Existe uma organização mundial que é formada pelos principais países produtores de petróleo

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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo – OPEP, com sede em Viena, na Áustria, é uma associação de países fundada por Irã, Iraque, Kwait, Arábia Saudita e Venezuela em 1960.

Conteúdo deste artigo

  • Histórico
  • Objetivo
  • A Opep
  • Idas e voltas
  • A crise do petróleo e a OPEP

Até a criação da OPEP, os principais países exportadores de petróleo do mundo – e que no período detinham a maior parte das reservas petrolíferas até então conhecidas – pouco se beneficiavam com a exploração do ouro negro. A maior parte dos astronômicos lucros ficavam nas mãos das empresas que faziam a exploração, refino, transporte e revenda do petróleo.

As sete irmãs – como eram conhecidas a maiores empresas petrolíferas – possuíam o monopólio sobre todas as etapas da produção e comercialização do petróleo no mundo. Eram elas,

As Estadunidenses: Exxon, Texaco, Amoco e Chevron; A anglo-holandesa Royal Dutch Shell e a britânica British Petroleum.

Essas grandes corporações controlavam o mercado mundial petrolífero. Determinavam o valor do combustível fóssil pago aos países produtores, bem como o valor de revenda ao consumidor final.

A OPEP surge, então na Conferência de Bagdá no dia 14 de setembro de 1960, para se contrapor as sete irmãs, que definiam o valor pago e o percentual – na maior parte das vezes, ínfimo – pelo direito à exploração do petróleo.

Objetivo

O objetivo oficial da organização, no entanto, é estabelecer uma política comum ao petróleo, protegendo os rendimentos dos países produtores. No entanto é visto como analistas políticos e econômicos com uma espécie de “cartel estatal”, uma vez que suas reuniões e acordos, desde a criação, estão centradas em estratégias para o controle do valor do petróleo a nível mundial.

A OPEC (Organization of the Petroleum Exporting Countries) - em inglês - (2017) tem como membros os seguintes países:

Países fundadores: República Islâmica do Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela.

Demais países membros:

(País membro – Ano de adesão)

  • Qatar – 1961,
  • Indonésia – 1962,
  • Líbia – 1962,
  • Emirados Árabes Unidos – 1967,
  • Argélia – 1969,
  • Nigéria – 1971,
  • Equador – 1973,
  • Gabão – 1975.

Idas e voltas

Por questões políticas e relacionadas aos acordos econômicos, algumas nações passaram por períodos de afastamento da OPEP, no entanto as vantagens de participação na organização fizeram com que estes membros retornassem. Vejamos:

Equador que entrou no grupo em 1973, suspendeu a sua participação em 1992, e retornou em 2007.

A Indonésia – que aderiu à OPEP em 1962 – saiu da organização em 2009, e regressou em 2016, para mais uma vez sair no final deste mesmo ano.

O Gabão findou sua participação em 1995. Retornando 21 anos depois, em 2016.

A crise do petróleo e a OPEP

Os países da OPEP, detém cerca de 80% das reservas mundiais de petróleo. E são responsáveis por significativa parcela do combustível exportado. Este privilégio foi essencial para a primeira grande crise do petróleo ocorresse.

Aproveitando a circunstância política produzida pela Guerra do Yom Kippur – quando Egito e Síria atacaram Israel - os países membros da OPEP, em 1973 provocaram um abusivo aumento de mais 300% no valor pago ao barril do petróleo. Este aumento provocou uma grave crise mundial, especialmente nos países importadores de petróleo como o Brasil.

Em razão da crise, muitos países que dependiam do petróleo importado, passaram a racionar o produto, aplicar recursos no aumento da produção interna e investir maciçamente em outras fontes energéticas.

Fontes:

SENE, Estáquio. MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil – Espaço Geográfico e Globalização. 3 – Ensino Médio. São Paulo: Editora Scipione, 2014.

//www.opec.org/opec_web/en/about_us/24.htm

09.03.2022

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) é uma organização internacional criada em 1960 na Conferência de Bagdad que visa coordenar e centralizar a política petrolífera dos seus estados-membros.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo foi criada com o intuito de restringir a oferta de petróleo no mercado internacional, impulsionando os preços. Tem sede em Viena, na Áustria, e goza atualmente da participação de 12 estados-membros: Angola, Argélia, Líbia, Nigéria, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irão, Iraque, Kuwait, Qatar, Equador e Venezuela.

Todos os conteúdos sobre Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) foi fundada em setembro de 1960, em Bagdá, Iraque. É uma organização que administra os assuntos e interesses relacionados ao petróleo e sua exploração, produção e exportação/importação pelo mundo.

Seus membros atuam de maneira conjunta para que haja um controle dos preços dos barris de petróleo, visando à competitividade e estabilidade no mercado petrolífero.

Vale lembrar que a sigla dessa organização em inglês é Opec - Organization of the Petroleum Exporting Countries.

Leia também: Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)

Função da Opep

Em seu estatuto, a Opep defende a “coordenação e unificação das políticas petrolíferas dos Países Membros e a determinação dos melhores meios para salvaguardar os seus interesses, individual e coletivamente”.

Dessa forma, é uma organização que garante que os preços do petróleo oriundo de seus países-membros sejam praticados de forma conjunta e equilibrada

Muitos analisam a Opep como um cartel que controla os preços do petróleo, sua produção e distribuição. Entretanto, para os defensores de que a Opep não é um cartel, a justificativa faz referência a alguns fracassos históricos dessa organização no controle dos preços e em crises envolvendo o combustível fóssil, como as crises da década de 1970.

De qualquer forma, o funcionamento da organização ocorre de forma cartelizada, com um rígido controle entre os países-membros e seus respectivos mercados.

Desde que foi fundada, a Opep já teve diversos membros, como Indonésia, Equador e Catar, que atualmente não fazem parte.

Quando foi criada, em 1960, a Opep contou com a participação de cinco países, considerados os países fundadores:

  • República Islâmica do Irã
  • Iraque
  • Kuwait
  • Arábia Saudita
  • Venezuela

Durante o século XX e XXI, outros países entraram na organização:

Bandeira da Opep.

História da Opep

Fundada em 14 de setembro 1960, em Bagdá, Iraque, a Opep é uma organização intergovernamental permanente, que nasceu com o objetivo de melhorar a produção de petróleo no mundo, com abastecimento eficiente e justo para quem consome e retornos econômicos legítimos para as nações produtoras.

Isso ocorreu para contrapor a prática da época, monopolizada pelo conglomerado de empresas petrolíferas conhecido como as Sete Irmãs (Chevron, Exxon, Gulf, Mobil, Texaco, Shell e British Petroleum). Esse conglomerado explorava as reservas de petróleo pagando baixos royalties nas localidades que detinham tais reservas e alcançavam grandes lucros.

O combate ao lucro exacerbado das Sete Irmãs foi um dos motivos para o surgimento da Opep, que viu seus países-membros alcançarem cenário de prestígio e destaque internacional quando o assunto era petróleo.

Nas primeiras décadas de vida, em 1960 e 1970, a Opep desempenhou um papel importante no controle de preços e contribuiu, de forma significativa, para o enriquecimento de seus filiados, como os países do Oriente Médio (Arábia Saudita, Kuwait e Catar).

Contudo, nos anos 1980, a temática ambiental ganhou força nos debates internacionais. Devido a isso, a Opep teve de rever seus conceitos sobre exploração de petróleo para readequar-se aos novos tempos que estavam emergindo.

Nos últimos anos, a Opep debateu questões energéticas sustentáveis, mas sem perder o foco petrolífero, sua fonte de riqueza. Novos países tentam aderir a esse seleto grupo, como o Brasil, mas ainda sem sucesso.

Veja também: USMCA – tratado de livre comércio dos países da América do Norte

Importância da Opep

Sabemos que o petróleo e seus derivados são a fonte de energia e combustão mais importantes do mundo, presente no cotidiano desde num copo plástico até nos mais sofisticados carros. Devido a isso, a Opep, controlando a produção, exportação e o preço desse combustível fóssil, possui um grande poder nas relações econômicas mundiais.

O preço do petróleo afeta a vida de bilhões de pessoas.

Qualquer variação no preço, mesmo que mínima, afeta a vida de bilhões de pessoas, o crescimento econômico de países, e afeta, direta ou indiretamente, o cotidiano de inúmeras localidades.

Com todo esse poder em mãos, a Opep desempenha um papel fundamental no globo, sendo acompanhada por mercados, bolsas de valores e investidores do mundo todo.

Entretanto, apesar de ter uma grande importância e influência global, vale lembrar que essa organização atua para defender os direitos de seus membros, mesmo que isso vá na contramão dos direitos e benefícios para a maioria da população mundial, o que faz críticos da organização dizerem que ela é um oligopólio bem parecido com as Sete Irmãs.

Políticas de controle da Opep

Como o objetivo da Opep é controlar a produção e o preço do petróleo dos seus países-membros, a organização atua diretamente com cotas máximas de barris de petróleo por dia. Tal ação é para evitar/amenizar crises econômicas, com superprodução ou escassez do produto.

Essa coordenação da produção nos países-membros da Opep pode ser considerada positiva no sentido de que o preço não suba exorbitantemente. Contudo, pode ser considerada uma prática de cartel, mesmo que a própria organização não use esse termo, pois a disponibilidade do produto seria ofertada de acordo com os interesses dos países produtores.

Brasil na Opep

O Brasil não faz parte da Opep. Segundo a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), o Brasil ocupa o 15º lugar no ranking das maiores reservas de petróleo do mundo. Uma posição privilegiada, mas que não significa muito quando se trata de entrar na Opep. Isso porque há países com mais reservas do que o Brasil, como o Canadá (2º no ranking), que não participam da organização.

Uma das justificativas para o Brasil não entrar na Opep seria a cartelização dos preços dos barris de petróleo. Os últimos presidentes do país demostraram-se contra essa prática, pois é algo que encarece o petróleo para as nações menos desenvolvidas.

Além disso, em 1954, foi criada a Petrobras, uma empresa genuinamente brasileira que nasceu com o objetivo de produzir petróleo em solo brasileiro e não depender tanto das empresas transnacionais e, posteriormente, dos países da Opep.

Curiosidades sobre a Opep

Observe algumas curiosidades sobre essa organização mundialmente poderosa.

  • De toda a reserva mundial comprovada, 79,4% dela estão em países-membros da Opep.
  • A Venezuela é o país do globo com as maiores reservas de petróleo do mundo, 25%, seguida pela Arábia Saudita, 22%, ambos países-membros da Opep.
  • A língua oficial da Opep é o inglês.
  • A primeira sede da Opep foi em Genebra, na Suíça. Atualmente, a sede está localizada em Viena, Áustria.
Sede da Opep. Viena, Áustria.
  • Existe um fundo econômico, o Fundo da Opep, destinado a políticas de investimento em infraestrutura em vários países. Esse fundo foi criado em 1976 e é administrado por 12 países: Argélia, Equador, Gabão, Indonésia, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, e Venezuela.

Acesse também: Organização das Nações Unidas (ONU)

Exercícios resolvidos

Questão 1 – (UFCG PB)

O ano de 2007 viu o aquecimento global aparecer na grande mídia não mais impulsionada pelos ambientalistas que vinham pautando essa questão nos últimos quarenta anos. Hollywood se rendeu a essa “verdade inconveniente”, premiando com um Oscar o documentário do ex-vice-presidente dos EUA, o senhor Al Gore. Esse, entre outros fatores, ajuda a entender o que verdadeiramente está em curso: a apropriação de uma causa — o aquecimento global — por setores que até aqui procuraram desqualificá-la e, junto, desqualificar todos aqueles que a protagonizavam.

(PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Outra verdade inconveniente – a nova geografia. In: Caros Amigos, ano XI, n. 34, set. 2007).

O texto faz referência aos apropriadores e novos protagonistas da causa do aquecimento global. Estão entre eles o (os)/a (as):

A) pequenos produtores agrícolas brasileiros, que, estimulados pelos créditos do PRONAF, têm produzido a maior parte da cana-de-açúcar necessária à produção do etanol.

B) latifundiários e os grandes complexos empresariais agrícola, petrolífero, automobilístico, entre outros, organizados em redes, que no contexto atual de discussão e de busca por novas fontes de energia, veem no etanol um novo filão de lucro e uma nova estratégia de manutenção dos seus poderes.

C) os índios, os seringueiros e as populações ribeirinhas da Amazônia Brasileira, que, ao utilizarem os recursos da floresta equatorial sem depredá-la, conservam a cobertura vegetal necessária à absorção dos gases do efeito estufa que causam o aquecimento global.

D) países da Opep, que, em virtude da escassez e da iminente exaustão das suas reservas de petróleo e gás natural, têm estimulado a expansão da produção do etanol em seus territórios, em detrimento da produção de combustíveis de origem fóssil.

Resolução

Alternativa B. As grandes causas do aquecimento global envolvem desmatamento, uso exagerado de combustíveis fósseis e perca de biomas para grandes complexos agrícolas, como a soja no Centro-Oeste brasileiro.

Questão 2 – (UDESC SC - adaptada) A extração de minérios pesa na economia de vários países da América do Sul. Assinale a alternativa que apresenta os maiores produtores de petróleo da América do Sul.

A) Bolívia e Argentina

B) Colômbia e Equador

C) Brasil e Venezuela

D) Argentina e Peru

E) Brasil e Uruguai

Resolução

Alternativa C. Dos países citados, apenas Brasil e Venezuela figuram na lista das maiores reservas de petróleo do mundo: 15º e 1º lugar, respectivamente, sendo os maiores produtores desse combustível no continente.

Crédito da imagem

[1] Sodel Vladyslav / Shutterstock

Por Átila Matias
Professor de Geografia

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