01. Povos e Reinos Africanos: (PUC Rio–2008) Costumam alguns senhores dar aos escravos um dia em cada semana para plantarem para si, mandando algumas vezes com eles o feitor para que não se descuidem. E isto serve para que não padeçam fome, nem cerquem cada dia a casa de seu senhor pedindo-lhes a ração de farinha. Porém não lhes dar farinha nem dia para a plantarem, e querer que sirvam de sol a sol no partido, de dia e de noite com pouco descanso no engenho, como se admitirá no Tribunal de Deus sem castigo? ANTONIL. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas, 1711. A partir da citação anterior e de seus conhecimentos sobre a sociedade colonial da América Portuguesa, examine as afirmativas a seguir. II. Os senhores de engenho permitiam que alguns de seus escravos possuíssem uma lavoura de subsistência, inclusive com direito à venda de excedentes. III. Apesar da violência que marcava o cotidiano dos engenhos, os escravos conseguiram, em certa medida, criar e recriar laços culturais próprios, vários deles herdados de suas raízes africanas. IV. Diante do risco de punições pelos senhores – surras, aprisionamento com correntes de ferro, aumento do trabalho, etc. – as tentativas de fugas escravas diminuíram ao longo do Período Colonial. Assinale a alternativa CORRETA.A) Somente as afirmativas I e II estão corretas.B) Somente as afirmativas I e III estão corretas.C) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.D) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas. E) Todas as afirmativas estão corretas. 02. (UFAC–2011) Com a leitura dos dois textos seguintes, que analisam a escravidão, fica demonstrado que: Texto I Texto IIDesde os cinco anos merecera eu a alcunha de ‘menino diabo’; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce ‘por pirraça’; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia – algumas vezes gemendo – mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um – ‘ai, nhonhô!’– ao que eu retorquia: – ‘Cala a boca, besta!’ ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás-Cubas. São Paulo: Globo, 2008. p. 62. A) No texto I, apresenta-se o etnocentrismo como elemento de justificação do tráfico negreiro. Ao passo que, no texto II, demonstram-se as relações de dominação dos escravos dentro dos espaços domésticos brasileiros durante o Período Imperial. B) A chegada dos portugueses à África, no século XV, foi pontuada por um estranhamento cultural, religioso e físico, marcado no texto I. Enquanto que, no século XVI, no Período Imperial brasileiro, de que trata o texto II, ocorria plena e pacífica integração social entre negros e brancos. C) Ambos os textos pontuam os estranhamentos culturais entre brancos europeus e negros afro-brasileiros, que culminaram com a substituição total do trabalho de escravos africanos pela força de trabalho dos “negros da terra”. D) O texto I expõe perspectivas eurocêntricas, em que se justifica a escravidão do africano por ser diferente do branco europeu. Ideia que é retomada no texto II, na obra de Machado de Assis, que apresenta o defunto narrador como abolicionista. E) Tanto no texto I quanto no texto II, percebe-se a preocupação dos autores em expor os tratamentos respeitosos a que eram submetidos os povos com características físicas e culturais diferentes dos europeus. 03. Povos e Reinos Africanos: (Unicamp-SP) Um dos maiores problemas nos estudos históricos no Brasil acerca da escravidão é seu relativo desconhecimento da história e da cultura africanas. Aí, a história do Congo tem muitas lições a dar, quer para os interessados no estudo da África, quer para os estudiosos da escravidão e da cultura negra na diáspora colonial. Afinal, a região do Congo-Angola foi daquelas que mais forneceram africanos para o Brasil, especialmente para o Sudeste, posição assumida no século XVII e consolidada na virada do século XVIII para o XIX. A) O que foi a diáspora colonial citada no texto anterior?B) IDENTIFIQUE duas influências africanas no Brasil atual. C) NOMEIE e EXPLIQUE, no Brasil atual, uma decorrência da prática da escravidão negra. 04. Povos e Reinos Africanos: (UFRN) Diversos documentos do Período Colonial nos permitem afirmar que os negros reagiram à escravidão. O fragmento textual a seguir se refere a algumas dessas atitudes dos escravos no Brasil, no século XVIII. Já dei conta a V. Maj. em carta de 13 de junho do ano passado da soltura com que nestas minas viviam os negros, e especialmente os fugidos, que juntos nos mocambos se atreviam a fazer todo gênero de insultos sem receio do castigo e também ponderei a V. Maj., a importância desta matéria por me parecer com algum fundamento que poderia os negros encaminhar a fazer algumas operações semelhantes as dos Palmares de Pernambuco. CARTA de 20 abr. 1712, do capitão-general da capitania de Minas Gerais, conde D. Pedro de Almeida, a Sua Majestade, sobre a Soltura dos negros naquela capitania. Apud GOULART, José Alípio. Da fuga ao suicídio: aspectos de rebeldia dos escravos no Brasil. Rio de Janeiro: Conquista, INL, 1972. p. 284. COMENTE três formas de resistência do negro à escravidão durante o Período Colonial. 05. Povos e Reinos Africanos: (FGV-SP) Alguns moradores daqueles distritos, por temerem os danos que recebiam e segurarem as suas casas, famílias e lavouras dos males que os negros do Palmares lhes causavam, tinham com elas secreta confederação, dando-lhes armas, pólvora e balas, roupas, fazendas da Europa e regalos de Portugal, pelo ouro, prata e dinheiro que traziam do que roubavam, e alguns víveres dos que nos seus campos colhiam, sem atenção às gravíssimas penas em que incorriam, porque o perigo presente os fazia esquecer do castigo futuro […] Essa é uma das mais antigas descrições sobre o Quilombo dos Palmares, publicada em 1730 e elaborada por um luso-brasileiro que acompanhou, de Salvador, a sua destruição ao final do século XVII. A) APRESENTE uma definição para quilombo. 06. Povos e Reinos Africanos: (UFMG) Leia os versos. Seiscentas peças barganhei– Que pechincha! – no SenegalA carne é rija, os músculos de aço,Boa liga do melhor metal.Em troca dei só aguardente,Contas, latão – um peso morto!Eu ganho oitocentos por centoSe a metade chegar ao porto. HEINE, Heinrich apud BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. São Paulo: Cia. das Letras, 1992. A) IDENTIFIQUE a atividade a que se referem esses versos. 07. Povos e Reinos Africanos: Unioste-PR O Pan-africanismo pregava a união dos africanos a fim de conquistar a independência. Considerando que a partilha da África criou divisões arbitrárias e fronteiras territoriais sem levar em conta as diferenças étnicas dos africanos, defendia a necessidade de organizar federações regionais de estados independentes, preparando uma futura constituição dos Estados Unidos da África. Foi formulado originalmente por negros americanos de origem africana: o advogado da República de Trindade Sylvester William e o historiador norte-americano W. E. Burghardt Du Bois. 01. quando os colonizadores invadiram a África, adotaram as etnias locais como critério para a partilha das terras. 02. a organização de federações de estados independentes no continente africano era uma lei da constituição norte-americana. 04. o historiador W. E. Burghardt foi uma das lideranças do pan-americanismo. 08. o pan-africanismo foi um movimento apenas para a modificação das fronteiras internas da África. 16. a diversidade étnica não era um elemento relevante para o pan-africanismo. 32. a independência dos povos africanos era uma reivindicação dos pan-africanistas. 64. a existência de etnias diferentes não é muito visível entre os africanos. Some os números dos itens corretos. 08. (UERJ–2009) O trabalho na colônia: 1. 1500-1532: período chamado pré-colonial, caracterizado por uma economia extrativa baseada no escambo com os índios; 2. 1532-1600: época de predomínio da escravidão indígena; 3. 1600-1700: fase de instalação do escravismo colonial de plantation em sua forma “clássica”; 4. 1700-1822: anos de diversificação das atividades em função da mineração, do surgimento de uma rede urbana, mais tarde, de uma importância maior da manufatura – embora sempre sob o signo da escravidão predominante. A partir das informações do texto, verificam-se alterações ocorridas no sistema colonial em relação à mão de obra. Estude também sobre: A Revolução Francesa Questões com Gabarito 09. Povos e Reinos Africanos: (Encceja) É bastante conhecida, no caso brasileiro, a história do povo africano que, vivendo nas senzalas, inventou a capoeira. Enquanto fingia estar dançando, treinava golpes para defender-se dos seus opressores. A partir da leitura do texto, é possível afirmar que os povos:a) copiam movimentos de outros lugares.b) criam movimentos relacionados às suas necessidades.c) são incapazes de elaborar movimentos.d) se limitam aos movimentos que já conhecem. e) só se movimentam para se defender. 🔵 >>> Confira todas as nossas questões sobre a História Mundial. Gabarito com as respostas das atividades de História sobre os Povos e Reinos Africanos:01. C; 02. A; 03. A) A dispersão arbitrária e forçada de diversas culturas africanas nos domínios coloniais europeus através da massificação do trabalho escravo. B) Entre outras manifestações culturais, podemos identificar a influência africana na música, expressa particularmente no samba, e na religião, com a umbanda e o candomblé. C) O preconceito racial direcionado aos afrodescendentes, decorrendo daí a discriminação contra os negros nos diversos âmbitos da sociedade. 04. Podem ser citadas as seguintes formas de resistência: • Fugas das áreas de engenhos, desde os séculos XVI e XVII, e, posteriormente, na extensão da colonização às áreas interioranas (fazendas), formando as comunidades de quilombolas.• Assassinatos de senhores, feitores e capitães do mato, por estrangulamento, enforcamento, envenenamento, esfaqueamento, asfixia e golpes de capoeira.• Suicídio, por inanição, asfixia, enforcamento, envenenamento, ingestão de areia, etc., causando prejuízos aos proprietários com a sua morte e tornando-se livres de futuros maus-tratos.• Aborto, para evitar trazer à luz filhos que sofreriam toda a violência do sistema e para prejudicar o investimento dos senhores em suas “crias”. O aborto era provocado pela ingestão de chás ou introdução de objetos nas genitálias pelas próprias escravas.• Sabotagens, resistência e negligência no trabalho, não cumprindo ordens dadas ou causando danos aos instrumentos de trabalho.• Raptos e furtos de outros escravos de fazendas para lugares muito distantes das vilas coloniais, sedes do poder colonizador português.• Formação de quilombos, local de reunião de escravos foragidos, organizados com a associação destes com outras populações dominadas, tais como mestiços e índios, submetidos à escravidão. Tinham governo local próprio. O mais famoso, Quilombo dos Palmares, em Alagoas, que, sob a liderança de Zumbi, resistiu durante anos aos cercos das autoridades coloniais, constituindo-se um marco histórico da resistência à escravidão no Brasil, incluía homens livres.• Insurreições. O enfrentamento pelas armas, como é o caso da Revolta dos Malês na Bahia. • Preservação da identidade cultural – participação em irmandades católicas, como de São Benedito e N. S. do Rosário, procurando, mediante o sincretismo, manter viva sua cultura e seu sistema de crenças. 05. A) Os quilombos constituíam as comunidades formadas por escravos fugitivos, organizadas de forma independente em relação à administração colonial, congregando negros (em maioria) e indígenas, brancos e mestiços (em menor número). Representaram a principal forma de resistência à escravidão no Brasil. B) De modo geral, as relações de Palmares com a sociedade colonial eram conflituosas, em decorrência dos assaltos a povoações e a engenhos e do estímulo a fugas de escravos. Mas eram também relativamente pacíficas, se considerarmos a ocorrência de transações comerciais com as comunidades próximas, onde os excedentes da produção do quilombo eram trocados por sal, por ferramentas, por armas e por munição. Em síntese, ao mesmo tempo que o Quilombo dos Palmares constituía-se como negação à escravidão e ao patriarcalismo senhorial, articulava-se, economicamente, à sociedade colonial. 06. A) O tráfico escravista. 07. 32; 08. Duas das justificativas enumeradas a seguir: • Oposição da Igreja Católica à utilização do indígena como escravo.• Dificuldade de apresamento dos indígenas, em função de sua migração / fuga para o interior.• Lucratividade do tráfico internacional de escravos, permitindo o acúmulo de capital por parte da burguesia, em especial, metropolitana, e gerando o aumento das receitas do Estado português.• “Falta de braços” para a lavoura dos principais produtos coloniais, devido a um ciclo de doenças ocorrido na segunda metade do século XVI, responsável pela morte de milhares de indígenas. • Caráter fortemente hierárquico da sociedade portuguesa daquele momento, marcada pelo uso legitimado da escravidão. 09. A Doutorando em Genética e Biologia Molecular – UESC-BA Mestre em Genética e Biologia Molecular – UESC-BA Pós-Graduado em Metodologia do Ensino de Biologia e Química – FAEL Licenciado em Ciências Biologias – IFMT/Campus Juína Gostou desta lista de Exercícios? Não esqueça de compartilhar com seus amigos: |