Indique a alternativa abaixo que melhor define o conceito de inovação disruptiva:

Empreendedores estão sempre à procura de novas maneiras para alavancar a tecnologia existente ou criar um mercado de produtos ou serviços totalmente novo. Assim, inovação e adaptabilidade são a força vital de todo negócio ou organização de sucesso.

Diversos são os motivos que estimulam empresas à inovação: buscar eficiência na utilização dos recursos produtivos, reduzir os custos dos processos, ganhar espaço ou mesmo garantir a sobrevivência no mercado competitivo.

Agora, inovação não é um termo estanque, com uma definição cravada em pedra. O entendimento do que é inovação varia de acordo com os diferentes autores, mas existe um consenso de que um produto ou serviço inovador deve atender três princípios básicos: 

  • ser único no mercado; 
  • beneficiar o consumidor;
  • gerar valor para os stakeholders.

A inovação pode ainda ser dividida em três categorias principais, com base no seu efeito ou impacto: incremental, radical e disruptiva. Você sabe a diferença entre elas? É o que vamos explicar neste artigo. Acompanhe!

Inovação incremental

A inovação incremental consiste em uma série de pequenas melhorias ou atualizações feitas nos produtos, serviços, processos ou métodos existentes. São inovações sustentáveis ​​que ajudam as empresas a permanecer no jogo, mas não geram um grande impacto, necessariamente.

Quem criou o conceito foi o economista austríaco Joseph Schumpeter. Em 1939, no livro Business Cycles, ele diferencia os conceitos de inovação incremental e radical. Schumpeter explica que o primeiro é um progresso em cima de algo que já existe, que se opunha ao segundo. Dessa forma, traz uma tecnologia completamente diferente de qualquer outra existente.

Portanto, as mudanças implementadas por meio da inovação incremental são, geralmente, focadas na melhoria da eficiência de desenvolvimento de um produto existente, produtividade e diferenciação competitiva.

Muitas empresas utilizam inovações incrementais para ajudar a manter ou melhorar a posição de mercado de um produto. Ela se tornou uma tática bastante comum na indústria de tecnologia de consumo. Afinal, as empresas buscam melhorar regularmente os dispositivos pessoais com recursos mais “amigáveis” ​​ao cliente.

Embora a inovação incremental seja mais comum, por ser mais barata, menos arriscada e complexa, as empresas frequentemente utilizam, de forma simultânea, estratégias de inovação incremental e radical.

A empresa pode introduzir uma inovação radical no mercado e, se for bem-sucedida, usá-la para melhorar o produto e mantê-lo competitivo ao longo do tempo.

Gmail: exemplo de inovação incremental

Exemplos de inovações incrementais podem ser observadas com facilidade em nosso dia a dia. O Gmail, serviço de e-mail mais popular do mundo, é um deles. Quando lançado, ele entregava e-mails rapidamente e, com o passar do tempo, novos recursos foram adicionados para melhorar ainda mais o serviço e torná-lo mais útil para os usuários.

Outro exemplo é a Coca-Cola. A empresa ampliou sua linha ao introduzir sabores como Coca-Cola à base de limão, Coca-Cola à base de Cereja e até uma bebida chamada Coca-Cola Life, que permitiu que a marca permanecesse relevante ao longo dos anos.

Entendendo a inovação radical

A inovação radical é um processo complexo, e não um evento discreto. Podemos defini-lo de várias maneiras, mas provavelmente a melhor delas é com base na “estratégia do oceano azul”, como Kim e Mauborgne defendem.

A estratégia do oceano azul propõe uma abordagem diferente para o crescimento de um negócio. Em vez de a empresa lutar por uma fatia de mercado, ela explora novos mercados. Isso exige um investimento significativo de tempo e recursos.

Assim, o oceano azul representa um novo mercado, uma oportunidade que outras empresas ainda não enxergaram. E a expressão “mar vermelho” é usada para definir mercados saturados, com players grandes e muita concorrência. Ou seja, o mar vermelho estará cheio de tubarões (grandes empresas e bem posicionadas) esperando abocanhar quem estiver pela frente (novos negócios).

Diferenças entre inovação incremental e radical

De acordo com a Harvard, a inovação incremental pode manter as empresas competitivas no curto prazo. No entanto, apenas a inovação radical pode mudar o jogo, liderando o caminho para o crescimento a longo prazo.

Assim a inovação radical olha para o impacto de longo prazo e pode envolver o deslocamento de produtos atuais, a alteração do relacionamento entre clientes e fornecedores e a criação de categorias completamente novas de produtos.

Essa vantagem pode ser a chance de dominar um mercado inteiro, pelo menos durante as primeiras etapas, estabelecendo as regras.

Um exemplo de inovação radical vem da Salesforce. Seu sistema de CRM aproveita não apenas uma nova plataforma de tecnologia na forma de computação em nuvem, mas também um novo modelo de negócios.

Quando a empresa foi lançada em 1999, seu modelo de negócios de venda do software como serviço era verdadeiramente inovador. Até hoje a empresa continua a liderar o mercado. Afinal, ela foi nomeada pela Forbes como uma das empresas mais inovadoras do mundo por quatro anos consecutivos.

Mas e a inovação disruptiva?

Há mais de 30 anos, Clayton Christensen, professor de Administração na Harvard Business School e mundialmente conhecido pelo seu estudo em inovação, introduziu esse conceito revolucionário que transformou o mundo dos negócios.

A teoria da inovação disruptiva foi muito influente nos círculos de negócios e uma ferramenta poderosa para prever o sucesso das empresas. Trata-se de um processo em que uma tecnologia, produto ou serviço é transformado ou substituído por uma solução inovadora superior. Para os clientes, isso significa ser mais acessível, simples ou conveniente.

O impacto dessa inovação é tão grande que acaba gerando uma mudança no comportamento de consumo do público em geral. O resultado é que a solução anterior se torna obsoleta e pode até desaparecer.

Alguns pontos dessa questão merecem atenção especial. Diferentemente do que se poderia pensar, a inovação disruptiva não cria produtos e serviços mais caros. Pelo contrário, cria soluções mais baratas e atende um público que as empresas tradicionais haviam deixado de fora.

É assim que uma empresa pequena e nova, como uma startup, consegue bater uma gigante da indústria em seu próprio território. 

As empresas grandes costumam focar em inovação sustentável, atualizando produtos e serviços existentes para atrair clientes de alto poder aquisitivo. Com isso, passam a ignorar os clientes regulares, que querem apenas soluções simples e de baixo custo. 

É aqui que uma nova empresa entra, oferecendo algo simples. Enquanto isso, as grandes companhias continuam focadas em clientes mais rentáveis, adicionando a seus produtos e serviços “penduricalhos” pelos quais ninguém quer pagar.

Ao mesmo tempo, o inovador disruptivo melhora o seu produto para que ele seja interessante para um número maior de pessoas. Quando a grande empresa cai em si, percebe que o disruptivo já começou a tomar conta do mercado.

O único jeito que as grandes organizações têm de contra-atacar é lançando suas próprias inovações disruptivas. Mas, para ter sucesso nesta missão, elas precisam tratar o processo como uma unidade separada, com um modelo de negócios e expectativas de crescimento diferentes.

Elas precisam se perguntar que tarefa o consumidor precisa que seja feita, segmentar os consumidores por tarefa, não pelo tamanho do mercado nem por critérios demográficos. A partir disso, a empresa deve desenvolver maneiras baratas de fazer essa tarefa.

Um exemplo clássico de inovação disruptiva é o Spotify. Os CDs eram caros e vinham com apenas algumas músicas, enquanto a demanda das pessoas por música era muito grande. Prova disso é que muita gente praticava a pirataria, baixando arquivos ilegais sem o menor constrangimento. 

A empresa encontrou um meio de atender a essa demanda, oferecendo modelo de SaaS (software as a service), em que o consumidor paga pelo uso da plataforma, e não pela música em si. Isso praticamente acabou com o mercado de CDs, na medida em que trouxe uma solução melhor, mais acessível e com mais comodidade para o consumidor.

Indique a alternativa abaixo que melhor define o conceito de inovação disruptiva:

Inovações disruptivas focam em baixo custo ou em novos mercados

Como dissemos, a inovação disruptiva torna os produtos e serviços mais acessíveis e disponíveis para um maior número de pessoas. Isso só é possível porque ela atua em dois tipos de mercados que os grandes, já estabelecidos, negligenciam.

Enquanto os operadores tradicionais tentam oferecer produtos e serviços cada vez melhores aos seus clientes mais lucrativos e exigentes, os clientes menos rigorosos e lucrativos são ignorados.

É aqui que os disruptores entram, criando um mercado que antes não existia. Ou seja, eles encontram uma maneira de transformar não-consumidores em consumidores.

A inovação disruptiva tem o potencial de servir como uma força significativamente positiva em todos os setores e áreas da sociedade. Alguns exemplos de inovações disruptivas são os computadores pessoais, forno de microondas, a fotografia digital, tecnologia de armazenamento em nuvem e serviços de streaming.

Segundo Christensen, não é tanto a tecnologia em si que é disruptiva, mas, sim, a própria inovação e como a tecnologia é usada no contexto dos negócios.

Disrupção é um processo

O termo inovação disruptiva se refere à evolução de um produto ou serviço ao longo do tempo, e não a um determinado ponto fixo.

Os primeiros microcomputadores eram disruptivos não apenas porque eram uma inovação de baixo custo, nem porque foram, mais tarde, considerados superiores aos mainframes em muitos mercados. Eles foram disruptivos em virtude do caminho que percorreram, da periferia para o mainstream.

A maioria das inovações — disruptivas ou não — começa como um experimento de pequena escala. Os disruptores tendem a se concentrar em obter o modelo de negócios, e não apenas o produto.

Quando são bem-sucedidos, seu movimento da periferia (a extremidade inferior do mercado ou um novo mercado) para o mainstream desestabiliza primeiro a participação de mercado de empresas dominadoras e, em seguida, sua lucratividade.

Por exemplo, quando a Netflix foi lançada, em 1998, seu serviço inicial não era atraente para a maioria dos clientes que alugavam filmes, normalmente novos lançamentos por impulso.

A Netflix tinha uma interface exclusivamente online e um grande estoque de filmes, na qual você poderia se inscrever e ter acesso a DVDs ilimitados que seriam enviados para sua casa, mas a entrega pelo correio dos EUA significava que as seleções levavam vários dias para chegar.

O serviço atraiu apenas alguns grupos. Ou seja, fãs de cinema que não se importavam com novos lançamentos, usuários pioneiros de aparelhos de DVD e compradores online.

Se a Netflix não tivesse, eventualmente, evoluído seu modelo de negócios e começado a atender um segmento mais amplo do mercado, não teria se tornado global e tirado de cena a Blockbuster, sua principal concorrente.

Em resumo…

A pesquisa sobre inovação disruptiva descreve o assunto como um processo no qual os novos participantes desafiam as empresas estabelecidas. Isso pode acontecer de duas maneiras:

  • ter como alvo segmentos do mercado negligenciados e, posteriormente, ascender ao mercado como um todo;
  • criar mercados onde não existe mercado e transformar não consumidores em consumidores.

Assim, a inovação disruptiva lida com tecnologias ou novos modelos de negócio que promovem uma disrupção em um mercado já existente.

A inovação radical, por outro lado, deriva da criação de novos conhecimentos e, dessa forma, da comercialização de ideias ou produtos completamente novos. Ela envolve um avanço tecnológico que transforma a indústria e frequentemente cria novos mercados.

Por fim, a inovação incremental promove melhorias contínuas e graduais em produtos e serviços já existentes.

Por que Apple, Tesla e Uber não são disruptivos

Frequentemente ouvimos as pessoas falarem sobre como as três gigantes foram disruptoras em seus respectivos mercados. Mas isso é a prova que os principais conceitos da teoria da inovação disruptiva foram mal compreendidos e são mal aplicados.

Colocando da forma mais simples possível, há três condições necessárias que resumem o cenário de disrupção:

  • uma startup pequena substituindo os grandes com um novo modelo de negócios;
  • uma nova classe de clientes low-end que são atendidos por empresas já estabelecidas ou não atendidos;
  • um acelerador tecnológico que fornece uma vantagem que a startup pode usar para alavancar no mercado. No momento em que os grandes percebem que estão em perigo, já é tarde demais.

Sendo assim, eles não encaixam na teoria. A Apple não foi uma startup que visava resolver um problema de mercado quando lançou o iPhone. A Tesla era uma startup, mas entrou no negócio de carros de ponta. O mercado da Uber não era novo nem amplamente difundido.

Você pode estar se perguntando que diferença faz quais termos são usados. A equipe de Christensen argumenta que isso importa, sim. As ideias, tiradas originalmente de um estudo de inovação no mercado, oferecem mais que uma teoria. Elas são também um guia para a administração em um momento de grande inovação e reviravolta no mercado. “Aplicar a teoria corretamente é essencial para perceber seus benefícios”, escrevem eles.

O que as inovações significam para as organizações?

Para liderar no mercado de inovação empresarial, é preciso encarar os desafios da perspectiva correta. A tecnologia disruptiva pode ser uma facilitadora da inovação. No entanto, ela deve ser incorporada em um modelo de negócios viável para ser bem-sucedida.

É por esse motivo que a liderança de uma organização deve desenvolver uma estratégia clara. Dessa forma, é possível estimular a criatividade e a inovação e, ao mesmo tempo, seus objetivos de negócio.

O comportamento da empresa inovadora deve se voltar para os ganhos de relacionamento com toda a cadeia em que está inserida.

“Os 3 Cs da criatividade moderna são comunidade, crowdsourcing e cocriação”, segundo Jon Wilkins, da Naked Communications.

A busca por vantagens competitivas apresenta maior eficiência e benefícios quando há algum grau de relacionamento com startups, fornecedores ou clientes, que podem cooperar em busca de objetivos em comum.

As inovações desempenham um papel central para garantir a competitividade no mercado. Basta escolher a mais adequada para o momento, levando em consideração os recursos disponíveis da empresa.

O Distrito conta com uma comunidade inspiradora, cheia de aprendizados e oportunidades. Com a Leap, criamos soluções que conectam problemas de negócio à inovação. Ajudamos corporações a resolverem problemas, conquistar vantagens competitivas e direcionadas à disrupção.

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