Introdução: As teorias etiológicas para o Transtorno de Personalidade Dissocial (TPD) são multifatoriais e integram questões biológicas, socioculturais e ambientais. Entre elas, destaca-se a relação entre o transtorno e os polimorfismos do gene transportador de serotonina (5-HTT) e a ocorrência de sintomas de ansiedade e depressão. Neste âmbito, considera-se que a influência do ambiente possa ser bidirecional em relação à mutação em questão. Objetivo: Discutir a influência de fatores ambientais e genéticos na manifestação do TPD. Método: O presente artigo se trata de uma revisão narrativa da literatura, e os artigos utilizados na discussão se encontravam nas bases de dados National Library of Medicine (PubMed), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Google Acadêmico. Como critério de inclusão, foram inseridos artigos publicados de 2009 a 2021. Resultados: Foi observada uma relação entre fatores ambientais e polimorfismo genético – como aquele relacionado ao gene MAOA, que atua na degradação de neurotransmissores – e o desenvolvimento de TPD, assim como alterações funcionais e anatômicas a nível de sistema nervoso central, tal qual a diminuição da substância cinzenta em regiões límbicas e paralímbicas, dentre outras. Conclusão: Conclui-se, portanto, que existe uma associação entre fatores genéticos, que influenciam no funcionamento de estruturas importantes no sistema nervoso central, como é o caso da região cortical e do sistema límbico, e fatores ambientais na manifestação do Transtorno de Personalidade Dissocial. Palavras chave: Genética, Transtornos da personalidade, Transtorno da personalidade antissocial, Classificação internacional de doenças, DSM-V Abstract Introduction: The etiological theories for Dissocial Personality Disorder (DPD) are multifactorial and integrate biological, social, cultural, and environmental issues. Among them, the relation between the disorder and the polymorphism of the serotonin transporter gene (5-HTT) and the occurrence of anxiety and depression symptoms stands out. In this scope, the influence of the environment in relation to the mutation can be considered bidirectional. Objective: To discuss the influence of environmental and genetic factors on the manifestation of DPD. Methods: The present article is a narrative review, and the articles used on the discussion were found in the databases National Library of Medicine (PubMed), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) and Google Acadêmico. As a criterion, only articles published between 2009 and 2021 were included. Results: It was observed a relation between environmental factors and genetic polymorphism – as the one related to the MAOA gene, that plays a role in the degradation of neurotransmitters – and the development of DPD, as well as functional and anatomical changes in the central nervous system, such as reduction of the gray matter in some limbic and paralimbic regions, and others. Conclusion: It is possible to conclude that there is an association between genetic factors, that can influence in the functioning of important structures of the central nervous system, as the cortical region and the limbic system, and environmental factors in the manifestation of Dissocial Personality Disorder. Keywords: Genetics, Personality disorders, Antisocial personality disorder, International classification of diseases, DSM-
Copyright (c) 2022 Giovana Moreira de Morais, Andre Francischini da Silva , Bárbara Cristina Andrade Dalla Costa, Camila Tebaldi, Mário Túlio Silva do Nascimento, José Carlos Rosa Pires de Souza Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. DIREITOS AUTORAIS LICENÇA DA CREATIVE COMMONS – CC BY https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Fatores ambientais são tão importantes quanto os genéticos para determinar o risco de uma pessoa ter autismo, sugere uma pesquisa publicada neste domingo no periódico Journal of the American Medical Association (Jama). De acordo com o estudo, a maior análise genética já realizada em torno do autismo, a hereditariedade explica apenas 50% da probabilidade de uma pessoa desenvolver o transtorno – um peso menor do que estimativas anteriores haviam sugerido, de 80% a 90%. A outra metade do risco é, portanto, influenciada por fatores ambientais. A pesquisa não analisou individualmente cada um desses fatores, mas os autores afirmam que eles podem incluir, por exemplo, o nível socioeconômico da família, complicações no parto e uso de drogas pela mãe antes ou durante a gravidez. “Ficamos surpresos com o resultado porque não esperávamos que os fatores ambientais fossem tão importantes para o autismo”, diz Avi Reichenberg, pesquisador do Centro para Pesquisa em Autismo da Faculdade de Medicina Mount Sinai, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo. “As pesquisas recentes se concentram mais em estudar os genes relacionados ao autismo, mas agora percebemos que precisamos também identificar quais são esses fatores ambientais.” Leia também: Sintoma do autismo pode ser detectado em recém-nascidos Continua após a publicidade Estudo explica por que autismo é mais comum em homens Oxitocina pode melhorar habilidades sociais de crianças autistas Análise – O novo trabalho foi feito no Instituto Karolinska, na Suécia, e contou com a colaboração de especialistas suecos, britânicos e americanos. Ele se baseou nos dados de mais de 2 milhões de crianças nascidas na Suécia em 1982, que foram acompanhadas até 2006. Durante esse tempo, houve 14 516 diagnósticos de autismo, uma prevalência de 0,7%. Para chegar aos resultados, os pesquisadores compararam o risco de autismo entre crianças que tinham algum parente com autismo e crianças sem casos do transtorno na família. O estudo também indicou que o risco de uma pessoa ter autismo aumenta quanto mais próximo for o grau de parentesco com alguém que tem o distúrbio. Os pesquisadores observaram, por exemplo, que a chance de autismo foi dez vezes maior em crianças que tinham um irmão com o transtorno e duas vezes maior entre aquelas que tinham um primo autista. Os médicos ainda não sabem exatamente o que causa o autismo, mas cada vez mais estudos sugerem que o distúrbio é resultado de uma soma de fatores genéticos e ambientais. Um levantamento do governo dos Estados Unidos divulgado neste ano indicou que uma em cada 68 crianças tem autismo no país, uma prevalência 30% maior do que a registrada no ano anterior. No Brasil, não há dados epidemiológicos sobre o transtorno.
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