Como estudar bem para as provas

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Como estudar bem para as provas

Certamente você já deve ter sentido um friozinho na barriga antes de começar uma prova! O segredo para driblar essa sensação não é a quantidade e, sim, a qualidade. Aliás, estudar com eficiência é muito mais indicado do que passar horas e horas em cima dos livros sem uma estratégia que otimize o aprendizado. Nesse sentido, fato é que não existe uma fórmula mágica para passar em provas ou vestibulares. Entretanto, algumas ações podem te ajudar a se dar bem. Confira 15 dicas para estudar e ir bem nas provas. Inclusive, de acordo com o site americano Best Colleges elas são comprovadas pela ciência. Confira!

1-Utilize materiais impressos

Em primeiro lugar, quando se fala da hora de estudar, uma pesquisa afirma que os tradicionais livros e anotações são mais úteis: 90% dos alunos entrevistados preferem cópia impressa a um meio digital. Além disso, a precisão e a compreensão do conteúdo dos entrevistados foram maiores quando a leitura foi realizada no material impresso.

Por outro lado, se você ainda prefere a leitura no tablet, notebook ou celular, aí vai uma dica de ouro: um professor de psicologia da Universidade de Leicester, na Inglaterra, constatou que o aprendizado leva mais tempo no meio digital. Isso acontece, pois é preciso ler várias vezes para entender o conteúdo, em relação ao meio tradicional.

2-Tenha o aprendizado do sono como um aliado

Logo que o cansaço bater: estude um pouco e depois tire uma soneca. Em princípio, pode até parecer estranho, mas a ciência indica que é isso mesmo! Assim sendo, aproveite para estudar antes de dormir, pois isso pode ajudar o seu cérebro a reter concentrações mais altas de novas habilidades como aprender uma língua estrangeira.

Essa técnica é conhecida por “sleep-learning”.  Durante o sono “de ondas lentas”, o processo de consolidação da memória está em seu melhor momento, ou seja, aquela revisada para a prova antes de dormir pode realmente ajudar o cérebro a reter as informações.

3-Drible a Curva do Esquecimento

Só para ilustrar, você leu horas a fio, aprendeu o conteúdo e, de repente, deu aquele branco. Tenha calma! É normal que o nosso cérebro nos faça esquecer essas informações, só que existem algumas formas de driblar esse fenômeno chamado “Curva do Esquecimento”.

Em síntese, Alberto Dell’Isola, conhecido como “o homem-memória brasileiro”, dá alguns macetes importantes. Depois de um dia de estudos faça uma revisão de dez minutos para cada hora de leitura. Após 7 dias dedique cinco minutinhos para reativar na memória esse material. E, passados 30 dias, reveja o conteúdo entre 2 e 4 minutos.

4-Faça conexões

Surpreendentemente, estudiosos indicam que a diferença entre alunos lentos e rápidos é a forma como estudam, ou seja, ao invés de memorizarem, os aprendizes rápidos conectam as suas ideias. Por isso, essa técnica é denominada por “Aprendizagem Contextual” e indica aos alunos estudar de forma personalizada.

Em outras palavras, o próprio estudante escolhe como quer estudar, criando conexões que fazem com que todas as informações se encaixem e façam sentido para ele. Alguns, por exemplo, preferem registrar tudo o que aprendem em uma folha de papel ou postites coloridos. De tal forma que isso pode ajudar a ter um panorama mais geral do assunto, auxiliando em suas conexões no processo de aprendizagem.

5 – Antes de estudar: exercite-se

Com toda a certeza, a atividade física é uma ótima aliada do cérebro. Só para exemplificar, estudos afirmam que, depois de um treino curto, o nosso corpo bombeia oxigênio e nutrientes para o cérebro, aumentando a capacidade cerebral.  Em resumo, a combinação suor e livros é muito positiva. Estudar após um treino, pode torná-lo mais alerta e isso ajuda no aprendizado de novas informações.

6 – Ensine os amigos

Experimente ensinar o que aprendeu para um colega ou até mesmo um amigo invisível. Sabe por quê? Uma pesquisa revela que os alunos memorizam mais o conteúdo, quando aprendem novas informações com o propósito de passar o conhecimento adiante. Ou seja, quando você assume o papel de “professor”, precisa organizar os principais pontos do que foi estudado para poder explicar claramente aos outros.

Dessa maneira, alunos mais engajados que buscam de maneira involuntária como ensinar ou organizar o conteúdo, podem ser especialmente eficazes em assuntos como a compreensão de leitura e ciências.

7 – Não releia, mas, sim, relembre

Quando você lê e relê os materiais pode acreditar que conhece muito bem um determinado conteúdo, mesmo que isso não seja verdade. Sendo assim, é mais indicado que, após uma leitura, feche o caderno ou livro e fale tudo o que lembrou sobre o assunto para ajudar na memorização em longo prazo.

Esse método de estudo simples e direto é conhecido por Active Recall ou “lembrança ativa”. Além disso, ele foi tema de um estudo em 2009. Na época, um professor de psicologia da Universidade de Washington em St. Louis publicou um artigo na Psychological Science alertando os alunos contra o hábito de leitura e releitura.

8 – Pense sobre o pensar

“Pensar sobre o pensar”. O termo até tem a cara de pensamento filosófico, mas consiste em um método de estudo testado e comprovado pela ciência que também é conhecido por metacognição.

Por certo, com a metacognição você guarda o conteúdo de forma mais consciente e efetiva. Uma vez que essa prática é aplicada à rotina de estudos, é preciso parar e avaliar como está o seu nível de habilidade e progresso. Vale a pena também fazer uma autoavaliação do seu bem-estar, principalmente quando realiza atividades potencialmente estressantes.

9 – Diversidade de conteúdo

A princípio, saiba que é mais útil diversificar os temas de estudos, ao invés de focar os esforços apenas em uma área. Claro que você pode agregar os assuntos ligados ao seu interesse.

Só para ilustrar: em vez de apenas memorizar um vocabulário em outro idioma, mescle também uma leitura. Caso esteja estudando português, adicione vários conceitos juntos, em vez de um só.

10 – Mude o cenário

Ao passo que você quer se dar bem na prova, outra dica é variar os locais onde você estuda. Mesmo que óbvio para alguns estudantes, outros esquecem que uma mudança tão simples de cenário pode ter um grande impacto nas habilidades de aprendizado.

De acordo com o psicólogo Robert Bjork, o simples fato de você mudar da sala para o quarto, ou vice-versa pode aumentar seus níveis de concentração e retenção. Além disso, os especialistas também recomendam estudar ao ar livre.

Se tratando de vestibular, por exemplo, muitas instituições disponibilizam as provas das edições anteriores. Em suma, esses testes práticos ajudam a ter uma noção do estilo de avaliação da instituição e a se familiarizar como as informações podem ser apresentadas no dia real.

De tal forma que uma pesquisa em 2011 constatou que os alunos que fizeram um teste prático depois de uma rotina de estudos, retiveram 50% a mais das informações após uma semana em comparação àqueles que não realizaram essa ação.

12 – Ouça música

Da mesma forma que tem gente que prefere o silêncio, existem outras pessoas que gostam da música para se concentrar. Aliás, alguns especialistas afirmam que esse segundo item também é benéfico. Certos tipos de música como “compositores do século 18”, ajudam no desenvolvimento de regiões cerebrais que melhoram a atenção e a previsibilidade. Além disso, uma boa melodia melhora o humor e pode deixar a rotina de estudos bem mais leve.

13 – Relaxe

Às vezes tudo dá errado no seu dia e quanto mais estressado fica, as coisas pioram… Do mesmo modo acontece com o seu aprendizado quando você não tem um dia bom! Inclusive, pesquisadores da UC Irvine descobriram que algumas horinhas de estresse, envolvem hormônios liberadores de corticotrofina. Uma vez que isso acontece, o processo de criação e o armazenamento de memórias são interrompidos. Por isso, faça pausas nos estudos para se exercitar ou respirar fundo. Essas práticas podem diminuir o nível de estresse, te ajudando a estudar melhor e a conquistar o sucesso nas provas.

14– Estude à noite

Apesar de muita gente achar que o sucesso nas provas depende de uma rotina de estudos à luz do dia, existem estudos que mostram que estudar no período da noite não é nada mal. De fato tem até alguns psicólogos que encorajam os alunos a romper suas rotinas diárias. Especialmente, quando você se prepara para um exame bimestral ou provas importantes como vestibulares.

15– Experimente o Método Feynmam

Antes de mais nada, saiba que Richard Feynman foi ganhador do Prêmio Nobel de Física em 1965. Ao passo que esse estudioso também garantia que existe uma tática simples que ajuda a entender qualquer tema. Essa técnica consiste na desconstrução e reconstrução de ideias para entender até a disciplina mais complicada da prova.

São três passos para efetivá-la: em primeiro lugar escolha o que deseja aprender; depois explique de forma que uma criança de 5 anos entenderia e, por fim, visualize as dúvidas que surgiram, volte ao material de estudos e pesquise o que ainda precisa se aperfeiçoar.

O que é a ansiedade?

Sem dúvida, é importante saber que a ansiedade é uma emoção que pode gerar algum tipo de sofrimento se houver alteração nos aspectos cognitivos, emocionais, fisiológicos e comportamentais. Por exemplo, sabe aquele momento em que você se enxerga recebendo uma prova e não entendendo nada do que está perguntando nela? Isso é o que a ansiedade faz: você sofre por antecipação, ou seja, é gerada uma resposta de alteração no componente emocional, influenciada por pensamentos distorcidos do futuro.

Fisiologicamente, são diversos sinais que podem indicar que você está ansioso: coração acelerado, a respiração rápida, o rosto queima e, é claro, ele está bem vermelho, as mãos frias, há uma sensação de suor frio, o sono muda completamente, além de você querer comer um caminhão de tanta fome ou até mesmo não sentir vontade alguma de se alimentar.

No aspecto comportamental, muitas pessoas, quando estão ansiosas, reagem com ações prejudiciais e que não resolvem o problema, como faltar na prova, por exemplo. Outras vezes, você pode ter ido fazer a prova, mas teve aquele famoso branco.

Dicas para minimizar a ansiedade

Separamos algumas orientações que podem te ajudar a lidar com esse sentimento que é um dos vilões na hora da prova.

Tempestade em um copo d’água

Cuide dos seus pensamentos e de como está interpretando tudo isso. É o famoso ditado: não faça tempestade em um copo d’água. É só uma prova. Ao invés de pensar: “E se eu não for bem?”, pense em como você aumentaria as suas chances de ter sucesso. Pense na solução do problema, ao invés de ficar preso na questão. Assim, para aumentar a chance de ir bem, basta estudar mais e melhor. Vai garantir que você passe na prova? Não, mas aumenta a probabilidade de ir bem e diminui a chance da ansiedade voltar.

Regulação emocional

Cuide da emoção da ansiedade. Isso pode ser obtido por meio de várias práticas como respirações lentas e profundas, mindfulness (atenção focada e meditações), exercícios físicos e desvio de pensamento para outras coisas.

Nada de fugas!

Se policie! Ao invés de fugir da prova, ficar doente, ou tentar sair correndo desse mundo “assustador”, basta seguir as dicas de estudos citadas nesse post e outras práticas como a organização da agenda ou tirar dúvidas com o professor.

Antecipe-se!

Não deixe para a última hora. Pensa comigo: se eu te pedir para correr a São Silvestre hoje. Vai dar? Não. Mas, se você começar com leves caminhadas, depois corridas leves, tudo com assistência e preparo certos, logo estará preparado para a tão famosa corrida de início de ano.

Isso vale para as provas e tudo o que fizer na vida. A ansiedade diminui quando estamos preparados. E isso dá trabalho, e exige planejamento e disciplina. Siga esses passos, sem ficar julgando a situação e se sentirá mais capaz para enfrentar desafios na sua vida. Foque na solução, não no problema.

Busque ajuda profissional!

Se tudo isso ainda não funcionar, peça ajuda! Um psicólogo pode te auxiliar na organização da sua agenda, dos seus compromissos, a como lidar com as dificuldades e na mudança da percepção de suas reais capacidades. Cuide do seu bem-estar psicológico para ter saúde mental e equilíbrio nessa vida já tão intensa.

Vibe positiva!

Bons pensamentos, sobre si mesmo e sobre a vida, levam a bons sentimentos e comportamentos, proporcionando o ciclo de enfrentamento da vida, não mais de fugas e sofrimentos. E é claro, boa prova!

Colaboração: Professora e psicóloga da Unoeste Ana Paula Fabrin

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