A educação popular na atenção básica em busca da integralidade

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Envelhecimento, Promoção da Saúde, Exercício

Introdução: A Organização Mundial de Saúde tem adotado o termo “Envelhecimento Ativo” para expressar o processo de conquista de uma visão positiva do envelhecimento, promovendo uma vida mais longa, que deve ser acompanhada de oportunidades contínuas para a saúde, a participação e a segurança. Objetivo: Relatar experiência de vivência multiprofissional em grupo de práticas corporais em uma Unidade de Saúde Básica (UBS). Materiais e Métodos: O grupo existe desde junho de 2014 com periodicidade de duas vezes por semana, 40 minutos de duração, no auditório da UBS e conta com 18 com idosos. A atividade tem a seguinte sequência: acolhimento, atividade socioeducativa, prática corporal (alongamento, aquecimento, parte principal, relaxamento), agradecimentos e recados. Resultados: O grupo procura privilegiar o sujeito em vez da doença; lidar com os diferentes conteúdos da cultura corporal de movimento e não apenas aqueles tradicionalmente reconhecidos como “eficazes” para promover saúde; envolver e co-responsabilizar os sujeitos nas atividades, por meio de um trabalho coletivo, que considere a troca de experiências. Conclusão: As atividades do grupo de práticas corporais da UBS vêm acontecendo na pretensão de empoderar seus participantes para uma vida salutar, onde as mesmas são co-responsabilizadas no processo saúde doença, visando autonomia do sujeito.

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Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade. Declaro, ainda, que uma vez publicado na Revista Gestão & Saúde editada pela Universidade de Brasília, o mesmo jamais será submetido por mim ou por qualquer um dos demais coautores a qualquer outro meio de divulgação científica.

Através deste instrumento, em meu nome e em nome dos demais coautores, porventura existentes, cedo os direitos autorais do referido artigo à Revista Gestão & Saúde e declaro estar ciente de que a não observância deste compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorias (Nº9609, de 19/02/98).

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Paulette Cavalcanti de Albuquerque 1 , Eduardo Navarro Stotz 2

August 2004

Interface - Comunicação, Saúde, Educação

UNESP

Health education, primary health care, health system, health services, health education, Educación popular, atención primaria de la salud, integralidad, educación en salud, Educação popular, atenção básica à saúde, integralidade, educação em saúde

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Trata-se de um artigo de revisão bibliográfica e análise documental sobre as experiências de educação em saúde nos serviços, baseadas na educação popular em saúde e do seu potencial em desenvolver a integralidade das ações no âmbito da atenção básica. É discutida a forma como a educação em saúde vem sendo trabalhada pelos serviços e as dificuldades para que possa contribuir para a construção de uma atenção realmente integral à saúde. As ações de saúde são entendidas como ações educativas em que, tanto profissionais como usuários aprendem e ensinam, numa construção dialógica do conhecimento. Desta forma, a atenção ao individuo também faz parte das reflexões discutidas no texto, tanto no que se refere à postura dos profissionais quanto ao respeito ao saber popular e à busca da terapêutica mais eficaz pelos usuários. A partir da revisão, é proposta uma sistematização de programas de ação e atividades que podem compor uma proposta de educação popular em saúde para os municípios.

This paper presents a review of the literature on health education experiences in services as well as a documental analysis of this theme. Discussion is based on popular health education and its potential contribution to comprehensive primary health care. The way in which health education is promoted in health services and the difficulties encountered in fulfilling its role of contributing towards the construction of comprehensive primary health care is of central concern. Health actions are understood as educational actions. Thus, the health team and the patients learn and teach, in a dialogical construction of knowledge. Individual care is also discussed in this paper, insofar as the health professional's posture in relation to popular knowledge concerning health care and his respect for the patient's attempt to find the best therapeutic is at issue. As a result of the review of the literature, a systematic compilation of health educational programs and activities, which may be integrated into a program of popular health education for the municipalities, is proposed.

En este estudio se hace una revisión bibliográfica y un análisis documental de las experiencias de educación en salud en los servicios, basadas en la Educación Popular en Salud y su capacidad de desarrollar la integralidad de las acciones en la Atención Primaria. Es discutida la forma como la educación en salud viene siendo trabajada en los servicios de salud, y las dificultades para la construcción de una atención realmente integral de la salud. Las acciones de salud son acciones educativas donde, tanto profesionales como usuarios aprenden y enseñan, construyendo el saber. Así, la atención a los individuos también es discutida en el ensayo, tanto en lo que se refiere a la postura de los profesionales como al respeto al saber popular y a la búsqueda, de los usuarios, de la terapéutica más adequada. Es propuesta una sistematización de programas de acción y actividades que pueden componer una propuesta de Educación Popular en salud para los municipios.

Educational research & Statistics, Public health

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A educação popular na atenção básica à saúde no município: em busca da integralidade O texto começa abordando sobre a dificuldade na execução e garantia de um dos princípios do SUS: a integralidade, uma vez que, para isso é preciso ocorrer uma mudança no trabalho dos profissionais, onde as ações curativas são separadas da promoção e prevenção da saúde. A carta de Ottawa coloca a garantia da saúde em um nível politico, onde a participação da comunidade é essencial. Para viabilizar ações de promoção de saúde e mudança na formação profissional é necessário uma reorganização dos serviços, onde a educação em saúde se torna fundamental para garantir a promoção, a qualidade de vida e a saúde. A valorização do saber do outro, acreditando que o conhecimento é um processo de construção coletiva torna a educação popular um instrumento de auxilio na integração de novas praticas. Uma politica municipal de educação em saúde pode conduzir novas praticas e proporcionar maior valorização do saber popular, fazendo com que atores importantes da comunidade participem do processo de construção da saúde. As ações integradas em saúde (AIS) é considerada um dos primeiros movimentos em busca da união da assistência em promoção e prevenção da saúde. No conceito da integralidade é necessário pensar no individuo como um todo, inserido na comunidade, onde se deve articular politicas sociais e econômicas para a promoção da saúde. Em relação a participação social, a integralidade na saúde deve incorporar a cidadania, onde nenhum cidadão pode ser considerado saudável sem que tenha seus direitos garantidos. Sobre a educação em saúde no SUS a falta de referências torna dificultoso considera-la um instrumento para garantia de melhores condições de saúde. Em contrapartida, a educação em saúde é descrita como parte integrante de programas ministeriais e condutas medicas para doenças em livros-texto. Na rotina dos serviços de saúde, porém, é dada pouca importância para ações educativas. Considera-se o processo de promoção, prevenção, cura, reabilitação um processo pedagógico, pois todos os envolvidos aprendem e ensinam, e o paciente é corresponsável pelo processo de construção da saúde. Muitas vezes, as atividades de educação em saúde são realizadas apenas quando há uma epidemia, sem considerar a integralidade do processo educativo ou a continuidade das ações com a comunidade. Em relação a educação popular em saúde, há falta de relatos de experiências, e quando tem, eles referem falta de apoio das secretarias municipais e estaduais, explicitando a solidão dos profissionais no desenvolvimento desse trabalho. Também é comum entre os profissionais de saúde acharem que a educação em saúde não precisa ser aprendida, pois apenas a formação acadêmica é suficiente para implementar tal pratica. Com esse pensamento, é normal encontrar atividades educativas onde há transmissão de conhecimento técnico sobre como cuidar da saúde, sem levar em consideração o saber popular dos indivíduos. Algumas experiências em educação popular em saúde apresentam resultados importantes para a construção de uma nova forma de pensar a saúde, incluindo usuários e comunidades no processo de cuidar e promover saúde. A educação em saúde tem varias formas de expressão, sendo também um compromisso politico com a luta pela cidadania e por condições de vida e saúde, estando intimamente ligada a valorização da participação popular. O processo participativo por profissionais e comunidade é um sistema de dialogo entre os saberes técnico e popular. Existe uma proposta municipal de educação popular em saúde no Recife, que objetiva criar condições que propiciem a participação dinâmica de vários âmbitos da sociedade em busca da melhoria da saúde e qualidade de vida. Em equipes que não se referenciam na educação popular é difícil de encontrar reconhecimento do usuário como cidadão. Em equipes que se baseiam na educação popular, o usuário é ouvido e estimulado a lutar em defesa de condições melhores de vida e a viver atividades de promoção da saúde. Destacando o potencial da educação popular, é possível verificar chances de contribuição para que as equipes de saúde possam adotar novas praticas, valorizando o saber do outro e compreendendo que o conhecimento é uma construção coletiva, pois assim, a educação popular se torna instrumento de reorganização da saúde. Capacitação Pedagógica| Aluna: Samara Queiroz

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