dos principais dispositivos da política de educação na saúde;
    • Produz conhecimento no cotidiano das instituições;
    • Possui suas bases no ensino problematizador;
    • Considera as questões do trabalho;
    • Não possui superioridade entre educador em relação ao educando;
    • Refuta o ensino aprendizado mecânico;
    • Refuta o conhecimento em si, sem a conexão com o cotidiano;
    • Promove a participação na construção do conhecimento;
    • Valoriza os problemas situacionais do trabalho;
    • Valorização da fala dos profissionais e de seus conflitos.

Características da educação continuada em saúde

    • Considera a constante qualificação do indivíduo;
    • Considera que nunca é tarde para aprender e sempre há algo novo a ser aprendido;
    • Baseia-se na necessidade contínua de conhecimento;
    • Não está necessariamente ligada aos problemas específicos do trabalho;
    • Baseia-se no acúmulo de conhecimento e desenvolvimento pessoal;
    • Instrução complementar, que leva a melhores práticas de saúde;
    • Cria novos conhecimentos para os locais de trabalho;
    • Promove o conhecimento sobre mudanças no decorrer de sua profissão;
    • Desenvolve melhorias no trabalho do profissional;
    • Qualifica as práticas de assistência em saúde;
    • Favorece o desenvolvimento e a participação na vida da instituição.

A política de educação na saúde compreende a educação permanente e continuada. Esses processos fortalecem o Sistema Único de Saúde, uma vez que a articulação entre a saúde e a educação são modificadoras das práticas assistenciais de cuidado. As duas modalidades são importantes e necessárias, elas não são uma opção didático-pedagógica, mas são necessárias e fundamentais. É uma estratégia de melhoria nas práticas de cuidado. A educação permanente melhora as práticas de forma mais específicas e pode ser mais célere. Já a educação continuada constrói um conhecimento mais global e modifica práticas, respeitando as inovações das ciências relacionadas à profissão.

Tanto a educação permanente como a continuada deve estar comprometidas com metodologias ativas e dinâmicas, que valorizem os trabalhadores da saúde. Considerando, é claro, que na educação permanente esse protagonismo já acontece no mundo do trabalho. (Silva e Silva, 2019). É importante destacar que, para o célere aperfeiçoamento dos profissionais nos locais, no atual momento, é importantíssimo que as instituições compreendam que esta modalidade é fundamental e necessária. Compreende-se assim que o serviço deve dispor emergencialmente de ações de educação permanente, para que haja melhor qualidade do serviço.

A educação continuada também deve ser realizada e a incorporação de diversos saberes devem ser constituídos para que o ato complexo de cuidar, diante dessa pandemia, possa ser desenvolvido. É importante compreender que as instituições devem facilitar as atividades de educação continuada, uma vez que os profissionais de enfermagem aumentaram suas cargas de trabalho devido a pandemia do novo coronavírus. Sendo assim, esses profissionais necessitam de um plano que promova possibilidade de desenvolver suas habilidades e competências e de se capacitar para tais atividades.

Referências bibliográficas:

  • Barbosa C.D. et.al. Reflexões sobre a pandemia COVID-19 e ações de educação permanente em enfermagem num hospital. Glob Acad Nurs, vol. 1, n.3, 2020.
  • Fernandes, R.M.C. Educação Permanente e Políticas Sociais. Campinas-SP: Papel Social, 2016.
  • Silva ACA, Silva ALC. A Educação continuada e permanente em enfermagem no Brasil: uma revisão integrativa. Revista Educação em Saúde. Vol.7 número1, pág:67-73, 2019.

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