Como fica o útero após curetagem Fotos

Infelizmente, na maioria das vezes a curetagem uterina é feita em um momento delicado da vida de uma mulher: o aborto. Um aborto espontâneo pode ocorrer por diversos motivos, e algumas vezes pode ser preciso uma intervenção médica para retirar o que o corpo não eliminou sozinho. Abortos incompletos precisam de curetagem uterina, e ela precisa ser feita em um hospital por um médico ginecologista.

Para lidar com a perda que um aborto causa ter suporte psicológico é fundamental. Por isso, recomendo buscar uma psicóloga com experiência em atendimento a tentantes.
Durante a gravidez, acontecem várias mudanças no útero. O endométrio cresce bastante e fica grosso para acomodar o embrião em seu estágio inicial. Em alguns casos, o corpo não consegue eliminar todo o endométrio após um aborto espontâneo. Se a gravidez estiver mais avançada, há também casos em que é necessário retirar os restos de placenta. Há também casos em que o corpo não chega nem a mesmo a expelir o feto, e é necessária a curetagem.

Uma curetagem não é um processo fácil, e é normal sentir medo. A situação é muito dolorosa, mas a curetagem é necessária para evitar que algo fique no útero após uma expulsão parcial. A permanência dos restos de uma gravidez que não evoluiu pode causar infecções muito sérias. Fazer uma curetagem é desagradável, mas é mais seguro do que ter que lidar com as consequências de uma expulsão parcial.

Existem algumas formas de diminuir as chances de abortos espontâneos. A deficiência de algumas vitaminas e minerais pode aumentar as chances de abortos espontâneos. É o caso da deficiência de ácido fólico. Hoje, mais indicado a Metilfolato que é a forma ativa do ácido fólico e que, ajuda a reduzir as chances de más formações dos gametas e do tudo neural do bebê quando a mulher já está grávida. Você pode conhecer mais sobre as vitaminas da Famivita que ajudam a prevenir problemas aqui.

Como é Feita a Curetagem Uterina?

A curetagem é feita em um hospital ou maternidade, geralmente em um centro cirúrgico apropriado para o procedimento. São usados instrumentos para alargar o colo do útero e outros para fazer a limpeza em si. Os métodos mais comuns são a raspagem (o mais convencional) ou a sucção (um método mais moderno).

A paciente é submetida a uma anestesia que vai depender do seu estado físico e emocional. Na maioria dos casos é uma raquidiana. A anestesia epidural ou mesmo a geral também são usadas, porém o anestesista de plantão que irá decidir qual é a melhor para cada caso. A curetagem é simples, e dependendo do estado de saúde de cada paciente a alta do hospital pode ser dentro de 12 a 24 horas.

Se for necessário, o material coletado na curetagem será levado a análise para saber os motivos do aborto. Casos de aborto recorrentes são os mais indicados para uma biopsia pós-curetagem uterina.

A curetagem não é feita só em casos de abortos. Há outras situações em que ela é necessária, como a presença de sangramentos excessivos frequentes e dores abdominais fortes. Caso os sangramentos não parem por si só, uma curetagem pode ser indicada em casos extremos.

Muitas mulheres confundem a palavra coletagem com a curetagem. Coletagem vem de coletar e não tem ligação alguma com o ato da curetagem uterina.

Recuperação da Curetagem Uterina

A recuperação é relativamente simples, porém cada caso é um caso.

Curetagem após abortos de gestações de pouco tempo teoricamente tem uma recuperação mais fácil. Casos de gravidezes mais adiantadas normalmente exigem um maior tempo de recuperação, e algumas vezes é até pedido um resguardo como em um parto normal, ou seja, 40 dias.

Pós curetagem, é necessário repouso absoluto, sem esforços ou relações sexuais. A recuperação deve ser plena, sem intercorrências desagradáveis. Após a curetagem o médico pode receitar anti-inflamatórios ou antibióticos específicos para o caso.

O sangramento persiste mesmo após a curetagem, e é perfeitamente normal. Esse sangue é o término da limpeza feita pelo próprio organismo e consequência de um processo invasivo. O sangramento pós-curetagem uterina pode durar de 5 a 15 dias, dependendo do corpo de cada mulher. É recomendado consultar um médico caso o sangramento continuar após esse prazo ou se houver febre, calafrios ou dores intensas na região abdominal. Nestes casos é necessário avaliar o que pode estar havendo.

Engravidar após a curetagem é uma pergunta recorrente. Deve-se levar em consideração que não é uma situação tão comum e deve ser avaliada pelo médico. Em geral, o prazo recomendado antes de tentar novamente é de cerca de três meses. Já em casos de abortos com a gravidez mais avançada, o prazo para tentar novamente é um pouco maior, de quatro a seis meses.

Lembre-se a curetagem é uma forma de ajudar a retirar os resíduos do útero e deve ser encarada com naturalidade. Porém, não deixa de ser um procedimento invasivo e o repouso pós curetagem uterina deve ser feito com rigor. Neste período ainda existem feridinhas no útero, e é preciso esperar que elas cicatrizem corretamente.

Nota da autora

No ano 2000 tive um aborto às 11 semanas de gravidez, e foi preciso uma curetagem uterina para retirada dos restos da gestação que havia parado de evoluir. Foi um momento muito triste, mas apesar de tudo eu sabia que era preciso. Ao chegar ao hospital fizeram um ultrassom que detectou que ainda havia muitas coisas dentro do meu útero, inclusive o feto já com mais de 8cm e sem batimentos cardíacos.

Foi estranho entrar naquele centro cirúrgico, mas no final eu não vi quase nada. A anestesia foi local e me sedaram para o procedimento acontecer. Não tive dor durante ou após, e não sangrei por muito tempo após a realização do procedimento. Mas a marca do acontecimento ficou lá para sempre. Sempre me lembrarei desse momento difícil na minha vida.

Dúvidas das Leitoras:

O procedimento da curetagem doí?

O procedimento de curetagem é totalmente indolor, já que é dado sedativo. Na maioria dos casos a anestesia aplicada é a raquidiana. O medico é quem indicará a forma anestésica ideal para o caso durante a consulta.

Preciso levar itens pessoais para depois do procedimento de curetagem?

Como normalmente é solicitada a internação após o procedimento, é indicado levar itens como pijama ou camisola. Também é recomendado levar itens de higiene íntima, como absorvente intimo, calcinha, escova de dente, escova de cabelo, etc. Normalmente a internação é de somente um dia para observar o sangramento e recuperação da mulher.

Veja também: Menstruação Com Pedaços – O Que Está Acontecendo?

Fotos: Richard Alexander, Rach

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A curetagem é um procedimento realizado após processos de abortamento, para a retirada de material biológico que tenha ficado retido no útero. Nestes casos, o principal objetivo da curetagem é diminuir as chances de infecção após o abortamento, o que poderia contribuir ainda mais para o desenvolvimento de quadro de infertilidade feminina.

Além dessa função, a curetagem também pode ser utilizada para raspar o endométrio, em alguns casos de SUA (sangramento uterino anormal), ainda que outros procedimentos, atualmente, sejam melhores para obter esse material, com menos riscos à saúde uterina, como a histeroscopia.

Realizada sempre em ambiente hospitalar, a curetagem demanda anestesia geral, por ser relativamente invasivo, já que a cureta – instrumento principal deste procedimento – literalmente realiza a raspagem do endométrio.

Esta é abordagem muito comum, embora antiga, para a retirada de restos do abortamento, porém justamente por ser invasiva e oferecer riscos à saúde do endométrio, atualmente recomenda-se recorrer a outros procedimentos, que consigam preservar a integridade deste tecido e com isso a possibilidade que a mulher tenha outras gestações.

O objetivo deste texto é apresentar a curetagem, sua metodologia e momento ideal para fazer, bem como as demais alternativas que podem substituir esta prática.

Quando a curetagem é indicada?

Para compreender melhor quando a curetagem é indicada, vamos entender o que pode acontecer com o endométrio quando a mulher tem um abortamento.

Nem toda perda gestacional é considerada um abortamento, apenas aquelas que ocorrem até a 20ª semana de gestação, e quando a mulher tinha conhecimento prévio de estar grávida. Isso porque muitas vezes a perda gestacional acontece antes mesmo que a mulher manifeste os sintomas da gravidez e tenha realizado o exame que confirma o estado gravídico.

As causas do abortamento podem ser as mais diversas, de origem genética ou adquirida, e a mulher pode apresentar um único evento de abortamento ou aborto de repetição, quando a perda gestacional se repete por três ou mais vezes, embora na maior parte dos casos os abortamentos sejam eventos únicos.

Entre as principais causas de abortamentos, destacamos:

  • Embrião geneticamente inviável;
  • Uso de substâncias específicas (álcool, drogas, tabaco e cafeína);
  • Trombofilia;
  • Alterações na tireoide sem controle;
  • Hipertensão sem controle;
  • Diabetes sem controle;
  • Infecções;
  • Endometrite;
  • Trauma (acidentes e quedas);
  • Exposição à radiação.

Dependendo dos motivos pelos quais a mulher passou pelo abortamento, este processo pode manifestar sintomas específicos como sangramento vaginal, normalmente acompanhado de dor pélvica e de corrimento esbranquiçado, ou se manifestar apenas no fim dos sinais típicos da gestação, sonolência, náuseas e vômitos.

Em alguns casos, o conteúdo embrionário e endometrial não é expulso do útero, embora a gestação não esteja mais acontecendo, situação a que chamamos aborto retido. Principalmente nestes casos a curetagem pode ser indicada.

Assim, de forma geral, a curetagem é indicada para a retirada de material restante de alguns casos de abortamentos, mas suas aplicações podem ir além disso.

Casos de SUA (sangramento uterino anormal), que não estejam relacionados a perdas gestacionais, bem como a obtenção de material para biópsia também podem ser abordados pela curetagem, embora atualmente mesmo essas tarefas possam ser desempenhadas por outros procedimentos, como histeroscopia.

Como é feita a curetagem?

É um procedimento delicado que deve ser feito por médico experiente para evitar efeitos adversos e minimizar os riscos. Seu pós-operatório imediato é simples, e a mulher ficar internada apenas para recuperar-se da anestesia.

O procedimento é realizado com a raspagem do endométrio, que recobre a cavidade uterina e onde o embrião fixa-se, com auxílio de um instrumento semelhante a uma colher, chamado cureta.

A cureta é inserida por via transvaginal, sem que seja necessário qualquer corte, e o material recolhido por ela pode ser descartado ou enviado para análise.

Mais informações sobre a curetagem

Como mencionamos, a curetagem ainda é largamente praticada, embora outras técnicas menos invasivas possam realizar as mesmas tarefas, de forma menos arriscada e invasiva, como a histeroscopia e a AMIU (aspiração manual intrauterina).

Muito utilizada na abordagem após abortos, a AMIU é feita por sucção, com sedação. Seu tempo de recuperação é semelhante ao que a acontece na curetagem tradicional, porém a sucção oferece menor risco de dano ao endométrio e perfuração uterina, que são riscos da curetagem.

A curetagem pode provocar infertilidade?

Um dos riscos que a curetagem tradicional oferece é justamente a possibilidade de dano a fertilidade das mulheres, principalmente porque a interação com o endométrio é mais traumática, deixando principalmente cicatrizes e aderências, também chamadas de sinequias, ou, quando extensas, de síndrome de Asherman.

Quando o quadro de abortamento se repete, é importante tentar identificar as possíveis causas para se tentar minimizar os riscos de uma nova perda.

É importante lembrar que, mesmo quando a mulher está passando por tratamentos com reprodução assistida, problemas prévios relacionados à receptividade endometrial e implantação embrionária podem levar a um aumento no risco de abortos e a investigação do quadro é uma oportunidade de planejar melhor os tratamentos, evitando que essas situações angustiantes se repitam.

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