A febre, quando alcança 40 graus ou mais, é muito perigosa e pode provocar a morte do indivíduo

Apesar do possível desconforto associado, a febre é na verdade uma aliada na batalha contra agentes infecciosos que invadem o nosso organismo. Isso porque a maioria dos germes, vírus e bactérias costuma se multiplicar bem em nossa temperatura corporal normal, geralmente orbitando em torno de 37ºC. Existem também evidências de que o aumento da temperatura pode aumentar a eficácia de diversos tipos de antibióticos, além de contribuir para a destruição dos microrganismos invasores2.

No entanto, é importante ressaltar que a escalada da temperatura só é benéfica até certo ponto. A partir dos 40ºC, é possível iniciar a ocorrência de dano às células, com o processo se intensificando à medida que a temperatura aumenta. Além disso, pesquisas em animais mostram que a hipertermia pode causar rápidos efeitos vasculares, o que pode afetar vários órgãos de diferentes maneiras2.

A febre alta é mais frequente em bebês

É muito comum que bebês apresentem febre em algum momento, pois o seu sistema imune ainda está em formação e, por isso, são mais propensos a infecções. De fato, nestes pacientes a febre tende a atingir picos altos, muitas vezes deixando os pais aflitos e preocupados. Porém, a temperatura normal deles tende a ser um pouco mais alta que a dos adultos e, por isso, podem apresentar também uma temperatura mais alta em situação de febre. Ainda assim, a febre em bebês deve ser sempre acompanhada com bastante cuidado.1.

Como combater a febre alta?

Ainda que a febre de 39ºC não pareça trazer riscos específicos, ela deve ser acompanhada de perto, já que, como vimos, os efeitos negativos começam a ficar mais pronunciados a partir dos 40ºC2. Os métodos físicos, como compressas de água morna e banho frio, apesar de ação de início rápido, não produzem efeitos significativos na redução da temperatura corporal. Compressas de álcool, apesar de serem popularmente conhecidas, não devem ser utilizadas, pois podem ser tóxicas ao organismo1.

Beber bastante líquido durante o estado febril também é importante, para evitar a desidratação. Porém, é importante lembrar que métodos físicos possuem pouca eficácia e a utilização de medicação adequada para controle da febre deve ser sempre orientada por um médico1. Nas crianças, o ideal é usar medicações antitérmicas apenas em casos de desconforto evidente, com choro intenso, redução da atividade e do apetite3.

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O corpo humano utiliza várias ferramentas para avisar sobre qualquer situação diferente e incomum que possa ocorrer dentro do seu sistema. Um dos mecanismos utilizados é a febre, que se caracteriza pelo aumento da temperatura corporal e que atrapalha o funcionamento natural do corpo.

Seu processo altamente associado com ocorrências de doenças e mal-estar em geral, pois a febre é um aviso do corpo de que algo está errado, como nos casos de vírus, bactérias e outros invasores do organismo que podem se alojar no indivíduo e causar uma série de sintomas desagradáveis. O maior perigo da febre é a desnaturação de proteínas naturais do corpo.

A febre funciona como um processo de tentar desnaturar proteínas e outros elementos de perfis virais, bacterianos, entre outros. Com o aumento da temperatura corporal, fica mais difícil para que os hospedeiros malignos consigam trabalhar com total liberdade e eficiência.

No entanto, o próprio corpo humano possui proteínas essenciais para a vida, e uma febre descontrolada pode acabar matando substratos fundamentais para o funcionamento do corpo, além dos vírus e bactérias. Por isso, é importante sempre manter o cuidado e buscar abaixar a temperatura do corpo por meio de banhos e remédios específicos que trazem mais bem-estar.

O corpo humano possui uma temperatura média que varia entre 35.5 até 36.5 graus célsius. Com uma medida maior que essa, o indivíduo já pode ser considerado febril. Há casos em que a pessoa chega a atingir os seus 40 graus célsius, o que é extremamente preocupante, pois essa temperatura por um longo período de tempo certamente trará prejuízos para o organismo. Os antipiréticos mais comuns, que são os remédios destinados para diminuir a temperatura corporal, são o paracetamol e a dipirona.

A febre pode ser causada por agentes como:

  • Vírus;
  • Infecção bacteriana;
  • Insolação;
  • Queimadura de sol;
  • Certas condições inflamatórias, como artrite reumatoide;
  • Tumor maligno;
  • Alguns medicamentos e drogas, como antibióticos utilizados para tratar a pressão alta ou convulsão;
  • Reação adversa a algumas vacinas;
  • Desidratação.

Os principais sintomas da febre são:

  • Suor;
  • Tremedeira;
  • Dor de cabeça;
  • Dores musculares;
  • Perda de apetite;
  • Desidratação;
  • Fraqueza geral;
  • Alucinação;
  • Confusão;
  • Irritabilidade;
  • Convulsão.

O mês de setembro de 2020 foi considerado pelo Serviço Copérnico contra a Mudança Climática da União Europeia o mais quente da história em todo o mundo. Segundo a instituição, 2020 marcou as temperaturas mais altas já registradas no continente europeu, título que até então pertencia a 2016.

No mesmo ano, no Brasil, todo o país enfrentou uma forte onda de calor intenso. Houve até mesmo um alerta do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para os estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Distrito Federal e do norte do estado de São Paulo para o perigo de “morte por hipertermia”. Como o nome indica, essa condição acontece quando a temperatura corporal sobe descontroladamente, em uma febre alta, ou quando o corpo absorve mais calor do que consegue dissipar. Mas, calma, isso significa que é possível morrer de calor?

É possível morrer de calor?

O organismo está o tempo todo buscando equilíbrio térmico e, para tal tarefa, realiza constantemente trocas de calor para manter a temperatura ideal – que, no caso dos seres humanos, está em torno de 37º C – num processo de radiação térmica. As ondas de calor se propagam por ondas eletromagnéticas que se movem até no vácuo e não precisam de contato direto com a fonte para trocar energia. Desse modo, o corpo absorve a energia propagada pelas ondas e a dissipa, também irradiando calor. Quanto mais alta a temperatura, mais difícil é para o corpo dar conta de dissipar todo o calor absorvido.

Para entender a hipertermia é possível observar o seu conceito inverso, a hipotermia. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ela ocorre quando a temperatura corporal desce para menos de 35º C. O fenômeno geralmente é causado por uma extensa exposição ao frio, à chuva, ao vento, à neve ou ainda à água fria.

Tenor/Reprodução

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A hipertermia seria, dessa forma, a longa exposição a altas temperaturas, provocando um aumento na temperatura central do organismo. Com os termômetros facilmente atingindo a casa dos 40º C, a preocupação deve ser redobrada, sobretudo, com crianças e idosos. A médica Ana Sodré, em entrevista ao jornal O Globo, explica como o processo é encarado pelo corpo.

“Nosso organismo é programado para funcionar numa faixa de temperatura. Quando a temperatura aumenta por causa de febre (quando há agente infeccioso) ou por hipertermia, as proteínas e enzimas do corpo se desnaturam, ou seja, perdem a sua forma, e também a sua função. Mesmo que o corpo chegue a 39°C, ele ainda funciona, pois nosso mecanismo regulador consegue diminuir a temperatura. Quando alcança 40°C, pode levar ao coma e, com 42°C, a pessoa morre”, diz. Respondendo, então, à pergunta: sim, é possível morrer de calor,

Como se proteger?

Ficar por muito tempo em ambientes fechados, sem circulação de ar, também pode provocar hipertermia. Segundo as recomendações do Inmet, é preciso dar preferência a ambientes arejados, com janelas e portas abertas, usar roupas leves, se hidratar frequentemente e evitar se expor ao sol das 10h às 17h. Segundo a Ana Sodré, os principais sintomas da hipertermia são:

  • a interrupção da sudorese depois de suar intensamente – pela falta de líquido no corpo;
  • aceleração dos batimentos cardíacos;
  • sede em excesso;
  • tontura;
  • sensação de queda de pressão e, em alguns casos, desmaio.

Em caso de emergência, o Inmet recomenda que contate imediatamente a Defesa Civil, no número 199.

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