Tu te tornas responsável por aquilo que cativas

Tu és responsável pela rosa… O autor quer dizer que aquele que é amado passa a ser responsável pelo outro, por aquele que nutre o afeto por si. O ensinamento sugere que devemos ser prudentes com os sentimentos daqueles que nos amam. Antoine de Saint-Exupéry Quando Antoine de Saint-Exupéry escreveu a frasetu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”, na obra O Pequeno Príncipe, quis chamar a atenção para nosso envolvimento com terceiros – afinal, somos parcialmente responsáveis por eles também. Uma das máximas fundamentais do Pequeno Príncipe é que devemos cuidar uns dos outros, zelando pelo bem estar recíproco. ... No caso do livro de Exupéry, o Pequeno Príncipe é cativado pela rosa, o que quer dizer que ele se tornará responsável por ela. Porque o que ela diz passa a ter um significado diferente, porque o que ela é passa a importar muito mais do que o que são os outros. Porque o carinho, as críticas, as vontades, as escolhas, as atenções, tudo isso passa a ser muito mais importante. No caso do livro de Exupéry, o Pequeno Príncipe é cativado pela rosa, o que quer dizer que ele se tornará responsável por ela. Nós somos responsáveis pelo outro, estando atentos a isto ou não, desejando ou não, torcendo positivamente ou indo contra, pela simples razão de que, em nosso mundo globalizado, tudo o que fazemos (ou deixamos de fazer) tem impacto na vida de todo mundo e tudo o que as pessoas fazem (ou se privam de fazer) acaba ... Resposta: O que ele queria na terra, e o Pequeno Príncipe respondeu que estava a procura de homens. Esta frase é dita pela raposa para o Pequeno Príncipe no capítulo XXI e é uma das passagens mais citadas da obra. ... A raposa responde que cativar significa criar laços, passar a ter necessidade do outro, e exemplifica: “Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. Por nossa posição de sujeito, sempre somos responsáveis. A Vida é feita de escolhas,por isso somos responsaveis pelo que passamos! o que fazemos hoje e um reflexo que poderás ocorrer no futuro de forma positiva ou negativa.. Somos responsáveis pelos vínculos que criamos ao longo da vida. – Que é preciso fazer? Perguntou o pequeno príncipe. – É preciso ser paciente – respondeu a raposa. – Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. 1- Resposta: – Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar. – Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Significado de Cativar verbo transitivo direto [Figurado] Conseguir a atenção ou o afeto de; seduzir: tentava cativar sua chefe com presentes. [Figurado] Manter em sua posse; conservar: seus pensamentos cativavam o sorriso daquela senhora.

7 de dezembro de 2020

Quando Antoine de Saint-Exupéry escreveu a frase “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”, na obra O Pequeno Príncipe, quis chamar a atenção para nosso envolvimento com terceiros – afinal, somos parcialmente responsáveis por eles também.

Casos de terceirização de serviços no Brasil são muito comuns. Isso não ocorre somente em função da legislação trabalhista, mas também do alto nível de especialização que esses profissionais passaram a ter com o aumento da demanda. O segmento de prestação de serviços gerais vem adquirindo cada vez mais envergadura, sendo a estratégia adotada por diversas organizações. Até aqui tudo bem, pois você não precisa ser empresário para já saber ou ter ouvido falar da complexidade da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

No entanto, em um mundo altamente conectado e com novas exigências por parte dos consumidores e colaboradores, é preciso entender que os terceiros que te representam devem ser “cativados” de acordo com suas regras também. No mundo corporativo, chamamos essa ferramenta de due diligence, ou diligência prévia. Significa que antes de estabelecer determinado relacionamento, a empresa tem por obrigação verificar o histórico da instituição para quem pretende terceirizar parte de seus serviços. Afinal, embora os trabalhadores sejam de outra organização, estarão lá diariamente a serviço e representando determinada marca, pouco importando para o cliente a segmentação de personalidade jurídica.

O triste e recente caso ocorrido no Carrefour nos mostrou o quanto este tema faz-se presente no dia a dia. O que pensaria Saint-Exupéry ao ouvir de uma empresa que ela não é responsável pelos seus terceiros? Um afronte ao piloto-escritor e aos mecanismos modernos de integridade corporativa. Ter e estender regras de conduta é um princípio básico para a formação e percepção de valor e de transparência de um negócio, princípio esse pelos quais as empresas devem ser cada vez mais cobradas.

Atualmente existem diversas ferramentas e mecanismos de busca capazes de um levantamento bastante detalhado acerca de informações jurídicas, reputacionais e de integridade de uma pessoa física ou jurídica. Além disso, cláusulas contratuais também são necessárias para estender esse conhecimento à outra parte. Um dos pilares de um sistema de conformidade efetivo é a gestão de terceiros, que se responsabiliza por levar informações e capacitar fornecedores acerca das normas de ética vigentes no negócio.

Porém, não basta diligenciar corretamente e deixar de lado a manutenção e o preparo desses colaboradores para situações de crise. Treinamentos recorrentes são necessários para reforçar o que por vezes, no dia a dia, esquece-se. Fortalecer uma cultura ética que seja extensiva a terceiros é desafiador em um país de tantos contrastes quanto o nosso.

A polêmica do caso em questão ressaltou a carência e o despreparo das pessoas e das instituições no Brasil em lidar com situações de crise, bem como a violência que muitas vezes impera entre os relacionamentos e acaba sendo a tentativa frustrada de solucionar impasses. O problema é que as consequências que essas condutas têm gerado para nós, enquanto sociedade, são extremamente graves e urgem por uma solução assertiva.

As relações que estabelecemos com outras pessoas são de nossa responsabilidade e por isso é importante mantê-las bem, alinhadas aos nossos propósitos e saudáveis. O senso coletivo ainda precisa ser trabalhado por aqui, pois o que se nota são resquícios de uma colônia individualista, carente de valores morais que nos orgulhem daquilo que mais nos faz brilhar: a diversidade.

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Letícia Sugai é sócia das empresas Veritaz Gestão de Riscos e Compliance e Gordion Consultoria. É presidente do Instituto Paranaense de Compliance (IPACOM) e criadora do Movimento “Integridade sempre vale a pena”.

A frase original, escrita em francês, “Tu deviens responsable pour toujours de ce que tu as apprivoisé” é retirada do clássico da literatura mundial Le petit prince (em português O Pequeno Príncipe) – A primeira tradução para o português (feita pelo imortal Dom Marcos Barbosa) gerou como resultado a famosa frase cristalizada no inconsciente coletivo: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” – Tanto para o bem, quanto para o mal.

Significado e contexto da frase

A frase em questão é dita pela raposa para o Pequeno Príncipe no capítulo XXI e é uma das passagens mais citadas da obra.

O ensinamento começa algumas páginas antes, quando o rapazinho pergunta para a raposa o que quer dizer “cativar”.

A raposa responde que cativar significa criar laços, passar a ter necessidade do outro, e exemplifica:

Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo…

O Pequeno Príncipe menciona então uma rosa que o havia cativado. Com o tempo, é o rapazinho cativa a raposa.

Na hora de ir embora, a raposa dá alguns ensinamentos para o jovem por quem já havia se afeiçoado, entre eles diz que “O essencial é invisível aos olhos“.

Como sabia que o Pequeno Príncipe nutria profundo afeto pela rosa, a raposa faz questão de lembrá-lo que “Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.”

E logo a seguir cita a pérola

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa…

O autor quer dizer que aquele que é amado passa a ser responsável pelo outro, por aquele que nutre o afeto por si. O ensinamento sugere que devemos ser prudentes com os sentimentos daqueles que nos amam.

A reflexão serve tanto para o bem quanto para o mal: se você gera sentimentos bons no outro, é encarregado por aquilo que emana, se gera sentimentos maus, também deve ser culpabilizado por isso.

A sentença afirma que quando você faz alguém gostar de si, terá de corresponder aquilo que o outro viu na sua pessoa. Uma das máximas fundamentais do Pequeno Príncipe é que devemos cuidar uns dos outros, zelando pelo bem estar recíproco.

É de se sublinhar na frase o termo “eternamente”, que parece assustador a primeira vista. A verdade é que, na frase, o advérbio significa “constante”, o que quer dizer que, se você conquista o sentimento do outro, é responsável por cuidar, proteger e dedicar-se, sem prazo definido.

A reflexão proporcionada por Exupéry se opõe a noção individualista de cada um por si e fomenta a reciprocidade, a consciência coletiva de que somos responsáveis uns pelos outros, especialmente pelos que cruzam o nosso caminho e nos enxergam com admiração.

Apesar da tradução brasileira ter escolhido transformar o verbo francês “apprivoisé” em “cativar”, na realidade a tradução mais literal seria “domar” ou “domesticar”.

Dom Marcos Barbosa optou por tirar uma licença poética e adaptou “apprivoisé” para “cativar”, um verbo que pode ser tido como sinônimo de encantar, seduzir, atrair, enfeitiçar, fascinar e envolver.

O verbo escolhido por Dom Marcos Barbosa envolve entrega, necessidade um do outro, dedicação. No caso do livro de Exupéry, o Pequeno Príncipe é cativado pela rosa, o que quer dizer que ele se tornará responsável por ela.

Edições brasileiras do clássico francês

A publicação traduzida para o português do Brasil foi feita em 1954, pelo monge beneditino Dom Marcos Barbosa, com base na edição francesa de 1945.

Em 2013, a editora Agir, a pioneira que havia lançado a primeira publicação, lançou uma nova tradução, realizada pelo poeta premiado Ferreira Gullar. A nova tradução teve como referência a edição original de 1943.

Gullar disse que o trabalho “foi um convite da editora, nunca tinha pensado em traduzir este livro porque já tem uma tradução, que eu li quando era jovem”.

O desejo, segundo o novo tradutor, era atualizar a escrita “para que o leitor de hoje se sinta mais identificado com o modo de narrar do livro e das falas.”

A tradução realizada pelo poeta, se diferencia, por exemplo, da feita por Barbosa, no que desrespeito a famosa frase em questão.

Dom Marcos Barbosa afirmava que “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Ferreira Gullar, por sua vez, optou por uma construção distinta, usando o tempo passado do verbo: “Você é eternamente responsável por aquilo que cativou”.

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