Por que o coelho simboliza a pascoa

A tradição do Coelhinho da Páscoa foi trazida para a América pelos imigrantes alemães, entre o final do século XVII e o início do século XVIII.[1] No sul do Brasil, nas regiões bilíngues, o Coelhinho da Páscoa também é chamado de Osterhoos no dialeto Riograndenser Hunsrückisch, e Osterhase no Alemão padrão.

Por que o coelho simboliza a pascoa

Família de coelhos da páscoa em madeira (artesanato alemão)

No Antigo Egito, o coelho simbolizava o nascimento e a nova vida.[2] Alguns povos da Antiguidade consideravam o coelho como o símbolo da Lua, portanto, é possível que ele tenha se tornado símbolo pascal devido ao fato de a Lua determinar a data da Páscoa. O certo é que os coelhos são notáveis por sua capacidade de reprodução, e geram grandes ninhadas[3], e a Páscoa marca a ressurreição, vida nova, tanto entre os judeus quanto entre os cristãos.[4]

Existe também a lenda de que uma mulher pobre coloriu alguns ovos de galinha e os escondeu, para dá-los a seus filhos como presente de Páscoa. Quando as crianças descobriram os ovos, um coelho passou correndo. Espalhou-se, então, a história de que o coelho é que havia trazido os ovos.[4] Desde então as crianças sempre acreditaram no coelhinho da páscoa, a história que seus pais contavam para elas. O Coelhinho da Páscoa é a principal atração entre as crianças.

  1. «Descubra a origem da lenda do coelhinho da Páscoa». 6 de Março de 2013. Consultado em 19 de Agosto de 2013 
  2. «História da Páscoa». Consultado em 19 de Agosto de 2013 
  3. Coutinho, Flávio (4 de Agosto de 2009). «COELHO». Consultado em 19 de Agosto de 2013 
  4. a b de Barros, Jussara. «Coelho da Páscoa». Consultado em 19 de Agosto de 2013 

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Por que o coelho simboliza a pascoa

 Os coelhos não põem ovos e, por isso, as pessoas se perguntam por que os dois são símbolos da Páscoa?

O ovo é uma  tradição antiga que surgiu antes de Cristo. Na Europa, as pessoas trocavam ovos no Equinócio de 21 de março para celebrar o fim do inverno e o início da primavera (no Brasil, fim do verão e início do outono). Quando a Páscoa cristã começou a ser celebrada, a troca de ovos começou a fazer parte da Semana Santa. Os cristãos passaram a ver no ovo um símbolo da ressurreição de Cristo. Naquela época,  as pessoas trocavam ovos de galinha decorados. A tradição dos ovos de chocolate começou na França e, a partir do século XIX, os ovos doces tomaram conta da comemoração.

A tradição do coelho da Páscoa é mais recente, se comparada à do ovo. O costume surgiu no século XVI, na Alemanha. Os alemães trouxeram o hábito para a América no século XIX. O animal foi associado à Páscoa porque se reproduz rapidamente e simboliza fertilidade e vida nova.

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Ovos de galinha decorados para páscoa

O nome da celebração cristã em português (e nas demais línguas latinas) tem origem na festa judaica do Pessach – que significa “passagem” em hebraico, uma referência à saída dos judeus do Egito e sua libertação da escravidão, com a chegada à terra prometida sob liderança de Moisés.

Mas é o nome da festa em inglês – Easter – que nos dá pistas sobre o coelho. Quando o catolicismo comecou a se espalhar pelo sul da Europa no final do Império Romano, os primeiros missionários se depararam com a missão de converter os povos germânicos pagãos àquela nova fé.

A deusa da fertilidade no norte da Europa, além dos domínios romanos, era Eostre (essa é apenas uma de várias grafias possíveis – escolhida por nós porque torna clara a semelhança com easter). Sua festa era celebrada no início da primavera no hemisfério norte – que corresponde, é claro, ao início do outono aqui no hemisfério sul, época em que se celebra a Páscoa.

Força bruta nunca foi um bom jeito de trazer ninguém para a igreja, de modo que os missionários lentamente incorporaram a história da ressurreição de Cristo às tradições que já existiam. A lebre, por sua fertilidade, era o animal que representava a deusa, e acabou se misturando com a tradição católica porque já era cultuada no festival pagão. A primavera é o momento em que a vegetação renasce em locais de clima temperado, então todo o simbolismo já estava lá.

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Essa é a versão predominante nos livros, que se popularizou graças ao trabalho São Beda, um monge inglês que viveu no século 8 e é considerado pai da história anglo-saxã pela obra História Eclesiástica do Povo Inglês. O problema é que é difícil atestar a veracidade do relato do eclesiástico, que não tem outros antecedentes conhecidos e certamente não conta como fonte primária: ele viveu 600 anos após a suposta origem da tradição, de modo que a época romana, para ele, era um passado tão distante quanto a chegada de Cabral ao Brasil é para nós.

Os linguistas e filólogos que se dedicam a recuperar o idioma proto-indo-europeu (o antepassado do latim, do grego e das línguas celtas e germânicas) já conseguiram reconstituir uma palavra que nomeava uma deusa pré-histórica associada ao crepúsculo – e que tem as características necessárias para ter servido como raiz de Eostre.

No caso do ovo, a origem é mais nebulosa ainda, porque praticamente todas as culturas da Antiguidade adotavam ovos como símbolo de fertilidade, nascimento ou renascimento dos mortos. Os gregos colocavam ovos sobre as tumbas, e os romanos tinham até o ditado Omne vivum ex ovo, “Toda a vida vem de um ovo.” Os povos de etnia Maori, na Oceania, enterravam seus mortos com um gigantesco ovo do moa (uma ave extinta de 3 metros de altura) em mãos. Mais importante para nosso post é que o Pessach judaico também é celebrado com ovos cozidos.

Ou seja: quando a Igreja Católica precisou de um símbolo para a ressureição, não foi preciso ir muito longe – a adoção foi praticamente orgânica. Tradições desse gênero duraram um bocado: na Alemanha, até o século 19, as certidões de nascimento em alguns locais eram ovos decorados com o nome da criança e a data. Os nobres russos pré-revolução trocavam ovos de Páscoa chiquérrimos com metais preciosos e interiores ornamentados. O chocolate, claro, só se estabeleceu no século 20.

O coelho da Páscoa é conhecido como um importante símbolo da Páscoa, celebração cristã que comemora a ressurreição de Jesus Cristo. Essa figura se estabeleceu como símbolo pascal a partir do século XIX e, atualmente, é conhecida por trazer os ovos de chocolate para as crianças.

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Tópicos deste artigo

  • 1 - Significado do coelho da Páscoa
  • 2 - Origem do coelho da Páscoa

Significado do coelho da Páscoa

Todos nós conhecemos a tradição do coelho da Páscoa e o seu papel de trazer os ovos de chocolate, assim como o Papai Noel traz os presentes no Natal. O coelho da Páscoa deixa os ovos escondidos, e as crianças que os encontram ficam com eles. Em nome dessa tradição, muitos pais fazem a brincadeira de esconder os ovos pela casa para que as crianças possam procurá-los.

Por que o coelho simboliza a pascoa
O coelho enquanto símbolo pascal se consolidou somente no século XIX, e acredita-se que foi herdado da cultura germânica.

Essa história tem muita relação com a cultura popular germânica, pois, na Alemanha, havia a lenda sobre o Osterhase, uma lebre que trazia ovos enfeitados para as crianças durante o período do equinócio da primavera. A lebre trazia os ovos e os escondia, cabendo às crianças o dever de encontrá-los.

Essa lenda foi levada aos Estados Unidos por imigrantes alemães a partir do século XVIII,  popularizando-se por lá. Existe muita especulação acerca da sua provável origem, se é pagã ou cristã, mas o fato é que é impossível fazer essa definição.

O que sabemos é que a forma como enxergamos a Páscoa foi modificada, a partir do século XIX, para transformar essa celebração em algo mais familiar. Esse processo entendeu a Páscoa como uma festividade a ser comemorada em família e contribuiu para estabelecer o coelho como um dos seus símbolos.

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Esse processo se relaciona também com a forma como as sociedades ocidentais passaram a enxergar a infância. Essa fase da vida passou a ser vista como um período em que, além de preparar para a vida adulta, a criança pudesse ter acesso ao lazer e a situações que a fizessem feliz.

Essa nova perspectiva sobre a infância repercutiu na Páscoa, fazendo com que se tornasse algo mais familiar, e a brincadeira de procurar os ovos é parte dessa mudança da infância como uma fase mais divertida na formação do ser humano. Além disso, era uma brincadeira caseira.

Por fim, os impactos de todo esse desenvolvimento fizeram com que um novo símbolo surgisse: o coelho. Isso porque, como mencionado, a lenda falava da lebre, um animal maior e mais agressivo. O coelho, por sua vez, é menor e mais dócil, e a transformação da Páscoa em uma celebração familiar passava pela criação de um símbolo mais domesticável.

Como podemos perceber, com o coelho da Páscoa outro símbolo se estabeleceu: o ovo de Páscoa. O ovo era um símbolo bem tradicional (em culturas pagãs da Europa e do Oriente) de fertilidade e era entendido como um símbolo da renovação da vida. Por isso, em determinados locais e épocas, os ovos eram decorados e distribuídos como presentes.

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Origem do coelho da Páscoa

As origens do coelho enquanto símbolo da Páscoa são difíceis de ser precisadas, mas algumas informações nos ajudam a entender esse assunto. O coelho é um animal de grande simbolismo, tanto em culturas pagãs quanto em culturas cristãs.

A relação mais comum que se tem do coelho em culturas pagãs é a de associá-lo ao símbolo de fertilidade, dada a grande capacidade que ele tem de se reproduzir. Tradicionalmente, tem-se o coelho como um símbolo de Eostre, deusa germânica também conhecida como Ostara, relatada por um monge do século VIII chamado Beda.

Ostara era conhecida como a deusa da primavera, quando a natureza renasce, depois do inverno. Esse renascimento da natureza vincula-se com a fertilidade, atributo pelo qual ela também era conhecida. Essa associação do coelho com Ostara é, no entanto, questionada por muitos estudiosos.

Uma lenda germânica falava que Ostara decidiu transformar um pássaro em coelho, mas o animal teria ficado descontente na sua nova forma e pedido para retornar a sua de origem. Ostara concedeu o pedido, e o pássaro, grato, teria presenteado a deusa germânica com ovos coloridos, que ela distribuiu às crianças.

Os irmãos Grimm, importantes folcloristas germânicos do século XIX, associavam a lenda da lebre (que levava ovos para as crianças e os escondia) com a deusa Ostara. O coelho da Páscoa em alemão é conhecido como Osterhase, nome bastante semelhante ao da deusa germânica. Novamente, os historiadores não têm comprovação histórica dessa teoria.

No cristianismo também existe associação do coelho com importantes passagens dessa religião. Inicialmente o símbolo utilizado era a lebre, e, conforme mencionado, com o tempo ela foi substituída pelo coelho, um animal bem mais dócil.

Pode-se afirmar que, entre os cristãos da Antiguidade, o coelho ou a lebre eram vistos como símbolos de castidade. Essa associação deu-se, pois se acreditava que os coelhos eram capazes de se reproduzir assexuadamente. Isso contribuiu para que esses animais fossem associados a Maria, mãe de Jesus, uma vez que, nessa visão, ela, assim como os coelhos, reproduzia-se sem contato sexual.

Outra versão aponta para uma espécie de lebre conseguir engravidar uma segunda vez enquanto carrega o primeiro filhote. A imagem do coelho como um animal que representa castidade e virgindade é bem estranha para nós, uma vez que reconhecemos esse animal como um sinal de fertilidade por sua grande capacidade reprodutiva.

No entanto, a imagem do coelho como símbolo de pureza e inocência permaneceu durante a Idade Média e esteve presente até o renascimento, uma vez que existe um quadro, do pintor renascentista Tiziano Vicelli, que retrata um coelho junto da Virgem Maria. Esse quadro recebeu o nome de A Virgem e o coelho.

Outra importante referência do coelho no cristianismo é encontrada em Devon, na Inglaterra. Nesse local, uma série de igrejas do período medieval têm, em sua iconografia, um símbolo que apresenta um círculo com três coelhos (ou lebres) interligados pelas próprias orelhas. Os historiadores não sabem se os coelhos, nesse símbolo, representam pureza ou se têm outro significado.

Por fim, existem lendas que apontam que um coelho foi o primeiro ser a presenciar a ressurreição de Jesus e que esse animal era um símbolo de renovação, pois era o primeiro a sair de sua toca com o fim do inverno. Essa renovação seria entendida, dentro da teologia cristã, como um sinônimo da ressurreição.

Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia