Um rele típico de controle industrial pode ter até 12 polos ou conjunto de contatos por bobina. Por exemplo, se o rele AR tiver 6 polos, no nosso exemplo, somente 1 está sendo utilizado na lógica da Figura 3. Assim, os outros 5 podem ser usados para continuar compondo uma lógica maior. Antes do desenvolvimento dos CLPs, era exatamente desta maneira que era composta uma lógica nos projetos elétricos. O nome dado a este tipo de implementação foi diagrama com reles em lógica Ladder. Show Já a linguagem ladder para o CLP, Figura 3(c), acabou resumindo bastante a representação do diagrama, pois a lógica implementada no CLP assume que as entradas (chaves no nosso exemplo) estão conectadas por entradas discretas (equivalente as bobinas dos reles AR e BR na Figura 3(b)). A saída também é conectada à uma saída discreta (equivalente ao contato normalmente aberto de LR na figura 3(a). O nome mostrado em cima do contato não é o nome do contato e sim o controle para a bobina que aciona o contato. A saída ou bobina é representada pelo lado direito da linha devido ao fato de que a energia circula do lado esquerdo para o direito. Assim, podemos interpretar da seguinte forma: Quando a chave A é acionada, a Lâmpada L acende ou quando a chave B é ligada, a Lâmpada L também acende, exatamente como representado no circuito simplificado da Figura 2. Exemplo 2: Circuito E (AND) – Duas chaves nomeadas A e B são ligadas em série de forma a controlar uma lâmpada conforme mostrada na Figura 3. Implementar esta função em programação ladder onde as 2 chaves são entradas individuais. Solução: A ação no circuito é descrita como: “A lâmpada está ligada quando a chave A está fechada (ligada) e a chave B está fechada (ligada), Todas as possíveis combinações entre as chaves A e B podem ser visualizadas na tabela verdade da Figura 4(b). Para implementar esta função utilizando reles, a única modificação se comparado com o exemplo 1 é que aqui os contatos normalmente abertos dos controles dos reles AR e BR foram ligados em série com o controle da lâmpada (Figura 5(a)). A ligação das chaves A e B e a ligação da lâmpada não muda. O diagrama com reles em lógica ladder mostrado na Figura 5(b) é diferente do da Figura 3(b) apenas na terceira linha e como no exemplo anterior, novamente a linguagem ladder do CLP é resumida em uma linha apenas com a seguinte interpretação: Quando a chave A está ligada e a chave B está ligada, a lâmpada deverá ser ligada. Exemplo 3: Neste terceiro exemplo, considere a implementação da lógica não (NOT). Suponha que a lâmpada precisa ser ligada quando a chave A está ligada (fechada) e a chave B está desligada (aberta). Implementar esta função em linguagem ladder no CLP onde as duas chaves são entradas individuais. Solução: A Figura 6 mostra a tabela verdade, o diagrama com reles e a logica ladder para o CLP neste exemplo. A única diferença entre a implementação em rele da Figura 6(a) e a Figura 5(a) é a ligação dos contatos do rele BR. A lógica NOT para a chave B é conseguida com o contato normalmente fechado (NF) do rele BR. A linguagem ladder no CLP da Figura 6(c) comparada à da Figura 5(c) se diferem apenas no segundo contato podendo ser interpretada como: “Quando a entrada (chave) A está ligada (fechada) e a entrada (chave B) está desligada (aberta) então a lâmpada será ligada. Este exemplo em particular é impossível de ser implementado sem a utilização de reles e com a combinação de apenas duas chaves normalmente abertas. Bom, estamos evoluindo no entendimento melhor da lógica de programação e pelos exemplos que vimos até agora temos os seguintes conceitos:
Estes conceitos são a chave para que você comece a entender e implementar as lógicas em linguagem ladder. Para muitas pessoas, eles parecem simples, e para outras, estranho à primeira vista. No entanto, eles começarão a ficar mais natural quando você trabalhar com as implementações nas soluções. Será possível observar a facilidade em lidar com esta abordagem devido ao fato de que a linguagem ladder é uma linguagem gráfica e visual, muito diferente das linguagens de programação C++, Fortran, Basic e Java. Em contrapartida a linguagem ladder acaba por apresentar mais limitações se comparada às linguagens citadas. Símbolos Básicos da Linguagem LadderAgora que você entendeu os exemplos acima, vamos deixar de pensar em lógica por reles e partir diretamente para a lógica em linguagem ladder. Como falamos anteriormente, os símbolos básicos da linguagem ladder são:
Os símbolos acima, depois de implementados na linguagem ladder, são scaneados (lidos) e executados pelo CLP, seguindo a ordem da esquerda para a direta. A Figura 7 é um exemplo em lógica ladder com uma instrução básica: A primeira linha (também chamada em inglês de rung) determina o acionamento da bobina Out1 e pode ser interpretada da seguinte forma: A saída 1 fica ligada quando a entradas A, B e C estão todas ligadas ou as entradas A e C estão ligadas e a entrada D desligada. Veja que para a saída Out1 estar energizada, deve haver um caminho elétrico contínuo através dos contatos das chaves de entrada, com a energia fluindo da esquerda para a direita. A seguir, vou apresentar a linguagem ladder para os CLPs mais famosos de mercado. O Modicon da Schneider será apresentado primeiramente por ser mais próximo à norma IEC 61131-3. Depois mostrarei a lógica em linguagem Ladder para os CLPs Allen Bradley por serem largamente utilizados nas indústrias juntamente com o Siemens. Depois de apresentar o padrão Siemens, apresentarei o padrão da GE. 3 – O Padrão Ladder IEC 61131-3Abaixo, é possível visualizar uma tabela com os símbolos utilizados na linguagem ladder padrão IEC 61131-3:
Alguns Comentários Sobre as Instruções Básicas na Linguagem Ladder:
4 – O Padrão ModiconOs controladores da Schneider M340 e QuantumPLC são programados na lógica ladder Modicon que descrevemos anteriormente é compatível com a IEC 61131-3. A linguagem ladder no padrão Modicon é a mesma descrita da IEC 61131-3, exceto que o Modicon não suporta as funções de bobina de memória retentiva, SET de memória retentiva e RESET de memória retentiva. Em contrapartida, com o padrão Modicon temos as funções call e halt. Veja na tabela a seguir os símbolos utilizados neste padrão:
5 – O Padrão Allen-Bradley ControlLogix, PLC-5/SLC-500 e MicrologixOs contatos básicos no padrão Allen Bradley não são tão numerosos quanto os da IEC 61131-3. Em contrapartida, para a maioria das instruções, simbolos diferentes são utilizados, embora a função seja a mesma em uma instrução no padrão IEC 61131-3. Os simbolos utilizados na linguagem ladder pela Allen Bradley podem ser visualizados na tabela abaixo:
Veja que neste padrão, a linguagem ladder não apresenta a bobina com memória retentiva. A função retentiva é tratava em módulos com saídas discretas. 6 – O Padrão SiemensOs três tipos de processados (S7-200, S7-300/400 e S7-1200) possuem as mesmas instruções básicas. A única exceção é a bobina de centro de linha que não é válida para os controladores S7-200 e S7-1200 e as bobinas negada e de transição que são válidas apenas para o modelo S7-1200. O diagrama básico aplicado na linguagem ladder para a família Siemens pode ser visualizado na tabela abaixo:
7 – O Padrão GE (General Electric)Finalmente, vamos visualizar os simbolos da linguagem ladder para os CLPs da GE, temos o seguinte padrão:
Bom, até aqui o intuito era apresentar os símbolos básicos e como eles podem ser diferentes, dependendo de cada fabricante. Nos artigos seguintes, vou falar sobre outras instruções importantes para os CLPs: os contadores e os temporizadores. Veja abaixo: Referências: |