O que pode ocorrer na Terra com a diminuição da camada de ozônio

A camada de ozônio é um dos componentes mais importantes que formam a estratosfera do nosso planeta. Ela é uma fina camada formada pelo gás ozônio (O3) que protege você, sua família e todos os outros seres vivos da Terra contra os raios ultravioleta do sol.

Mas eu uso protetor solar, preciso me preocupar com a camada de ozônio?

Bom, se a camada de ozônio deixasse de existir, seu protetor solar não ia servir para muita coisa contra os raios UV.  Isso por que grande parte da radiação que chega à Terra fica detida na camada de ozônio, que fica 25km a 30km longe de você. A pouca radiação que chega até nós já é forte o suficiente para causar sérios problemas como o câncer de pele e problemas de visão ou a destruição do plâncton marinho, que é responsável por absorver grande parte do dióxido de carbono (CO2) que emitimos.

O que pode ocorrer na Terra com a diminuição da camada de ozônio
O que pode ocorrer na Terra com a diminuição da camada de ozônio

Altos níveis de radiação também são bastante ofensivos às plantas em geral, impactando na agricultura e diminuindo a oferta de alimentos. (Relembre tudo que você comeu hoje e faça as contas do que é origem vegetal, por exemplo).

Precisamos falar sobre o buraco na camada de ozônio

O primeiro buraco na camada de ozônio foi identificado em 1977. Em 1980, cientistas britânicos identificaram outro buraco com uma extensão de 10 quilômetros. Os buracos na camada de ozônio se formam principalmente nas regiões polares, e o mais conhecido se encontra na Antártida.

Também existem lugares onde não se formou exatamente um buraco na camada de ozônio, mas ela se tornou bastante frágil. Países como os Estados Unidos, a China e parte da Europa, por exemplo, já sentem os efeitos de uma camada 6% mais fina do que o normal.

Pesquisas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) mostram que a redução de apenas 1% da camada de ozônio já significa 50 mil novos casos de câncer de pele e 100 mil casos de cegueira por catarata na região afetada.

O que causa isso?

Já em 1986, a pesquisadora Susan Solomon conseguiu identificar o maior destruidor da camada de ozônio: os clorofluorcarbonetos (CFCs). Os CFCs demoram cerca de 8 anos para chegarem à estratosfera.

Na estratosfera, os clorofluorcarbonetos se desintegram, com a radiação ultravioleta, e liberam cloro e bromo. As moléculas de cloro reagem com o ozônio e se transformam em oxigênio (O2). Com isso, vão se formando os buracos na camada de ozônio, pois o oxigênio não é capaz de bloquear a radiação do sol.

A situação era tão preocupante que, já em 1987, o Protocolo de Montreal proibiu o uso de CFCs pela indústria, que na época era utilizado em geladeiras, ar-condicionado, sprays de cabelo, desodorantes...

Sim. Depois do Protocolo de Montreal, a indústria passou a pesquisar e reduzir - e em alguns casos substituir completamente - o uso de clorofluorcarbonetos. Isso já rendeu resultados otimistas para a camada de ozônio.

A mesma Susan vem acompanhando a camada de ozônio e identificou, já em 2015, que o buraco sobre a Antártida estava 4 milhões de quilômetros quadrados menor que em 2000. Em entrevista à BBC, ela conta que "o estado da camada de ozônio ainda é muito ruim, mas acho muito importante saber que o Protocolo de Montreal está realmente funcionando e tem um efeito direto no tamanho do buraco. Esse é um grande passo para nós." 

Apesar dos resultados serem significativos, o esforço deve ser constante, já que o cloro pode ficar presente na estratosfera por até 100 anos. Apesar da diminuição do uso de CFCs pela indústria, existem outros compostos químicos que destroem a camada de ozônio, como o halon, o brometo de metila, o tetracloreto de carbono (CTC) e o hidrofluorcarbono (HCFC).

Mais recentemente, um estudo da revista Nature Communications alertou para a ascensão de mais um composto químico que libera cloro na atmosfera, o diclorometano. Os pesquisadores identificaram um aumento de 8% ao ano da emissão do diclorometano. 

Se esse quadro continuar em ascensão, a recuperação da camada de ozônio pode demorar 30 anos a mais que o esperado: de 2065 ela pula para 2095.

Como você pode estar contribuindo para isso

A destruição da camada de ozônio está diretamente relacionada à presença de cloro na estratosfera. Você pode ter lido todos esses compostos químicos e estar pensando que isso tudo é preocupação do governo e das indústrias, mas isso pode estar diretamente relacionado a algumas práticas do seu cotidiano.

A sua geladeira, o seu ar-condicionado (tanto da sua casa quanto do seu carro) e o seu colchão e sofá, por exemplo, podem ter sido produzidos utilizando hidroclorofluorcarbonetos (HCFC). Apesar do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs já ter diminuído em 34% o uso desse composto pela indústria brasileira, ele continua bastante presente no mercado.

No seu cotidiano, essas substâncias são utilizadas principalmente como propelentes para aerossóis. Ou seja, desodorantes em spray, sprays de cabelo e mata insetos em aerossol estão na lista. Inaladores e alguns tipos de extintores de incêndio também estão na lista.

Não é bem assim. O uso desses produtos é inevitável em algumas situações, mas você pode substituir desodorantes e sprays em aerossol por outros formatos, por exemplo.

Busque informações e compartilhe sobre o que os fabricantes dos eletrodomésticos que você compra estão fazendo para contribuir na luta contra a destruição da camada de ozônio, tipo quanto eles investem em pesquisa e inovação na área.

A meta do governo é que o uso dessas substâncias no Brasil seja reduzido para 51,6% em 2021 e completamente proibido em 2040. 

Mas desenvolvimento econômico sem agredir o meio ambiente é possível?

É sim. Clique aqui para conferir o nosso especial sobre sustentabilidade ambiental e saiba mais sobre o assunto. 

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Em volta da Terra há uma frágil camada de um gás chamado ozônio (O3), que protege animais, plantas e seres humanos dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol. Na superfície terrestre, o ozônio contribui para agravar a poluição do ar das cidades e a chuva ácida. Mas, nas alturas da estratosfera (entre 25 e 30 km acima da superfície), é um filtro a favor da vida. Sem ele, os raios ultravioleta poderiam aniquilar todas as formas de vida no planeta.

Na atmosfera, a presença da radiação ultravioleta desencadeia um processo natural que leva à contínua formação e fragmentação do ozônio, como na imagem abaixo:

O que pode ocorrer na Terra com a diminuição da camada de ozônio

O que está acontecendo com a camada de ozônio?

Há evidências científicas de que substâncias fabricadas pelo homem estão destruindo a camada de ozônio. Em 1977, cientistas britânicos detectaram pela primeira vez a existência de um buraco na camada de ozônio sobre a Antártida. Desde então, têm se acumulado registros de que a camada está se tornando mais fina em várias partes do mundo, especialmente nas regiões próximas do Pólo Sul e, recentemente, do Pólo Norte.

Diversas substâncias químicas acabam destruindo o ozônio quando reagem com ele. Tais substâncias contribuem também para o aquecimento do planeta, conhecido como efeito estufa. A lista negra dos produtos danosos à camada de ozônio inclui os óxidos nítricos e nitrosos expelidos pelos exaustores dos veículos e o CO2 produzido pela queima de combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo. Mas, em termos de efeitos destrutivos sobre a camada de ozônio, nada se compara ao grupo de gases chamado clorofluorcarbonos, os CFCs.

As principais consequências da destruição da camada do ozono são:

  • A destruição de proteínas e do ADN, o que provoca cancro na pele, cataratas e alterações no sistema imunitário das pessoas
  • Destrói  ecossistemas aquáticos, devido a intensas das radiações ultravioleta colocando problemas inquietantes, pois interferem com crescimento de plantas e animais marinhos, interferindo também  na redução da fotossíntese e da  reprodução do plâncton;
  • Provoca também aumento da temperatura no planeta, o atraso nas estações do ano e degelo dos calotes polares
  • Os níveis elevados de radiação podem diminuir a produção agrícola, sendo que com isso existiria uma redução na produção alimentar;
  • Provoca também uma perturbação do clima mundial e dos sistemas de apoio à vida
  • A radiação ultravioleta afectará, igualmente, os ciclos biogeoquímicos, como o ciclo do carbono, do azoto e o ciclo dos nutrientes minerais, entre outros, lesando globalmente toda a biosfera do planeta.
  • Aumento da incidência de cancro de pele devido à exposição durante anos ás radiações UV-B (cerca de 10% por ano);
  • Efeitos sobre o sistema imunológico: a exposição ás radiações UV-B reduzem a capacidade de resposta do nosso sistema imunológico tornando o organismo mais suscetível a doenças como a malária, leishmaniose ou infeções fúngicas;
  • Decréscimo da quantidade fitoplâncton marinho, base da cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos
  • Aumento dos níveis de ozono troposférico.