No dia 14 de julho de 1789 se comemora o início da revolução francesa qual foi o seu marco inicial

No dia 14 de julho de 1789 o povo de Paris saiu

14/7/2004

A Queda da Bastilha

No dia 14 de julho de 1789 o povo de Paris saiu as ruas e invadiu a Bastilha, fortaleza que simbolizava o Absolutismo real, libertando seus prisioneiros. Para muitos era o início da Revolução Francesa. Os franceses ainda comemoram a Queda da Bastilha como a data nacional do país.

História

Segundo a historiografia tradicional, a Queda da Bastilha marca o início da Revolução Francesa. Não há dúvida de que o movimento popular em Paris tenha grande significado, porém a Revolução deve ser vista como um processo, onde é necessário analisar a situação econômica do país, os interesses de classes envolvidos e os interesses dos demais países europeus.

A Bastilha

A Bastilha foi construída em 1370 e tornou-se uma prisão durante o reinado de Carlos VI. No entanto, foi durante a Regência do Cardeal Richelieu, no século XVII que tornou-se uma prisão para nobres ou letrados, adversários políticos, aqueles que se opunham ao governo ou mesmo a religião oficial.

No dia 14 de julho de 1789 a Bastilha abrigava apenas 7 prisioneiros. A invasão representou na verdade um símbolo do absolutismo. A multidão também queria tomar as armas que haviam em seu interior.

Revolução

A importância da Queda da Bastilha reside no fato de que a partir desse momento a revolução conta com a presença das massas trabalhadoras, deixando de ser apenas um movimento dos deputados.

A gravidade da crise econômica havia envolvido todo o país em uma situação caótica: os privilégios dados à nobreza e ao Alto Clero dilapidaram as finanças do país, situação ainda mais agravada com a participação da França na Guerra de Independência dos EUA em ajuda aos colonos e palas secas, responsáveis por uma crise agrária, que levava os camponeses a miséria extrema e determinava o desabastecimento das cidades assim como a retração do comércio interno.

Na medida em que a nobreza recusou-se a abrir mão de seus privilégios, o rei Luís XVI viu-se forçado a convocar a Assembléia dos Estados Gerais, que reuniria os representantes da Nobreza, do Clero e do Povo ( burgueses). As manobras políticas da realeza tinham por objetivo fazer aprovar nova legislação, que preservaria os privilégios do 1° e 2° estados e ao mesmo tempo sobrecarregariam o 3° estado.

Em 17 de junho os representantes do povo se auto proclamam Assembléia Nacional. Esse fato representa de um lado o grau de organização e a consciência da burguesia, ancorada pelos ideais do Iluminismo, e ao mesmo tempo nos dá idéia de qual era a perspectiva de Revolução para essa classe social, eliminar o Antigo Regime, através de uma reforma na legislação, forçando o rei a aceitar o organização de um poder legislativo responsável pela elaboração das leis.

Enquanto os deputados se reuniam na Assembléia, o rei reunia tropas na tentativa de evitar o movimento revolucionário, foi nesse contexto que formou-se a “Milícia de Paris” e no dia seguinte as ruas e a Bastilha eram do povo.

O movimento revolucionário saia às ruas; percebia-se que somente com a participação e o apoio popular poderiam haver mudanças significativas. Apesar de organizada e armada, a camada popular urbana defendia a manutenção da Assembléia Constituinte e portanto acreditava que as novas leis poderiam trazer uma mudança significativa.

Ao contrário, no campo, a situação era de marcada por grande radicalização caracterizada por invasões de propriedades senhoriais, onde muitos nobres foram executados, cartórios invadidos, onde os títulos de propriedade feudal eram queimados. Os camponeses não possuíam uma ideologia definida e nem um projeto acabado, porém o movimento – Grande Medo - refletia a situação de profunda miséria vivida no campo

Ao fugir do controle da burguesia, o movimento camponês foi responsável por uma das primeiras mudanças significativas da Revolução: a 26 de agosto foi aprovada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de inspiração iluminista, defendia o direito a liberdade, à igualdade perante a lei, a inviolabilidade da propriedade privada e o direito de resistir à opressão.

Filósofos do Iluminismo

Os principais são John Locke (1632-1704); Voltaire, pseudônimo de François-Marie Arouet (1694-1778); Jean-Jacques Rousseau (1712-1778); Montesquieu, como é conhecido o escritor francês Charles Louis de Secondat, barão de La Brède e de Montesquieu (1689-1755); e Denis Diderot (1713-1784). John Locke é considerado o “pai do Iluminismo”. Representa o individualismo liberal contra o absolutismo monárquico. Para Locke, o homem, ao nascer, não possui qualquer idéia e sua mente é como uma tábula rasa. O conhecimento, em decorrência, é adquirido por meio dos sentidos, base do empirismo, e processado pela razão.

"Pode-se dizer, se me é permitido exprimir-se assim, que o Sr. Voltaire sozinho valia toda uma Academia"

Frederico II, o Grande (1712-1786), Elogio de Voltaire

Voltaire critica violentamente a Igreja e a intolerância religiosa e é o símbolo da liberdade de pensamento. Defende uma monarquia que garanta as liberdades individuais, sob o comando de um soberano esclarecido. Rousseau propõe um Estado governado de acordo com a vontade geral do povo e capaz de oferecer igualdade jurídica a todos os cidadãos. Montesquieu prega a separação dos poderes do Estado em Legislativo, Executivo e Judiciário, como forma de proteger as garantias individuais. Diderot, ao lado do físico e filósofo Jean Le Rond d’Alembert (1717-1783), organiza uma enciclopédia que pretende reunir o conhecimento científico e filosófico da época. Por essa razão os iluministas também são conhecidos como “enciclopedistas”.

A revolução francesa é um dos mais importantes marcos das relações políticas do mundo. Ela é tão destacada que, na lógica do euro centrismo e da História do Ocidente, assinala a mudança do que chamamos de História Moderna para História Contemporânea.

A Revolução Francesa eclodiu em 1789, a data simbólica é 14 de julho de 1789, com a Tomada da Bastilha. Com essa ação o povo francês pôde colocar um fim ao longo período denominado Antigo Regime.

Entre os séculos XVI, XVII, o povo viveu o antigo regime que é caracterizado pelo poder absoluto do rei, ou seja, ele podia, por exemplo, condenar qualquer cidadão sem julgamento adequado. Em conclusão, antes da revolução francesa o país vivia os tempos do absolutismo.

Para saber mais sobre como foi o início da revolução francesa e seu marco simbólico e principais causas, veja o nosso resumo Enem da Revolução Francesa abaixo.

O contexto histórico da França pré-revolução

A França do final do século XVIII passava por uma crise econômica e política. Administrado por uma monarquia absolutista, o Estado francês gastava o dinheiro dos impostos com exageros da corte e com guerras em território internacional, o que gerou grande insatisfação da população.

Além disso, os privilégios do clero e da nobreza, definidas como 1º e 2º Estados, eram os principais elementos que expunham a desigualdade social do que foi chamado pelos revolucionários de Antigo Regime.

A Crise Fiscal da França Absolutista

O estado fiscal da França pré-revolucionária era precário. Podemos dizer que a balança comercial do país permanecia constantemente desfavorável, ou seja, as despesas eram superiores às receitas em até 100 milhões de libras esterlinas anualmente.

Além disso, invernos rigorosos seguidos de secas igualmente prejudiciais afetavam diretamente a produção de alimentos. Consequentemente gerando um ambiente de fome e miséria extremas para a população mais pobre. Soma-se a isso a derrota francesa frente aos ingleses na Guerra dos sete anos, causando perda de territórios coloniais importantes para a “saúde” financeira da França.

Não bastasse isso, o governo Francês investiu recursos financeiros e humanos no processo de independência dos Estados Unidos da América, colaborando assim para o endividamento do país. Desta forma, o terceiro estado ou a burguesia, que era formado pela maioria da população francesa, cada vez mais cobrava mudanças reais quanto ao sistema de tributação.

Veja na imagem acima o Terceiro Estado carregando o Segundo e o Primeiro Estado nas costas. O simbolismo da charge está na parte em que diz que quem carrega a nobreza e o clero: é o povo.

A nobreza e o clero possuíam o equivalente a 90% das terras, além de monopolizar a educação (clero), monopolizar os postos de oficiais do exército (nobres) e conservar outros privilégios sociais, como por exemplo a isenção de impostos.

As características do Antigo Regime, anterior à revolução francesa

O dito Antigo Regime determinava as relações sociais, políticas e econômicas desde o término da Idade Média, concentrando o poder nas mãos dos reis absolutistas. Luís XVI era o rei da França, quando foi deposto durante a Revolução Francesa. Em seguida foi preso e condenado à morte pelos revolucionários, sendo executado em 1793.

O Antigo Regime definia as bases do mercantilismo, mantendo privilégios com origens feudais para as duas classes sociais de elite, clero e nobreza.

Por sua vez, a França do século XVIII era o país mais populoso da Europa, com cerca de 24 milhões de habitantes distribuídos entre os três estamentos sociais, onde o terceiro estado literalmente bancava através do pagamento de tributos as despesas e “boa vida” das elites, isentas de impostos.

Pintura “A liberdade guiando o Povo”, de Eugene Delacroix, uma representação da ruptura que foi a Revolução Francesa em relação ao Antigo Regime.

No plano filosófico o Iluminismo, doutrina filosófica baseada em valores burgueses, fazia duras críticas ao Antigo Regime (Absolutismo e Mercantilismo) e aos antigos privilégios feudais, tornava-se cada vez mais popular entre a burguesia francesa.

Resumo sobre a revolução francesa

Confira com o professor Felipe, do Curso Enem Gratuito, um resumo simples e rápido sobre a Revolução Francesa. Assim você entende as origens, os principais fatos e os personagens mais importantes.

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O estopim da Revolução Francesa – Os Estados Gerais

Em resumo, a burguesia, classe social em ascendência desde o renascimento comercial tornava-se cada vez mais insatisfeita com a má distribuição dos recursos financeiros e o terceiro estado era também formado pelos demais trabalhadores, camponeses e classes populares em geral, flagelados pela fome e demais problemas sociais.

Esta situação de miséria extrema, injustiças sociais, influencia dos ideais iluministas e falência fiscal do país criou o ambiente propício para que o Terceiro Estado francês rompesse com as bases políticas e sociais através de um movimento revolucionário capaz de “implodir” o sistema político absolutista.

A divisão do terceiro estado na revolução francesa

Na tentativa de solucionar a crise financeira, o ministro das finanças francesas propôs que nobres e clérigos passassem a pagar impostos. Entretanto, como era de se esperar, os membros do clero e da nobreza posicionaram-se contra.

Em difícil situação, o Rei Luís XVI convocou uma reunião dos Estados Gerais, com o corpo de representantes dos estamentos sociais que não se reunia a pelo menos 175 anos. O objetivo da reunião era para que se votasse a proposta de cobrança de impostos às elites.

Todavia, a conformação dos votos não era favorável ao terceiro estado, que era composto pelas pessoas intituladas de burguesia. Porém os burgueses eram0 os mais interessados nas mudanças. Portanto uma vez que cada grupo possuísse 200 deputados cada, o voto era feito em bloco, ou seja, um único para cada estamento. Assim sendo o clero e a nobreza votavam em conjunto, e o placar das votações costumava ser 2 contra 1. Uma vez que dos cerca de 24 milhões de franceses, apenas 120 mil pertenciam ao clero e por volta de 380 mil eram nobres,

A criação da constituinte e suas dificuldades

Por sua vez, o terceiro estado (os burgueses) julgavam que deveria possuir um número maior de representantes, visto que compunham a maioria da população. Sendo assim eles pediram que pelo menos o voto fosse individual e não em bloco. Situação na qual que não aconteceu.

Cada vez mais insatisfeitos, os representantes do terceiro estado separaram-se do grupo e se autoproclamaram como a Assembleia Nacional da França. Entretanto, como antes o objetivo era estender a cobrança de impostos as demais classes, agora o foco era uma série de novas propostas.

Tais propostas queriam a eliminação dos privilégios feudais e o próprio controle das ações reais através de uma constituição. Dias depois, com a adesão de nobres e clérigos a Assembleia ganhava ares de constituinte.

Embora Luís XVI vendesse a ideia de que apoiava os trabalhos da Assembleia, no íntimo buscou criar dificuldades para que a constituinte saísse do papel. Dias depois o rei ordenou que o exército dissolvesse a constituinte. Essa ação foi suficiente para mobilizar as classes populares parisienses.

Estas por sua vez partiram para o enfrentamento no dia 14 de julho, data do marco inicial da revolução, quando a Bastilha foi tomada pela população inflamada e agora armada, após saquearem os arsenais de Paris.

A queda da Bastilha: marco da revolução francesa

O grande marco simbólico da revolução francesa é a Queda da Bastilha, ocorrida no dia 14 de julho de 1789. A ‘Bastilha’ era o local onde os reis absolutistas confinavam os inimigos do Antigo Regime. A Bastilha em si era um dos maiores símbolos do absolutismo francês, pois a fortaleza sediava uma das prisões onde os inimigos do rei e da monarquia eram presos e torturados. No entanto, o objetivo ao tomar a fortaleza era saquear os estoques de pólvora para municiar os mosquetes e demais armamentos.

De acordo com documentos históricos, a queda da bastilha foi incitada após o jornalista Camille Desmoulins fazer discursos pelas ruas e na frente do palácio real. Seus discursos eram carregados de informações para o povo, afirmando que a corte iria liderar uma marcha sangrenta contra a população que se rebelasse contra a monarquia.

Quadro “Liberdade nas barricadas”, pintura de Ferdinand Delacroix – 1830

A queda da Bastilha é comemorada até os dias atuais. Além disso, durante a tomada da Bastilha os revolucionários inauguraram outra tradição que viria a se tornar uma das marcas do processo revolucionário quando o Governador da fortaleza foi decapitado pelos revoltosos.

A notícia da queda da Bastilha espalhou-se rapidamente por toda a França, levando a população das demais cidades de do campo a aderirem a revolução. Os cidadãos armados passaram a compor a chamada Guarda Nacional que tinha como objetivo salvaguardar a Assembleia Nacional Constituinte.

Exercícios sobre a Revolução Francesa

1- Podemos apontar como uma das principais causas da Revolução Francesa:

A – As guerras de conquistas promovidas e comandadas por Napoleão Bonaparte. B – A grande influência da burguesia e dos trabalhadores urbanos no sistema político da França. C – As fraudes eleitorais que existiam na França durante as eleições para monarca e ministros.

D – A revolta de grande parte da população francesa (burguesia, camponeses e trabalhadores urbanos) gerada pelas injustiças sociais promovidas pela monarquia absolutista.

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