Qual a diferença entre jogos e brincadeiras populares

Os conceitos de brincar e jogar são diferentes e funcionam melhor quando aplicadas na fase certa do desenvolvimento da criança| Foto: Ketut Subiyanto/Pexels

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Você já deve ter percebido que seu filho de 8 ou 9 anos de idade já não demonstra mais tanto interesse em brincar de carrinho ou de escolinha, e que o seu pequeno, com menos de 5, tem dificuldade em cumprir regras quando uma determinada brincadeira exige. E tudo isso tem uma explicação: é que há uma grande (e desconhecida) diferença entre brincar e jogar e que interfere nas fases do desenvolvimento da criança.

“O brincar é uma ação livre da criança em que ela fica entre a realidade e a imaginação. Nisso, traz registros – tanto de alegria quanto de tristeza – e consegue, de forma natural, trabalhar essas questões”, afirma a psicóloga Rita Lous, do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba.

Segundo ela, as ações do brincar acompanham a criança desde que ela nasce, mas se tornam mais presentes durante a fase do faz de conta. “Aquela brincadeira de esconde-esconde com a fraldinha já é uma forma de o bebê brincar. Ele imagina que a mamãe e o papai sumiram e que depois voltaram. Isso acontece porque tem uma referência de ausência e de presença de tudo aquilo que é importante para ele”, revelou.

A pedagoga Danielle Carmassi, vice-diretora do Colégio Imaculada Conceição, garante, no entanto, que mesmo quando a criança brinca de faz de conta, ela pode estar estipulando regras – uma característica mais forte nos jogos. “Quando ela vai brincar de boneca, costuma determinar o que a boneca pode fazer, onde ela vai e com quem se relaciona. Já quando brinca de escolinha, diz qual é a hora de fazer atividade e qual é a hora da diversão. Só que são regras dela, coisas que ela mesma cria”, pondera.

Jogos

Diferente da brincadeira livre, os jogos impõem regras pré-definidas que precisam ser seguidas para que um vencedor apareça. E existe, ainda, uma conotação que muitas crianças menores não estão acostumadas a lidar: a da competitividade. “Quando participam de um jogo, elas têm de lidar com o sentimento de perda e também seguir algumas normas que não foram estabelecidas por elas, que talvez não sejam da sua vontade”, ressalta Danielle.

Ela justifica que é só a partir dos 6 anos de idade – portanto, passada a etapa do faz de conta – que a criança começa a entender melhor e aceitar as regras. “Antes disso, eles ainda não compreendem bem que aquela norma tem que ser cumprida para que o jogo dê certo e geralmente as tentativas, nesse sentido, acabam em briga”, esclarece a pedagoga.

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Meio termo

Mesmo que a criança seja mais velha, as duas especialistas indicam que os pais também promovam atividades que envolvam o brincar livre, ao mesmo tempo que os menores já podem ter os primeiros contatos com as regras. “São práticas que desenvolvem diferentes habilidades. Acho extremamente importante, também, que as crianças participem da produção do brincar. Afinal, o brincar vem antes do brinquedo”, sugere Rita Lous.

Vantagens

Veja agora algumas das vantagens dos conceitos de brincar e de jogar e como colocá-los em prática em casa:

Brincar: desenvolve o raciocínio, a criatividade, a imaginação, melhora o convívio, dá autonomia, favorece a formação integral, estimula os sentidos. Exemplos: Emitir sons, imitar bichos, brincar com as mãos, fazer mímica, brincar de bola ou de massinha, criar desenhos, fazer pinturas, pular amarelinha, usar fantasias, construir brinquedos com sucata e material reciclável, contar histórias (prontas e inventadas).

Jogar: ajuda na atenção, na concentração, na cooperação e no controle de emoções. Além disso, estimula a interação e o espírito de equipe, ensina a lidar com o fracasso, a repartir, a esperar, a respeitar regras, a desenvolver habilidades de interpretação.

Exemplos: jogos de tabuleiro (dama, xadrez, trilha), jogos de cartas, dominó, cabo de guerra, jogo da velha, stop, boliche, esportes em geral (individuais e com a formação de times), esconde-esconde.

Brincar é colocar a imaginação em ação. O bom jogo não é aquele que a criança pode dominar corretamente, o importante é que a criança possa jogar de maneira lógica e desafiadora, e que o jogo proporcione um contexto estimulador para suas atividades mentais e amplie sua capacidade de cooperação e libertação.

Quais as características do jogo e da brincadeira na educação infantil?

De acordo com Kishimoto (1996), o jogo tem a função lúdica (proporciona diversão, prazer), e educativa (o jogo ensino). A brincadeira permite à criança participar das tarefas de aprendizagem com motivação. Pode-se dizer que o jogo é um recurso que ensina, desenvolve e educa de forma prazerosa.

Quais tipos de jogos e brincadeiras?

90 JOGOS E BRINCADEIRAS ANTIGAS

  • 1- A palavra é
  • 2- Adoletá
  • 3- Alerta.
  • 4- Amarelinha.
  • 5- Arranca-Rabo.
  • 6- Arremesso de Bambolê
  • 7- Balança.
  • 8- Balança Caixão.

O que são jogos e brincadeiras populares?

Os jogos ou brincadeiras populares fazem parte da cultura e são criados pelas pessoas ao longo do tempo passando de geração para geração. Nestes jogos, não existem regras fixas, elas podem ser criadas pelo grupo que está brincando e modificadas sempre que necessário. ... Os jogos populares fazem parte da cultura.

Quais são as brincadeiras populares?

Existe uma grande quantidade de jogos e brincadeiras populares conhecidas, que fizeram e ainda fazem a alegria de muitas crianças brasileiras: queimado, barra- bandeira, cabo-de-guerra, bola de gude, esconde-esconde, boca-de-forno, tá pronto seu lobo?, academia ou amarelinha, passarás, rica e pobre, esconde a peia, ...

Qual é a origem dos jogos e brincadeiras populares no Brasil?

A história dos jogos no Brasil segundo Kishimoto (1993) é influenciada pelos portugueses, negros e índios nas brincadeiras das crianças brasileiras. ... Os jogos e brincadeiras presentes na cultura portuguesa, africana e indígena acabaram difundindo na cultura lúdica brasileira.

Qual é a origem das brincadeiras populares?

Os primeiros registros que se têm da brincadeira estão no livro chinês Wuzazu, escrito durante a Dinastia Han, entre os anos 206 a.C e 220 d.C. No século 17, o jogo com os elementos que conhecemos hoje já era popular na China e no Japão, e no século 20 já havia se espalhado pelo mundo.

Quem inventou os jogos populares?

Verificamos que a maioria dos Jogos Populares tiveram sua origem ainda na antiguidade egípcia e greco/romana. Na Idade Média, muitos jogos surgiram e outros foram modificados a partir das transformações na sociedade e nos indivíduos.

Qual é a importância das brincadeiras antigas?

As brincadeiras antigas funcionam como pontes para o passado, pois quando as crianças brincam, elas se defrontam o tempo todo com vestígios que as gerações mais velhas deixaram. Por isso, ... -Resgatar as brincadeiras tradicionais, reconhecendo-as como elemento do desenvolvimento infantil.

Quais os benefícios das brincadeiras antigas?

Não é só a nostalgia que vão estar presente nas brincadeiras, a forma que brincávamos antes, proporcionam benefícios como:

  • Criatividade.
  • Respeito ao próximo.
  • Responsabilidade.
  • Integração social.
  • Autonomia.
  • Independência.
  • Muito, mas muito bate-papo.

Qual a importância das brincadeiras de rua?

Brincadeiras de rua são um degrau fundamental para crianças e adultos responsáveis na jornada do brincar supervisionado da primeira infância para a vida independente dos adolescentes. ... as crianças encontram e fazem amizade com crianças de outras escolas e faixas etárias.

O que é brincadeira de rua?

Pular amarelinha, andar de carrinho de rolimã, brincar de pega-pega, jogar pião ou queimada – brincadeiras que fizeram parte do cotidiano de muitas crianças de ontem, os adultos de hoje, são menos frequentes no imaginário da gerações mais novas.

Qual o objetivo de brincar de esconder?

Esconde-esconde ou pique-esconde é sucesso entre criançada. O objetivo da brincadeira é se esconder e depois se salvar antes de ser encontrado. Uma criança vai fazer a contagem, com os olhos fechados e voltada para pique, enquanto os outros participantes se escondem.

Porque é que as crianças devem brincar?

O ato de brincar possibilita o processo de aprendizagem da criança, pois facilita a construção da reflexão, da autonomia e da criatividade, estabelecendo, desta forma, uma relação estreita entre jogo e aprendizagem.

Porque é importante brincar na escola?

O brincar tem grande importância na educação infantil, principalmente no aspecto cognitivo, proporcionando á criança criatividade, com o objetivo de desenvolver suas habilidades. As brincadeiras fazem parte da infância de toda criança, pois garantem divertimento, alegria e aprendizagem.

Porque brincar é coisa séria?

Através das brincadeiras a criança entra em contato com o mundo, se desenvolve, estimula sua criatividade, adquire novas habilidades, socializa, entra em contato com regras, bem como, se expressa e se comunica.

O que é ludicidade para Piaget?

Piaget (1971) ressalta que o desenvolvimento da criança acontece através do lúdico, ela precisa brincar para crescer. Diante de tal pensamento, compreende-se a importante do universo lúdico na infância, pois através dele, a criança se satisfaz, realiza seus desejos e explora o mundo ao seu redor.

O que significa brincar para Kishimoto?

Segundo Kishimoto (1993, p. 45): Brincar é uma atividade fundamental para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. ... Ao brincar de faz de conta, as crianças buscam imitar, imaginar, representar de uma forma específica que uma coisa pode ser outra, que um personagem pode ser um objeto.

O quê Kishimoto fala sobre a ludicidade?

Kishimoto (1996 p. 24) esclarece que por meio do lúdico o aluno desperta o desejo do saber, a vontade de participar e a alegria da conquista. ... A proposta da atividade lúdica, através de um planejamento da aula é de suma importância, pois proporciona concentração isto favorece assimilação dos conteúdos com naturalidade.

O que é Kishimoto?

Masashi Kishimoto (岸本 斉史 Kishimoto Masashi, Katsuta, 8 de Novembro de 1974) é um mangaká (quadrinhista) e escritor japonês, entre seus maiores trabalhos está Naruto criado em 1997, e serializado na Weekly Shōnen Jump.

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