A utilização descontrolada de combustíveis fósseis e as queimadas em matas e florestas estão entre as principais causas do aumento na emissão dos gases
de efeito estufa (GEE), provocando o aquecimento global - e consequências climáticas e ambientais que podem chegar a inviabilizar a vida humana na Terra. Governos, empresas, entidades e cidadãos buscam hoje formas de minimizar esse impacto. Mas não é preciso se engajar em nenhum projeto grandioso ou complexo para contribuir hoje mesmo para esse objetivo. Bastam algumas mudanças simples de hábitos no dia a dia.
Confira seis maneiras de colaborar para evitar o aquecimento global, sugeridas pela Embalixo, que é um empresa brasileira fabricante de sacos para lixo. Ela foi a pioneira em colocar no mercado o primeiro saco para lixo carbono zero, composto por matéria-prima feita de plantas e com tecnologia que captura a emissão de gás carbônico Recentemente lançou o primeiro saco para lixo vegano do mundo.
"Mas muita gente esquece que, mesmo nas pequenas atividades da rotina,
estamos gerando dióxido de carbono e que certas atitudes contribuem direta ou indiretamente para o aquecimento global". ( Rafael Costa, diretor comercial da Embalixo)
1) Evite usar o carro sempre que possível.
Quando queimam combustíveis, os veículos também emitem gases de efeito estufa. Dados do Instituto Akatu mostram que, se você trocar o automóvel pela caminhada cinco vezes na semana em percursos curtos, de até três quilômetros, consegue evitar a emissão de uma quantidade de gases equivalente à liberada na produção de energia elétrica para uma casa por 41 anos. Se não quiser ir a pé, vá de bike. Pesquisas apontam que a emissão pelas bicicletas pode ser mais de 30 vezes menores para cada viagem do que a de automóveis tradicionais e 10 vezes menor que carros elétricos.
2) Prefira consumir produtos comprovadamente carbono zero
Ou seja, que realizam a devida compensação ambiental durante sua produção e neutralizam a emissão dos gases. No saco para lixo carbono zero da Embalixo, por exemplo, o material de fonte renovável feito a partir de cana de açúcar - que já captura carbono em sua fabricação - se junta ao plástico reciclado, cuja emissão já é baixa. O resultado dessa mistura é a neutralidade. Além de não gerar emissão de carbono, o produto pode ser reciclado e apoiar a economia circular, retirando o plástico que seria descartado no meio ambiente e, assim, evitando resíduos.
3) Desligue a luz ao sair de um ambiente
Além disso, prefira lâmpadas de LED, especialmente durante o inverno. Com pouca chuva nessa estação e níveis baixos das reservas de água das hidrelétricas, a demanda de consumo exige o acionamento das usinas termoelétricas, o que impacta não só o seu bolso, mas lança mais gases na atmosfera.
4) Evite o lixo digital.
O acesso à internet e o armazenamento na nuvem é processado por servidores que, para funcionar e manter o resfriamento necessário, consomem cerca de 30 bilhões de watts para guardar nossos dados - ou o equivalente à produção de 30 usinas nucleares. Limpe sempre dos seus dispositivos eletrônicos documentos, vídeos e imagens que não utiliza mais. Desinstale aplicativos que deixaram de ser úteis. Exclua mensagens antigas de e-mail e cancele a assinatura de boletins que você não lê.
5) Não desperdice alimentos
O processo de decomposição dos alimentos também libera gases de efeito estufa, inclusive o metano, muito mais potente que o gás carbônico. Planeje bem suas compras e a quantidade, congele ou reaproveite as sobras em outras refeições. Experimente também receitas criativas com folhas, talos e cascas de legumes, verduras e frutas, que são nutritivas e conferem mais sabor.
6) Monitore e reduza sua pegada de carbono
Monitorar e reduzir a pagada de carbono, ou seja, as emissões diárias de tudo o que você faz. Calculadoras gratuitas ajudam nessa tarefa. Isso permite a você fazer um equilíbrio das atividades ou até mesmo algum tipo de compensação, como contribuir para um projeto de reflorestamento. A boa notícia é que assistir à sua série favorita na televisão, por exemplo, segundo estudo, não tem grande impacto no efeito estufa, assim como preparar pacotes de pipocas no microondas.
As provas são irrefutáveis: a menos que tomemos ações imediatas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, jamais conseguiremos evitar as piores consequências da mudança climática.
O mundo já está mais quente que no período pré-industrial em 1,2 °C, e cada fração de grau conta. Estima-se que, com um aumento de 2°C na temperatura global, tenhamos secas mais severas, inundações mais devastadoras, além de mais queimadas e tempestades.
Conforme o que disse o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, durante a Conferência das Partes sobre Mudança do Clima (COP26), “Nosso frágil planeta está por um fio. Ainda estamos à beira da catástrofe climática. É hora de entrarmos em estado de emergência — senão a nossa chance zerar emissões líquidas se tornará, de fato, zero”.
O cenário pode ser deprimente. Mas a boa notícia é que ainda há muitas coisas que podemos fazer como indivíduos para mudar essa narrativa.
“A emergência climática demanda ações de todos e todas. Precisamos alcançar emissões líquidas zero até 2050, e cada pessoa tem um papel a desempenhar”, disse Niklas Hagelberg, Coordenador de Mudança Climática do PNUMA. “Como indivíduos, devemos mudar o modo como consumimos e pressionar quem nos representa — nossos empregadores, nossos políticos — para conseguirmos rapidamente um mundo com baixo nível de carbono”.
Estas são dez maneiras com as quais você pode participar na solução para a crise climática:
1. Dissemine informações
Encoraje amigos, familiares e colegas de trabalho a reduzir a pegada de carbono. Junte-se a movimentos como o Count Us In (Conte conosco, na tradição literal), que visa inspirar um bilhão de pessoas a tomar medidas práticas e desafiar lideranças a reagir de forma mais corajosa à mudança climática. A organização da plataforma afirma que, se um bilhão de pessoas entrassem em ação, até 20% das emissões globais de carbono poderiam ser reduzidas. Você pode também aderir à campanha da ONU #ActNow (#AgirAgora, em português) sobre mudança climática e sustentabilidade, e adicionar sua voz nesse debate global crucial.
2. Faça pressão política
Pressione políticos e empresas locais a se empenharem na eliminação e redução da poluição por carbono. O Count Us In oferece algumas dicas úteis para fazer isso. Escolha um assunto ambiental do seu interesse, decida uma demanda específica e marque uma reunião com a representação local. Pode parecer intimidante, mas sua voz merece ser ouvida. Se a humanidade pretende ser bem sucedida no combate à emergência climática, os políticos têm de ser parte da solução. Cabe a todos e todas nós manter a pressão.
3. Mude seu meio de transporte
Os meios de transporte contribuem para cerca de um quarto das emissões globais de gases de efeito estufa, e muitos governos estão implementando políticas para descarbonizar a mobilidade em todo o mundo. Você pode começar essa mudança: deixe seu carro em casa e caminhe ou pedale sempre que possível. Se a distância for muito grande, opte pelo transporte público, de preferência elétrico. Se tiver que dirigir, ofereça caronas para que menos carros ocupem as ruas. Além disso, é possível ir ainda mais longe, compre um carro elétrico e tente reduzir grandes trechos de voos em viagens.
4. Controle seu consumo de energia
Se possível, tente mudar para uma companhia elétrica com políticas de zero carbono ou energia renovável. Instale painéis solares. Seja mais eficiente: aumente a temperatura do ar condicionado em alguns graus, se puder. Desligue aparelhos e luzes quando não os estiver usando e, melhor ainda, sempre prefira produtos mais eficientes (dica: isso economizará seu dinheiro!). Isole seu sótão ou telhado: você sentirá menos frio inverno, menos calor no verão e também gastará menos.
5. Adapte sua dieta
Coma mais refeições à base de plantas — seu corpo e o planeta agradecem. Atualmente, cerca de 60% das terras agrícolas do mundo são ocupadas por pasto, e muitas pessoas consomem mais alimentos de origem animal do que é considerado saudável. Dietas ricas em plantas podem ajudar a reduzir o risco de doenças crônicas, como as cardíacas, além do AVC, diabetes e câncer.
A emergência climática demanda ações de todos e todas. Precisamos alcançar emissões líquidas zero até 2050, e cada pessoa tem um papel a desempenhar.
Niklas Hagelberg, UNEP’s Climate Change Coordinator
6. Consuma produtos sustentáveis e de origem local
Para reduzir a pegada de carbono do que você come, opte por alimentos locais e da estação. Com isso, você estará ajudando as pequenas empresas e plantações da sua região e reduzindo as emissões de combustíveis fosseis associadas ao transporte e à armazenagem refrigerada. A agricultura sustentável usa até 56% menos energia, produz 64% menos emissões e admite uma maior biodiversidade do que a agricultura convencional. Dê mais um passo e plante suas próprias frutas, vegetais e ervas. Você pode cultivá-los em um jardim, varanda ou até em uma janela, ou criar um jardim comunitário no seu bairro para engajar mais pessoas.
7. Não desperdice comida
Um terço de toda comida produzida no mundo é perdida ou desperdiçada. Segundo o relatório de Índice de Desperdício de Alimentos 2021 do PNUMA, a população mundial desperdiça um bilhão de toneladas de alimentos anualmente, o que corresponde a cerca de 8% a 10% das emissões de gases de efeito estufa. Aproveite toda a parte comestível dos alimentos que compra. Meça as porções de arroz e outras comidas básicas antes de cozinhá-los, armazene os alimentos corretamente (no freezer, se tiver um), seja criativo com as sobras e compartilhe-as com seus amigos e vizinhos, e contribua para um sistema local de compartilhamento de alimentos. A compostagem com restos não comestíveis também pode ser útil para fertilizar o seu jardim, além de ser uma das melhores opções para a gestão de resíduos orgânicos, ao mesmo tempo em que reduz os impactos ambientais.
8. Vista-se com inteligência (climática)
A indústria da moda contribui com cerca de 8% a 10% das emissões globais de carbono — uma parcela maior que a combinação da quantidade emitida por voos internacionais e transportes marítimos — e o fast fashion (moda rápida, na tradução literal) criou uma cultura de descarte que leva ao rápido acúmulo de montanhas de roupas nos lixões. Mas podemos mudar isso. Compre menos roupas e use-as por mais tempo. Procure marcas sustentáveis e serviços de aluguel em ocasiões especiais em vez de comprar novos itens que serão usados apenas uma vez. Recicle suas peças favoritas e faça reparos quando necessário.
9. Plante árvores
A cada ano, aproximadamente 12 milhões de hectares de floresta são destruídos e esse desmatamento, unido à agricultura e outras conversões de terras, é responsável por cerca de 25% das emissões globais de gases de efeito estufa. Todos e todas podemos desempenhar um papel em reverter essa tendência por meio da plantação de árvores, como um trabalho individual ou coletivo. Por exemplo, a iniciativa Plant-for-the-Planet permite que pessoas financiem o plantio de árvores ao redor do mundo.
Confira este guia do PNUMA para saber o que mais você pode fazer para ser parte da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas, um esforço global para deter a degradação das terras e do oceano, proteger a biodiversidade, e reconstruir ecossistemas.
10. Faça investimentos favoráveis ao planeta
Indivíduos também podem estimular a mudança por meio do direcionamento de suas economias e investimentos para instituições financeiras cujos recursos não apoiem indústrias que promovem a poluição por carbono. Isso envia uma mensagem evidente ao mercado, e muitas dessas instituições já oferecem formas de investimento mais éticas, permitindo o uso do dinheiro para encorajar causas que você apoia e evitar aquelas que não concorda. Você pode também verificar as políticas bancárias da sua instituição financeira e descobrir a classificação dela por meio de pesquisas independentes.
O PNUMA lidera o cumprimento do objetivo do Acordo de Paris de manter o aumento da temperatura global bem abaixo de 2 °C, dando preferência, por segurança, a um limite de 1,5 °C, em comparação aos níveis pré-industriais. Para isso, o PNUMA desenvolveu uma Solução de Seis Setores. A Solução de Seis Setores é um roteiro para reduzir as emissões em todos os setores, em conformidade com os compromissos do Acordo de Paris e na busca pela estabilidade climática. Os seis setores identificados são Energia; Indústria; Agricultura e Alimentos; Florestas e Uso da Terra; Transporte, e Edifícios e Cidades.