O que foi a política comparada 1950

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Hoje iniciamos uma série semanal de publicações a respeito de temas relevantes para todos os interessados em entender a política em perspectiva comparada. Por isso, a primeira publicação não poderia ser diferente: o que é a política comparada? Por que e o que comparar na análise da política? O que devem ler os interessados em dar os primeiros passos no campo? Esses são os pontos que serão tratados brevemente pelo coordenador do Centro de Política Comparada - CPC, Prof. Marcelo Vieira.

Antes de uma definição da política comparada, é preciso esclarecer o que se entende atualmente por política. A política é o processo que envolve toda a atividade humana de tomada de decisões de caráter público e oficial no interior de um sistema político, isto é, nas fronteiras territoriais e de cidadania onde interagem atores e instituições (usualmente, Estados nacionais e subnacionais ou mesmo organizações supranacionais). Decisões de caráter público são aquelas que afetam toda a coletividade de indivíduos que pertencem ao sistema político. Já o caráter oficial de uma decisão política é referente à necessidade de sua obediência, implicando em sanções até mesmo físicas por parte do representante autorizado do sistema político (usualmente, governos) para aqueles que a desrespeitarem.

Dessa forma, a política comparada é a análise descritiva, correlacional ou causal das semelhanças e diferenças entre unidades de análise (casos) onde variáveis políticas incidem, transversalmente (entre casos) ou longitudinalmente (em um mesmo caso, mas ao longo do tempo). Mesmo quando se analisa uma ou mais variáveis políticas em um único caso num ponto fixo do tempo, é preciso ter em mente um quadro de referências comparativas (amostra ou população de casos) para que qualquer juízo analítico possa ser feito. É por essa razão que, nos anos 1950, o rótulo “comparada” foi criado como um cavalo de batalha para acompanhar a expressão “política”. A exigência era que toda análise empírica da política tivesse na comparação uma dimensão metodológica explícita da pesquisa.

Portanto, o que se almeja com a análise comparada é algum grau de generalização das conclusões obtidas, seja em nível micro, meso ou macro da política. Mas que variáveis políticas, incidindo em que casos, são passíveis de comparação? Desde “casos” de atores políticos (eleitores, cidadãos comuns, lideranças partidárias, presidentes, legisladores, juízes, burocratas) manifestando suas preferências ou atitudes frente a decisões políticas enquanto “variáveis” (voto, manifestação de rua, iniciativa legislativa, implementação de políticas públicas), passando por “casos” de instituições políticas (partidos, parlamentos, movimentos sociais, executivos, judiciários, burocracias) e suas características “variáveis” (plataforma política, fragmentação partidária, grau de mobilização, tipo de gabinete, nível de insulamento).

Para quem tiver interesse em fazer suas primeiras leituras sobre a política comparada, são altamente recomendáveis os seguintes trabalhos:

  • CARAMANI, Daniele. “Introduction to Comparative Politics”, in Comparative Politics. Oxford, Oxford University Press, 2011. (pp. 2-15).
  • COLLIER, David. “The Comparative Method”, in Finifter, Ada (ed), Political Science: The State of the Discipline II. Washington, D.C.: American Political Science Association, 1993 (pp. 105-108).
  • LIJPHART, Arend. “Comparative Politics and the Comparative Method”. American Political Science Review, Vol. 65, No. 3, 1971 (pp. 682-693).
  • PEREZ-LIÑAN, Anibal. “Cuatro Razones para Comparar”. Boletin de Politica Comparada, n. 1, 2008 (pp.4-8).
  • SARTORI, Giovanni. A Política. Ed. UnB, Brasília, 1979. (pp.203-246).

Uma boa leitura a todos!

O que foi a política comparada 1950

Questão 1/5 - Política Comparada De acordo com Braga (2011, p. 116): “As razões (teóricas) aduzidas por cada um dos representantes deste paradigma para a rejeição do conceito de Estado são de natureza distinta: ora pela confusão e falta de precisão do conceito em si, ora pelo fato de ele não abarcar os processos políticos que se davam em coletividades humanas primitivas nas quais inexistia Estado, tais como as sociedades comunitárias tribais, ora pela sua pouca aplicabilidade em análises concretas de processos decisórios de “governo comparado” e de desenvolvimento político”. Fonte: BRAGA, Sérgio. Poder, formas de dominação e Estado no diálogo entre Nicos Poulantzas e a sociologia política norte-americana. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 5, p. 109-137, 2011. Tendo como base a contextualização acima, e os conteúdos da disciplina Política Comparada, examine se os enunciados abaixo, acerca do conceito de sistema político, são verdadeiros (V) ou falsos (F), e depois assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. (V ) O conceito de sistema político substituiu o antigo conceito formal de Estado e ampliou assim o campo da política comparada. (V) O conceito de sistema político foi criado por David Easton, que se inspirou em áreas  como a biologia e a cibernética. (F ) O conceito de sistema político, criado por David Easton, substituiu o antigo conceito de sistema partidário. (F) O conceito de sistema político já era utilizado por autores como Karl Marx e Max Weber ao longo do século XIX. A V, F, F, V B V, V, F, V C F, V, V, F D V, V, V, V E V, V, F, F O conceito de Sistema Político foi criado por David Easton (1968), cientista político que pegou emprestadas ideias de sistemas de outras áreas, como a biologia e a cibernética, e criou uma estrutura de sistema para a política que busca a manutenção de suas funções vitais, considerando as novas configurações políticas dos países e a pergunta de fundo: por que algumas democracias sobreviveram ao longo do século e outras colapsaram? O conceito de sistema político substituiu o antigo conceito formal de Estado e ampliou assim o campo da política comparada. Fonte: Material para impressão (aula 3, p. 6). Questão 2/5 - Política Comparada De acordo com Chilcote (1988, p. 52): “A ausência de uma diretriz coerente ou um entendimento comum sobre o conteúdo apropriado da teoria de política comparada está provavelmente relacionada com uma insatisfação geral que penetra a disciplina mesma de ciência política. Não é surpreendente, pois, que acadêmicos e alunos procurem perspectivas alternativas quando tentam definir o que é estudo de política. Outras disciplinas, notavelmente antropologia, economia, história e sociologia voltaram-se para o pensamento radical na tentativa de definir e modificar seus esforços”. Fonte: CHILCOTE, Ronald. H. 1988. Perspectivas alternativas de política comparada. Revista de Ciência Política, v. 31, n. 2, p. 52-65. Tendo como base a contextualização acima, e os conteúdos da disciplina, assinale a alternativa que descreve corretamente as características da Política Comparada surgida a partir da década de 1950. A A partir da década de 1950, a Política Comparada se torna uma disciplina e subárea da Sociologia nos EUA. B Após a Segunda Guerra Mundial, os estudos de política comparada passam por uma redefinição de paradigma: do institucionalista ao comportamentalista. Influenciada pela metodologia weberiana e positivista da ciência social, a Política Comparada surge após a Segunda Guerra Mundial, ao mesmo tempo que a Revolução Comportamentalista. A Política Comparada se torna uma disciplina e subárea da Ciência Política nos EUA na década de 1950, com a migração de intelectuais europeus para aquele país e a ampliação do escopo de análise, unindo abordagens de outras disciplinas, tais como a sociologia, a psicologia e a antropologia, o que ocasionou uma redefinição de paradigma, de institucionalista, fixada em análises formais, para a comportamentalista, preocupada em inserir a análise do comportamento dos atores nos estudos políticos.  FONTE: Material para impressão (aula 3, p. 4). C A partir da década de 1950, a Política comparada deixa de focar os comportamentos dos atores políticos e passa a se dedicar ao estudo de instituições de governo. D Após a Segunda Guerra Mundial, surge a Política Comparada, influenciada, nesses primeiros momentos, pela metodologia marxista. E A partir da década de 1950, a Política Comparada passa por uma redefinição de paradigma: do sistêmico ao institucionalista. Questão 3/5 - Política Comparada Segundo Chilcote (1988, p. 52): “Na busca de uma política comparada alternativa, várias hipóteses podem ser sugeridas. Primeiro, deve-se enfatizar que teoria e clara conceitualização são a essência da pesquisa quando analisamos situações diferentes; em contraste, a disciplina continua lutando com o legado de uma perspectiva comparada, essencialmente descritiva e configurativa, isto é, voltada para estudos de nações individuais ou instituições. Política comparada inclui mais do que estudo sobre governo, especialmente o governo americano, que tem influenciado os valores e suposições sobre o que é e como nós devemos estudar política”. Fonte: CHILCOTE, Ronald. H. 1988. Perspectivas alternativas de política comparada. Revista de Ciência Política, v. 31, n. 2, p. 52-65. Tendo como base a contextualização acima, e os conteúdos da disciplina, examine as assertivas abaixo acerca das características da pesquisa comparada antes da chamada revolução comportamentalista, e assinale a alternativa que faz uma análise correta. I. Até 1950, a Pesquisa Comparada possuía um viés formalista e normativo. II. O paradigma principal da área era o chamado “antigo institucionalismo”. III. Mesmo antes da Segunda Guerra Mundial, os estudos de política comparada já focavam países do Oriente Médio, Ásia e África. A Apenas as assertivas I e II estão corretas. A pesquisa Comparada, até 1950, não era ainda uma disciplina sistematizada e os estudos comparados até essa data eram predominantemente formalistas, normativos e concentrados na Europa. O paradigma aqui vigente era o que chamamos de “antigo institucionalismo”, e os temas estudados eram o governo e as instituições políticas formais.  FONTE: Material para impressão (aula 3, p. 3). B Apenas as assertivas II e III estão corretas. C Todas as assertivas estão corretas. D Apenas a assertiva I está correta. E Apenas a assertiva II está correta. Questão 4/5 - Política Clássica e Moderna Leia o trecho abaixo e depois responda:  Segundo Quadros, a teoria das formas de governo apresentada por Maquiavel em “Comentários sobre a primeira década de Tito Lívio” inova em relação às teorias antigas, propostas por autores como Platão e Aristóteles. Essa inovação teve efeitos importantes nas discussões posteriores da Ciência Política, fazendo de Maquiavel um autor ainda atual. Fonte: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política Clássica. Curitiba: Intersaberes, 2016.  De acordo com o conteúdo visto nas aulas e no material didático, assinale a alternativa abaixo que descreve corretamente como a teoria das formas de governo apresentada por Maquiavel inova em relação às teorias dos pensadores gregos, como Platão e Aristóteles: A A novidade da teoria das formas de governo de Maquiavel consiste em reduzir os tipos possíveis a apenas dois: república e principado. Em Platão, encontram-se quatro formas possíveis para organizar o Estado, enquanto Aristóteles elenca seis formas, três boas e três ruins. A inovação que Maquiavel sinaliza, em sua própria teoria, é a de reduzir as formas de governo a apenas duas: o principado e a república.  Referência: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política Clássica. Curitiba: Intersaberes, 2016, p. 64-65. B A novidade da teoria das formas de governo de Maquiavel

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