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Dicas de Língua Portuguesa: relações discursivas Separamos algumas dicas sobre como perceber as relações lógico-discursivas (assunto de prova) e as principais diferenças entre elas. Publicado em 24/05/2016 - 20h48 • Atualizado em 25/04/2017 - 19h55 Dentre os assuntos que fazem parte de provas de Língua Portuguesa de centenas de concursos todos os anos está o seguinte: "relações lógico-discursivas (causalidade, temporalidade, conclusão, comparação, finalidade, oposição, condição, explicação, adição, entre outras) estabelecidas entre parágrafos, períodos ou orações". Pode-se prever que as questões sobre essa temática certamente irão versar sobre aspectos relacionados à interpretação de texto e à substituição de termos vinculados às expressões originais (sem que haja mudança de contexto). Assim, para que o candidato tenha noção dessas relações lógico-discursivas, decidimos separar algumas dicas sobre como perceber essas relações e as diferenças entre elas. Antes de mais nada, o candidato precisa reparar que as relações discursivas são aquelas que dão sentido ao texto, como em “Lá no fundo do rio, vivia Pepita”, em que a frase após a vírgula denota a relação de explicação. Causalidade A causalidade é aquela que representa o motivo, a causa, pela qual uma ação aconteceu. A principal conjunção utilizada é o ‘porque’, entretanto, no próprio texto pode não haver uma conjunção e aí será necessário compreender o sentido de causa e efeito por si só, conforme o contexto. Exemplo: "Porque/como/visto que estava doente, fui na farmácia". Consequência A consequência é o efeito que é declarado na oração principal. Geralmente, utiliza-se apenas a conjunção ‘que’ para exprimir essa relação, como em: "Estava com tanta sede que bebi muitos litros de água". Condição As relações condicionais são aquelas que expressam uma imposição para que algo aconteça. É necessário impor para que seja realizado ou não. A conjunção mais conhecida da condição é a partícula ‘se’, que já indica a probabilidade. Exemplo: "Se todo mundo concordar, libero a festa". Concessão Para o concurseiro não esquecer jamais o que indica concessão, tenha em mente a palavra contraste, porque é esse tipo de simbologia que essa relação lógica-discursiva oferece. É na concessão que acontece contradição, por exemplo, nesta frase: "Eu irei, mesmo que ela não vá". Comparação Para essa relação, utiliza-se muito a conjunção ‘como’, para estabelecer uma comparação entre os elementos e pelas ações que serão proferidas na oração principal. Olhe um exemplo: "Ele come como um leão". Mesmo que haja uma metáfora inserida, a comparação ainda existe metaforicamente, indicando o quanto a pessoa se alimenta bem, por exemplo. Conformidade A conformidade é aquela relação em que só poderá realizar um fato se seguir uma regra, uma norma, conforme como se pede. Pode-se utilizar “Segundo”, “De acordo”, “Conforme”. Exemplo: "Conforme foi dito, realizei a tarefa". Temporalidade É no tempo que conseguimos exprimir as noções de posterioridade e anterioridade, além de simultaneidade. É o fato que pode expressar essa causa de tempo, que geralmente está acompanhado pela expressão ‘quando’. Por exemplo: "Sempre que acontece isso, você fica assim" (expressa a condição do tempo, do que aconteceu). Finalidade A finalidade é aquilo que você responde: qual o objetivo da ação? A onde você quer chegar? Através da construção ‘a fim de que’, ‘para que’, você consegue exprimir essa relação lógica-discursiva, como acontece no período a seguir: "Fui viajar, para que pudesse esquecer de você".
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações para estabelecer uma relação lógica de sentido. Pode ser classificada como coordenativa ou subordinativa. Cada uma destas duas especificações divide-se em outras.
A conjunção do tipo coordenativa pode ser de adição, adversidade, alternância, conclusão e explicação. Já a do tipo subordinativa pode ser de integração, causa, condição, comparação, conformidade, consequência, concessão, finalidade, proporção e tempo.
Para um termo ser considerado conjunção ele precisa substituir um termo sem alterar o sentido da frase. Existe um conjunto de conjunções consideradas essenciais por atuarem sempre como conjunção. Essas palavras são: e, nem, mas, porém, todavia, contudo, entretanto, ou, pois, porque, portanto, se, ora, apesar e como.
O assunto é muito explorado em provas de acesso às universidades e concursos, tanto nas questões objetivas quanto na dissertação. O maior erro ao estudá-lo é tentar decorar sua aplicabilidade. Assim, recomenda-se fazer a leitura da conjunção no contexto. Ainda neste artigo serão pontuadas as classificações das conjunções e seus sentidos.
Classificações de cada conjunção
Conjunções coordenativas de adição
São elo entre duas orações com a mesma função na gramática. Expressam ideia de soma. São elas: e, nem (no sentido de “e não”), não só … mas também, não só… como também, bem como, não só… mas ainda etc.
Exemplos:
- Minha mãe viajou e o meu pai foi para o trabalho.
- Cheguei tarde do curso e acabei indo dormir sem jantar.
- Eu vou para o Rio de Janeiro e Maria vai comigo.
Conjunções coordenativas de adversidade
São palavras que quando usadas exprimem oposição de ideia. São elas: mas, porém, contudo, entretanto, no entanto, todavia, não obstante etc.
Exemplos:
- Antônio ganhou um presente mas não gostou.
- Antônio ganhou um presente e não gostou. (Observe que a conjunção “e” aqui aparece como adversidade ao invés de adição, pois transmite ideia de “mas”).
- Magda bateu o carro, porém não se feriu.
Conjunções coordenativas de alternância
A conjunção desse tipo apresenta ideia de intercalação. São classificadas assim: ou, ou…ou, já…já, ora…ora, quer…quer, seja…seja etc.
Exemplos:
- Já chega de televisão: leia um livro ou vá estudar.
- Ora quer ficar comigo, ora quer ficar com ele.
- Ou ele ou eu.
Conjunções coordenativas de conclusão
As palavras enquadradas neste tipo dão à oração anterior à conjunção uma ideia de conclusão. São: logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por isso, assim, por consequência, por conseguinte etc.
Exemplos:
- Já arrumei a casa, por isso vou sair.
- Choveu bastante, portanto a colheita está garantida.
- Ela gastou mais do que deveria, logo ficou com a consciência pesada e a conta vazia.
Conjunções coordenativas de explicação
As palavras classificadas como explicativas justificam a ideia da oração anterior. São elas: isto é, que, porque, pois (antes do verbo), porquanto etc.
Exemplos:
- Não vou à festa porque estou cansado.
- Não demore, que a sua vez já vai chegar.
- Joana faltou ao trabalho hoje, pois está doente.
Conjunções subordinativas de integração
Integram oração com funções de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, aposto, agente da passiva e complemento nominal. As conjunções integrativas são que e se.
Exemplos:
- Espero que minha mãe chegue rápido.
- Não sei se devo viajar amanhã.
- Não sei se é real ou sonho
Conjunções subordinativas de causa
São termos que expressam acontecimento ou causa. São elas: porque, que, porquanto, visto que, uma vez que, já que, pois que, como etc.
Exemplos:
- Não fomos ao show porque não compramos o ingresso.
Nota: para não confundir o emprego do “porque” como conjunção causal ou explicativa, deve-se atentar ao verbo. Se ele estiver no imperativo, a conjunção será explicativa.
- Como estava calor, liguei o ventilador.
- Visto que a chuva chegaria, Felipe adiantou o passo.
Conjunções subordinativas de comparação
São usadas para comparar dois membros da oração. As mais usadas são: que, do que, como, que nem, assim como, tal, qual, tanto quanto etc.
Exemplos:
- A criança pulava como pipoca.
- Ana é mais responsável do que Carol.
- André está confuso tanto quanto Zezé.
Conjunções subordinativas de consequência
Essas conjunções aparecem no texto com sentido de consequência. São: que, tanto…que, tão que, tal que, tamanho que, de forma que, de modo que, de sorte que, de tal forma que etc.
Exemplos:
- Moisés estudou muito, tanto que foi aprovado em primeiro lugar.
- João malhou tanto que ficou com dores no corpo.
- Falou tanto na reunião que ficou sem voz.
Conjunções subordinativas de final
Dão sentido de fim ao acontecimento da frase. Estas palavras são: a fim de que e para que.
Exemplos:
- Aproxime-se a fim de que possamos conhecê-la melhor.
- Li muito a receita para que não houvesse erro.
- Comprei este livro para que você o leia.
Conjunções subordinativas de tempo
As conjunções temporais são expressões que na oração dão sentido de tempo. São: quando, enquanto, agora que, logo que, desde que, assim que, tanto que, apenas, antes que, sempre que.
Exemplos:
- Assim que cheguei em casa começou a chover
- Logo que a bebê dormir, irei descansar.
- Quando as férias chegarem, viajaremos.
Conjunções subordinativas de condição
As conjunções condicionais denotam uma condição para algo ser realizado. São: se, caso, salvo se, desde que, exceto se, contando que, a não ser que etc.
Exemplos:
- Se fizer sol, irei à praia.
- Caso você não venha, irei dormir.
- Desde que ele cumpra a promessa, será bem recompensado.
Conjunções subordinativas de conformidade
Exprimem ideia de concordância entre o (os) fato (s) da oração. Essas palavras são: conforme, como, consoante, segundo etc.
Exemplos:
- Fiz o exercício conforme a explicação da professora.
- Tal foi a conclusão de Daniel, segundo leu no resumo.
- Como eu havia dito, não participarei da reunião.
Conjunções subordinativas de concessão
Apresentam ideia de contradição ao que foi dito. Representam: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que, por mais que, por melhor que etc.
Exemplos:
- Cumprirei com a minha palavra embora não concorde com a condição imposta.
- Camila almoçou ainda que estivesse sem vontade.
- Pouco demorei, conquanto fosse a minha vontade.
Conjunções subordinativas de proporção
As conjunções proporcionais expressam simultaneidade. Assim, são: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto menos, quanto menor e quanto melhor.
Exemplos:
- Quanto mais você lê, mais melhora a escrita.
- À medida que o tempo ia passando, ela ia envelhecendo rapidamente.
- O preço do tomate aumenta à proporção que esse alimento falta no mercado.