O baço é o maior órgão do sistema linfático, uma subdivisão do sistema imunológico. Sua rede de trabéculas, vasos sanguíneos e tecido linfoide forma um ambiente onde os glóbulos brancos (linfócitos) proliferam enquanto os eritrócitos danificados (hemácias) são reciclados. Embora possa parecer dispensável, pois é possível viver sem ele, o baço está constantemente filtrando o sangue para detectar a presença de microorganismos. Se você se encontrar na sala de emergência, o baço também contém um grande reservatório de sangue que pode ser bombeado de volta para a circulação, se necessário.
Esta página descreverá a anatomia do baço e sua função. Para melhor detalhar a localização do baço, descreveremos suas relações. O baço encontra-se na região do hipocôndrio esquerdo do abdome (quadrante superior esquerdo). Mais precisamente, o baço está localizado posteriormente ao estômago e anteriormente ao hemidiafragma esquerdo ao nível das costelas 9-10. Medialmente ao baço encontra-se o rim esquerdo; superiormente o diafragma; enquanto que inferiormente ele repousa diretamente sobre a flexura cólica esquerda (flexura esplênica). Embora o baço possa descer até a sínfise púbica, como visto no linfoma de células do manto, ele normalmente não se estende além do arco costal esquerdo e, portanto, não pode ser palpado em indivíduos saudáveis. O baço é um órgão roxo do tamanho de um punho. É envolvido por uma cápsula fibroelástica que permite que o baço aumente significativamente seu tamanho quando necessário. O baço é um órgão intraperitoneal, de modo que todas as suas superfícies estão recobertas por peritônio visceral. Apenas o hilo do baço, o local por onde passa a artéria e veia esplênicas, é livre de peritônio. Órgãos próximos ao baço deixam suas impressões em sua superfície que, junto com as bordas do baço, podem ser facilmente observadas e descritas.
O baço possui três bordas (superior, inferior e anterior), assim como duas extremidades (anterior e posterior). A borda superior limita a área gástrica, a borda inferior limita a área renal e a borda anterior limita a área cólica. Três ligamentos que se originam das estruturas vizinhas se ligam ao baço. Dois desses ligamentos se conectam ao hilo esplênico e são atravessados pelos vasos esplênicos. O ligamento gastroesplênico conecta o hilo à curvatura maior do estômago. Contém os vasos gástricos curtos e as artérias e veias gastro-omentais (gastroepiplóicas). O ligamento esplenorrenal conecta o hilo esplênico ao rim esquerdo. Transporta a artéria e a veia esplênicas. Por último, o baço se repousa no ligamento frênico-cólico, que se origina no cólon e também é conhecido como sustentaculum lienis. Para solidificar seu conhecimento sobre a anatomia do baço, dê uma olhada nos nossos recursos. Observe que o teste foi especialmente elaborado para abordar todos os conhecimentos mais importantes sobre a anatomia do baço, sua microestrutura e suas relações! Entender a anatomia microscópica do baço é importante para entender sua função. Numerosos septos chamados de trabéculas se estendem desde o tecido conjuntivo denso fibroelástico irregular da cápsula até o parênquima do baço. Tanto a cápsula como as trabéculas contêm células mioepiteliais que têm a capacidade de se contrair. Como o baço armazena uma quantidade significativa de sangue, quando o corpo necessita a contração das células mioepiteliais bombeia o sangue armazenado para o sistema circulatório; por exemplo, durante atividade física intensa ou em uma hemorragia maciça. Anatomia microscópica do baço - um diagramaO parênquima do baço é chamado de polpa. Com base na coloração da polpa em cortes a fresco, podemos distinguir a polpa branca e a polpa vermelha. A polpa branca é o principal tecido linfoide do baço, representando o acúmulo de linfócitos ao redor de um vaso arterial. Esta agregação de linfócitos constitui o tecido linfático conhecido como bainha linfática periarterial (BLPA), que é a primeira a reagir caso microorganismos cheguem ao baço através da corrente sanguínea. Os vasos arteriais centrais nos nódulos da BLPA são ramos da artéria esplênica. A polpa vermelha consiste em seios venosos e cordões esplênicos (de Billroth), com um revestimento de macrófagos esplênicos ao redor dos seios. A artéria central do BLPA continua a partir da polpa branca e entra na polpa vermelha como um capilar. Esses capilares drenam para os cordões esplênicos, onde os macrófagos fagocitam os eritrócitos velhos e danificados. A partir daí, o sangue se difunde nos seios esplênicos, retornando, assim, à circulação venosa. Aperfeiçoe seus conhecimentos sobre a microanatomia e a histologia do baço com o teste a seguir. O baço é um órgão linfoide secundário. Isso significa que o baço filtra o sangue e apresenta partículas estranhas (antígenos) aos linfócitos que abriga. Desta forma, o baço estimula a maturação e a ativação dos linfócitos. Ao filtrar o sangue, o baço também recicla eritrócitos senescentes e danificados. Em indivíduos saudáveis, aproximadamente um terço do total de plaquetas (trombócitos) é armazenado no baço. Nas doenças que resultam em aumento do baço (esplenomegalia), a quantidade de plaquetas sequestradas no baço aumenta até 90%, resultando em trombocitopenia (um baixo número de plaquetas no sangue circulante). Quando a trombocitopenia é grave, pode resultar em sangramento espontâneo, que pode ser muito perigoso, especialmente se ocorrer no sistema nervoso central. Já ouviu falar em flashcards? Eles são uma ótima ferramenta de estudo. Confira 8 passos para criar seus próprios flashcards. Observe que nos fetos o baço é o local onde ocorre a hematopoiese, o que significa que o baço é a fonte de formação de células sanguíneas até que a medula óssea se torne competente para assumir esse processo. O suprimento arterial do baço vem da tortuosa artéria esplênica, que alcança o baço à medida que viaja através do ligamento esplenorrenal. Esta artéria emerge do tronco celíaco, que é um ramo da aorta abdominal. A drenagem venosa do baço ocorre através da veia esplênica, que também recebe sangue da veia mesentérica inferior. Posteriormente ao colo do pâncreas, a veia esplênica se une à veia mesentérica superior para formar a veia porta hepática. Reveja a vascularização do pâncreas, duodeno e baço com a videoaula abaixo. Os linfonodos esplênicos encontram-se no hilo e recebem linfa através dos vasos linfáticos perivasculares e subcapsulares. Em seguida, drenam para os linfonodos pancreáticos superiores (pancreaticosplênicos) encontrados na superfície superior do pâncreas. A partir daí, a linfa é drenada para os linfonodos celíacos. Confira nossos materiais para solidificar seu conhecimento sobre o suprimento neurovascular e os linfonodos do baço. O baço é inervado pelos nervos autônomos do plexo celíaco, que abastecem o baço tanto com nervos simpáticos quanto parassimpáticos. Esses nervos formam o plexo esplênico, que chegam ao hilo esplênico cursando ao longo da artéria esplênica e seus ramos.
A esplenectomia é a remoção cirúrgica do baço total ou parcialmente. Apesar de sua importante função para o sistema imunológico, o baço não é um órgão vital. As razões para remover o baço incluem:
Pessoas sem baço são propensas a infecções e precisam de vacinas adicionais e antibióticos profiláticos (se necessário) pelo resto de suas vidas. Todo o conteúdo publicado no Kenhub é revisado por especialistas em medicina e anatomia. As informações que nós fornecemos são baseadas na literatura acadêmica e pesquisas científicas. O Kenhub não oferece aconselhamento médico. Você pode aprender mais sobre nosso processo de criação e revisão de conteúdo lendo nossas diretrizes de qualidade de conteúdo. Bibliografia:
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