Como a população acusa a pm

Moradores do Nordeste de Amaralina acusam policiais militares pela execução de um jovem na noite desta quarta-feira (9), na localidade da “Feirinha”. Outras duas pessoas foram baleadas no “Capim” e na “Chapada”. Ainda de acordo com moradores, a ação seria uma resposta ao acontecido na semana passada quando um PM foi atingido no braço, durante uma abordagem na Olaria.   

As vítimas foram socorridas por populares para o Hospital Geral do Estado (HGE). Não há informação sobre a identidade das vítimas.

Como a população acusa a pm

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Um homem de 38 anos morreu após ser baleado na manhã desta segunda-feira (4) em um dos acessos da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Moradores da região afirmam que o tiro foi disparado por policiais militares.

Segundo o portal CDD Acontece, Marcelo Guimarães, de 38 anos, havia deixado o filho mais novo na creche e seguia para o trabalho.

Ele notou que estava sem o celular e voltou para buscar o aparelho. No caminho, foi atingido enquanto pilotava sua moto. 

Após o ocorrido, moradores da Cidade de Deus fizeram um protesto na entrada da comunidade e fecharam ruas da Linha Amarela. A via, porém, já foi liberada.

Em nota, a Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que vai abrir inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Marcelo, dizendo, ainda, que equipes que reforçavam o policiamento na comunidade foram atacadas por criminosos e precisaram revidar o ataque. Ocasião em que o homem teria sido atingido.

Contradizendo a nota da PMERJ, moradores garantem que não havia confronto no momento e que um único tiro foi disparado. Justamente o que tirou a vida de Marcelo.

Rodrigo Felha, cineasta e morador da Cidade de Deus, diz ter testemunhado o ocorrido. “Confronto de 1 tiro disparado pela polícia! Não foi bala perdida! Entendam! O trabalhador foi o alvo e está morto, voltava pra buscar o celular, numa moto simples e com a camisa de trabalho”, publicou em suas redes sociais. 

Marcelo deixa esposa e dois filhos. 

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Foto: Estadão

Nota da PM na íntegra

A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que, na manhã desta segunda-feira (4), equipes do 18º BPM (Jacarepaguá), que reforçam o policiamento nas imediações da Comunidade Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, foram atacadas por disparos de arma de fogo realizados por criminosos de dentro da comunidade quando baseadas na Av. Edgard Werneck.

Os policiais reagiram à injusta agressão e cessaram o ataque. No momento da ação, um motociclista que passava pelo local foi atingido. Infelizmente, a vítima não resistiu aos ferimentos.

Ressaltamos que o policiamento já vem sendo reforçado na região, inclusive com emprego de um veículo blindado, desde a semana passada, visando estabilizar o perímetro por conta de um conflito entre grupos de criminosos rivais pelo controle territorial.

Nestes dias, as equipes policiais já foram alvo de outros ataques armados por parte destes criminosos.

No momento, equipes do 2º Comando de Policiamento de Área (CPA) reforçam o policiamento em toda a região em apoio ao 18º BPM.

Um Inquérito Policial Militar (IPM) será aberto para apurar as circunstâncias do fato. Paralelamente, a Delegacia de Homicídios da Capital investiga o caso.

(*Sob supervisão de Robson Santos)

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Casal do Jacarezinho acusa PMs de arrombar apartamento e roubar o dinheiro do aluguel

Um casal do Jacarezinho — uma das comunidades do Cidade Integrada e ocupada pela polícia desde quarta-feira (19) — acusa PMs de arrombar o apartamento e de roubar R$ 1 mil, separado para o aluguel. A casa foi revirada neste sábado (22) (assista acima).

No início da tarde, houve um protesto pacífico reclamando de abusos, seguido por uma motociata. Outros moradores também relataram invasões e troca de tiros na noite desta sexta-feira (21) — horas depois que o governador Cláudio Castro (PL) esteve no Jacarezinho.

Como a população acusa a pm
1 de 3 Moradores fizeram um protesto pelas ruas do Jacarezinho — Foto: Suelen Bastos/g1 Moradores fizeram um protesto pelas ruas do Jacarezinho — Foto: Suelen Bastos/g1

O vendedor de queijo Jailson Carlos contou que estava com a mulher na praia, trabalhando, quando recebeu a informação por vizinhos de que a polícia tinha invadido sua casa.

“Arrebentaram a cama da minha filha, a bicicleta dela. Eu trabalhei para ter”, disse. Segundo o ambulante, o aluguel vence na segunda-feira (24).

Jailson afirmou que ainda pôde ver dois policiais saindo do prédio.

“Eles estavam tudo de cara tampada. Eles vêm para matar e destruir.”

Mesmo com a casa revirada, Jailson voltou para Copacabana. “Vamos, amor. Bora trabalhar. Bora fazer mais dinheiro para eles roubarem outra vez”, disse Jailson.

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2 de 3 Jailson mostra uma lata usada para vender queijo: segundo o ambulante, uma semelhante foi levada por PMs — Foto: Suelen Bastos/g1 Jailson mostra uma lata usada para vender queijo: segundo o ambulante, uma semelhante foi levada por PMs — Foto: Suelen Bastos/g1

'Manipulação de parte da população', diz Castro

No Twitter, o governador Cláudio Castro fez um post em que acusou bandidos de manipularem "parte da população":

"Estamos no terceiro dia de estabilização do Jacarezinho. Diante do prejuízo que uma ação dessa traz para o tráfico, era esperada uma reação dos criminosos, com a manipulação de parte da população. Os moradores de bem querem e apoiam a entrada do Estado, com serviços e segurança. Para eles, eu digo: vamos avançar. A @PMERJ e a @PCERJ vão continuar atuando para identificar, localizar e prender os criminosos que insistem em desafiar o Estado. Falei agora há pouco com o presidente, que também se colocou à disposição para apoiar o projeto como for necessário", escreveu Castro.

O que diz a PM

O secretário de Polícia Militar, Luiz Henrique Marinho Pires, afirmou que a corporação está apurando as denúncias.

“Desde a operação de quarta-feira, uma delegacia de Polícia Judiciária Militar já estava de prontidão para receber qualquer tipo de denúncia”, afirmou.

“Ontem [sexta] houve uma pequena troca de tiros. Ainda vai acontecer. A comunidade está em processo de estabilização. As denúncias estão sendo apuradas, todas vão ser apuradas. A tenente coronel Pricilla está convidando os moradores para uma reunião na quarta-feira [26] com o corregedor da Polícia Militar”, emendou.

Também neste sábado, Castro apresentou detalhes do Cidade Integrada. “Determinamos um posto da Ouvidoria e da Corregedoria da Polícia Militar aqui, permanente, sete dias por semana. É a PM demonstrando que quer botar para fora esses maus policiais”, declarou o governador.

Castro afirmou que não vai expandir o programa enquanto não estiver totalmente implantado no Jacarezinho e na Muzema.

“Enquanto o programa não estiver devidamente implantado, aqui não tem sequer prazo de próximas”, afirmou Castro. “Só há de se pensar nas próximas quando essas estiverem funcionando plenamente.”

Como a população acusa a pm
3 de 3 Jailson Carlos conforta a mulher depois do arrombamento da casa — Foto: Suelen Bastos/g1 Jailson Carlos conforta a mulher depois do arrombamento da casa — Foto: Suelen Bastos/g1