Por que batizar os filhos

Batizado: Por que ele deve ser realizado na infância?

Mons. Daniel Lagni, pároco da Catedral Metropolitana de Goiânia, fala sobre a importância de receber o Sacramento.

Por que batizar os filhos

Você já ouviu alguém dizer em relação a um bebê: “Nossa, tem que batizar logo, vai crescer pagão!?” É muito comum que as pessoas digam isso, pois a Igreja Católica prega que a criança deve ser batizada nos primeiros meses de vida, para que receba a graça de Deus e seja reconhecida como um filho ou filha de Deus. O pároco da Catedral Metropolitana de Goiânia (GO), Monsenhor Daniel Lagni, confirma a origem e o porquê deste conceito católico: “Na história da Igreja sempre houve o batizado de criança para que ela seja, o quanto antes ou o mais cedo possível, agregada ao novo povo de Deus, pela graça do sacramento batismal, para que faça parte da vida da Igreja, da Santíssima Trindade, como o filho adotivo, por meio de Deus Pai, na força do Espírito Santo. A Igreja sempre batizou crianças, logicamente nos primeiros tempos havia mais adultos, chamados catecúmenos, porque eram convertidos do Judaísmo ou Paganismo ao Cristianismo”.

A razão teológica pela qual a Igreja batiza crianças é que o Batismo é um renascer para vida nova de filhos de Deus, que acontece mesmo que a criança não tome conhecimento do fato. “Neste renascer da criança participante do Batismo, a graça trabalha em seu coração, como um princípio sobrenatural. Elas não podem professar a fé, mas são batizadas na fé da Igreja, com o testemunho dos pais e com os padrinhos”, completa o monsenhor.

Por que batizar os filhos

Para a Igreja Católica, receber o Sacramento do Batismo é mais uma forma de seguir o exemplo de Jesus, que teve seu ministério iniciado após ser batizado nas águas do Rio Jordão, por João, seu primo, que profetizava naquele tempo, o Batismo como a remissão dos pecados. Os Evangelhos de Mateus, Lucas e Marcos contam que Jesus pediu para ser batizado, mas inicialmente João relutou dizendo: “Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?”. Porém, Jesus o convenceu a ser batizado e foi neste momento que o Espírito Santo desceu dos céus e uma voz disse: “Tu és o meu filho dileto, em ti me agrado”, voz reconhecida como de Deus, que pediu para que todos naquele tempo fossem batizados, e Jesus obedeceu.

É a partir deste fato histórico bíblico, que o Monsenhor Daniel afirma que, ao batizar uma criança, a Igreja Católica a batiza em nome da Trindade Santa, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. “Não por arrependimento, mas associando-a ao povo de Deus, ao ingresso na vida de Deus e na vida divina. Portanto, não há porque privar uma criança de tamanha graça, desde a sua mais tenra infância, já que o Batismo é o Sacramento de abertura para ingresso na vida divina e na vida da Igreja, comunidade dos que creem e que foram batizados. É o primeiro Sacramento a ser recebido e sem o qual nenhum católico cristão poderá receber os outros sacramentos. É a porta de entrada para a vida da fé, para a vida da Igreja e da Santíssima Trindade. Batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, com a água, somos redimidos para sermos filhos adotivos de Deus Pai e irmãos do senhor Jesus”, declara.

Outro ponto relevante em relação ao Sacramento do Batismo é a escolha dos padrinhos. De acordo com o pároco, os pais devem considerar não apenas a amizade, o parentesco, que também são importantes, mas padrinhos que vivam sua fé, que possam dar testemunho de fé aos afilhados. “Que sejam exemplos de vida cristã. Logicamente que os padrinhos têm que ser batizados, crismados e se forem casados, que sejam também no religioso, para que sejam, de fato, um exemplo de vida para o afilhado ou afilhada. Se requer, portanto, uma vida cristã bastante integra e autêntica, de modo que o afilhado tenha um bom modelo a seguir”, declara.

Confira os horários de Batizado nas igrejas de Trindade (GO): 

  • Santuário Basílica do Divino Pai Eterno:

Domingo: 10h (chegar com 1h hora de antecedência para inscrição na secretaria)

Comparecer com comprovante de curso de Batismo dos pais e padrinhos; certidão de casamento de um dos casais (pais ou padrinhos), certidão de nascimento da criança; taxa de inscrição no valor de R$ 40,00; e autorização da paróquia onde a família participa.

  • Igreja Matriz de Trindade

Domingo: 11h

Comparecer com comprovante de curso dos pais e padrinhos; certidão de nascimento da criança; taxa de inscrição no valor de R$ 40,00; e autorização da paróquia onde a família participa.

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  • Eu ajudo nas reuniões de batizado e estou lendo esse conteúdo pra que eu possa me preparar para dar a primeira reunião de batizado. Nunca tinha feito esse momento e é pra mim uma experiência. Espero que o Espírito Santo ilumine minha mente e o meu coração, e que o Espírito Santo venha me dar sabedoria na hora. Ore por mim, obrigado e Amém!

  • Por que batizar os filhos
    A razão teológica pela qual a Igreja batiza crianças é que o Batismo não é como uma matrícula em um clube, mas é um renascer para a vida nova de filhos de Deus, que acontece mesmo que a criança não tome conhecimento do fato.

    Este renascer da criança a faz herdeira de Deus. A partir do Batismo a graça trabalha em seu coração (cf. 1 Jo 3,9), como um princípio sobrenatural. Elas não podem professar a fé, mas são batizadas na fé da Igreja a pedido dos pais.

    Santo Agostinho explicava bem isto:

    “As crianças são apresentadas para receber a graça espiritual, não tanto por aqueles que as levam nos braços (embora, também por eles, se são bons fiéis), mas sobretudo pela sociedade espiritual dos santos e dos fiéis…

    É a Mãe Igreja toda, que está presente nos seus santos, a agir, pois é ela inteira que os gera a todos e a cada um” (Epist. 98,5).

    Nenhum pai espera o filho chegar à idade adulta para lhe perguntar se ele quer ser educado, ir para a escola, tomar as vacinas, etc.

    Da mesma forma deve proceder com os valores espirituais. Se amanhã, esta criança vier a rejeitar o seu Batismo, na idade adulta, o mal lhe será menor, da mesma forma que se na idade adulta renegasse os estudos ou as vacinas que os pais lhe propiciaram na infância.

    A Bíblia dá indícios de que a Igreja sempre batizou crianças. Na casa do centurião Cornélio (“com toda a sua casa”; At 10,1s.24.44.47s); a negociante Lídia de Filipos (At 16,14s); o carcereiro de Filipos (16, 31-33), Crispo de Corinto (At 18,8); a família de Estéfanas (1Cor 1, 16).

    Orígenes de Alexandria (+250) e S. Agostinho (430), atestam que “o costume de batizar crianças é tradição recebida dos Apóstolos”.

    Santo Irineu de Lião (+202) considera óbvia a presença de “crianças e pequeninos” entre os batizados (Contra as heresias II 24,4).

    Um Sínodo da África, sob São Cipriano de Cartago (+258) aprovou que se batizasse crianças “já a partir do segundo ou terceiro dia após o nascimento” (Epist. 64).

    Leia também: O Batismo de crianças – EB

    Por que se precisa de padrinhos para as crianças que vão ser batizadas?

    5 coisas que talvez não saiba sobre o Batismo católico

    Qualquer criança pode ser batizada?

    O Concílio regional de Cartago, em 418, afirmou:

    “Também os mais pequeninos que não tenham ainda podido cometer pessoalmente um pecado, são verdadeiramente batizados para a remissão dos pecados, a fim de que, mediante a regeneração, seja purificado aquilo que eles têm de nascença” (Cânon 2, DS,223).

    No Credo do Povo de Deus, o Papa Paulo VI afirmou:

    “O Batismo deve ser ministrado também às criancinhas que não tenham podido ainda tornar-se culpadas de qualquer pecado pessoal, a fim de que elas, tendo nascido privadas da graça sobrenatural, renasçam pela água e pelo Espírito Santo para a vida divina em Cristo Jesus” (nº 18).

    A Bíblia sugere o batismo de todos, o que inclui as crianças:

    Atos 2,38-39: “Disse-lhes Pedro: ‘Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados. E recebereis o dom do Espírito Santo. A promessa diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos que estão longe – a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar'”.

    Atos 16,15: “Depois que foi batizada, ela e a sua casa, rogou-nos dizendo:

    ‘Se haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, entrai em minha casa, e ficai ali’. E nos constrangeu a isso”.

    Atos 16,33: “Tomando-os o carcereiro consigo naquela mesma noite, lavou-lhes os vergões; então logo foi batizado, ele e todos os seus”.

    Atos 18,8: “Crispo, principal da sinagoga, creu no Senhor, com toda a sua casa; e muitos dos coríntios, ouvindo-o, creram e foram batizados”.

    1Coríntios 1,16: “Batizei também a família de Estéfanas; além destes, não sei se batizei algum outro”.

    O Batismo é necessário a todos, inclusive às crianças:

    João 3,5: “Jesus respondeu: ‘Em verdade, em verdade, te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus'”.

    Romanos 6,4: “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo ressurgiu dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida”.

    “Todos pecaram” em razão do pecado de Adão, inclusive as crianças.

    Romanos 3,23: “Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”.

    Romanos 5,12.19: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. Pois como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um, muitos serão feitos justos”.

    Salmo 51[52],5: “Certamente em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu a minha mãe”.

    A Circuncisão (em geral realizada em crianças, cf. Gênesis 17,12), foi substituída pelo Batismo:

    Colossenses 2,11-12: “Nele também fostes circuncidados com a circuncisão não feita por mãos no despojar do corpo da carne, a saber, a circuncisão de Cristo, tendo sido sepultados com ele no batismo, nele também ressurgistes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos”.

    Ouça também: Por que batizar as crianças?

    Por que batizar os filhos
    As crianças podem crer:

    Marcos 9,42: “E quem escandalizar a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse lançado ao mar”.

    Lucas 1,41-44: “Ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre, e Isabel foi cheia do Espírito Santo. Exclamou ela em alta voz: ‘Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre. De onde me provém que me venha visitar a mãe do meu Senhor? Ao chegar-me aos ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre”.

    Salmo 21[22],10-11: “Contudo, tu me tiraste do ventre; tu me preservaste, estando eu ainda aos seios de minha mãe. Sobre ti fui lançado desde o nascer, tu és o meu Deus desde o ventre da minha mãe”.

    Prof. Felipe Aquino