O sabão surgiu há milhares de anos através de uma mistura de lipídeos (gordura) e soda cáustica (hidróxido de sódio). Já no século XV, os primeiros sabões eram considerados artigos de luxo e produzidos com a mistura do sebo de animais e cinza de madeiras (substância alcalina).
O sabão é produto do processo chamado “saponificação” e composto por duas partes importantes: a parte polar que interage com a água e a parte apolar que interage com lipídeos.
Nesse sentido, o que é necessário para fazer um sabão? E como ocorre a reação de saponificação?
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Na reação de saponificação, é necessário um triacilglicerol (formado por três ácidos graxos e um glicerol) e hidróxido de sódio (NaOH). Além disso, para formar o sabão é preciso aquecer a gordura na presença de uma base.
O processo ocorre da seguinte forma: primeiramente, o triacilglicerol é hidrolisado em ácidos graxos e glicerol. Em seguida, com o aumento da temperatura em um meio básico, os ácidos graxos ligam-se com os íons sódio (proveniente NaOH), formando sais de ácidos graxos e glicerol.
Veja a reação a seguir:
Éster + base → sal + álcool
Logo, o éster é o triacilglicerol, a base é o NaOH, o sal é a interação dos ácidos graxos com o sódio e o álcool é o glicerol.
Você vai saber agora qual é a reação química usada para se obter o sabão, aquele que usamos todos os dias para tomar banho e cuidar da higiene da casa.
A reação de saponificação não podia ter outro nome, uma vez que ficou muito conhecida em razão de sua enorme utilização na Indústria: confecção de sabonetes e sabão em barra. Para que essa reação aconteça, é preciso haver um éster misturado com uma base forte na presença de água e aquecimento. O produto final é um sal orgânico e álcool.
Para quem não sabe, sal orgânico é nosso popular sabão. O éster usado no processo provém de um ácido graxo.
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Acompanhe a equação que demonstra o processo de obtenção do sabão:
Ácido graxo + Hidróxido de sódio → sabão + glicerol (álcool)
O uso de bases no processo (hidróxido de sódio ou potássio) fez com que a reação ficasse conhecida também como Hidrólise alcalina. Ela é usada há muitos anos pelas donas de casa que retiram a matéria prima ácido graxo de suas próprias cozinhas: os chamados óleos comestíveis são compostos por ésteres, daí o por que de serem utilizados para a produção de sabões.
Por Líria Alves
Graduada em Química
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Também denominada hidrólise alcalina, a reação de saponificação é um tipo de reação química que ocorre entre um éster e uma base inorgânica ou um sal básico, tendo como produtos finais um sal orgânico e um álcool.
O nome saponificação se deve ao fato de que, quando se utiliza um éster derivado de um ácido graxo em reações desse tipo, produz-se o sabão, e já que a principal fonte natural de ácidos graxos são gorduras e óleos, suas hidrólises alcalinas são os principais processos aplicados à produção de sais de ácidos graxos, popularmente conhecidos como sabões. Resumidamente, temos:
Óleo ou gordura +base forte --> sabão + glicerol
As bases mais utilizadas nas reações de saponificação são o hidróxido de sódio (NaOH), que produz um sabão mais consistente, ou o hidróxido de potássio (KOH), que dá origem a um sabão mais mole, conhecidos como sabões potássicos. No Brasil, ainda é frequente a fabricação caseira de sabão, para a qual se utiliza a água de cinza (lixívia), em vez de hidróxidos de potássio ou de sódio. A água de cinza tem caráter alcalino devido ao carbonato de potássio que a compõe, que, em solução aquosa, libera íons OH-.
Outro produto da reação de saponificação é o glicerol, um composto orgânico que faz parte do grupo dos alcoóis. Devido a isso, as indústrias de sabão produzem também a glicerina, forma comercial do glicerol com 95% de pureza. Essa substância tem propriedades umectantes, ou seja, é capaz de manter a umidade, sendo, por isso, aplicada à produção de cremes e loções de pele, sabonetes e produtos alimentícios.
Devido à sua ação detergente (do latim detergere, limpar), os sabões auxiliam muito os processos de limpeza, especialmente na eliminação de gorduras. Tal característica é explicada pela estrutura do sabão: sua molécula possui um lado polar que interage com a água, e outro apolar, que interage com a gordura, formando, assim, partículas que se mantêm dispersas na água e são arrastadas durante a lavagem.
Referências:
//pt.wikipedia.org/wiki/Saponificação
//quimicasemsegredos.com/reacao-de-Saponificacao.php
//processo-industrial.blogspot.com/2010/05/saponificacao-sabao.html
Carolina Batista
Professora de Química
A saponificação é uma reação química, também chamada de hidrólise de triglicerídeos ou hidrólise alcalina de um éster, que ocorre entre um éster e uma base inorgânica.
A principal fonte de ésteres, os triglicerídeos, são os óleos vegetais e gorduras animais, amplamente utilizados neste tipo de reação.
Como produtos da reação são formados álcool e sal orgânico de longa cadeia carbônica, conforme a equação geral a seguir.
Éster + Base
Esta reação orgânica é utilizada principalmente para fabricação de sabão, um sal de ácido orgânico, e a glicerina, um triálcool utilizado como umectante para sabonetes e cremes de beleza.
Exemplo de reação de saponificação
De modo simplificado, as estruturas dos compostos envolvidos neste tipo de reação são:
Confira a seguir um exemplo de reação de saponificação.
Temos acima um exemplo de reação em uma única etapa com a utilização de uma base forte. Entretanto, há também a possibilidade de realizá-la em duas etapas para obter um sabão de melhor qualidade. Confira o processo de saponificação:
Hidrólise do éster: há a formação de ácido carboxílico e glicerina
Neutralização do ácido: há a formação do sal de ácido carboxílico e água
Este tipo de reação é exotérmica, ou seja, ocorre a liberação de calor na formação dos produtos. A reação inversa da hidrólise de éster é a esterificação.
Saiba mais sobre a esterificação.
Tipos de sabões produzidos com a saponificação
Dependendo da base utilizada, alteram-se as características dos sabões produzidos, por exemplo:
- Sabão de sódio: geralmente mais duro, trata-se do tipo mais comum;
- Sabão de potássio: macio, usado em cremes de barbear;
- Sabão de amônio: líquido, utilizado em xampus.
Os sabões são utilizados para limpeza devido sua ação detergente. A estrutura desses compostos é formada por uma cadeia carbônica (apolar), que interage com gorduras, e uma extremidade iônica (polar), capaz de interagir com a água e retirar a sujeira na lavagem.
Índice de saponificação
O índice de saponificação é o resultado da reação da base hidróxido de potássio (KOH) com uma grama de óleos ou gorduras para que ocorra a saponificação completa.
Veja na tabela a quantidade de base necessária para saponificar alguns óleos e gorduras.
Óleo de peixes | 189 a 193 |
Banha suína | 190 a 194 |
Óleo de linhaça | 190 a 195 |
Óleo de frango | 190 a 196 |
Óleo de algodão | 190 a 200 |
Sebo bovino | 190 a 202 |
Manteiga | 210 a 235 |
Desde antes de Cristo, fenícios e romanos já realizavam a saponificação. Reagindo gordura de cabra com cinzas vegetais, sob aquecimento, os compostos carbonato de sódio (Na2CO3) e carbonato de potássio (K2CO3) presentes na madeira eram capazes de saponificar os triglicerídeos.
Devido à preocupação com a higiene pessoal, a saponificação tornou-se cada vez mais importante e os sabões durante muito tempo foram fabricados em casa, utilizando soda cáustica (NaOH).
Novas tecnologias permitiram a fabricação de sabão de outras maneiras, por exemplo, utilizando água, ao invés de uma base inorgânica, sob temperatura elevada em equipamentos chamados de autoclaves.
A reação de saponificação também ocorre dentro do corpo humano. A bile é uma substância lançada no início do intestino delgado para impedir a decomposição do bolo alimentar, pois age saponificando as gorduras.
Adquira mais conhecimento, leia também sobre:
- Ésteres
- Bases
- Reações orgânicas
FELTRE, R. Química Orgânica. São Paulo: Moderna, 2004.
SANTOS, W.L.P. (Coord.). Química cidadã. São Paulo: AJS, 2013. 3 v.