Ser índio é ser igual E ser diferente. Ser índio é ter coragem de lutar e com a luta unir seu povo. Ser índio é ter orgulho de sua identidade e com ela fortalecer sua cultura. Ser índio é tornar mais forte o seu povo e reviver a sua inteligência. Ser índio é não ter aquilo que não gosta e ter aquilo que lhe pertence. Ser índio é cuidar da mãe terra e preservar a natureza. Ser índio é ser amigo nos dias de sol e de chuva. Ser índio é ter consigo a liberdade e fazer valer a sua capacidade. Ser índio é viver em comunidade. Ser índio é gostar da verdade. Ser índio é lutar pela igualdade. Ser índio é sorrir e chorar com os que amam o proximo com com ternura e sinceridade. Esses pequenos verços eu dedico para todas as comunidades indígenas e digo mais parentes,nunca desistam de seus ideáis,não deixem que pequenos obistáculos venha impedir uma luta que ultrapassa 500 anos de resistência. Texto= David pataxó.
Plano de aula Ensino Fundamental 6º ano Juliana de Oliveira Campos 7199461 Thais de Almeida Bessa 6471077 Sequência didática:
O que é ser índio? • O professor deve propor aos alunos que formem grupos e discutam entre si qual a imagem lhes veem a mente quando pensam nos índios que vivem no Brasil atualmente. Como eles se vestem, que língua falam, como vivem, onde vivem etc.
SOMOS TUPINAMBÁ
Identidade Indígena
• Para se pensar essa questão, um depoimento retirado do livro “Somos todos patrimônio, índios na visão dos índios” – disponível para download no site: http://www.indioeduca.org/?p=759 – deve ser lido e analisado em sala de aula. SOMOS TUPINAMBÁ • Feito o exercício os alunos devem, novamente em conjunto, comparar as suas primeiras descrições sobre o indígena brasileiro (feitas antes de assistirem ao vídeo) com as descrições feitas sobre os indígenas retratados no vídeo. • Um representante do grupo deve destacar as semelhanças e diferenças, encontradas pelo grupo, entre a imagem que faziam do indígena e a imagem que foi vista no vídeo “Somos Tupinambá” Depoimentos
• “Quando adolescente sempre me causava algum espanto me deparar com algum pesquisador na aldeia. Não conseguia entender o que os deixavam tão interessados na nossa rotina, a querer tomar banho na bica, a experimentar nossa comida, a conhecer nossas festas. Não conseguia enxergar o diferente! Na aldeia, compartilhávamos todos das mesmas crenças, valores, da mesma condição étnica. Somente mais tarde descobri que a diferença não estava entre nós Pankararu, mas entre nosso povo e outros povos, entre nós e a sociedade nacional, tendo em vista as características muito específicas do meu povo: a nossa visão cosmológica, nossa organização social, nossos rituais e outros comportamentos culturais essencialmente Pankararu.Nossa comunidade está localizada no alto sertão pernambucano, nos municípios de Tacaratu,Petrolândia e Jatobá, com uma população estimada em oito mil indivíduos. Devido ao longo e contínuo contato com a sociedade nacional, muitos traços de nossa cultura foram se perdendo, mas muitos ainda permanecem e são constantemente fortalecidos na nossa prática social. Para alguns, minha aldeia pode, à primeira vista, não parecer uma aldeia: as residências são de alvenaria, com instalação elétrica, banheiros e água encanada das nascentes. Esses elementos foram sendo incorporados paulatinamente pelos Pankararu e funcionam precariamente, pois são advindos por empenho pessoal ou familiar, como a canalização da água, ou de projetos governamentais que não conseguem atender toda demanda Pankararu, como a energia elétrica distribuída na comunidade.
Identidade Indígena • Tendo em vista a questão “o que confere a identidade dos Pankararu?” o depoimento deve servir de apoio para algumas possíveis repostas. • Cabe ao professor enfatizar a questão da vida em comunidade, da preservação de valores antigos - como a religião da Força Encantada, as festas, danças no terreiro -e também, a incorporação por parte da aldeia de elementos da sociedade nacional – como as casas de alvenaria, a prática religiosa cristã, ritmos musicais como o axé. • O professor deverá enfatizar como todos esses elementos constituem a identidade dos Pankararu não existindo um mais legítimo - “mais puro” - que outro. • Aqui cabe ao professor discorrer sobre as diversas identidades indígenas e as diferenças entre elas bem como a diferença entre as comunidades indígenas e não-indígenas. • Para se “concluir” a questão da identidade indígena, será lido o depoimento de Aracy Tupinambá sobre o que é ser indígena para ela, disponível no endereço: http://www.indioeduca.org/?p=1713 Depoimentos
• “Lembro da primeira vez que me perguntaram isso, eu tinha oitos anos, estava na escola brincando e acabei cortando meu joelho. Encontrei próxima a mim uma erva que servia para cicatrização, lavei e coloquei no pequeno ferimento.
• Naquela época eu não entendia muito bem porque as pessoas sempre ficavam surpresas com essa informação, de ser indígena, mestiça ou não. Eu me perguntava porque havia algo diferente no meu mundo que de alguma forma não parecia ser o mesmo mundo dessas pessoas. Porque ficavam tão surpresas? Era sempre motivo de alguma brincadeira ou comoção geral. Vivi grande parte da minha infância e pré-adolescência camuflada na multidão da cidade, mas mesmo assim às vezes surgia essa mesma pergunta: “você é indígena?”, e outras como: “Você é mestiça? Alguém é índio na sua família?”.
• Para o não índio é totalmente diferente, a imagem estereotipada ainda prevalece em muitas mentes, como desconstruir isso? Somos motivo de encanto, fascínio e medo. Caminhamos lado a lado nas ruas da cidade e ainda assim somos desconhecidos por essa sociedade. Fazemos parte do mesmo país embora tenhamos diferentes culturas, estamos em todos os lugares, em comunidades ou cidades, carregando no sangue o canto da nossa nação. Não é possível compreender o que é ser indígena, olhando no museu nossos objetos sagrados, nossas fotos, nossas roupas, grafismos, instrumentos, cerâmica, artesanato ou buscando uma pureza racial dos livros de historia. É preciso vivenciar. • Nas salas de aula ao professor é dado esse desafio, nossa educação é através do exemplo, da vivência. Assim educamos e somos educados em nossos dia a dia. É impossível para os alunos compreender o valor de uma cultura sem vivência-lá. O aluno deve primeiramente compreender que ela não está afastada geograficamente, que ela não vive apenas em um lugar e que ela se transforma, não é imutável e sim viva. Ela não é uma cultura, mais muitas culturas e que não somos um povo, mais muitos povos.” Proposta de OFICINA
• “Eu aprendi com os mais velhos. Tudo que a gente sabe aqui dentro da aldeia, é aprendido com os mais velhos. O Toré é muito importante para nós. O Toré é cantado e vai de 6 horas da noite, até 7 horas da manhã, a gente passa a noite todinha balançando o maracá, e bebendo a água da jurema. E a gente não cansa. No outro dia tá todo mundo alegre, e tá todo mundo satisfeito. Se por acaso entra uma pessoa com a cabeça doendo, no outro dia tá curado, por causa da força dos Encantos e a vontade que a gente tem de trabalhar. Tudo que eu aprendi, tudo que hoje eu sei fazer, eu agradeço aos nossos mais velho, porque se não fosse eles, a gente não sabia de nada, e agradeço aos Encantados porque eles têm que aluminar nós para nós saber onde é que a gente vai entrar” Proposta de OFICINA • Tendo em vista a leitura desse último depoimento, o professor deve propor aos alunos que, em casa, conversem com seus avós, vizinhos, ou conhecidos mais velhos e peçam a eles para que os ensinem algo que eles considerem de grande importância (ex. uma receita, uma história, um ofício, uma piada etc.). • Feito isso, os alunos devem trazer esses aprendizados para a sala de aula para, em uma dinâmica de grupo, compartilhar aquilo que apreendeu com os colegas. Proposta de OFICINA • O objetivo do exercício é fazer com que os alunos tenham contato com uma realidade que não a deles. E a partir disso, perceberem o que há de diferente e de comum entre práticas culturais de diferentes pessoas. Dessa forma, ele irá perceber o que há de semelhante e diferente não só entre a cultura dele e a dos indígenas mas entre a sua cultura e a dos seus colegas, entre a sua cultura e de outras gerações, trazendo à tona a questão da alteridade – que é inerente ao ser humano – e que é, ao mesmo tempo, o que todas as culturas têm em comum. • A oficina deverá, portanto, cumprir o papel de mostrar as múltipas identidades que coexistem e a forma como elas se alteram, se modificam, de acordo com uma série de fatores. Daí, entender a impossibilidade de se pensar em identidades como fixas, imútaveis e únicas. Conclusão
Anexo • “No Brasil, a poderosa imagem de povos isolados e primitivos, com seu suposto apego ferrenho à natureza e à liberdade, permanece como obstáculo para a conceitualização e a compreensão dos múltiplos processos de transformação étnica que tornam a história do Brasil um desafio permanente para sucessivas gerações” John Manuel Monteiro, ARMAS E ARMADILHAS, História e Resistência dos índios, p. 248. Bibliografia, leituras, vídeos e sites recomendados ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Os índios na história do Brasil. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2010. CUNHA, Manuela Carneiro da (org.). História dos Índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. HOLANDA, Sérgio Buarque de. Escritos Coligidos. São Paulo: Editora Unesp, 2011. Monteiro, John Manuel. Armas e Armadilhas, História e Resistência dos índios. São Paulo: Cia das Letras/ minc – funarte. 1999. SILVA, Adriane Costa da. Versões didáticas da história indígena. São Paulo: Dissertação de mestrado apresentada à FEUSP, 2000. SPOSITO, Fernanda. Nem cidadãos, nem brasileiros. Indígenas na formação do Estado nacional brasileiro e conflitos na província de São Paulo (1822-1845). São Paulo: Editora Alameda, 2012. http://lemad.fflch.usp.br/ http://www.indioeduca.org http://ocadigital.art.br http://www.funai.gov.br http://vimeo.com/11283052 - curta metragem: indígenas digitais - sobre a apropriação, por parte de uma aldeia, dos meios digitais para propagar sua cultura.
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