Os operadores argumentativos são palavras ou expressões fundamentais para a coesão textual, ou seja, para a ligação entre as diversas orações, períodos e parágrafos que existem em um texto. Eles são responsáveis por articular as partes do texto, conferindo a elas a intenção desejada pelo autor. Show
FunçãoA função dos operadores argumentativos é estabelecer uma ligação entre as orações, períodos ou até mesmo parágrafos de um texto. Eles são fundamentais para a unidade textual, haja vista que é por meio de tais operadores que as partes do texto relacionam-se. Leia também: Textos sem coesão: Entenda como isso pode acontecer! TiposExistem centenas de operadores argumentativos, e a língua, em seu uso, cria tantos outros nos diversos processos comunicativos. Entretanto, existem alguns desses operadores que valem a pena ter sempre em mente:
São eles: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, senão, embora, conquanto, ainda que, mesmo que, mesmo quando, apesar de que, se bem que, malgrado, não obstante, inobstante, em que pese etc. Eu gosto de sorvete, MAS estou gripado.
Eu NÃO SÓ vou ficar, MAS TAMBÉM dormirei aqui.
Eu não tenho dinheiro. LOGO, não irei sair hoje.
Eu não posso comer lasanha, POIS tenho alergia a queijo.
SEGUNDO Paulo Freire, ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.
SE fizer bom tempo amanhã, eu vou.
Eu bebo água A FIM DE QUE não fique desidratado.
Um passeio no parque é MAIS agradável QUE sair para festas.
O grito foi TÃO alto QUE acordou toda a vizinhança.
ORA quero dormir, ORA comer.
À MEDIDA QUE estudo, me torno mais inteligente. Leia também: Como escrever um parágrafo? ExemplosPara compreender bem o que são os operadores argumentativos, é interessante observar como essas ferramentas linguísticas são observadas na prática. Acompanhe a análise do caso abaixo. A expressão “MAS”, na frase “Maria quer sair, MAS vai chover” é considerado um operador argumentativo de oposição, pois liga a oração “Maria quer sair” àquela que diz “vai chover”. No caso, por conta do uso do MAS, fica parecendo que Maria não poderá sair devido ao fato de chover. É interessante notar que, se trocássemos o operador MAS pelo operador POIS, teríamos: “Maria quer sair, POIS vai chover”. Repare, o sentido da frase mudou completamente: agora parece que Maria quer sair justamente porque irá chover. Leia também: Cinco erros de português e como evitá-los Exercícios resolvidos1. Escreva qual é o operador argumentativo presente em cada uma das frases abaixo: a) Carlos correu vinte quilômetros, mas não bateu o recorde. b) Preciso sair, pois tenho uma reunião agora. c) Você não só permanecerá no emprego, mas também receberá um aumento. d) Conforme combinaram, os três homens partiram para o carnaval. RESOLUÇÃO:
2. (Enem) O mundo é grande O mundo é grande e cabe Nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe Na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe No breve espaço de beijar. (ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983) Nesse poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e expressões linguísticas, como o uso da mesma conjunção para estabelecer a relação entre as frases. Essa conjunção estabelece, entre as ideias relacionadas, um sentido de: a) comparação b) conclusão. c) oposição. d) alternância. e) finalidade. RESOLUÇÃO: [C] A repetição da conjunção E, que tem função, nesse contexto, de operador argumentativo de oposição, faz da alternativa C aquela que está correta. Para confirmar, podemos substituir a conjunção E por outra também de oposição, tal qual o operador MAS. Nesse caso, teríamos “o mundo é grande MAS cabe / nesta janela” ou ainda “o mar é grande MAS cabe/ na cama e no colchão de amar”. Nos dois casos, é possível perceber que o sentido se mantém e, então, fica como correta a letra C. Ouça este artigo: Assim como a preposição, a conjunção é um importante elemento de conexão entre as orações. A conjunção é uma palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma oração. Vejamos a seguir: O garoto segurou o brinquedo e mostrou quando chegou da escola. A partir do exemplo podemos analisar três informações: Logo, a segunda oração está ligada à primeira por meio do "e", e a terceira oração liga-se à segunda por meio do "quando". As palavras "e" e "quando" ligam, portanto, orações. As conjunções coordenativas também conhecidas como conjunções coordenadas, estabelecem uma ligação entre as orações coordenadas. No entanto, é importante destacar que estas orações não dependem sintaticamente das outras, assim como também ligam termos que têm a mesma função gramatical. Há ainda a locução conjuntiva, que ocorre quando duas ou mais palavras exercem a função de conjunção. Como os casos de: ainda que, desde que, assim que, uma vez que, antes que, logo que: Ele participará da festa, desde que você faça a sua parte. As conjunções coordenativas recebem o mesmo nome dos tipos de orações coordenadas sindéticas, a saber: As conjunções subordinativas são os termos que ligam duas orações sintaticamente dependentes. É o contexto da frase o que determina o tipo de relação estabelecida pela conjunção, portanto o contexto é fundamental. As conjunções não desempenham função sintática na oração e são ligadas somente pelos conectivos. As conjunções subordinativas dividem-se em: causais, concessivas, condicionais, comparativas, finais, proporcionais, temporais, comparativas, consecutivas e integrantes. Qual (usado depois de tal) São aquelas que expressam uma oração subordinada que denota causa: Exemplos: Cozinho bem porque pratiquei muito. Saiu mais cedo visto que o filho ligou. Conjunções concessivasSão as conjunções que indicam uma oração em que se admite um fato contrário à ação principal, mas incapaz de impedi-la: Exemplos: Embora ficasse nervosa, sempre se saía bem. Margarida, posto que muito emocionada, voltou-se para a rua. Conjunções condicionaisIniciam uma oração subordinada em que é indicada uma hipótese ou uma condição necessária para que seja realizada ou não o fato principal: Exemplos: Se a encontrasse novamente, não a reconheceria. Tudo o que quiser, desde que coma todo o jantar. Conjunções conformativasSão chamadas conjunções conformativas aquelas que iniciam uma oração subordinada em que se exprime a conformidade de um pensamento com o da oração principal. Exemplos: Conforme o presidente, os juros têm que cair no próximo semestre. O artista repassa as impressões como lhes chegam à alma. Conjunções finaisAs conjunções finais iniciam uma oração subordinada indicando a finalidade da oração principal. Exemplos: É tarde para que venha até aqui. Apertei o ferimento a fim de que diminuísse a dor. Conjunções proporcionaisAs conjunções proporcionais iniciam uma oração subordinada em que mencionamos um fato realizado para realizar-se simultaneamente com o da oração principal. Exemplos: À medida em que o tempo passava, confortava-se. Não gostava de Nova York, quanto mais de Los Angelis. Conjunções temporaisAs conjunções temporais são aquelas que indicam uma oração subordinada indicadora de circunstância de tempo: Exemplos: Desaprovou a decisão do conselho assim que soube do ocorrido. Apenas pegou a blusa e saiu a correr pelas ruas do Rio de Janeiro. Conjunções comparativasSão aquelas que iniciam uma oração que encerra o segundo integrante de uma comparação, de um confronto. Exemplo: As ideias eram boas como na época da escola. Conjunções consecutivasSão conjunções consecutivas aquelas que iniciam uma oração na qual é indicada a consequência do que foi declarado na oração anterior. Exemplos: Os fatos eram tão absurdos que tentou escapar da situação. O som estava tão alto que as paredes da sala tremiam. Conjunções integrantesSão as conjunções utilizadas para introduzir a oração que atua como sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal ou aposto de outra oração. Exemplos: A verdade é que não vivo sem você. Não sei se você percebeu que as cortinas são novas. Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/portugues/conjuncoes/ |