Sentir formigamento em mãos, braços, pernas e pés é uma sensação comum, que pode representar desde situações rotineiras (como a perna formigar após um longo período sentado), até um sinal de alarme, quando o formigamento piora a cada dia. De acordo com o neurologista Thiago Fukuda, professor de Medicina da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e coordenador médico do CEDONI (Centro de Esclerose Múltipla e Doenças Neuroimunológicas do Hospital Santa Izabel), em algumas circunstâncias, quando o formigamento é persistente em uma perna, ou mesmo nas duas pernas, e subindo para a região do abdômen, ou está associado a dificuldade de urinar, deve ser imediatamente investigado. “Pode indicar algumas doenças, como a esclerose múltipla que, inclusive, atinge também pacientes mais jovens e, principalmente, mulheres”. Mas ele alerta que em pessoas mais jovens, o formigamento e dormência estão mais associados a situações benignas, como ficar muito tempo ajoelhado, dormir em cima do braço, ou antes de uma crise de enxaqueca, ou mesmo após uma anestesia para um procedimento dentário. Outros sinais de alerta O neurologista destaca que algumas vezes os formigamentos podem sugerir um alerta maior, principalmente em pessoas mais velhas e com hipertensão e colesterol alto, ou altos níveis de açúcar no sangue, o que pode indicar neuropatia diabética. Além disso, formigamentos que ocorrem de uma hora para outra, ou em metade do corpo, podem indicar patologias neurológicas, como o AVC. Da mesma forma, formigamento na região do peito, indo para braço esquerdo ou região da mandíbula, pode sugerir patologias cardíacas. Por isso, é importante consultar um médico o quanto antes, caso esses sintomas se apresentem. Outros fatores que podem gerar formigamento: • Alergia medicamentosa, junto com um avermelhamento na pele • Crise de enxaqueca, que pode dar formigamento nas mãos • Trabalhar muito tempo com digitação pode dar formigamento nas mãos, com dor e fraqueza em decorrência da síndrome do túnel do carpo (dormência e formigamento causados por um nervo comprimido no punho) • Problemas emocionais, principalmente associados a ansiedade, que podem gerar formigamento e dormência e, geralmente, vem associado a uma sensação de preocupação, medo, palpitações e, às vezes, tremor. “Mas antes de considerar apenas como sintomas emocionais é sempre importante procurar um médico para avaliar”, orienta Dr. Fukuda. Leia também Viver mais e com saúde: saiba como por Cida de Oliveira
Ao contrário do que muitos pensam, a dormência não está associada só à circulação. Esse distúrbio neurossensitivo, chamado de parestesia, é causado por uma lesão no tecido nervoso. “Nada mais é do que uma resposta do cérebro a uma postura inadequada, como sentar-se sobre as pernas, deitar-se sobre os braços, ou mesmo permanecer na mesma posição durante muito tempo”, explica o neurologista Santino Lacanna, pesquisador da Unifesp. O problema aparece quando há uma compressão nos microvasos sanguíneos que irrigam os nervos periféricos, localizados nas áreas afetadas, ou dos próprios nervos. Como eles transmitem impulsos elétricos do cérebro para todas as partes do corpo (e vice-versa), a comunicação acaba prejudicada. Ao chegarem ao córtex cerebral, esses sinais distorcidos são decodificados na forma de dormência, formigamento ou agulhadas. Logo que a postura é corrigida e o fluxo sanguíneo liberado, a sensação desaparece. Porém, se a sensação desagradável persistir, os nervos podem estar danificados por doenças crônicas que prejudicam a circulação do sangue, como a diabete. Ou mesmo por problemas na coluna vertebral, como hérnia de disco, que comprime os nervos em sua raiz. O formigamento das mãos ou dos pés dormentes deriva da compressão temporária de um nervo. Essa sensação, juntamente com dor, dormência ou fraqueza, pode ser constante em pessoas afetadas por alguns distúrbios que lesam os nervos. O que é SINTOMAS Causas Nem todas as pessoas com diabetes melito desenvolvem neuropatia diabética, na qual há lesão dos nervos periféricos. O bom controle dos níveis de glicose no sangue reduz muito o risco. Os especialistas ainda não compreendem bem a causa da lesão neurológica; alguns acreditam que seja uma associação de lesão dos vasos sanguíneos e alterações no metabolismo das células, decorrentes de níveis muito altos de glicose. O médico já deve estar atento a qualquer sinal inicial de complicação em uma pessoa diabética – incluindo dormência e formigamento nos pés e nas mãos, dor e fraqueza nos membros, e constipação. Pode-se usar um teste elétrico para avaliar a função dos nervos. Após um surto de herpes, uma virose relacionada com a catapora, uma dor intensa e lancinante no trajeto de um nervo do tronco pode persistir por meses. Dormência e dor que correm pela coxa e pela perna podem ser causadas por hérnia de disco ou outros problemas de coluna em que haja compressão do nervo principal dos membros inferiores (o ciático). Na esclerose múltipla, a bainha de melina é gradualmente destruída, o que pode resultar em dormência e formigamento. E, às vezes, uma deficiência nutricional é a responsável por essa sensação. Uma deficiência das vitaminas B, principalmente da vitamina B12, pode contribuir para as sensações de dormência e formigamento. Como os suplementos podem ajudar Não há perigo em tomar juntos todos os suplementos recomendados. O complexo de vitamina B promove um funcionamento saudável do sistema nervoso (a vitamina B6, em especial, é importante para pessoas que sofrem de neuropatia diabética ou síndrome do túnel do carpo). A vitamina B12 e a tiamina são necessárias a várias funções do organismo. A falta dessas vitaminas é comum em pessoas mais velhas; o ácido fólico sempre deve ser tomado junto com altas doses de vitamina B12. Os diferentes ácidos graxos essenciais do óleo de linhaça e do óleo de prímula favorecem uma comunicação apropriada entre o cérebro e as células nervosas e desempenham um papel na manutenção das bainhas de mielina. O ácido gama-linolênico (encontrado no óleo de prímula) é valioso no tratamento da neuropatia diabética. Em virtude de seu potente efeito antioxidante, acredita-se que o ácido alfa-lipoico proteja as células nervosas contra lesão. Assim, há estudos demonstrando que essa substância semelhante às vitaminas faça efeito na neuropatia diabética. Embora não tenha ficado esclarecido se ela é melhor do que outros antioxidantes mais baratos, como a vitamina E. De fato, o creme de pimenta-de-caiena proporciona alívio em qualquer tipo de dor nervosa. Acredita-se que seu ingrediente ativo, a capsaicina, atue bloqueando a substância P, um mensageiro químico que transmite os sinais de dor do local lesado até o cérebro. O que mais você pode fazer 1. Faça exercícios regularmente, a fim de aumentar o fluxo de sangue para nervos e extremidades.2. Não fique sentado parado por longos períodos de tempo; a inatividade agrava a dormência e o formigamento. 3. Ande um pouco e flexione seus dedos e tornozelos. Quando procurar o médico Procure auxílio de emergência se subitamente aparecerem dormência ou formigamento durando mais de meia hora. Portanto procure ajuda ainda mais rápida se esses sintomas forem acompanhados de fraqueza, principalmente num dos lados do corpo, o que poderia ser sinal de derrame (AVC). fonte: Seleções, escrita por Elen Ribera
Não é só o pé que “dorme”, a perna também. Em ambos os casos, isso acontece porque os nervos da perna são pressionados e a circulação no local fica comprometida. Essa soneca de que estamos falando é aquela sensação de formigamento que rola em situações corriqueiras, como ao se apertar demais o cadarço do calçado ou ficar com o joelho dobrado por muito tempo. Uma das mais comuns ocorre quando a gente vai ao banheiro e fica um tempão castigando a porcelana, com o cotovelo apoiado na perna. Os pés logo começam a formigar, pois os nervos são comprimidos na altura dos joelhos. Isso também acontece se você dormir em cima de um braço ou sentar sobre a perna. Para “acordar” o membro sonolento é só mudar de posição e estendê-lo. Normalmente, o incômodo passa logo e não oferece grandes riscos. Em certos casos, porém, o formigamento pode ser sintoma de doenças graves, como o diabetes. “Em estado avançado, o diabetes compromete alguns nervos pequenos nas pernas. O paciente fica com formigamento constante e perde a sensibilidade da planta dos pés e dos dedos das mãos”, diz o ortopedista José Marques Neto, da Clínica Paulista de Esportes. A hérnia de disco é outra vilã. O conteúdo gelatinoso que fica entre as vértebras escapa e empurra a medula nervosa, afetando os nervos que se dirigem aos braços e às pernas, que “formigam”. Para tratar o problema muitas vezes é preciso uma cirurgia. Membro dorminhoco Circulação prejudicada e pressão sobre os nervos geram o problema 1. Quando o joelho fica muito tempo flexionado e tem alguma coisa em cima dele — como o nosso cotovelo, por exemplo — ocorre uma pressão sobre os nervos das pernas. Depois de um tempo apertados, os nervos reagem produzindo a sensação de dormência 2. Mas essa sensação aumenta porque o “apertão” atinge também os vasos sanguíneos, fazendo a irrigação de sangue na perna diminuir. Com isso, os músculos da região recebem menos sangue — e, por conseqüência, menos oxigênio 3. As células musculares “reclamam” da falta de oxigênio liberando uma substância chamada lactato, que irrita as terminações nervosas. Os nervos transmitem essa “irritação” ao cérebro,que reage ao impulso com a sensação de formigamento ou dormência que a gente percebe |